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Quanto ao limite mínimo, a al.

d diz-nos que é reduzido a um quinto se for igual ou


superior a 3 anos. E se o mínimo legal da pena de multa é sempre reduzido ao mínimo
legal: 10 dias.
O art. 73º, portanto, é que nos diz como se atenua especialmente a pena.
Uma pequena nota: o número 2 nem valia lá estar. A atenuação da pena é uma operação
que acontece sempre no primeiro momento. É óbvio que a pena concreta por ser
substituída se for até 5 anos.
Em 2017, por exigência da Dra., eliminou-se um nº 2 que incluía a suspensão da
execução da pena de suspensão (que é uma pensa de substituição, parecia estar a excluí-la
dessa categoria).
5. Dispensa de pena
O outro caso especial de determinação da pena é a dispensa de pena – art. 74º
Este artigo diz que quando o crime for punível com pena de prisão (…) pode o tribunal
declarar o réu culpado, mas não aplicar qualquer pena se (…).
A palavra réu já não devia lá estar – mas sim arguido.
A dispensa de pena já foi falada no ano passado e este ano a vários propósitos. Este
instituto é muito relevante tanto político-criminalmente como dogmaticamente.
Sabemos que para alguém seja condenado em pena é preciso que o tribunal dê como
provado que a pessoa praticou um crime.
Quem matar uma pessoa / é punido com pena de prisão de 8 a 16 anos.
Perante este instituto, há alguém que preenche a primeira parte; mas não se verifica a segunda.
Na dispensa de pena, o tipo legal de crime é preenchido (a pessoa cometeu um crime).
O tribunal dá como provado estar perante um tipo ilícito, culposo e punível.
Não obstante, o legislador prevê casos em que não se aplica qualquer pena.
5.1. Relevo dogmático
O relevo dogmático é que, como dissemos há bocado, quando dispensamos um agente
de pena estamos a dispensar alguém que cometeu um crime – um facto típico, ilícito e
culposo – o instituto da dispensa de pena mostra-nos que entre nos esta adotado o caráter
unilateral do princípio da culpa: não há pena sem culpa, a culpa é pressuposto da pena;
não há pena superior à culpa, a culpa é limite da pena; mas pode haver culpa sem pena.
5.2. Pressupostos
A pessoa é considerada culpada, a sentença é condenatória – de acordo com o próprio
CPP. A sentença vai para o registo criminal, leva ao pagamento das custas, etc. Só que, por
razões preventivas, não aplico ao agente uma pena.

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