(contatos: rodrigoc.muller@hotmail.com)
(47)9187-2207 e 3370-4158
1
Prefácio
Percival Puggina
2
Impedidos, por lei, de cambiar de legenda, tornar-se-iam nossos
parlamentares fieis a elas? E elas a seus bem intencionados programas? O
Dr. Rodrigo Carvalho Müller, autor deste livro, foi um dos brasileiros com
visão mais ampla, que perceberam não haver razões para aquela fixação
nacional. O problema era muito maior e mais profundo. A infidelidade
partidária não sintetizava nossos males políticos e não poderia ser o
coração de uma necessária reforma. É dessa reforma, através de uma
série de projetos de emendas à Constituição de 1988, que aqui se trata.
3
O evangelista Lucas cita palavras de Jesus afirmando que fé do
tamanho de um grão de mostarda permitiria arremessar montanhas ao
mar. Pois a maioria de nós, brasileiros, acredita, com fé do tamanho de
uma semente de abacate, que políticos ficha limpa possam produzir
grande bem num sistema ficha suja. A modelagem institucional do país
infelizmente não entra no foco de nossas habituais análises. O cidadão, via
de regra, pensa em nomes, em pessoas, em indivíduos. Quando avança
um pouco mais pensa em ideias, princípios, valores. Mas raramente se
detém a examinar nossas instituições. Por esse motivo, estamos sempre
tentando consertar consequências e desatentos às causas dos problemas.
É como se proclamássemos: "Abaixo as consequências! Longa vida às
causas!"
****
4
A nossa temática institucional, nossa modelagem, para ficar com a
palavra adotada à melhor compreensão destas linhas, tem sido tema de
minhas preocupações e ocupações ao longo dos últimos 30 anos. Talvez
por isso, belo dia, me chega às mãos, por iniciativa do autor, o documento
intitulado "Trinta e três propostas de emendas constitucionais para
alavancar o Brasil".
5
tantos defeitos do molde que, desde a Proclamaçãoda República, vem
desenhando nossa desajeitada e mal costurada alfaiataria institucional.
* http://www.puggina.org
6
Introdução
7
sim uma proposta de reforma prudente que leva em consideração os aspectos
tradicionais do Estado Brasileiro e que observa atentamente as cláusulas
pétreas do artigo 60 da constituição.
Propostas como adoção da pena de morte e prisão perpétua ou abolição
dos governos estaduais, são ideias pueris, pois se chocam com princípios
constitucionais. Nenhuma proposta pode ser levada a sério se não houver uma
rigorosa observação das cláusulas pétreas, a menos que o signatário proponha
uma ruptura institucional ao violar os ditames constitucionais vigentes.
Cabe ainda ressaltar que este livro tem por finalidade apenas apontar
alterações de ordem constitucional. Outras questões que precisam ser revistas
e não sejam de matérias constitucionais terá de ser solucionado através de
norma infraconstitucional, como por exemplo, a quantidade exagerada de
assessores parlamentares.
A divisão deste trabalho se dará em três partes. No primeiro capítulo
serão apresentadas as trinta e três propostas de alterações constitucionais,
com as sugestões de novas redações e suas respectivas justificativas.
O segundo capítulo do trabalho será reservado para a análise sobre o
Sistema de Governo Parlamentarista.
E no último capítulo constatará a proposta de nova redação
constitucional especificando as atribuições, forma de eleição e destituição da
Chefia de Governo e da Chefia de Estado, em decorrência da proposta de
adoção do sistema parlamentarista.
Por fim, para aqueles que não têmafinidade com o tema é recomendado
fazer a leitura deste livro acompanhada de uma edição da Constituição.
Boa leitura.
“A probabilidade de fracassarmos na luta não nos deve deter no impulso de combater por
uma causa justa”. Abraham Lincoln.
8
Capítulo 1 - Propostas de Emendas Constitucionais.
Seção I
Organização Política
Redação atual:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Redação sugerida:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo, o Judiciário e a Presidência da República.
Justificativa:
É necessário fazer a devida separação entre Estado e Governo. O
Estado é perene enquanto o Governo é transitório. O Presidente é o Chefe de
Estado (ou o Monarca no caso das monarquias) e tem atribuições distintas das
atribuições do Primeiro-Ministro que é o Chefe de Governo.
O Chefe de Governo é responsável pela nomeação dos demais
ministros e pela administração do governo federal. Ele deve contar com a
aprovação da Câmara dos Deputados para assumir e para permanecer no
cargo. Não possuiu mandato fixo e ode ser destituído a qualquer tempo se for
rejeitado pela maioria. É a figura política mais poderosa do país.
O Chefe de Estado é o comandante supremo das Forças Armadas e das
relações diplomáticas. Deve zelar pelo respeito à Constituição, pela
democracia e pelo aperfeiçoamento das instituições políticas. Se a Câmara dos
Deputados não formar uma maioria estável para apoiar o Primeiro-Ministro o
Presidente deve dissolver o Parlamento e imediatamente convocar novas
eleições. É a figura política mais importante do país.
Com o Sistema Parlamentarista dividem-se as competências e o poder
entre as duas figuras políticas evitando a concentração numa única pessoa.
9
2 - Primeiro-Ministro: Criação do cargo de Chefe de Governo.
Redação atual:
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado
pelos Ministros de Estado.
Redação sugerida:
CAPÍTULO
DO PODER EXECUTIVO
Seção
DO PRIMEIRO-MINISTRO
Justificativa:
Naturalmente com a implantação do Sistema Parlamentarista é
necessária a criação do cargo de Primeiro-Ministro. Na abertura da primeira
sessão legislativa do Parlamento Nacional o Presidente da República indicará
dentre os deputados federais um nome para o cargo de Primeiro-Ministro
levando-se em conta o resultado eleitoral e depois de ouvido as lideranças
políticas. A Câmara dos Deputados deverá em cinco dias aprovar por maioria
absoluta o nome indicado ou apresentar um novo nome aprovado igualmente
por maioria absoluta.
O Primeiro-Ministro poderá ser destituído após moção de censura
proposta por um quarto dos deputados federais, acompanhada
obrigatoriamente de um novo nome, e aprovada pela maioria absoluta da
Câmara dos Deputados.
Enquanto tiver a aprovação da Câmara permanecerá no cargo durante
sucessivas legislaturas, contudo poderá ser destituído a qualquer tempo exceto
nos seis primeiros meses de sua posse e nos últimos seis meses do término da
presente legislatura. Seu substituto será o Ministro da Justiça ou outro Ministro
previamente por ele indicado.
10
3 - Presidente da República: Apenas atribuições deChefe de Estado.
Redação atual:
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado
pelos Ministros de Estado.
Redação sugerida:
CAPÍTULO
DA PRESIDÊNCIA DA REPÚLICA
Seção
DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Justificativa:
Além da criação do cargo de Primeiro-Ministro é ainda necessário fazer
alterações nas atribuições da Presidência da República, que deverão ser
reduzidas, permanecendo apenas as correlatas à função de Chefia de Estado.
O texto do artigo proposto é uma cópia do artigo 98 da Constituição do
Império do Brasil de 1824 no qual são especificadas as características do
Poder Moderador e do Imperador durante o regime monárquico sendo apenas
substituído as expressões Poder Moderador e Imperador por Presidência da
República e Presidente, respectivamente.
Desta forma o Presidente torna-se um árbitro entre os três Poderes
formulados por Montesquieu: Executivo, Legislativo e Judiciário.
O Presidente será eleito por voto direto, de acordo com a regra atual,
contudo não haverá debate entre os candidatos, haja vista que ele deverá ser
eleito por suas qualificações pessoais para representar o Estado e velar pelo
cumprimento da constituição e não para administrar o governo federal.
11
No capítulo 3 deste trabalho foram expostas as propostas de alterações
constitucionais referente ao Presidente e ao Primeiro-Ministro.
Redação atual:
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,
eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito
Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para
que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de
setenta Deputados.
Redação sugerida:
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,
eleitos, pelo sistema distrital puro, em cada Estado, em cada Território e no Distrito
Federal.
Parágrafo Único. Os candidatos concorrerão apenas no distrito eleitoral onde
possuírem domicilio eleitoral e os partidos apresentarão apenas um candidato por
distrito eleitoral.
Justificativa:
12
tem 40 vagas na Assembleia Legislativa de Santa, o Estado deveria ser
dividido em 40 distritos eleitorais para a eleição dos 40 deputados estaduais
onde cada candidato concorreria apenas em um distrito eleitoral e não no
Estado inteiro. O mesmo procedimento seria aplicado nos municípios para a
escolha dos vereadores.
Com o atual sistema durante eleição de 2014 no Estado de Santa
Catarina 124 candidatos disputaram as 16 vagas de deputados federais.
Outros 404 candidatos disputaram as 40 vagas de deputados estaduais1. São
muitos candidatos concorrendo pelo estado inteiro para o eleitor analisar.
O voto distrital facilitaria a tarefa do eleitor de escolher em quem votar,
analisando cuidadosamente as propostas de cada candidato, já que haveria
menos candidatos concorrendo pelo distrito do que atualmente ocorre no
sistema proporcional.
Assim os eleitores estariam mais próximos de seu representante na
Câmara dos Deputados - e também na Assembleia Legislativa e na Câmara de
Vereadores - para cobrá-lo e fiscalizá-lo, já que o político eleito por
determinado distrito eleitoral será um morador da respectiva região.
E somente seriam eleitos os que efetivamente recebessem votos. Nas
eleições de 2010, somente 36 deputados federais foram eleitos com votos
próprios. Os demais foram beneficiados pela regra do quociente eleitoral. Cita-
se o exemplo do Deputado Tiririca, que teve 1,3 milhões de votos e garantiu
uma vaga para mais três candidatos de seu partido2.
O voto corporativo também desapareceria, pois sua base eleitoral é
geograficamente diluída. Mais uma vez ganharia a sociedade, visto que um
deputado não deve defender apenas interesse de um segmento da sociedade.
Na última eleição foram eleitos 35 sindicalistas e 21 líderes religiosos3.
Como a campanha se daria em apenas um distrito eleitoral seu custo
seria em muito reduzido evitando a necessidade de campanhas milionárias e o
possível comprometimento de candidatos com seus financiadores
Conclui-se que haveria uma redução da corrupção, conforme estudo da
cientista política Mirian Golden, da Universidade da Califórnia: “Quando a
campanha eleitoral tem de ser feita em regiões muito grandes e com vários
1
http://www.tre-sc.jus.br/site/eleicoes/eleicoes-2014/resultado-1o-turno/index.html
2
Revista Veja. Edição de 7 de setembro de 2011.
3
Revista Veja. Edição de 7 de setembro de 2011.
13
partidos, os estímulos para obter recursos ilegais são mais fortes do que o
medo das denúncias de adversários”4.
Outra disparidade grotesca a ser corrigida, será a representação do
eleitorado na Câmara dos Deputados, onde um deputado federal eleito por
Roraima representa 21 mil eleitores e em São Paulo representa 280 mil
eleitores. É preciso "acabar com o dispositivo constitucional que determina que
cada estado tenha no mínimo 8 deputados federais e no máximo 70
deputados”.
Como a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,
os distritos serão formados de acordo com o número de eleitores: Um eleitor,
um voto. Cada Deputado Federal deverá ser representante da mesma
quantidade de eleitores. Porém será assegurado que os estados tenham ao
menos um representante na Câmara dos Deputados. O mesmo critério - um
eleitor, um voto - será utilizado para a definição dos distritos eleitorais nas
eleições estaduais e municipais.
Redação atual:
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do
Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
Redação proposta:
Art. 46. O Senado Federal compor-se-á de dois representantes dos Estados e
do Distrito Federal, sendo um oriundo do Poder Executivo Estadual e Distrital e outro
oriundo do Poder Legislativo Estadual e Distrital.
4
Revista Veja. Edição de 7 de setembro de 2011.
14
eleição majoritária. Seu substituto será um Deputado Estadual ou Distrital eleito pela
respectiva Assembleia.
Justificativa:
Tradicionalmente o Brasil utiliza o parlamento bicameral desde sua
independência com a fundação do Império do Brasil e o manteve durante todo
o período republicano.
Os países com organização federativa adotam o parlamento bicameral
com o Senado Federal representando as unidades federativas e com a Câmara
de Deputados representando o povo. Se os Senadores são representantes dos
Estados, compreende-se neste caso, o Poder Executivo e o Poder Legislativo
do respectivo Estado, que são diretamente eleitos pelo povo.
Na atual legislação brasileira os eleitores elegem diretamente senadores
e deputados. Neste caso podem-se eleger senadores de partidos opostos e
adversários do governador eleito e assim não haver nenhuma representação
positiva e benéfica ao estado de origem devido a falta de sintonia entre
governador e senadores. A presente proposta pretende corrigir e evitar esta
possibilidade fazendo com que senadores sejam efetivamente representantes
dos Estados e que ao menos um senador esteja em consonância com o
governado estadual já que comporão a mesma chapa.
Outra grande vantagem desta proposta é a eliminação de despesas nas
campanhas para Senadores.
.
6 - Extinção do carreirismo político.
Redação atual:
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se
compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Redação proposta:
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Parlamento Nacional, que se
compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
15
§ 2º - Não haverá reeleição nem será permitido concorrer a qualquer cargo
eletivo nos três níveis de governo na legislatura subsequente ao término do atual
mandato.
Justificativa:
A alternância do poder é um dos fundamentos da democracia. Portanto
é imprescindível acabar definitivamente com a profissão de político por meio da
extinção do instituto da reeleição. É comum casos de políticos eternizados no
poder. Isso impede renovação dos quadros, a inovação de ideias e facilita
sobremaneira a corrupção.
Mas não basta impedira reeleição para acabar com o carreirismo
político: É necessário impedir também o exercício ininterrupto de qualquer
mandato político eletivo no Executivo e no Legislativo nas três esferas de
governo. Se não houver essa disposição constitucional poderíamos ver
políticos exercendo um mandato de vereador, outro mandato de prefeito, outro
de deputado estadual, outro de governador, outro de deputado federal, e assim
sucessivamente. Isto prejudica a democracia.
O candidato deve exercer um único mandato e voltar a sua profissão de
origem, exercer um cargo de autoridade política numa legislatura e na
legislatura subsequente voltar a ser um cidadão comum. Não devemos permitir
que exista a possiblidade de alguém se eternizar na politica.
Ainda verifica-se a necessidade que todas as eleições ocorram na
mesma data, para que as eleições municipais não sejam influenciadas pelas
eleições estaduais e federais, além da economia de recursos públicos com os
gastos na realização de outro pleito.
Redação proposta:
Art. 44. [...]
§ 3º - Para concorrera eleição para a Câmara dos Deputados é necessário que
na eleição anterior o respectivo partido tenha atingido o mínimo de 5% dos votos
válidos distribuídos em pelo menos nove estados, incluídos nesse montante o total dos
votos para os Poderes Legislativo e Executivo nos três níveis de governo.
16
Justificativa:
A intenção da proposta não é limitar a criação de partidos, extinguir ou
dificultar a atuação dos partidos pequenos, mas sim exigir que na Câmara dos
Deputados apenas participe partidos com uma sólida representatividade.
O Primeiro-Ministro saíra dos quadros da Câmara e é preciso que haja
um mínimo de estabilidade para o consenso na escolha do nome e sua
manutenção ou numa eventual destituição.
Os partidos políticos terão quatro anos - o período de uma legislatura –
para promover suas ideias e angariar votos e apoio dos eleitores para então na
eleição seguinte conquistar o direito de lançar candidatos à Câmara dos
Deputados.
O TSE ficará responsável pela apuração deste percentual e pela
autorização do lançamento de candidatos à Câmara dos Deputados na eleição
subsequente quando o partido politico atingir tal percentual de votos.
Justificativa:
Todo ato público deve ser de conhecimento público, desde a escolha de
embaixadores a destituição de Primeiros-Ministros. É de interesse e é um
direito do eleitor saber como votam o deputado federal, o deputado estadual e
o vereador de seu distrito e os senadores de seu Estado.
Democracia também pressupõe transparência no trato da coisa pública.
Em todas as deliberações legislativas, o processo se dará de forma
ostensiva a fim de que o eleitorado possa avaliar como cada envolvido no pleito
votou.
Sigilo é pertinente apenas em situações que comprometam a segurança
nacional ou de seus agentes, como em caso de guerra ou questões pontuais,
como as relacionadas à Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), por exemplo.
Redação atual:
A) Art. 14. [...]
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
17
[...]
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Redação proposta:
Justificativa:
É extremamente salutar o interesse da juventude pelos assuntos
políticos do país, contudo a responsabilidade por decisões que afetarão a vida
de todos deve estar alicerçada numa sólida experiência além do respaldo nas
urnas. Entre os vinte e trintas anos a maioria dos jovens ainda estão
empenhados em consolidar uma carreira profissional.
Portanto a idade mínima para concorrer a uma vaga na Câmara dos
Deputados passa a ser de vinte e cinco anos e para ser empossado Ministro de
Estado trinta e cinco anos.
Os Estados decidirão quanto as idades mínimas de seus agentes
políticos, assim como os municípios, observadas as constituições estaduais.
Redação atual:
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
[...]
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
18
Redação proposta:
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os que não possuírem diploma de
conclusão do Ensino Médio ou equivalente.
Justificativa:
Seção II
Participação Popular
11 - Voto facultativo para maiores de 16 anos.
5
http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Resultados/noticia/2014/05/quer-ser-presidente.html
6
http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2014/07/maioria-dos-eleitores-tem-ensino-fundamental-
incompleto-diz-tse
19
Redação atual:
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
[...]
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
Redação proposta:
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
[...]
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - Revogado.
Justificativa:
O cidadão deve ser estimulado a participar da atividade pública, mas
não obrigado em virtude da lei. Tal obrigação se constitui mais num fardo que
não num direito.
Considera-se a idade mínima de dezesseis anos porque a lei já
estabelece o voto facultativo aos maiores de dezesseis anos.
Redação atual:
Art. 61. [...]
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles.
Redação proposta:
Art. 61
[...]
20
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos
por cento dos eleitores de cada um deles.
§ 3º A Câmara dos Deputados disponibilizará em seu sítio na internet espaço
para a proposição de projetos de iniciativa popular e espaço para a subscrição por
parte do povo dos projetos propostos.
§ 4º Para propor projeto de lei de iniciativa popular o cidadão deverá registrar
seu projeto no site e enviar o formulário específico digitalizado com sua assinatura
reconhecida em cartório. Para subscrever projeto o procedimento será o mesmo citado
anteriormente.
§ 5º Os projetos de iniciativa popular ficarão expostos no site da Câmara dos
Deputados pelo período de quatro anos. Assim que determinada proposição atingir o
percentual exigido no parágrafo 2º o projeto seguirá o tramite ordinário do processo
legislativo. Se não atingir o percentual exigido nos quatro anos o projeto será retirado
do site.
Justificativa:
Seção III
Composição dos Conselhos
21
13 - Conselho da República
Redação atual:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade,
sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal
e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a
recondução.
Redação proposta:
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente
da República, e dele participam:
I - o Primeiro-Ministro;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade,
sendo nomeados pelo Presidente da República, todos com mandato de três anos,
vedada a recondução.
VII - o Ministro das Relações Exteriores
VIII - o Ministro do Planejamento
IX - o Ministro da Defesa
X - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
XI - o Diretor da ABIN
XII - o Diretor da DPF
XIII - o Presidente do STF
XIV - o Presidente do STJ
XV - o Promotor-Geral da União
22
XVI - o Promotor-Geral de Justiça (alternadamente, um por Estado, em ordem
alfabética pelo nome do Estado, para mandato de três anos, vedada a recondução)
Justificativa:
A proposta é ampliar as vagas do conselho para contemplar
equilibradamente representantes de todos os Poderes do Estado - Executivo,
Legislativo, Judiciário e a Presidência, considerando a adoção do
Parlamentarismo - e acrescentar dirigentes de outras instituições essenciais na
organização do Estado Brasileiro e no fortalecimento da democracia: Ministério
Público, Forças Armadas, ABIN e Polícia Federal. E com isso equilibrar o
número de integrantes entre servidores de carreira, políticos e cidadãos
nomeados pelo Presidente.
E com a adoção do Parlamentarismo o Primeiro-ministro passa também
a ter competência para convocar o conselho. Os membros do conselho reunido
o número de dois terços podem convocar a reunião. Em ambos os casos cabe
ao Presidente da República a presidência da reunião. Essas modificações
constarão em lei específica, conforme com o atual parágrafo 2º do artigo 90.
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Redação proposta:
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da
República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado
democrático, e dele participam como membros natos:
I - o Primeiro-Ministro;
23
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa;
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
IX - Diretor da Agência Brasileira de Inteligência.
X - Diretor do Departamento de Polícia Federal.
Justificativa:
É imprescindível a participação dos diretores da Agência Brasileira de
Inteligência - ABIN - e do Departamento de Polícia Federal - DPF - no
Conselho de Defesa Nacional. São duas instituições essenciais para a
produção de dados que irão subsidiar as decisões políticas, sobretudo quando
se fizer necessário a convocação para reunião do conselho.
E com a adoção do Parlamentarismo o Primeiro-ministro passa também
a ter competência para convocar o conselho. Os membros do conselho reunido
o número de dois terços podem convocar a reunião. Em ambos os casos cabe
ao Presidente da República a presidência da reunião. Essas modificações
constarão em lei específica, conforme com o atual parágrafo 2º do artigo 91.
Seção IV
Pacto Federativo: Estados e Municípios
Redação atual:
24
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da
Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele
estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os
arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Redação proposta:
Justificativa:
É consenso a necessidade de se reformular o pacto federativo no Brasil.
Se logo após a independência de Portugal o governo monárquico brasileiro
teve necessidade de exercer uma forte centralização administrativa e política
hoje devemos percorrer o caminho inverso.
A União concentra grande percentual da arrecadação tributária e a
consequente responsabilidade de executar e financiar obras e projetos por todo
o país. A república herdou do Império um país unificado, um território com
dimensões continentais e com fronteiras definidas. Portanto, hoje, com a quinta
maior população do mundo e um território gigantesco, não existe mais
necessidade desta concentração de poder no governo central.
Os entes federados devem ter maior autonomia frente à União para
formular políticas de seus interesses de acordo com as características e
necessidade de cada região. Para isso é primordial rever a partilha de recursos
públicos e respectivas obrigações da união, estados, distrito federal e
municípios. Pacto federativo pressupõe divisão adequada dos tributos.
25
A questão da reforma tributária e partilha dos recursos a fim de
promover o pacto federativo com maior autonomia dos entes federados será
proposta neste trabalho na proposta de número 31.
Neste tópico a proposta é permitir que os estados definam o número dos
seus deputados, o valor do subsídio de seus agentes políticos, ou se haverá
subsídio, condições de elegibilidade, todavia em consonância com a CRFB/88.
Redação atual:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição,
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
[...]
26
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
[...]
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único.
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil)
habitantes;
[...]
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com
população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita
com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
27
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
Nova redação:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição,
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
Justificativa:
O número de vereadores, o valor do subsídio, ou se haverá subsídio, a
despesa e os investimentos do município são matérias de competência de lei
municipal. Portanto estas questões de interesse municipal serão debatidas e
aprovadas pela Câmara de Vereadores, desde que estejam em consonância
com a constituição estadual. A Constituição Federal não deve interferir na
estrutura politica-administrativa dos municípios.
28
A reforma tributária e partilha dos recursos mencionados na proposta
de número 31 também contempla municípios para permitir maior autonomia
destes em relação aos Estados e a União.
SEÇÃO V
Poder Judiciário
Redação atual:
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais
dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do
Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber
jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Redação proposta:
Justificativa:
O acesso ao cargo de desembargo é uma promoção, uma progressão
na carreira do juiz que ingressou na carreira da magistratura por meio de
concurso público. Desta maneira a única forma de acesso aos Tribunais de
Justiça dos Estados, do Distrito Federal e Territórios será pela progressão na
carreira da magistratura.
Para contestar argumentos em favor da manutenção deste instituto como,
por exemplo, "para que os tribunais tenham uma constituição arejada e em prol
da sociedade" ou "colaborar para um julgamento mais democrático" basta a
lembrança de que a República Federativa do Brasil se constitui em Estado
Democrático de Direito. Portanto, os tribunais não são formados por
magistrados nomeados por um rei absolutista ou por um presidente ditatorial,
mas sim por cidadãos que foram aprovados em concurso público de provas e
29
títulos e que foram promovidos em suas carreiras de acordo com critérios
legais previamente estabelecidos.
Não devemos permitir interferência política e tráfico de influência na
composição dos membros dos tribunais. Reformar o atual instituto não é
suficiente. É necessária a extinção. Fazer eleição direta por advogados e
promotores para escolher um nome para ocupar a vaga do quinto
constitucional não é menos prejudicial e deve ser descartada a essa ideia. Não
devemos permitir verdadeiras campanhas políticas entre advogados e
promotores para integrar os tribunais.
Já contamos com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que é uma
instituição pública que visa aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário
brasileiro, principalmente no que diz respeito ao controle e à transparência
administrativa e processual”7.
Dos quinze membros que compõe o CNJ dois são advogados, dois são
cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada e dois são membros do
Ministério Público, ou seja, quarenta por cento dos membros do órgão que
controla e fiscaliza a magistratura no país é formada por profissionais de fora
da magistratura.
Redação atual:
Redação proposta:
7
http://www.cnj.jus.br/sobre-o-cnj/quem-somos-visitas-e-contatos
30
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão empossados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal.
Justificativa:
É vital livrar o Supremo Tribunal Federal da influência direta do Poder
Executivo e reforçar a independência entre os Poderes do Estado. A
constituição confere ao Presidente uma liberdade muita elástica quanto a
nomeação dos Ministros do STF ao estabelecer critérios subjetivos
como notável saber jurídico e reputação ilibada.
Há neste caso duas grandes falhas no sistema de escolha dos Ministros:
a) A escolha monocrática pelo Presidente; b) Os critérios extremamente
subjetivos na escolha.
Ao retirar do Presidente a prerrogativa de escolha unipessoal dos
Ministros do STF evitamos a possibilidade de se criar vínculos escusos entre
os Poderes do Estado. E com Ministros oriundos do STJ reforçamos a
independência e isenção do STF por se tratar de servidores de carreira
concursados apartados da política partidária, afinal estes julgarão atos dos
demais Poderes do Estado à luz da constituição.
Com isso também garantimos a excelência técnica da composição do
STF, pois os Ministros serão juristas com uma longa e destacada carreira na
magistratura, escolhidos por seus pares em virtude de suas qualificações
pessoais e profissionais.
Devido a importância do Supremo Tribunal Federal - última instância do
Poder Judiciário e tribunal constitucional - o nome escolhido pelo STJ será
submetido a aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. Uma decisão
colegiada do Senado para ratificar a decisão colegiada do STJ.
Embora seja um cargo vitalício, os Ministros do STF deverão ser
aposentados compulsoriamente quando completarem oito anos de atividade –
caso não tenham atingido a idade máxima para a aposentadoria compulsória -
a fim de garantir a salutar renovação do tribunal.
Redação atual:
31
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três
Ministros.
Redação proposta:
Justificativa:
Com o fim do quinto constitucional não há mais vagas para advogados e
promotores no Superior Tribunal de Justiça. Da mesma forma como que
ocorrerá no Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça será
composto por Ministros oriundos da magistratura de carreira.
Redação atual:
32
Redação proposta:
Justificativa:
Com o fim do quinto constitucional não há mais vagas para advogados e
promotores nos Tribunais Regionais Federais. Da mesma forma como que
ocorrerá no Supremo Tribunal Federal, os Tribunais Regionais Federais serão
compostos por magistrados oriundos da magistratura de carreira.
Redação atual:
Redação proposta:
Justificativa:
Com o fim do quinto constitucional não há mais vagas para advogados e
promotores no Tribunal Superior do Trabalho. Da mesma forma como que
ocorrerá no Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior do Trabalho será
composto por Ministros oriundos da magistratura de carreira. Cada um dos
vinte e quatro Tribunais Regionais do Trabalho - TRT – elegerá um de seus
magistrados para compor o Tribunal Superior do Trabalho.
33
22 -Composição dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Redação atual:
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete
juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente
da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos,
sendo:
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de
efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e
merecimento, alternadamente.
Redação proposta:
Justificativa:
Com o fim do quinto constitucional não há mais vagas para advogados e
promotores nos Tribunais Regionais do Trabalho. Da mesma forma como que
ocorrerá no Supremo Tribunal Federal, os Tribunais Regionais do Trabalho
serão compostos por juízes oriundos da magistratura de carreira.
Redação atual:
34
Nova Redação:
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete
membros, escolhidos:
I - mediante eleição:
a) quatro juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) três juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II –Revogado.
Justificativa:
Com o fim do quinto constitucional não há mais vagas para advogados
no Tribunal Superior Eleitoral. Da mesma forma como que ocorrerá no
Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral será composto por
Ministros oriundos da magistratura de carreira.
E o voto passará a ser aberto e não secreto, da mesma forma que as
deliberações legislativas, conforme o item 6 deste capítulo.
Redação atual:
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
Justiça.
35
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente
dentre os desembargadores.
Redação proposta:
Justificativa:
Com o fim do quinto constitucional não há mais vagas para advogados
nos Tribunais Regionais Eleitorais. Da mesma forma como que ocorrerá no
Supremo Tribunal Federal, os Tribunais Regionais Eleitorais serão compostos
por Ministros oriundos da magistratura de carreira.
E o voto passará a ser aberto e não secreto, da mesma forma que as
deliberações legislativas, conforme o item 6 deste capítulo.
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de
dez anos de efetiva atividade profissional;
36
Redação proposta:
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios,
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado
Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais
do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto
mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão eleitos por juízes auditores e por
membros do Ministério Público da Justiça Militar dentre seus pares e empossados pelo
Presidente da República depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal.
Justificativa:
Com o fim do quinto constitucional não há mais vagas para advogados
no Superior Tribunal Militar, da mesma forma como que ocorrerá no Supremo
Tribunal Federal. Os Ministros Civis do Superior Tribunal Militar serão oriundos
da magistratura e promotoria de carreira.
Seção VI
Órgãos de Fiscalização
26 - Tribunal de Contas.
Redação atual:
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede
no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional,
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. .
37
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
[...]
Redação proposta:
Justificativa:
A adoção de concurso público para recrutamento de Ministros do
Tribunal de Contas da União é uma das principais propostas sugeridas neste
trabalho, pois critérios estabelecidos pela constituição para a nomeação dos
Ministros como idoneidade moral e reputação ilibada, notórios conhecimentos
jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública
e mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional
que exija os conhecimentos mencionados, tem sido preteridos por critérios
políticos prejudiciais ao interesse do país.
Em abril de 2014 o Instituto Transparência Brasil divulgou relatório sobre
os 238 conselheiros dos 34 tribunais de contas existentes no país: "A pesquisa
mostra que 60% deles são ex-políticos, 20 % sofrem processos na Justiça ou
foram punidos pela Justiça Eleitoral ou pelos próprios TCs por irregularidades
administrativas e ao menos 15% são parentes de políticos"8.
8
http://www.excelencias.org.br/docs/tribunais_de_contas.pdf
38
A isso se contam as nomeações de pessoas sem capacidade, formação
e experiência para o desempenho da função, como por exemplo, a indicação
de dentista, veterinários entre outros.
O Tribunal de Contas da União tem uma importantíssima missão que
consiste na "fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta 9" e por
isso deve ser composto por Ministros sem vínculos políticos, com experiência
e formação adequadas e isento de processos judiciais e administrativos.
Redação atual:
[...]
Redação proposta:
[...]
9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
39
§ 1º A - O Ministério Público da União tem por chefe o Promotor-Geral da
União eleito pelos subpromotores-gerais da União dentre seus pares, em votação
aberta para um único mandato de quatro anos.
Justificativa:
Para real a independência funcional é preciso que o Procurador-Geral
da República seja escolhido diretamente pelos procuradores dentre seus pares
sem interferência do Presidente da República. Ao Senado Federal caberia a
ratificação da escolha pela maioria absoluta dos senadores.
Os Procuradores-Gerais da República exercerão um único mandato de
quatro anos durante toda a carreira sendo que o mandato iniciará no terceiro
ano do mandato presidencial. Desta forma atuará como chefe do MPU durante
a metade de duas legislaturas.
Ainda cabe uma alteração no que diz respeito a denominação do cargo
dos integrantes e chefe do MPU: Procuradores da República e Procurador-
Geral da República. Como membros do Ministério Público o termo adequado
seria Promotor, pois Procurador é o profissional que defende os interesses de
uma instituição especificamente, como por exemplo, o INSS, o governo
estadual, o governo municipal, uma autarquia, entre outras.
E como forma de harmonizar a designação dos cargos com o nome da
instituição, que é Ministério Público da União, propõe-se a alteração para
Promotores da União e no caso do chefe, Promotor-Geral da União.
40
Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrital adotarão o mesmo
modelo que o Ministério Público da União, substituindo o termo Procurador-
Geral de Justiça por Promotor-Geral de Justiça.
Redação atual:
I - polícia federal;
IV - polícias civis;
[...]
Redação proposta:
[...]
41
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:"
[...]
V - o Diretor Geral da Polícia Federal será eleito por seus pares dentre os
delegados federais com no mínimo dez anos de experiência para um único mandato
de quatro anos, após a aprovação por maioria absoluta do Senado Federal. O
mandato do Diretor Geral iniciará no terceiro ano do mandato presidencial para
coincidir com a metade de duas legislaturas.
Justificativa:
Assim como o Promotor-Geral da União (anterior denominado
Procurador-Geral da República) o Diretor-Geral da Polícia Federal será
escolhido diretamente pelos delegados federais dentre seus pares com no
mínimo dez anos de experiência, sem interferência do Presidente da República
ou do Ministro da Justiça. Ao Senado Federal caberia a ratificação da escolha
pela maioria absoluta dos senadores.
Os Delegados exercerão um único mandato de quatro anos como
Diretor-Geral durante toda a carreira sendo que o mandato iniciará no terceiro
ano do mandato presidencial. Desta forma o Diretor-Geral atuará neste cargo
durante a metade de duas legislaturas.
Redação atual:
I - polícia federal;
IV - polícias civis;
42
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
43
Redação proposta:
I - polícia federal;
44
§ 5º - As polícias estaduais e corpos de bombeiros estaduais subordinam-se,
aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
Justificativa:
Unificação, ciclo completo e desmilitarização são temas recorrentes em
discussão quando o assunto trata das duas polícias estaduais.
No Brasil as policiais estaduais lidam com a maior parte do código penal
e atuam isoladamente e de forma desconectada. Não se pode apontar de
quem é a falha no atual quadro negativo em que se encontra a segurança
pública: A Polícia Civil que é ineficiente na investigação ou a Polícia Militar que
é ineficiente no patrulhamento uniformizado preventivo?
É preciso unificar os comandos e traçar novas estratégias a fim de
melhorar os vergonhosos índices de violência e criminalidade em todo o país.
Outro importante ganho com a unificação das duas instituições policiais
é com a significativa redução de custos. Atualmente os Estados precisam
manter duas estruturas dispendiosas. A centralização da administração, da
logística, das edificações, veículos e servidores, significaria redução de gastos.
45
A questão da desmilitarização parece-me mais ideológica que técnica.
Muitos defendem a desmilitarização, pois ainda associam a Polícia Militar ao
período ditatorial de 1964 e alegam que o sistema militarizado das Polícias
Militares enseja truculência, violência e desrespeito aos Direitos Humanos.
Creio que o regime civil seja mais condizente com a filosofia de
policiamento moderno focado na proteção do cidadão e respeito absoluto ao
ser humano que o regime militar que se baseia, sobretudo, na conquista e
manutenção de poder e espaço.
Porém é preciso lembrar que as polícias civis também podem ser
truculentas e violentas, basta lembrar-nos do Departamento de Polícia de New
York antes da reforma do Prefeito Giuliani.
Da mesma forma não significa que uma tropa militarizada, vinculada a
um rigoroso código de conduta, esteja imune a insubordinação corrupção e a
prática de crimes diversos, como muitos exemplos podem confirmar tal
afirmação.
Assim a proposta opta pela incorporação da Polícia Civil pela Polícia
Militar por uma questão prática e lógica: A Polícia Civil é bem menor. Portanto,
mais fácil seria a adaptação.
Mesmo mantendo a organização militar, deve ser suprimida a expressão
força reserva e auxiliar do Exército visto que a função precípua das Polícias
Militares é a atividade policial, de natureza civil. A força reserva das Forças
Armadas é composta por militares de carreira inativos - R1 - e os militares
reservistas do serviço militar obrigatório - R2 ou reserva não remunerada.
Ambos receberam treinamento adequado e específico para tais atividades.
E de acordo com o espírito federativo deste trabalho, passados oito anos
de melhorias e adaptações pelas Secretarias de Segurança Públicas dos
Estados, caberá aos próprios Estados decidirem qual seria o modelo adequado
para cada unidade federativa.
Ainda se propõe que todas as forças policiais brasileiras e os corpos de
bombeiros estaduais estivessem vinculados às mesmas restrições impostas a
magistrados e promotores - o direito de greve, a sindicalização e a filiação
política durante a ativa - devido a complexidade e importância das funções
desempenhada pelos profissionais da área de segurança pública.
46
30 - Controle das Ouvidorias de polícias pelo Ministério Público.
Redação atual:
[...]
Redação proposta:
VII A – exercer o controle das Ouvidorias de Polícia para receber e apurar toda
e qualquer denúncia contra as instituições policiais e seus agentes e tomar as devidas
providências, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior. Após a
apuração o Ministério Público encaminhará as denúncias às corregedorias internas
das polícias para providências administrativas que sejam pertinentes.
Justificativa:
Quem policia a polícia? Uma instituição armada pelo Estado e legitimada
para o uso da força deve ter controle e fiscalização maiores que as demais
instituições estatais.
47
No Estado Democrático a missão da polícia consiste em prevenir e
apurar infrações criminais de acordo com princípios éticos, técnicos e
legais. Não deve pairar dúvidas sobre a legalidade da atuação policial.
A proposta é fazer com que o Ministério Público seja o primeiro a
receber informação sobre possíveis situações envolvendo policiais: Casos de
prevaricação, ou quaisquer crimes, abuso de autoridade, procedimentos
ilegais, descaso e desleixo no atendimento a população.
É sabido que dói cortar na própria carne e a ideia é evitar que denúncias
feitas às corregedorias sejam engavetadas, seja por descaso, desídia,
interesse em proteger o policial denunciado ou por a denúncia envolver
policiais graduados. Ou ainda, receber a denúncia e concluir a apuração de
forma subjetiva imputando o fato ilegal apenas aos policiais do baixo escalão.
Não se trata de autorizar o Ministério Público a decidir e gerenciar a
atuação policial, mas de coibir atos ilegais através da certeza da punição pelo
fato da isenção das Ouvidorias.
As corregedorias receberão as denúncias após apuração realizada pelas
ouvidorias para verificarem possíveis infrações administrativas e tomarem os
procedimentos cabíveis.
Seção VII
Sistema Tributário
Redação atual:
IV - produtos industrializados;
48
[...]
2) Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos
em lei complementar.
Redação proposta:
Justificativa:
O sistema tributário brasileiro figura entre os piores e mais caros
sistemas tributários do mundo. Para o jornalista e palestrante na área de
política econômica, Carlos Alberto Sardenberg, temos sim o pior sistema
tributário do mundo e um ambiente nada favorável aos negócios, como ele
afirmou durante sua palestra na 45ª Convenção Estadual do Comércio Lojista
realizada no município de Blumenau em maio de 2103: “Temos o pior sistema
49
tributário do mundo, faltam investimentos públicos em infraestrutura e
educação e o ambiente de negócios é comprometedor”10.
Quanto ao sistema tributário considero que esta situação possa ser
atribuída por dois aspectos:
A) alta carga tributária e, principalmente, pelo B) sistema de
arrecadação extremamente complicado.
A carga tributária brasileira cresce a cada ano e já atingiu 35,95% do
Produto Interno Bruto. Isso significa que o brasileiro trabalha mais de quatro
meses por ano apenas para cumprir sua obrigação tributária com o Estado.
Temos a 13º maior carga tributária do mundo11. Excluído o Brasil, a média dos
BRICS é de 18,5% do PIB12. É muito tributo ao se considerar a renda per capita
brasileira e, sobretudo, e o retorno que os contribuintes têm dos tributos pagos
ao Estado. Tributação alemã para serviços públicos brasileiros.
Além do nível da carga tributária temos que lidar com uma
legislação extremamente complexa e absurdamente extensa.
Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT –
divulgado em 2014 revelou que desde a promulgação da CRFB/8813:
10
http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2013/05/25/sardenberg-brasil-tem-o-pior-sistema-tributario-
do-mundo/?topo=67,2,18,,,67
11
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-12/peso-dos-tributos-no-bolso-dos-
brasileiros-chegou-3595-do-pib-em-2013
12
http://www.ibpt.com.br/noticia/1443/Carga-tributaria-brasileira-e-quase-o-dobro-da-media-dos-
BRICS
13
http://www.ibpt.com.br/noticia/1927/Quase-5-milhoes-de-normas-foram-editadas-no-pais-desde-a-
Constituicao-de-88
50
somente para manter pessoal, sistemas e equipamentos no acompanhamento
das modificações da legislação”.
Não se deve esquecer que da mesma forma o poder público tem um alto
custo na manutenção da administração tributária. E os resultados negativos
deste sistema de impostos predominantemente declaratórios que facilitam a
sonegação também se refletem no Poder Judiciário. De acordo com o
Relatório Justiça em Números 2103, produzido pelo Conselho Nacional de
Justiça, os processos de execução fiscal representam 40% do estoque de
processos pendentes e 13% dos casos novos14.
PEC 474/2001
Precisamos urgentemente de um novo sistema tributário, mais ágil,
eficiente e econômico para contribuintes e para a administração pública. Um
sistema que dificulte a corrupção dos agentes públicos e a sonegação dos
contribuintes, que desafogue a justiça e que necessite de menos recursos do
orçamento público.
Tal sistema foi formulado pelo professor e economista doutor Marcos
Cintra. Ele foi eleito deputado federal em 1998 pelo Estado de São Paulo e
apresentou a Proposta de Emenda Constitucional número 474 de 2001 15que
objetivava a criação do Imposto Único Federal - IMF - sobre movimentações e
transações financeiras.
14
http://www.cnj.jus.br/images/pesquisas-judiciarias/Publicacoes/relatorio_jn2013.pdf
15
http://imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD23FEV2002.pdf#page=70
16
http://www.portalbrasil.net/2013/colunas/economia/julho_01.htm
51
impostos. Ela faria os que pagam impostos em excesso pagarem menos,
como as empresas formais e os assalariados, e obrigariam os delinquentes,
os ilegais e informais a arcarem com a diferença. Essa é a noção de
equidade tributária que o Brasil deseja.
FONTE: http://marcoscintra.org/mc/imposto-unico/o-que-e-o-imposto-unico/
A proposta do professor Marcos Cintra prevê a substituição de vários impostos por apenas um.
O Imposto Único seria de apenas 2,81% para quem paga e 2,81% para quem recebe em todas
as transações financeiras, tais como cheques, ordens de pagamento, DOCs, TEDs,
transferências eletrônicas etc. Veja um exemplo: Se você emite um cheque de R$ 100,00 para
uma pessoa haveria um desconto em sua conta-corrente de R$ 102,81. A pessoa para quem
você passou o cheque receberia um crédito em sua conta-corrente de R$ 97,19. Portanto,
nessa transação o governo arrecadaria R$ 5,61.
O trabalhador deixaria de ter descontos do Imposto de Renda quando recebesse seu salário.
Ou seja, com o Imposto Único o assalariado teria seu poder de compra elevado. O mercado
consumidor seria ampliado, criando condições para o crescimento econômico auto-
sustentado.
52
Com a eliminação dos atuais impostos embutidos nos preços das mercadorias seus preços
seriam significativamente reduzidos. Os alimentos, os remédios, as roupas e os calçados, para
citar apenas alguns exemplos, poderiam ter seus preços reduzidos. Com isso, os assalariados,
que já se beneficiariam de ganhos em seus rendimentos, por conta do fim dos descontos em
seus holleriths, teriam mais poder de consumo. As empresas venderiam mais e a economia
ganharia um forte impacto para crescer. A burocracia, a corrupção fiscal e a sonegação, seriam
eliminados, e o famigerado “custo-Brasil” seria significativamente reduzido, aumentando a
competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Estudos realizados pelo professor Marcos Cintra mostram que com uma alíquota de 2,81% em
cada lançamento bancário a arrecadação do governo permanecerá em 35% do PIB, que é a
carga tributária atual. O ideal seria voltar à carga tributária histórica brasileira, de cerca de 22%
a 25% do PIB. Neste caso, a alíquota do Imposto Único seria de 1% em cada débito e crédito
bancário. Essa carga tributária seria melhor repartida entre todos, inclusive a economia
informal, que hoje não paga imposto. A distribuição da arrecadação para Estados e municípios
seria feita de maneira automática e instantânea pelos bancos, evitando a centralização do
dinheiro público em Brasília.
Apesar de ser baixa, a inflação ainda produz estragos. As reposições salariais, por exemplo, são
raras por conta do alto desemprego. O Imposto Único, além de elevar salários, reduz os preços
das mercadorias, o que, por sua vez, provoca queda na inflação e conseqüente valorização dos
salários.
As transações de baixo valor continuarão sendo realizadas com moeda manual, como ocorre
atualmente. Ou seja, as notas e moedas continuarão circulando normalmente. Já aquelas que
envolvem valores elevados continuariam ocorrendo pelo sistema bancário, uma vez que o
custo da transação em moeda é muito mais alto do que o custo tributário do uso da moeda
escritural, por meio dos bancos. Ademais, além do alto custo do transporte de valores, haveria
um risco considerável de perda ou de assalto, sem falar nos custos logísticos elevados de
cobranças e pagamentos em dinheiro, que teriam de ser feitos nos endereços dos devedores
ou dos credores. Além disso, o projeto do Imposto Único prevê que saques em espécie no
caixa sejam taxados em dobro. Prevê ainda que todas as transações acima de determinados
53
valores, para terem validade jurídica, terão de ser feitas obrigatoriamente com a
intermediação do sistema bancário, e cheques terão de ser emitidos nominalmente,
tornando-se não-endossáveis.
O projeto prevê salvaguardas para evitar tais distorções. As exportações deverão ser
desoneradas mediante remissão fiscal dos valores arrecadados ao longo da cadeia de
produção (as modernas técnicas das matrizes-insumo/produto, calculadas pelo FIBGE,
permitem o cálculo dos créditos fiscais com facilidade). As transações nos mercados financeiro
e de capitais, inclusive bolsas, serão imunes ao imposto sobre movimentação financeira
enquanto permanecerem dentro do circuito financeiro. Tais recursos serão alcançados pela
tributação quando de sua transferência para o circuito mercantil, para uso pessoal ou
empresarial de seus proprietários. Ademais, o alegado impacto da cumulatividade sobre os
preços das mercadorias no mercado interno certamente será menor do que o efeito altamente
distorcivo da sonegação e da evasão tributária na formação dos preços das mercadorias e
serviços, como ocorre atualmente, pois a complexidade, a iniquidade e as altas alíquotas do
sistema tributário existente estimulam tais práticas lesivas à concorrência, além de
introduzirem fortes distorções alocativas nos preços das mercadorias.
10-Se o Imposto Único é tão bom, por que não foi implantado ainda?
O Imposto Único contraria interesses de grupos poderosos que lucram com o caos tributário
atual. Sonegadores e a burocracia pública e privada ligada à arrecadação e fiscalização de
impostos formaram poderosos lobbies para combater o Imposto Único. É preciso que você,
contribuinte, exerça pressão sobre os políticos para que aprovem o Imposto Único. Somente a
união organizada dos contribuintes será eficaz para termos um sistema mais justo e eficiente.
54
Esta é a principal medida para criarmos no Brasil um ambiente propício
aos negócios e com isso contribuir para obtermos um grande desenvolvimento
econômico, no aumento da oferta de empregos e da renda per capita.
32 - Terrenos de Marinha.
Redação atual:
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a
sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade
ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
VI - o mar territorial;
[...]
Redação proposta:
[...]
VII – revogado.
Justificativa:
Os chamados terrenos de marinha e seus acrescidos devem ser
excluídos dentre os bens da União, pois se trata atualmente de uma aberração
na legislação brasileira utilizada para tributar ainda mais os contribuintes.
55
Mas afinal o que são os terrenos de marinha? No sítio da Secretaria de
Patrimônio da União há a seguinte explicação: "Os terrenos de marinha são
bens da União medidos a partir da linha do preamar médio de 1831 até 33
metros para o continente ou para o interior das ilhas costeiras com sede de
município. Além das áreas ao longo da costa, também são considerados
terrenos de marinha as margens de rios e lagoas que sofrem influência de
marés17" .
Portanto imóveis que se encontram a 33 metros da costa marítima ou
dos rios, riachos e lagoas que sofrem influência de marés encontram-se em
áreas chamadas de terrenos de marinha e sofrem tributação pela União.
Os terrenos de marinha foram instituídos no tempo da colonização
portuguesa com a finalidade de garantir acesso ao interior do território e de
defesa já que 33 metros era o alcance de uma bala de canhão. Posteriormente
o governo passou a tributar os imóveis em terrenos de marinha e seus
acréscimos. Portanto há muito tempo isso perdeu a razão de existir.
De acordo com artigo divulgado pelo movimento SOS Terreno de
Marinha em dezembro de 2014 o Ministério do Planejamento existem 300 mil
imóveis em terrenos de marinha no país, sendo 65% residenciais e 35%
comerciais. Até os imóveis no entorno de qualquer pequeno riacho que sofre
influência de maré é considerado em terreno de marinha. Em 2013 o governo
brasileiro arrecadou 728,3 milhões de reais com os terrenos de marinha18.
A proposta deste trabalho é simplesmente extinguir do patrimônio da
União os terrenos de marinha e seus acréscimos e consequentemente os
tributos correspondentes. Os legítimos proprietários dos imóveis situados
nessas áreas serão aqueles cidadãos que possuírem as escrituras
públicas expedidas pelos respectivos Ofícios de Registros de Imóveis, obtendo
assim o domínio pleno do imóvel e não apenas o domínio útil.
Seção VIII
Organização do Sistema Educacional
17
http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/patrimonio-da-uniao/terrenos-de-marinha
18
http://sosterrenosdemarinha.org.br/noticias/terrenos-de-marinha-ganham-beneficio
56
Redação atual:
Redação proposta:
Justificativa:
Todas as creches, pré-escolas e escolas devem ser mantidas e
administradas pelo poder público local, que é o município. A educação
fundamental será de responsabilidade única do município.
Ao governo estadual caberá o provimento de vagas no ensino técnico e
superior levando em consideração as características de cada região e a
estratégia governamental de desenvolvimento, já que instituições de ensino
técnico e ensino superior geralmente demandam uma quantidade maior de
estudante e contemplam vários municípios.
57
Capítulo 2- Sistema Parlamentarista de Governo.
58
O Presidencialismo
O Parlamentarismo
59
O eminente jurista Paulo Bonavides (2008, p.279) traz em sua obra
conceitos sobre o sistema parlamentar:
A superioridade do parlamentarismo sobre o presidencialismo é
manifesta. Concepção mais democrática e mais atualizada de
organização da função governativa, a seu favor militam inumeráveis
razões. Põem termo ao governo de um homem só, que acumula
poderes e funções, como as de principal executivo, principal
legislador (que assim o é de fato), chefe de Estado e chefe de
partido, enfeixando três chefias nas quais se condensa um poder
político quase impossível de conter-se nos limites de uma
Constituição; esse governo já é de si mesmo o prefácio virtual da
ditadura ou o convite ao exercício absoluto do poder.
60
Com a proclamação da república, adotou-se o sistema presidencialismo
nos moldes do sistema estadunidense e foram esquecidas as particularidades
da política norte-americana.
61
um ato gratuito. Pareceu-me, antes, um dever, sem que isso
signifique aprová-la antes de discuti-la, ou preconizá-la sem discuti-
la. O Brasil, que possui uma das mais antigas tradições
parlamentares do mundo ocidental e cuja primeira Constituição, ao
ser revogada com a proclamação da República, era o 3o texto
constitucional mais antigo do mundo, superado apenas pela dos
Estados Unidos, de 1787, e pela da Suécia, de 1816, pode e deve
fazer do aprimoramento do nosso sistema político e de nossa
organização institucional, objeto de permanente debate e de uma
conseqüente e necessária discussão.
62
Capítulo 3 – Proposta de nova redação:
A Presidência da República e o Poder Executivo Federal.
Redação proposta:
CAPÍTULO I
DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Seção I
DO PRESIDENTE
63
Art. 3. O Presidente tomará posse em sessão do Congresso Nacional,
prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a
integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será
declarado vago.
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
64
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus
representantes diplomáticos;
Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República
I - a existência da União;
65
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRIMEIRO-MINISTRO
66
Art. 14. A Câmara dos Deputados deverá, em cinco dias, aprovar por
maioria absoluta o nome indicado ou apresentar um novo nome aprovado por
sua maioria absoluta. Se houver aprovação por maioria absoluta o deputado
será empossado Primeiro-Ministro. Caso não haja aprovação do nome indicado
e nem apresentação de outro nome aprovado por maioria absoluta durante o
referido período o Presidente da República fará uma nova indicação.
Art. 17. O Primeiro-Ministro não poderá ser destituído nos primeiros seis
meses de sua posse e nos últimos seis meses do respectivo mandato
parlamentar.
Art. 20. O Primeiro-Ministro não tem mandato fixo, sendo que após o
término da presente legislatura ele permanecerá no cargo e poderá ser nele
mantido se contar com o apoio da maioria absoluta da nova composição da
Câmara dos Deputados.
Seção II
Das Atribuições do Primeiro-Ministro
67
IV – dispor, mediante decreto, sobre:
XII - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
Seção III
Da Responsabilidade do Primeiro-Ministro
I - a existência da União;
68
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
69
Considerações Finais
70