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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

CURSO DE POS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Paula Alves Colbert Camara

Trabalho de neurose infantil

Belo Horizonte
2021
Paula Alves Colbert Camara

Trabalho de neurose infantil

Trabalho apresentado pela disciplina de neurose


infantil do Curso de pós-graduação de psicologia
da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais como requisito parcial para aprovação na
disciplina.
Professora: Tania Ferreira

Belo horizonte
2021
SUMÁRIO

HISTÓRIA E O SINTOMAS, INIBIÇÕES E ANGUSTIA EM CADA CASO..........4

JUSTIFICATIVA DE CADA DIAGNÓSTICO.........................................................6

INTERVENÇÃO DA ANALISTA............................................................................7

REFERÊNCIAS......................................................................................................8
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HISTÓRIA E O SINTOMAS, INIBIÇÕES E ANGUSTIA EM CADA CASO

No caso da Ofélia, menina diagnosticada com neurose obsessiva com 9


anos, a paciente se sentia culpada pelos pensamentos que ela tinha, sendo
pensamentos que mesmo que ela não concorde com eles, se sentia obrigada a dizer
o que provoca na paciente uma angustia. A paciente relata ter diversas situações e
comportamentos compulsivo e ritos que foram estabelecidos de acordo com o que
ela vivia tornando um vício comportamental. A partir dessas situações que a
paciente vivia e vivenciava ela repetia essas compulsões e ampliava outras, o que
caracteriza uma neurose compulsiva, como por exemplo o ritual que Ofélia fazia
toda vez que a mãe ia te desejar boa noite, repetindo baixinho “minha mãe é uma
babaca” 4 a 5 vezes por noite. Mesmo que a paciente não desejava isso ou não
acreditasse na sua superstição em algum momento para ela se tornava verdade,
instalando nela um sentimento de dúvida. Ela tinha pesadelos e repetição incessante
de pesadelos, que também são comuns em pacientes com neurose compulsiva.

Já no caso de Elena, uma menina de 4 anos que foi trazida para a


consulta pelo medo da mesma, que ela tinha de cair de um banquinho. Ela foi
diagnosticada com uma neurose histérica, já que foi relatado que a avó da menina
morreu caindo de um banquinho 6 meses antes, tendo um valor simbólico, o que
normalmente está associada a histeria. Nesse caso a menina conta 3 etapas, na
primeira etapa, a paciente traz um ursinho que se associa a irmã mais nova, e conta
de um pesadelo em que ladroes jogam objetos na casa, exceto na irmã. Na segunda
etapa, a menina faz um desenho em que existe alguém morto dentro da caixa,
fazendo referência a angustia da mãe, que contou que teve um aborto espontâneo o
que a atormenta até hoje criando um desdobramento imaginário em torno da família.
E na terceira situação, envolve o fato do medo de que queiram rouba-la e esse fato
se desloca até o pai já que a menina estaria insatisfeita com o pai, enfatizando a
temática do amor entre eles.

No terceiro caso que foi o caso da Sandy, que tinha dois anos e meio, é
contado sobre a história que ocorreu durante a segunda guerra mundial em que a
criança vivia em uma instituição em que sua mãe vinha irregularmente vê-la, o que
provocava na Sandy uma sensação de presença e ausência. A Sandy demonstrou
sintomas de neurose fóbica quando sentiu o medo de cachorros aumentando assim
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a sua angustia, e quando descobriu a diferença dos sexos, em que tentou urinar em
pé. Essa fobia foi iniciada quando Sandy viu a mãe em seu estado mais fraco,
tirando o poder onipotente que a mãe representava a ela. Segundo Lacan, a fobia
aparece no momento de suplência da falha de circuito simbólico da mãe.
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JUSTIFICATIVA DE CADA DIAGNÓSTICO

No primeiro diagnostico, foi feito a partir da mania da menina de praticar


comportamentos compulsivos como vícios comportamentais, associado aos
pesadelos e a forma incontrolável de repetição sem sentido das suas palavras,
implicando no diagnóstico de neurose obsessiva. O laço entre a mãe e a filha no
qual Ofélia assume o papel do homem junto a mãe que provoca essa construção de
neurose obsessiva.
No segundo diagnostico ele foi feito a partir da construção de um sintoma
que teve início pelo fato de que a avó da garota morreu 6 meses atrás caindo de um
banquinho, devido a isso, a garota pegou emprestado essa dor e essa manifestação
de uma maneira muito precisa da avó, o que fez o psicólogo caracterizar a paciente
mais para o lado da histeria do que da fobia.
No terceiro diagnostico, ele se deve ao aparecimento de sintomas de
fobia que teve início quando a mãe se apresentou para a criança de uma forma fraca
e doente, o que a leva a sentir a queda da onipotência da mãe simbolizando a
castração materna. O diagnostico se deve pelo fato da menina desenvolver o medo
por cachorros, o que a levaram a desenvolver uma serie de condutas de
insegurança e evitamento, atrapalhando o sono e aumentando assim a sua angustia.
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INTERVENÇÃO DA ANALISTA

As intervenções dos analistas se baseiam em uma experiência de


transformação pelo fato de escutar a si mesmo, ter novas percepções, podendo
então abrir questionamentos sobre sua posição subjetiva (Psicologia Clínica,2020).
Tendo isso em mente podemos demonstrar diversas intervenções que os
psicólogos, tanto da Ofélia, da Elena e da Sandy realizaram. No livro podemos
destacar a análise feita no caso da Ofélia, em que o psicólogo relacionou a neurose
da criança com o fato da ligação de mãe e filha, em que a filha tentava se submeter
a uma posição de parceira da mãe. O analista interligou os sonhos que a criança
estava tendo com essa análise.
No caso de elena o analista foi mais invasivo, como podemos perceber nos
textos, isso se torna claro quando o analista consegue separar o urso da criança,
relatando que os ladrões de seu sonho não iriam rouba-lo por isso podia deixa-lo em
casa. O analista também consegue perceber a angustia da mãe pelo aborto
espontâneo que ela sofreu, o que gera na família um desdobramento imaginário em
torno dessa situação. Por fim, o analista observa o ponto em que a garota preferia ir
em um aniversário de um menino que gosta ao invés da sessão, o que o leva a
pensar a relação disso com os meninos, enfatizando a temática de amor ao pai.
Já a terceira intervenção do analista, no caso da fobia da Sandy, o analista
percebe que a angustia se deve pela falta da função simbólica da mãe, aparecendo
também como uma suplência para a menina.
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REFERÊNCIAS

BUENO, Maria Lúcia da Silva; KESSLER, Carlos Henrique. Sobre intervenções do


analista: Uma experiência clínica articulada aos quatro discursos de Lacan. Psicol.
clin.,  Rio de Janeiro ,  v. 32, n. 3, p. 475-494, dez.  2020 .   Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
56652020000300004&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  14  maio  2021. 

COSTA, Maria Luiza Fernandes; FERREIRA, Renata Wirthmann G .. NÃO HÁ


NEUROSE SEM CORPO: UM ESTUDO SOBRE O LUGAR DO CORPO NA
HISTERIA E NA NEUROSE OBSESSIVA. Ágora (Rio J.) , Rio de Janeiro, v. 22,
n. 2, pág. 254-261, maio de 2019. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1516-14982019000200254&lng=en&nrm=iso>. acesso em
14 de maio de 2021. Epub 27 de maio de 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1809-
44142019002013.

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