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Os Himbas são uma etnia Bantu que vivem principalmente no Kaokoland (atual
região de Cunene), um território imenso, desértico e um pouco montanhoso.
Estima-se que vivem 10 000 habitantes no Kaokoland o que faz 1 Himba por km
quadrado, e em Angola existem 3 000 habitantes, que se situam ao longo do rio
que separa os dois países.
Esta etnia apresenta alguns traços distintivos das demais tribos africanas que
cativaram o nosso interesse, por exemplo, eles são uma sociedade matriarcal.
Podemos afirmar que é uma coletividade na qual a mulher tem um poder muito
importante. É uma organização onde o sexo feminino pode exercer um poder
político ou econômico. Nesta tribo as mulheres também transmitem o direito de
propriedade e de herança, isto significa que é a elas que pertence o gado e as casas
onde elas vivem.
Assim são constituídos dois clãs: os herdeiros da mãe que são chamados os Eanda
e os herdeiros dos pais que são os Oruzos.
Todos os grupos culturais possuem as suas tradições, hábitos, lendas e costumes.
A mais visível na tribo dos Himbas é sem dúvida a tradição indumentária. Eles
não são chamados o Povo Vermelho sem nenhuma razão. Os Himbas
têm a tradição de pintarem a pele de vermelho. Mas porquê ?
Quando são pequenos, homens e mulheres, têm tranças mas as do homem são
para a frente e as das mulheres para trás, depois do casamento a trança do homem
é posicionada para trás.
O gado é uma riqueza para este povo, é o sinal da riqueza de cada família, quanto
mais gado possuírem mais influência têm na tribo, dado que o gado também é
muito utilizado no sistema de troca e venda. E o roubo pode ser condenado pela
morte.
Este gado também é usado para pagar o que podemos chamar de crimes, multas
e violações…
-Por exemplo:
-se as feridas matarem, 35 bois para um homem, e, 45 bois se for uma mulher.
-se um homem dorme com a mulher de um outro 6 bois, 3 bois são para o homem
e 3 bois são para a mulher.
E como toda a gente, os Himbas têm a suas ocupações, para se divertirem eles
inventaram alguns jogos como matangululu, que é o mais conhecido e que
consiste em um duelo de cariz físico entre duas pessoas. Outros jogos existem
semelhantes ao matangululu, que consistem em duelos um pouco como a
esgrima. Os protagonistas destes jogos são sobretudo os jovens que querem
mostrar a sua agilidade e a sua força.
Para muitos a religião é venerar um deus. Os Himbas são diferentes, eles veneram
sobretudo os seus antepassados, os que já morreram. Eles consideram que os seus
antepassados ainda estão vivos mas de uma outra maneira, como espíritos.
De uma certa forma, podemos dizer que estão ligados a um certo do idealismo
filosófico, como o defendido por Bergson na tradição ocidental. Este filósofo,
representava a morte através da metáfora do prego e do lenço, o corpo é um prego
que prende o lenço ( o espírito) na parede (as situações da vida) e quando este
prego cai o lenço liberta-se do que o aprisionava, sendo assim livre.
Como todas as tribos africanas desta região, o povo Himba tem um feiticeiro, uma
espécie de guru , um sábio que pode entrar em comunicação com os antigos
espíritos, e, por vezes, consegue ver o futuro. Estas pessoas chamam-se
otchimbandas, eles podem curar um espírito doente, através da magia branca ou
de ervas medicinais.
Para concluir sobre os Himbas, eles pensam que existem espíritos e não um deus.
Que cada espírito é livre e que nunca se deve faltar o respeito a um espírito antigo
senão serão castigados.
O número de províncias mostra bem que Angola é um país constituído por várias
culturas. Por exemplo, em Angola falam-se seis línguas bantus que têm um
estatuto de língua nacional que são o Umbundo (35,7 %), Kimbundu (26,7 %),
quicongo (9,8 %), chokwe (4,5 %), nganguela (6 % ) e finalmente kwanyama. A
multitude de línguas faladas é uma prova da multitude de culturas que coabitam
no mesmo território.
Tal como Angola, a Namíbia está divida em 13 regiões, cada uma com uma capital
diferente.
A língua oficial é o inglês mas só 7% da população o fala realmente.