Ainda que lentamente e, por vezes ameaçados, os trabalhadores têm conquistado seus direitos,
sobretudo por meio de constantes reivindicações e do exercício do direito de greve. Além disso, a
formação do Direito do Trabalho e a criação da Justiça do Trabalho também foram essenciais para
a conquista e consolidação desses direitos.
O Direito do Trabalho também passou por um processo evolutivo até se tornar um ramo autônomo
do Direito, com conceitos, características e princípios próprios.
O direito do trabalho, também chamado de direito trabalhista, é um ramo do direito privado que é
responsável por regular a relação jurídica entre trabalhadores e empregadores, baseado nos
princípios e leis trabalhistas.
Embora não sejam considerados uma fonte do direito do trabalho (do mesmo modo como não são
os regulamentos internos), a lei permite que os sujeitos da relação de trabalho possam estabelecer
códigos de boa conduta.
Na falta de definição legal na Lei do Trabalho, podemos definir códigos de boa conduta como o
instrumento onde constam os princípios e regras gerais aplicáveis nas relações entre uma empresa
ou um sector ou sectores de actividade económica e seus trabalhadores que procura reflectir as
expectativas das partes envolvidas, em diferentes matérias, ajudando a reduzir as incertezas,
flexibilizar e melhor adequar algumas matérias sujeitas às especificidades e dinâmica da tecnologia
utilizada e aumentar a transparência e responsabilidades nas relações entre as partes.
Tipologias de IRCTs
De acordo com o nº 1, artigo 15 da Lei do Trabalho, os instrumentos de regulação colectiva dividem-
se em dois tipos:
1. IRCT Negocial
Os instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho negociais, são:
➢ A convenção colectiva;
➢ O acordo de adesão; e
➢ A decisão arbitral voluntária (resulta de negociação entre as partes).
a) As convenções colectivas.
É uma forma de ajuste de interesses entre as partes, que acertam as diferentes
posições, visando encontrar uma s olução capaz de compor suas relações”,assim, “mister
se faz o atendimento de certas regras, a saber a de garantia de segurança aos negociadores
para que, com liberdade, possam expor suas ideias, disciplina, respeito, e agirem com
lealdade e boa-fé (como autêntica obrigação jurídica), como se deve proceder em
qualquer contrato podem constituir-se sob a forma de:
b) O acordo de adesão.
É um “convénio celebrado pelos sujeitos, laborais colectivas, com vista a aplicação de
convenção colectiva de trabalho em que não interviriam, no âmbito das suas próprias situações
laborais. Corresponde à adopção, no todo ou em parte, de um instrumento de
regulamentação colectiva de trabalho em vigor numa empresa, mediante a subscrição
deste por ambos os sujeitos da relação colectiva de trabalho.
c) A decisão arbitral.
É a determinação tomada por árbitro ou árbitros, que vincula as partes de um conflito
emergente de uma relação de trabalho. A decisão Arbitral apenas será passível de se
verificar, se as partes decidirem submeter “á arbitragem, o conflito que resulta da
celebração ou revisão de uma convenção colectiva.”
Arbitragem Obrigatória
“Nos conflitos que resultem da celebração ou revisão de uma convenção colectiva de
trabalho, pode ser tornada obrigatória a realização de arbitragem, quando, depois de
negociações prolongadas e infrutíferas, tendo-se frustrado a conciliação e a mediação,
as partes não acordem.
Arbitragem Necessária
É admitida arbitragem necessária sempre que após a caducidade de uma ou mais
convenção colectivas aplicáveis a uma empresa, grupo de empresa ou sector de actividade, não
seja celebrada nova convenção nos 12 meses subsequentes, e não haja outra convenção
aplicável a pelo menos 50% dos trabalhadores da mesma empresa, grupo de empresas ou sector
de actividades.