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Aluno: Ingrid Eduarda Alves Paiva

Exercício – Direito Ambiental


1) Comente a evolução do Direito Ambiental.
Ao longo da história, antes que o Direito Ambiental se firmasse como um ramo autônomo da
ciência jurídica, inúmeros dispositivos jurídicos brasileiros e portugueses ao longo da história
previram a proteção legal ao meio ambiente. O mais adequado tratar esses momentos histórico
com as 3 fases do direito ambiental (individualista, fragmentaria e holística).
2) Descreva a Fase 01 do Direito Ambiental.
A fase 01 teve seu período no descobrimento do Brasil até 1950 que tem como características
a ausência da preocupação com o meio ambiente e obteve o documento marcante que foi o
Código das águas (Decreto n. 24.643/1934). Essa fase tinha na omissão legislativa sua principal
característica, “relegando-se eventuais conflitos ambientais ao sabor do tratamento pulverizado,
assistemático e privatístico do direito de vizinhança”
3) Defina os tipos de água estabelecidos no Código de Águas.
 Águas públicas: podem ser de uso comum ou dominicais.
 Águas comuns: são comuns as correntes não navegáveis ou flutuáveis.
 Águas particulares: são particulares as nascentes e todas as águas situadas em terrenos
que também o sejam, quando as mesmas não estiverem classificadas entre as águas
comuns de todos, as águas públicas ou as águas comuns.
 Álveo e margens: álveo é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo
natural e ordinariamente enxuto.
4) Comente a expressão: “a ninguém é lícito conspurcar ou contaminar as águas
que não consome, com prejuízos de terceiros”.
Antes, o Código de Águas, em seu artigo 109, introduziu a noção de poluído-pagador que
estabelece a expressão que “a ninguém é lícito conspurcar ou contaminar as águas que não
consome, com prejuízo de terceiros…”, ou seja, prevê que os infratores paguem pelos trabalhos
de salubridade das águas, além de responder um processo criminal respondendo as perdas e
danos que causarem e pelas multas que lhes forem impostas no regulamento administrativos.
5) Conceitue a Fase 02 do Direito Ambiental.
A fase 02 teve seu período de 1950 até 1980 que tem como características de controle parcial
das atividades potencialmente poluidoras. Com os documentos marcantes:
1) Código Florestal (Lei n. 4.771/65)
2) Código de Caça (Lei n. 5.197/67)
3) Código de Pesca (Decreto Lei n. 221/67)
4) Código de Mineração (Decreto Lei n. 222/67)
5) Lei de Responsabilidade por Danos Nucleares (Lei n. 6.543/77)
Nesta fase, o legislador já estava preocupado com largas categorias de recursos naturais, mas
ainda não com o meio ambiente em si mesmo considerado.
6) Aponte as principais mudanças nos códigos florestais de 1934, 1965 e, 2012.

Os três Códigos Florestais em 1934, 1965 e 2012, todos os eles buscam a preservação do meio
ambiente, principalmente as APPs e RL, porém, há uma evolução nos aspectos legais de cada
Código. O primeiro código de 1934 preocupava-se em limitar o direito de uso de propriedade,
evitando a exploração desenfreada dos recursos florestais no país. O Código de 1965 apresentou
preocupação ambiental e criou as APP e RL, mantidos no atual Código, que procurava, naquela
época, conciliar o uso racional dos recursos florestais, assim, medidas provisórias foram
lançadas buscando tal conciliação e acabaram evidenciando a necessidade de um novo Código
Florestal que resultou no Código atual de 2012, que tem como foco, em seus aspectos legais,
racionalizar a utilização dos recursos de forma sustentável.

7) Descreva a evolução do aparato normativo de proteção à fauna diante dos atos de


caça no Brasil.

A prática de caça e do extrativismo animal no Brasil, apresenta evolução da legislação de


proteção à fauna no país tendo por referência inicial a década de 1930, com base no estudo das
normas sistematizadas em cinco fases (até 1934, de 1934 a 1967, de 1967 a 1988, de 1988 a
1998, após 1998). No período ocorreram expressivas mudanças do ordenamento jurídico,
sobrevindo legislação restritiva aos atos de caça. As circunstâncias em que surgiram normas
específicas tendo por objeto a relação entre os homens e os animais silvestres revelam uma
dinâmica própria e caracterizam momentos distintos, porém interligados em um mesmo
processo. Essas normas guardam vínculo com a questão da caça associada ao aproveitamento
dos recursos faunísticos e com a resposta do poder público objetivando o controle do
extrativismo animal.

8) Quais os passos do Desenvolvimento Sustentável da atividade pesqueira prevista


em seu Código Lei 221 (67)?

O desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira dar-se-á mediante:

I – A gestão do acesso e uso dos recursos pesqueiros;


II – A determinação de áreas especialmente protegidas;

III – A participação social;

IV – A capacitação da mão de obra do setor pesqueiro;

V – A educação ambiental;

VI – A construção E a modernização da infraestrutura portuária de terminais portuários,


bem como a melhoria dos serviços portuários;

VII – A pesquisa dos recursos, técnicas e métodos pertinentes à atividade pesqueira;

VIII – O sistema de informações sobre a atividade pesqueira;

IX – O controle e fiscalização da atividade pesqueira;

X – O crédito para fomento ao setor pesqueiro.

9) Descreva as alterações no novo Código de Mineração.

A Medida Provisória 790/2017 altera o Código de Mineração e a Lei 6.567/1978 que dispõe
sobre o regime de licenciamento, antigo Registro de Licença. Outros aspectos sofreram
igualmente drásticas mudanças, como é o caso do sistema de sanções anteriormente previsto no
Código de Mineração. Como podemos observar, muitas foram as alterações, cada uma delas
com suas peculiaridades e impactos no setor. Dentre elas, são:
Restrição no conceito de áreas livres – sob o argumento de acabar com as chamadas “filas” e
com a especulação no setor mineral, foram reduzidas as hipóteses de áreas serem consideradas
livres. Com a MP, qualquer fase ou exigência não cumprida pode tornar as áreas disponíveis.
Regra de disponibilidade de áreas – sob o argumento de se buscar maior transparência e
celeridade aos procedimentos de disponibilidade, foram alteradas as regras para prever a disputa
por meio de leilão eletrônico, na qual vencerá a oferta de maior valor.
Alterações conceituais e procedimentais na fase de pesquisa – diversas foram as mudanças
neste regime, a começar pela ampliação do prazo da autorização para a pesquisa mineral: antes
de 1 a 3 anos, agora passou a ser de 2 a 4 anos, embora restringida a possibilidade de
prorrogação para uma única vez (salvo exceções previstas expressamente em lei).
Novas regras na fase de requerimento de lavra e alteração das obrigações na fase de
lavra – inclusão do fechamento de mina expressamente dentre as obrigações do minerador,
possibilidade de aproveitamento de substâncias minerais de interesse econômico associadas ao
minério objeto da Portaria de Lavra etc
Modificação substancial da estrutura de sanções – previsão de multa diária, suspensão das
atividades e possibilidade de multas de até R$30milhões.
Regime de licenciamento – foram excluídas as exigências legais de obtenção e apresentação
da Licença Específica Municipal e Autorização do Superficiário, além da fixação do prazo
máximo de 20 anos para o título de Licenciamento.
10) Sintetize a responsabilidade civil criminal por danos nucleares.

A responsabilidade civil pelo dano nuclear é a do risco criado por expressa disposição legal.
Em seu artigo 6º a referida lei diz que “Uma vez provado haver o dano resultado
exclusivamente de culpa da vítima, o operador será exonerado, apenas em relação a ela da
obrigação de indenizar”.

11) Defina a Fase 03 do Direito Ambiental.

A fase 03 teve seu início em 1980 até o presente que tem como características a compreensão
do meio ambiente como um todo integrado e interdependente. Com os documentos marcantes:

1) Política Nacional de Meio Ambiente (Lei n. 6.938/1981)

2) Capítulo da CF sobre Meio Ambiente (Art. 225/1988)

3) Lei de Ação Civil Pública (Lei n. 1.347/85)

4) Lei dos Agrotóxicos (Lei n.7.802/89)

5) Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/98)

6) Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei n. 9.433/97)

7) Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n. 9.795/99)

8) Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei n. 9.982/00)

9) Estatuto das Cidades (Lei n. 10/ 257/00)

Nessa fase foi inaugurada com a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81), na
qual o ambiente passa a ser protegido de maneira integral, vale dizer, como sistema ecológico
integrado e com autonomia valorativa.

12) Qual a função da PNMA?

A Política Nacional do Meio Ambiente tem como função regulamentar as várias atividades que
envolvam o meio ambiente, para que haja preservação, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental, tornando favorável a vida, assegurando à população condições propícias para seu
desenvolvimento social e econômico.

13) Qual a finalidade do art. 225 da CF/1988?

O art. 225, da CF/88 dispõe que: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e futuras
gerações. O art. 225 como redigido, estabeleceu que compete ao Poder Público e à coletividade
o dever de defender e de preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. E aqui,
como se trata o Direito de uma ciência que se manifesta pela linguagem, é de rigor a
interpretação semântica do texto constitucional. Só se pode defender e preservar aquilo que,
efetivamente, existe na atualidade. Essa é a obrigação imposta pelo legislador constituinte, que
estabeleceu um norte para o legislador ordinário.

14) Como aplicar a lei de Ação Civil Pública como instrumento de proteção ao meio
ambiente?

A Ação Civil Pública é o instrumento processual adequado para reprimir ou impedir danos ao
meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico
e paisagístico e a qualquer outro interesse difuso ou coletivo (art. 1°, Lei 7.347/85). O
Ministério Público desempenha importantes funções na ação civil pública tais como:

 Pode atuar como autor;


 Se não tiver essa posição, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei (art. 5º, §1º da Lei
7.347/85);
 Deve promover a execução se o autor não o fizer no prazo de 60 dias do trânsito em
julgado da sentença condenatória (art. 15, Lei 8.347/85);
 Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa (art. 112, CDC);
 Deve realizar o inquérito civil previsto no art. 8º, § 1° da Lei 8.347/85, e no art. 129, III,
CF. (...). Seu objetivo é o de buscar elementos que permitam a instauração de ação civil
pública; ele não é obrigatório, uma vez que, se os elementos forem suficientes, torna-se
desnecessário
15) Pesquise as principais infrações da lei de Agrotóxicos em sua região.
Em prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis, a infração de disposições desta Lei
acarretará, isolada ou cumulativamente, nos termos previstos em regulamento, independente
das medidas cautelares de estabelecimento e apreensão do produto ou alimentos contaminados,
a aplicação das seguintes sanções:
I - Advertência;

II - Multa de até 1000 (mil) vezes o Maior Valor de Referência - MVR, aplicável em dobro em
caso de reincidência;

III - Condenação de produto;

IV - Inutilização de produto;

V - Suspensão de autorização, registro ou licença;

VI - Cancelamento de autorização, registro ou licença;

VII - Interdição temporária ou definitiva de estabelecimento;

VIII - Destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos, com resíduos acima do permitido;

IX - Destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos, nos quais tenha havido aplicação
de agrotóxicos de uso não autorizado, a critério do órgão competente.
16) Qual o papel do Sistema Nacional de Unidades de Conservação no Ordenamento
do Território?

As Unidades de Conservação são espaços com características naturais relevantes, que têm a
função de assegurar a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis
das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas
jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico. As Unidades Conservação asseguram o uso
sustentável dos recursos naturais e ainda propiciam às comunidades envolvidas o
desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis em seu interior ou entorno. O projeto
para o ordenamento territorial não estava vinculado à preservação nem à contemplação das
paisagens, mas sim à sua ocupação econômica.

17) Qual a função do Estatuto das Cidades?


Estatuto das cidades estabelecem normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso
da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem
como do equilíbrio ambienta, ou seja, é um conjunto normas jurídicas, acordada pelos sócios
ou fundadores, que regulamenta o funcionamento de uma pessoa jurídica, quer seja uma
sociedade, uma associação ou uma fundação. Em geral, é comum a todo o tipo de órgãos
colegiados, incluindo entidades sem personalidade jurídica.

18) Quais as dificuldades de implementar a lei de Gestão das Florestas?

A dificuldade está na implementação dos protocolos, que estão sem sustentação e falta de
consolidar seus procedimentos e valores para o mercado internacional, além de que muitas áreas
de florestas possuem áreas extremamente degradas, tendo que ser realizado um ajuste no
procedimento e cálculo da captação de carbono na atmosfera.

19) Qual a finalidade da Política Nacional sobre Mudanças no Clima do Brasil?

A Política Nacional Sobre Mudança do Clima (PNMC), instituída pela Lei nº 12.187 de 29 de
dezembro de 2009, foi criada em meio à intensificação da discussão internacional acerca das
mudanças climáticas. Essa Política Nacional sobre Mudança do Clima tem como
finalidade buscando garantir que os desenvolvimentos econômicos e sociais contribuam para a
proteção do sistema climático global. Visando a incentivar o desenvolvimento e aprimoramento
de ações de mitigação no Brasil, colaborando com o esforço mundial de redução das emissões
de gases de efeito estufa, bem como objetiva a criação de condições internas para lidar com os
impactos das mudanças climáticas.

20) Quais os fatores responsáveis por alterações de prazos na PNRS?

O Governo Federal não adotará medida para prorrogar o prazo para a disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos. Não se trata apenas de estender o prazo, a discussão é
mais ampla e envolve peculiaridades de cada região, estado e município do país, ou seja, os
responsáveis por entender os prazos são de acordo com cada região, Estado ou município. Vale
ressaltar que a disposição inadequada dos resíduos sólidos - seja na água ou no solo - constitui
crime ambiental previsto pela Lei n° 9.605 (Lei de Crimes Ambientais) desde 1998 e, portanto,
o adiamento do prazo não isentaria os municípios da obrigação constitucional de proteger o
meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas incluindo, claro, a disposição
em vazadouros a céu aberto, os lixões.

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