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MARCELO RIBEIRO MACHADO

Advogado • OAB/105.042

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS;

MUNICÍPIO DE ESTRELA DO INDAIÁ- MG, devidamente qualificado nos


autos da apelação em epígrafe, vem respeitosamente perante V. Exa. para
apresentar RECURSO ESPECIAL nos termos do art.105, III, alínea “a” e “c” da
CF/88, c/c art. 1.029 e ss. do CPC/2015, e, arts. 255 a 257-A do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça (RISTJ), contra o r. acórdão do
processo em epígrafe, conforme as razões de fato e de direito abaixo, requerendo
que se digne de recebe- las, processá-las e remetê-las ao Superior Tribunal de
Justiça, nos termos do artigo 1.030 do Código de Processo Civil.
O Recorrente deixa de proceder o preparo recursal tendo em vista se tratar de
Fazenda Pública Municipal;
Nestes termos, pede deferimento.

Estrela do Indaiá/Belo Horizonte, 18 de outubro de 2021.

NESTOR HENRIQUE MENDES


OAB/MG-129.819

MARCELO RIBEIRO MACHADO


OAB/MG-105.042
1

FAX (37)3551 2577 • EMAIL: marceloserradasaudade@gmail.com


Rua Doutor Zacarias, 1.376, Dores do Indaiá- Minas Gerais
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MARCELO RIBEIRO MACHADO
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA- STJ

RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL


EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,
SENHOR MINISTRO RELATOR,
APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0232.10.001886-9/00
RECORRENTE (S): MUNICIPIO DE ESTRELA DO INDAIA
RECORRIDAS (A)(S): DIRCE MORAES PINTO, M.M.C.

I-PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS – TEMPESTIVIDADE


O vertente recurso é tempestivo na exata medida em que a publicação do v.
Acordão que julgou os Embargos Declaratórios no PJE se deu no dia 18 de outubro
de 2021.
Tendo em vista o prazo recursal nos termos do art.1.026 c/c art. 219 todos do
CPC de 15 dias uteis.
Assim, o prazo recurso recursal começou a fluir a partir do 19 de outubro de
2021, primeiro dia subsequente contado a partir da publicação sendo que o prazo de
30 (trinta) dias úteis para a interposição do recurso se encerra fatalmente dia 03 de
dezembro de 2021, (sexta-feira).
Destarte, estão preenchidos os pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
recurso ora interposto.
II- RESUMO DA LIDE, (ART. 1.029, I DO CPC)
Cuida-se de apelação contra sentença da MM. Juíza da comarca de Dores do
Indaiá, que julgou parcialmente procedentes os embargos opostos pelo Município de
Estrela do Indaiá à execução de sentença promovida por Marina Morais Campos e
Dirce Morais Pinto, para determinar o seguinte: “- O total da indenização é de 300
salários mínimos, pelo valor vigente quando da citação. - A parcela será corrigida e
acrescida de juros a partir do evento danoso. A verba de patrocínio é de 15% sobre

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o valor da condenação, após corrigida e acrescida de juros a partir do evento


danoso”.
O recorrente sustentou que “os juros de mora e a correção monetária não são
alcançados pela estabilização da coisa julgada”; que a definição sobre os índices de
juros de mora e correção monetária constitui matéria de ordem pública, podendo ser
analisada de ofício e em qualquer grau de jurisdição; e que deve determinada a
incidência dos índices de remuneração básica (TR) a título de correção monetária, e
de juros de mora aplicáveis à caderneta de poupança, nos termos do artigo 1º-F da
lei 9.494/97, com a redação dada pela lei 11.960/09;
No julgamento em questão, o culto relator acatou o entendimento do
cabimento do apelo, e, no mérito, pelo não conhecimento aduzindo sinteticamente
que há inovação recursal tendo em vista a impossibilidade da modificação dos
consectários aplicados.
Confira-se o seguinte inserto do acordão embargado: (..) Por outro lado,
assiste razão às apeladas quanto à preliminar de inovação recursal. Isso porque o
Município não questionou os índices aplicáveis a título de juros e correção monetária,
nos embargos à execução, trazendo a insurgência apenas em fase recursal. Na
verdade, o ente municipal limitou-se a discutir se seria aplicável à
condenação o salário mínimo vigente à época dos fatos ou aquele vigente
à época da execução da sentença. (..).
Em decorrência disto, o Recorrente interpôs embargos declaratórios com
efeito modificativo, e, ainda, para efeito de prequestionamento o qual foi rejeitado
cuja publicação se deu na presente data.
Deveras, o acordão em liça contraria claramente o entendimento consolidado
por este Superior Tribunal de Justiça nos seguintes julgados: AgInt no REsp
1604962/GO, Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, DJe 19/12/2016);
AgRg no AREsp 324.626/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
DJe 28/06/2013).3. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl nos EDcl no Ag
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1074207/RS, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA


CONVOCADA DO TJ/PE), SEXTA TURMA, DJe 04/09/2013); ."(AgRg no REsp
1.422.349/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em
4/2/2014, DJe 10/2/2014); AgInt no AREsp 1698089/SP, Rel. Ministro MOURA
RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/08/2021, DJe 18/08/2021); AgInt no
AREsp 1810521/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado
em 16/08/2021, DJe 31/08/2021);
Nos referidos julgados da Tribunal da Cidadania foram definidas as seguintes
teses: a correção monetária e os juros de mora, enquanto consectários legais da
condenação principal, possuem natureza de ordem pública e, por isso, podem ser
analisados até mesmo de ofício, inexistindo a alegada reformatio in pejus, pelo
Tribunal a quo sendo que este é o objetivo da insurgência recursal: aplicar de forma
correta os consectários em favor da fazenda pública mesmo tendo ocorrido o trânsito
em julgado.
Não por menos, não se pode perder de vista o entendimento alusivo os
índices de correção monetária e juros de mora aplicáveis à espécie (RE 870.947/SE),
os quais devem ser levado em consideração no presente caso.
Ademais, o objurgado acórdão negou vigência à lei federal nos seguintes
aspectos: a) (art. 1°-F, da L ei n° 9.494/97, com redação dada pelo art. 5° da Lei n°
11.960/09);
Igualmente, diverge da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tendo
em vista ainda, a negativa de vigência de dispositivo de lei Federal já citado
anteriormente.
III-DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ESPECIAL, (ART. 1.029 E SS.
DO CPC/2015, E ART. 105, INCISO III, ALÍNEA ‘A” e “C” DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1.988)
(Segundo a disciplina do art. 105, inc. III, letra “a” da Constituição Federal, é
da competência exclusiva do Superior Tribunal de Justiça, apreciar Recurso Especial
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fundado em decisão proferida em última ou única instância, quando a mesma


contrariar lei federal ou negar-lhe vigência.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


[...]
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes
vigência; (grifei)
(..)
c) der a lei federal interpretação divergente da que
lhe haja atribuído outro tribunal.
Em comentário à regra constitucional ora aludida, mais especificamente no
tocante ao juízo de admissibilidade do Recurso Especial, estas são as lições de
Bernardo Pimentel Souza: (...) “Uma última observação quanto ao especial fundado
na alínea “a”. No plano técnico-jurídico, para que o recurso seja admissível, basta a
alegação devidamente fundamentada de que o tribunal de segundo grau contrariou
ou negou vigência a legislação federal – desde que satisfeitos os outros pressupostos
recursais. Já a ocorrência, ou não, da contrariedade no negativa de vigência a lei
federal diz respeito ao mérito do recurso especial. “(SOUZA, Bernardo Pimentel.
Introdução aos recursos cíveis e a ação rescisória. 9ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Pág. 649), 9..)
Na hipótese em estudo, exatamente isto que ocorreu, situações estas que
convergem ao exame deste Recurso Especial por esta Egrégia Corte.
IV-PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE - (PREQUESTIONAMENTO)
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Verifica-se, mais, que o presente Recurso Especial é (a) tempestivo, quando o


foi ajuizado dentro do prazo previsto na legislação processual civil (art. (1.029, e ss.
do CPC), (b) o Recorrente tem legitimidade para interpor o presente recurso
e, mais, (c) há a regularidade formal do mesmo.
Diga-se, mais, a decisão recorrida foi proferida em “última instância”, não
cabendo mais nenhum outro recurso na instância originária.
Neste sentido:
(STF) – Súmula:

Súmula nº 281 - É inadmissível o recurso extraordinário,


quando couber, na justiça de origem, recurso ordinário da
decisão impugnada.
A propósito vejamos julgado desta Corte:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
ACÓRDÃO RECORRIDO NÃO UNÂNIME NÃO INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS
INFRINGENTES. NÃO EXAURIMENTO DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA N. 207/STJ. NÃO COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL.
AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.
1.- A Constituição Federal, em seu artigo 105, inciso III, dispõe que ao STJ compete
julgar, em sede de Recurso Especial, causas decididas, em única ou última instância.
Este último requisito pressupõe o exaurimento das vias recursais nas instâncias
ordinárias, para abertura da via especial. 2.- No caso dos autos, o Recorrente não
interpôs Embargos Infringentes, no intuito de que prevalecesse o voto minoritário,
como seria de rigor. Assim, é de se concluir, inevitavelmente, que as instâncias
ordinárias não foram esgotadas, devendo ser aplicado, na espécie, o teor da Súmula
nº 207 desta Corte: "É inadmissível Recurso Especial quando cabíveis embargos
infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem". 3.- A divergência
jurisprudencial deve ser demonstrada por meio do cotejo analítico com a transcrição
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de trechos dos acórdãos recorrido e paradigma que exponham a similitude fática e a


diferente interpretação da Lei Federal entre os casos confrontados, conforme exigem
os artigos 541, parágrafo único, do Código de Processo Civil e 255, § 2º, do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, não bastando, para tanto, a mera
transcrição da ementa e de trechos do voto condutor do acórdão paradigma. 4.-
Agravo Regimental a que nega provimento. ( STJ - AgRg-AREsp 243.599; Proc.
2012/0217963-5; RJ; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 27/11/2012; DJE
18/12/2012)
Por outro ângulo, a questão federal foi devidamente prequestionada, quando
a mesma foi expressamente ventilada, enfrentada e dirimida pelo Tribunal de origem
no acordão proferido pela 4ª Câmara Cível do TJ/MG, mediante Embargos
Declaratórios com efeitos modificativos com o fito de realizar o prequestionamento
da matéria.
Outrossim, todos os fundamentos lançados no Acórdão guerreado foram
devidamente infirmados pelo presente recurso, não havendo a incidência da Súmula
283 do STF.
STF - Súmula nº 283 - É inadmissível o recurso
extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em
mais de um fundamento suficiente e o recurso não
abrange todos eles.
Ademais, o debate trazido à baila não importa reexame de provas, mas
sim, ao revés, unicamente matéria de direito , não incorrendo, portanto, com a
regra ajustada na Súmula 07 deste Egrégia Corte.
STJ - Súmula nº 7. A pretensão de simples reexame de
prova não enseja recurso especial.
Isto posto, o presente Recurso Especial aviado não possui a pretensão de
realizar reexame de provas ventilar a negativa de vigência ao seguinte dispositivo de

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lei federal: (art. 1°-F, da L ei n° 9.494/97, com redação dada pelo art. 5° da Lei n°
11.960/09);
Com isso, o Tribunal mineiro encerrou a discussão do feito nas vias ordinárias,
confirmando o debate acerca da matéria, não restando ao Recorrente alternativa
senão passar à esfera extraordinária do Poder Judiciário.
V- DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA, (ART. 1029, II DO CPC)
Cumpre recordar e esclarecer que se trata de apelação contra sentença da
MM. Juíza da comarca de Dores do Indaiá, que julgou parcialmente procedentes os
embargos opostos pelo Município de Estrela do Indaiá à execução de sentença
promovida por Marina Morais Campos e Dirce Morais Pinto, para determinar o
seguinte: “- O total da indenização é de 300 salários mínimos, pelo valor vigente
quando da citação. - A parcela será corrigida e acrescida de juros a partir do evento
danoso. A verba de patrocínio é de 15% sobre o valor da condenação, após
corrigida e acrescida de juros a partir do evento danoso”.
O recorrente sustentou que “os juros de mora e a correção monetária não são
alcançados pela estabilização da coisa julgada”; que a definição sobre os índices de
juros de mora e correção monetária constitui matéria de ordem pública, podendo ser
analisada de ofício e em qualquer grau de jurisdição; e que deve determinada a
incidência dos índices de remuneração básica (TR) a título de correção monetária, e
de juros de mora aplicáveis à caderneta de poupança, nos termos do artigo 1º-F da
lei 9.494/97, com a redação dada pela lei 11.960/09;
No julgamento em questão, o culto relator acatou o entendimento do
cabimento do apelo, e, no mérito, pelo não conhecimento aduzindo sinteticamente
que há inovação recursal tendo em vista a impossibilidade da modificação dos
consectários aplicados.
Confira-se o seguinte inserto do acordão discutido: (..) Por outro lado, assiste
razão às apeladas quanto à preliminar de inovação recursal. Isso porque o Município
não questionou os índices aplicáveis a título de juros e correção monetária, nos
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embargos à execução, trazendo a insurgência apenas em fase recursal. Na verdade,


o ente municipal limitou-se a discutir se seria aplicável à condenação o
salário mínimo vigente à época dos fatos ou aquele vigente à época da
execução da sentença. (..).
Assim, a discussão travada gira em torno da possibilidade de modificação dos
juros de mora, e, correção monetária após o transito em julgado por se tratar de
matérias de ordem pública visto que a recorrente é fazenda pública municipal.
VI- DA OFENSA À LEI FEDERAL,
MÉRITO – VIOLACÃO AO (ART. 1°-F, DA L EI N° 9.494/97, COM REDAÇÃO
DADA PELO ART. 5° DA LEI N° 11.960/09).
Confira-se o seguinte inserto do acordão guerreado: (..) Por outro lado,
assiste razão às apeladas quanto à preliminar de inovação recursal. Isso porque o
Município não questionou os índices aplicáveis a título de juros e correção monetária,
nos embargos à execução, trazendo a insurgência apenas em fase recursal. Na
verdade, o ente municipal limitou-se a discutir se seria aplicável à
condenação o salário mínimo vigente à época dos fatos ou aquele vigente
à época da execução da sentença. (..).
Destarte, a alteração dos índices de juros de mora e correção monetária
envolvem matéria de ordem pública, que pode ser analisada de ofício e em qualquer
grau de jurisdição, sem que isso implique em reformatio in pejus.
Frise que o art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº
11.960, de 30/06/2009, passou a ter a seguinte redação:
Art. 1º-F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública,
independentemente de sua natureza e para fins de
atualização monetária, remuneração do capital e
compensação da mora, haverá a incidência uma única
vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de

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remuneração básica e juros aplicados à caderneta de


poupança.
Na conclusão do julgamento da Questão de Ordem na ADI 4425/DF, relatada
pelo Min. AYRES BRITTO e tendo como Relator p/ Acórdão o Min. LUIZ FUX, cujo
julgamento foi concluído em 25/03/2015, o Tribunal Pleno do STF declarou por
arrastamento a inconstitucionalidade do art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97: (iii) afastar a
expressão "índice oficial de remuneração da caderneta de poupança", quanto à
atualização monetária dos créditos em precatórios, contido no §12 do art. 100 da CF,
por manifesta violação ao direito de propriedade (CF, art. 5º, XXII) e ao postulado
proporcionalidade, extraível da garantia do devido processo legal substantivo (CF,
art. 5º, LIV), inegáveis limites materiais ao poder de reforma da Constituição (CF,
art. 60, §4º, IV); (iv) afastar, por arrastamento, a mesma expressão ("índice oficial
de remuneração da caderneta de poupança") contida no art. 1º-F da Lei nº
9.494/97, com redação pelo art. 5º da Lei nº 11.960/2009; (grifei)
Conclui-se, assim, que o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a
expressão "índice oficial de remuneração da caderneta de poupança" constante do
art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97, com redação dada pela Lei nº 11.960/09, para fins de
correção monetária, admitindo somente a incidência dos juros aplicados à poupança,
para fins de compensação da mora.
Ao proceder ao desmembramento do art. 1º-F, indicando que somente a
expressão "índice oficial de remuneração da caderneta de poupança" (TR) será
considerada inconstitucional, pois não se presta a corrigir o valor histórico da moeda,
o Supremo Tribunal Federal dividiu os índices da poupança e delimitou que a TR
corresponde à correção monetária e os juros da caderneta de poupança
correspondem aos juros de mora.
Inobstante a decisão do STF considerando a inconstitucionalidade do art. 1º-
F, da Lei nº 9.494/97, de acordo com alterações introduzidas pela Lei nº
11.960/2009, ao concluir o julgamento da Questão de Ordem na ADI 4425/DF,
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aquela Corte modulou os efeitos da sua decisão, decidindo que a TR poderá ser
utilizada como fator de correção monetária no período de 30/06/2009, data de
entrada em vigor da Lei nº 9.494/97, até 25/03/2015.
A partir de 26/03/2015 determinou a aplicação dos juros da caderneta de
poupança como juros moratórios e o IPCA-E como índice de correção monetária.
Tendo em vista que o art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97, com redação dada pela
Lei nº 11.960/2009, possui aplicação imediata (STJ, EREsp 1207197/RS, Rel. Ministro
CASTRO MEIRA, Corte Especial, DJe 02/08/2011) e que a citação é o meio pelo qual
se constitui o devedor em mora, os juros moratórios somente podem incidir a partir
dessa data. Por conseguinte, como o STF desmembrou o art. 1º-F, delimitando que a
TR corresponde à correção monetária e os juros da caderneta de poupança
correspondem aos juros de mora, antes da citação somente incidirá a correção
monetária pela TR.
Após a citação incidem os índices da caderneta de poupança, na forma do art.
1º-F, da Lei nº 9.494/97, até 25/03/2015, quando se passa a aplicar os juros da
caderneta de poupança como juros moratórios e o IPCA-E como índice de correção
monetária.
Não por menos, este Tribunal da Cidadania possui o seguinte entendimento:
(..) O Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade parcial por
arrastamento do art. 5º da Lei n. 11.960/09, no julgamento da ADI
4357/DF, Rel. Min. Ayres Britto, em 14.3.2013. 2. A Primeira Seção, por
unanimidade, na ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo
1.270.439/PR, assentou que, nas condenações impostas à Fazenda Pública
de natureza não tributária, os juros moratórios devem ser calculados com
base no índice oficial de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de
poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com redação da Lei
n. 11.960/09; (AgRg no REsp 1.422.349/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 4/2/2014, DJe 10/2/2014). (grifei);
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Não se pode perder de vista ainda, o RESP. 1495146, JULGADO SOB

O RITO DOS RECURSOS REPETITIVOS que irremediavelmente foi


desconsiderado no julgamento proferido o que autoriza o manejo da presente
insurgência recursal.
Assim, também resta cabalmente evidenciada a violação ao disposto do art.
1º-F, da Lei nº 9.494/97.
VII- DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL;
De se dizer que o acordão guerreado de forma categórica: registro, ainda,
que no título executivo judicial houve disposição acerca dos juros de mora e da
correção monetária, razão pela qual não procede a alegação no sentido de que a
suposta omissão quanto aos critérios de juros e de correção caracterizaria matéria
de ordem pública. (..).
Desta feita, é pacífico o entendimento firmado neste Tribunal Superior de que
a aplicação de correção monetária e juros de mora são matérias de ordem pública,
podendo ser conhecidas de ofício e tampouco conduz à interpretação de ocorrência
de preclusão consumativa, porquanto tais institutos são meros consectários legais.
Nesse sentido, seguem os precedentes da referida Corte Superior de Justiça:
"ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. JUROS
MORATÓRIOS. ALTERAÇÃO. CONSECTÁRIO LEGAL. NÃO CONFIGURAÇÃO
DE REFORMATIO IN PEJUS.1. Os juros de mora são consectários legais da
condenação principal e possuem natureza eminentemente processual,
razão pela qual as alterações do art. 1º-F da Lei 9.494/97, introduzidas
pela Medida Provisória n. 2.180-35/2001 e pela Lei 11.960/09, têm
aplicação imediata aos processos em curso, com base no princípio tempus
regit actum. (Confira-se: REsp 1205946/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
CORTE ESPECIAL, julgado em 19/10/2011, DJe 02/02/2012, representativo de
controvérsia, submetido ao regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ). 2.

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Consoante já decidido por esta Corte, não há falar em reformatio in pejus quando o
Tribunal altera tão somente os consectários legais, por integrarem o pedido de forma
implícita, justamente por serem matéria de ordem pública, cognoscível de ofício. (A
respeito: AgRg no AREsp 324.626/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, DJe 28/06/2013).3. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl nos EDcl no
Ag 1074207/RS, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA
CONVOCADA DO TJ/PE), SEXTA TURMA, DJe 04/09/2013).
 "PROCESSUAL CIVIL. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ART. 1º-F DA LEI N.
9.494/97 COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.960/09. DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO (ADIN 4.357/DF).
QUESTÃO DECIDIDA SOB O RITO DO ART. 543-C DO CPC. TRÂNSITO EM JULGADO.
DESNECESSIDADE. JULGAMENTO DE ADI NO STF. SOBRESTAMENTO.
INDEFERIMENTO.1. O Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade
parcial por arrastamento do art. 5º da Lei n. 11.960/09, no julgamento da
ADI 4357/DF, Rel. Min. Ayres Britto, em 14.3.2013. 2. A Primeira Seção,
por unanimidade, na ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo
1.270.439/PR, assentou que, nas condenações impostas à Fazenda Pública
de natureza não tributária, os juros moratórios devem ser calculados com
base no índice oficial de remuneração básica e juros aplicados à caderneta
de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com
redação da Lei n. 11.960/09. Já a correção monetária, por força da declaração
de inconstitucionalidade parcial do art. 5º da Lei n. 11.960/09, deverá ser calculada
com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período. 3. A
pendência de julgamento no STF de ação em que se discute a constitucionalidade de
lei não enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam no STJ. Cabível o exame
de tal pretensão somente em eventual juízo de admissibilidade de Recurso
Extraordinário interposto nesta Corte Superior. 4. A jurisprudência do STJ assenta-se
no sentido de que, para fins de aplicação do art. 543-C do CPC, é desnecessário que
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o recurso especial representativo de matéria repetitiva tenha transitado em


julgado.5. Não há falar em afronta ao artigo 97 da Constituição Federal, pois o art.
5º da Lei n. 11.960/09 já teve a inconstitucionalidade parcialmente reconhecida pelo
STF, não cabendo novo reconhecimento da inconstitucionalidade por esta Corte.
Ademais, nos termos em que foi editada a Súmula Vinculante 10 do STF, a violação à
cláusula de reserva de plenário só ocorre quando a decisão, embora sem explicitar,
afasta a incidência da norma ordinária pertinente à lide, para decidi-la sob critérios
diversos alegadamente extraídos da Constituição. 6. A correção monetária e os juros
de mora, como consectários legais da condenação principal, possuem natureza de
ordem pública e podem ser analisados até mesmo de ofício, bastando que a matéria
tenha sido debatida na Corte de origem. Logo, não há falar em reformatio in
pejus.Agravo regimental improvido."(AgRg no REsp 1.422.349/SP, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 4/2/2014, DJe 10/2/2014).
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO NCPC.
AÇÃO INDENIZATÓRIA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. OMISSÃO,
CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU ERRO MATERIAL NÃO DEMONSTRADOS.
VIOLAÇÃO DOS ARTS. 1.022 E 489, § 1º, DO NCPC. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL E FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO NÃO CONFIGURADAS.
JUROS MORATÓRIOS E CORREÇÃO MONETÁRIA. ALTERAÇÃO DO TERMO
INICIAL. POSSIBILIDADE. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. AGRAVO INTERNO NÃO
PROVIDO. 1. Aplica-se o NCPC a este julgamento ante os termos do Enunciado
Administrativo nº 3, aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos
recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a
partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade
recursal na forma do novo CPC. 2. Inexistentes as hipóteses do art. 1.022, II, do
NCPC (art. 535 do CPC/1973), não merecem acolhimento os embargos de declaração
que têm nítido caráter infringente. 3. Os embargos de declaração não se prestam à
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manifestação de inconformismo ou à rediscussão do julgado. 4. Não há falar em


violação dos arts. 489 e 1.022 do NCPC quando a decisão está clara e
suficientemente fundamentada, resolvendo integralmente a controvérsia 5. A
jurisprudência desta Corte é no sentido de que a correção monetária e os
juros de mora tem natureza de ordem pública podendo ser analisados de
ofício, de modo que sua aplicação ou alteração, bem como a modificação
de seu termo inicial, não configura julgamento extra petita nem reformatio
in pejus. 6. Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp 1698089/SP, Rel. Ministro
MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/08/2021, DJe 18/08/2021)
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL.OFENSA AOS ARTS. 458 E 535 DO CPC/1973 NÃO CONFIGURADA.
EXECUÇÃO DE SENTENÇA. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. MATÉRIA
DE ORDEM PÚBLICA. NATUREZA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA AOS
PROCESSOS EM CURSO. AUSÊNCIA DE PRECLUSÃO OU COISA JULGADA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DISTRIBUIÇÃO DA SUCUMBÊNCIA. REEXAME DO
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 7 DO STJ.1. Inexiste a alegada violação dos arts. 458 e 535 do CPC/1973,
visto que a Corte de origem julgou integralmente a lide e solucionou, de maneira
clara e amplamente fundamentada, a controvérsia, em conformidade com o que lhe
foi apresentado, não podendo o acórdão ser considerado nulo tão somente porque
contrário aos interesses da parte.2. De acordo com a jurisprudência do STJ no
sentido de que, "a aplicação de juros e correção monetária pode ser alegada
na instância ordinária a qualquer tempo, podendo, inclusive, ser conhecida
de ofício. A decisão nesse sentido não caracteriza julgamento extra petita,
tampouco conduz à interpretação de ocorrência de preclusão consumativa,
porquanto tais institutos são meros consectários legais da condenação"
(AgInt no REsp 1353317/RS, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, DJe
9/8/2017). 3. Ademais, consoante jurisprudência do STJ, não viola a coisa julgada
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pedido formulado na fase executiva que não pôde ser suscitado no processo de
conhecimento, porquanto decorrente de fatos e normas supervenientes "à última
oportunidade de alegação da objeção de defesa na fase cognitiva, marco temporal
que pode coincidir com a data da prolação da sentença, o exaurimento da instância
ordinária ou mesmo o trânsito em julgado, conforme o caso" (REsp 1.235.513/AL,
Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção, DJe de 20.8.2012. submetido ao Regime dos
Recursos Repetitivos).4. E ainda, "é possível a revisão do capítulo dos
consectários legais fixados no título judicial, em fase de liquidação ou
cumprimento de sentença, em virtude da alteração operada pela lei nova"
(REsp 1.111.117/PR e REsp 1.111.119/PR, Rel. p/ Acórdão Ministro Mauro
Campbell Marques, Corte Especial, DJe 2.9.2010, submetido ao Regime dos
Recursos Repetitivos).5. Quanto à distribuição da verba honorária, o STJ tem
entendimento pacífico de que a aferição do quantitativo em que autor e réu saíram
vencidos na demanda, bem como da existência de sucumbência mínima ou
recíproca, mostra-se inviável em Recurso Especial, tendo em vista a circunstância
obstativa decorrente do disposto na Súmula 7 desta Corte.6. Assinale-se, por fim,
que fica prejudicada a apreciação da divergência jurisprudencial quando a tese
sustentada já foi afastada no exame do Recurso Especial pela alínea "a" do
permissivo constitucional.7. Agravo Interno não provido. (AgInt no AREsp
1810521/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/08/2021, DJe 31/08/2021)
Constata-se, pois, que o entendimento jurisprudencial consolidado neste
Tribunal é o de que a fixação de correção monetária e juros de mora configura
questão de ordem pública e, pois, pode ser analisada de ofício e não encontra
vedação no princípio da proibição da reformatio in pejus.
Saliente-se, por fim, que, não obstante a existência desta jurisprudência
aplicadora do princípio da proibição da reformatio in pejus em se tratando de
modificação dos critérios fixados para os juros de mora e a correção monetária, os
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mais recentes julgados do C. STJ afastam o aludido princípio quando a matéria


abordada é juros de mora e correção monetária, sob o entendimento de que, em
quaisquer dos casos, seja de fixação da condenação ou modificação dos critérios
estabelecidos, os juros de mora e a correção monetária são sempre questão de
ordem pública.
Deveras, apesar da notória divergência jurisprudencial, no caso: AgInt no
REsp 1604962/GO, Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, DJe
19/12/2016); AgRg no AREsp 324.626/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, DJe 28/06/2013).3. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl
nos EDcl no Ag 1074207/RS, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/PE), SEXTA TURMA, DJe
04/09/2013); ."(AgRg no REsp 1.422.349/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 4/2/2014, DJe 10/2/2014); AgInt no AREsp
1698089/SP, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
16/08/2021, DJe 18/08/2021); AgInt no AREsp 1810521/RS, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/08/2021, DJe 31/08/2021);
Em todos os acórdãos paradigmas citados, que os juros de mora, e correção
monetária podem ser modificados mesmo não tendo sido debatidos na origem não
sendo alcançado pela imutabilidade das decisões, ou seja, o trânsito em julgado.
Nesta trilha, segue os insertos de alguns destes entendimentos:
(..) E ainda, "é possível a revisão do capítulo dos consectários legais
fixados no título judicial, em fase de liquidação ou cumprimento de
sentença, em virtude da alteração operada pela lei nova" (REsp
1.111.117/PR e REsp 1.111.119/PR, Rel. p/ Acórdão Ministro Mauro
Campbell Marques, Corte Especial, DJe 2.9.2010, submetido ao Regime dos
Recursos Repetitivos), (....), (AgInt no AREsp 1810521/RS, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/08/2021, DJe 31/08/2021)

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(...) A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a correção monetária


e os juros de mora tem natureza de ordem pública podendo ser analisados
de ofício, de modo que sua aplicação ou alteração, bem como a
modificação de seu termo inicial, não configura julgamento extra petita
nem reformatio in pejus, (..), (AgInt no AREsp 1698089/SP, Rel. Ministro MOURA
RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/08/2021, DJe 18/08/2021).
(..) A correção monetária e os juros de mora, como consectários legais da
condenação principal, possuem natureza de ordem pública e podem ser
analisados até mesmo de ofício, bastando que a matéria tenha sido
debatida na Corte de origem. Logo, não há falar em reformatio in pejus, (..)
.Agravo regimental improvido."(AgRg no REsp 1.422.349/SP, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 4/2/2014, DJe 10/2/2014).
Diante de todo o aqui exposto, entende o recorrente que resta mais que
latente o dissídio jurisprudencial existente. estando plenamente demonstrada a
similitude fática entre o caso dos autos e o acórdão paradigma do superior tribunal
de justiça sendo que a corte superior adotou posicionamento favorável assente ao
inconformismo ora apresentado pela recorrente.
Assim, caracterizado esta para o recorrente a divergência jurisprudencial, ao
menos para mero efeito de juízo de admissibilidade, de modo a oportuniza-se a
apreciação da matéria pela corte a quem compete uniformizar a interpretação das
leis e normas infraconstitucionais emanadas da união federal (CF. art. 105, III, aliena
“C”).
De outro lado, no caso de eventualmente não ter sido demonstrado o dissídio
com a precisão exigida no art. 1.029. § 1°, parágrafo único do código de processo
civil, combinado com o art. 255, § 22, do regimento interno do superior tribunal de
justiça.
Ressalta o recorrente que a divergência jurisprudencial acerca da matéria
objeto da irresignacão é notória, caso em que "pode o relator abrandar as exigências
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para a sua comprovação" (STJ, 1ªSECÃO, ED NO RESP 90.598- RS-AGRG, REL.


MIN. ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO. DJU DE 23-6-97. P. 29.036).
Isso é mais que suficiente para que se tenha trânsito a inconformidade,
mostrando-se desnecessário o exame de admissibilidade com relação às demais
questões suscitadas, devolvidas por inteiro, à apreciação do superior tribunal de
justiça, conforme as súmulas do supremo tribunal federal, verbetes 292 e 528.
VIII-DOS PEDIDOS, (ART. 1.029, III DO CPC)
ANTE O EXPOSTO, demonstrado o cabimento e plena viabilidade do
presente recurso especial, o recorrente requer ao Superior Tribunal de Justiça por
meio da Colenda Turma a quem for distribuído que o presente recurso especial seja
conhecido e provido, integralmente, para o fim de, aplicando o direito federal
cabível, reformar a decisão prolatada no acórdão atacado, nos seguintes termos:
a) No mérito, conhecer e prover o presente recurso especial,
reconhecendo a violação apontada no dispositivos indicado: (art. 1°-F, da L ei n°
9.494/97, com redação dada pelo art. 5° da Lei n° 11.960/09), com o fito de aplicar
os juros de mora, e correção monetária sejam calculados segundo entendimento do
Superior Tribunal de Justiça no RESP. 1495146, JULGADO SOB O RITO DOS
RECURSOS REPETITIVOS, mas, considerando a decisão de suspensão proferida
nos Embargos Declaratórios no Recurso Extraordinário n° 870.947/SE, sendo que
nas condenações da Fazenda Pública deverão incidir, a título de correção monetária,
os índices de remuneração básica (TR), e juros de mora aplicáveis à caderneta de
poupança;
a) Ainda no mérito, conhecer e prover o presente recurso especial para
que seja reconhecido o dissídio jurisprudencial, devidamente demonstrado pelos
julgamentos paradigmas: AgInt no REsp 1604962/GO, Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, DJe 19/12/2016); AgRg no AREsp 324.626/SP, Rel.
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DJe 04/09/2013); ."(AgRg no REsp 1.422.349/SP, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 4/2/2014, DJe 10/2/2014); AgInt no AREsp
1698089/SP, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
16/08/2021, DJe 18/08/2021); AgInt no AREsp 1810521/RS, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/08/2021, DJe 31/08/2021), julgando-
se pelo provimento do recurso de apelação aviado com a possibilidade de
modificação dos juros e correção monetária por se cuidarem de matéria de ordem
pública devendo serem aplicados os consectários em favor da fazenda pública na
forma do pedido anterior;
b) Requer-se a intimação das Recorridas, para que responda, querendo,
no prazo de 15 dias, após esta manifestação de inconformismo ser recebida e
protocolizada na secretaria deste Tribunal de origem (CPC, art. 1.030); findo esse
prazo com ou sem contrarrazões, sejam remetidos incontinenti ao Superior Tribunal
de Justiça, cumpridas as necessárias formalidades legais, para provimento como
medida de inteira justiça;
c) Reitera pela isenção das custas processuais visto que o recorrente é
fazenda pública municipal razão pela qual deixa de juntar o comprovante de preparo
na forma do art. 1.007 do CPC;
Ressalta que, somente assim decidindo, estará essa Corte Superior cumprindo
o mister máximo que lhe foi outorgado pela Constituição Federal, qual seja, o de
efetuar o controle da legalidade dos julgamentos, zelando pela correta aplicação da
legislação federal e sua uniformidade em todo o território nacional.

Nestes termos, pede deferimento.

Estrela do Indaiá/Brasília, 18 de outubro de 2021.

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NESTOR HENRIQUE MENDES


OAB/MG-129.819

MARCELO RIBEIRO MACHADO


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