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Excelentíssimo senhor doutor juiz da _XX vara do trabalho da comarca de SÃO

PAULO/SP.

Processo nº ____________________

IMC SASTE CONSTRUÇÕES, SERVIÇOS E COMERCIO


LTDA, empresa comercial, inscrita sob CNPJ nº 67.706.853/0001-14, com sede à
Rua do Ajoa, nº 1215 - Caieiras – SP, CEP 07743-03, por seu advogado que esta
subscreve vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, na Ação
Trabalhista proposta por ROBSON ALEX DE OLIVEIRA, já qualificado nos autos,
apresentar sua CONTESTAÇÃO, de acordo com as razões de fato e de direito a
seguir expostas.

CONTESTAÇÃO

À Reclamação Trabalhista que lhe move


ROBINSON ALEX DE OLIVEIRA..., já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões
de fato e de direito a seguir expostas
l. PRELIMINAR INÉPCIA DA INICIAL.

O reclante interpôs reclamatória trabalhista contra o


reclamado pleiteando horas extras, intrajornada, equiparação salarial e danos
morais.

Assim, é de se declarar a inépcia da inicial, extinguindo-se o processo sem julgamento de


mérito (artigo 485, I c/c 330, III todos do CPC).
Ocorre que na narração dos fatos paira a dúvida da real situação do reclamante, segundo a
narrativa do horário de trabalho não se tem clareza quanto ao horário e dias trabalhados.
O reclamante ao mesmo tempo que aponta que dentro de sua jornada de trabalho conforme
contratação era de 12x36, porém trabalhava em pelo menos uma folga por semana e em
seguida declara horário dando a entender que trabalhava todos os dias das 18h30 às 07h00,
sendo assim os fatos narrados não seguem uma lógica.
Assim, é de se declarar a inépcia da inicial, extinguindo-se o processo sem julgamento de
mérito (artigo 485, I c/c 330, III todos do CPC).

MÉRITO

O réu não foi taxativo quanto ao seu horário de trabalho, não apontou com exatidão se exercia
suas funções conforme contrato em período de escalas ou diariamente, se trabalhava em pelo
menos uma folga por semana não poderia trabalhar todos os dias.
O horário especificado pelo reclamante está dentro da CLT que são 12 horas de trabalho nas
escalas, não cabendo as horas extras mencionadas e cobradas.

DEFESA DIRETA

1- O reclamante foi dispensado sem justa causa em 02 de julho de 2021, e sua


homologação foi feita de acordo com a Lei 13.467/2017 atendendo todos os requisitos
da lei em acordo com o reclamante.
Sendo assim, foi aplicado o artigo 477 CLT em sua dispensa tendo o reclamante todos
os direitos garantidos expostos no artigo.
2- Horas extras

Ao contrário do que foi declarado pelo reclamante, o mesmo cumpria seu horário
conforme contrato firmado obedecendo suas folgas semanais.

O que ouve foi uma flexibilização da Escala 12x36, sempre respeitando o limite
semanal de 36 horas de acordo com a lei que regulamenta a profissão do Bombeiro Civil (Lei
11.901/09), tal flexibilização está prevista na Nova Lei trabalhista (Lei 13.467/17 e artigo 58-A
da CLT).
Não consta nenhum documento ou atas de reuniões feita antes do horário de trabalho, todas as
pautas que eram discutidas, sempre fora dentro do horário de trabalho assim como a
passagem dos plantões, onde o termino de um automaticamente iniciava-se o outro.
O intervalo intrajornada foram devidamente cumpridos de acordo com a Reforma podendo ser
reduzido para até 30 minutos se houver previsão em acordo coletivo, acordo esse que o
reclamante está ciente.
Assim sendo, deve ser rejeitado o pedido de hora extras.

Equiparação salarial

Quanto à equiparação salarial solicitada pelo reclamante não procede, o funcionário indicado
pelo réu sr. EDGAR SILVA ingressou na empresa em 10/10/ 2015, com seis anos de empresa
obteve algumas promoções e benefícios incorporados ao seu salário, justificando assim a
diferença salarial entre eles, demonstrando que desse modo, o artigo 461 da CLT não fora
violado.

Indevidas as diferenças salariais postuladas e reflexos.

O processo deve estar na fase de audiência para ser apresentada contestação.

PEDIDO

Pede a reclamada que sejam acolhidas as preliminares de inépcia, extinguindo se o processo


sem julgamento de mérito, ou caso V. Exa., assim não entenda, que desconsidere os pedidos
de horas extras assim como equiparação salarial sem fundamentos por parte do reclamante.

No mérito, entende-se que a pretensão do autor deve ser rejeitada, devendo ser condenada
nas custas e demais despesas processuais cabíveis.

PROVAS
I.1 – DA INÉPCIA NA PETIAÇÃO INICIAL

Em complemento aos fatos, na petição inicial, percebe-se um


erro de endereçamento quando direcionado a Reclamação Trabalhista ao juiz
federal do Trabalho de São Paulo
= SP.

Portanto, a mesma deve ser reconhecida inicialmente como


inepta, pois a competência para julgar os dissídios advindos das relações de
trabalho é de competência das Varas do Trabalho, com fulcro no art. 652 da CLT.

E, assim, requer a reclamada a nulidade da petição inicial


previsto no artigo 45, II do CPC

I.2 - Da incompetência jurisdicional - Exceção de


Incompetência em Razão do Lugar.
Em razão do lugar da prestação do seeviço do reclamante,
ocorre então, que, o foro competente para o julgamento da ação é o lugar onde o
reclamante prestou serviços, conforme o art. 651 da CLT.

Art. 651 – A competência das Juntas de Conciliação e


Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado,
reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador,
ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

Portanto, de acordo com a redação da norma do art. 651 da


CLT, a demanda trabalhista, em regra, deve ser proposta no último lugar em que
o empregado efetivamente tenha prestado ao empregador, independentemente
do local da contratação.

É sabido que, se o empregado for transferido para outra


cidade no período da contratação, é competente para conhecer de reclamação
trabalhista o foro do último local de prestação de serviço.

Conforme o exposto mencionado acima, a competência para


julgar as reclamações trabalhistas, portanto, deve ser local da prestação de
serviço, consubstanciando no caso em tela, na cidade de Praia Grande/SP.

Nessa via de sentido, a jurisprudência pátria coaduna sobre o


tema que inclusive, destaca jurisprudência de Tribunais Regionais do Trabalho,
todos com a mesma ordem de entendimento sob o tema destacado:
E assim, sob a luz do relato fático acima apresentado,
destaca-se que o autor promoveu a reclamação trabalhista em local diverso do
indicado pela CLT.

Ao fato, não é razoável que o autor, por sua mais pura e


simples comodidade, esqueça a legislação processual e promova, como no caso
em tela, a ação no seu domicílio.

A reclamada não aceita a prorrogação da competência, isto,


motivo pelo qual apresenta-se esta defesa.

Pelos fundamentos acima apresentados, a reclamação


trabalhista deve ter a sua análise de mérito apreciada pelo Juízo da Vara do
Trabalho, cuja declinação da competência desde já a reclamada almeja e requer.

A presente ação foi distribuída para a Vara do Trabalho de São


Paulo, porém, o local de trabalho do reclamante é no município de Caieiras.

Assim, requer a reclamada, conforme previsão no artigo 651 da


CLT, a remessa dos autos para a Vara de Caieiras/SP.
I.3 – Das horas extras

O reclamante informa que, exercia as atribuições de


BOMBEIRO CIVIL, trabalhando, por fim, em jornada de 12 x 36, e, que, trabalhava
em pelo menos uma folga por semana das 18h30 às 07h00 usufruindo de 20 (vinte)
minutos para refeição e descanso. Afirma o reclamante ainda, que, havia da
necessidade de chegar 30 minutos antes do início de sua jornada de trabalho a fim
de receber o plantão e conferir equipamentos.

Contudo, ressalta-se aos fatos que, as atribuições quanto as


atividades, não faziam parte das tarefas do reclamante, uma vez que, as tarefas
eram feitas por bombeiro com habilitação acima ou superior em relação ao do
reclamante.

Todavia, o reclamante apenas chegava antes do seu horário na


empresa, mas, nunca a fim de assumir horário antecipado no intuito laborativa,
senão, no seu horário de contratação que era a partir das 19:00 hs com
encerramento às 07:00hs da manhã seguinte, isto, conforme registros internos em
marcação de jornada de trabalho conforme segue nos autos.

Por fim, ressalta-se ainda, que, não existe a aplicação da


súmula 366 do TST, pois as marcações não excedem a 10
(dez) minutos no total quanto a registro de ponto.

Por conseguinte, nesta contestação, também requer a


reclamada que seja indeferido o pedido de pagamento das horas extraordinárias
previsto no art. 58, §1º da CLT.
I.4 – Do dano moral

Entende-se como prova tudo o que possa agregar ao processo


em questão, trazendo evidências documentais ou testemunhais do que é afirmado
pela parte que está pedindo judicialmente a efetivação dos seus direitos.

No caso em tela, o reclamante não apresenta evidências


suficientes probatórias que envolva uma segunda reclamada nos autos do processo,
e, apenas relata sofrer dano moral por atos supostamente relacionada a esta
segunda reclamada onde não consta a sua citação no processo, e assim, insuficiente
para o pedido de horas extras.

Assim, de acordo com o art. 330, §1º, III do CPC, a


reclamada requer que seja indeferida esta petição inicial.

I.5 – Da intrajornada

Conforme Convenção Coletiva de Trabalho (Cláusula


QUINQUAGÉSIMA QUINTA), com fulcro a Lei 11.901/2009, a jornada de trabalho do
Bombeiro Civil é de 12x36 (doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso)
considerando inclusa nesta jornada o intervalo de 1 (uma) hora para descanso e
refeição.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de


trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre:

III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta


minutos para jornadas superiores a seis horas;
Assim, nos termos do art. 611-A, inciso III da CLT, é lícita essa
redução para o caso em tela.

Por conseguinte, nada comprovado ou apresentado no


processo quanto ao descumprimento do intervalo de 1 (uma) hora pra descanso e
refeição, e assim, não deve prosperar o pedido.

E, por assim dizer, não há que se falar em afronta ao


dispositivo previsto no art. 71 da CLT.

I.3 – Da equiparação salarial

“A ação de equiparação salarial não é possível quando o reclamante


não declara, na inicial, o seu salário e nem o do paradigma. Falta à reclamatória a própria
“causa de pedir” (TRT-RO-1650/82 – 3a. Reg. – Rel. Pena de Andrade – DJ/MG 15.07.83)

Assim, com fulcro no art. 282 do CPC, é importante apresentar


os requisitos estruturais apresentados pelo artigo que diz:

Art. 282. A petição inicial indicará:

VI - as provas com que o autor pretende


demonstrar a verdade dos fatos alegados;
Portanto, quanto a equiparação salarial, o reclamante, uma vez
que não tendo provas que pretende produzir em relação aquele que deseja equiparar
salário, assim, com fulcro no art. 330, § 1º, I do CPC, a reclamada requer o
indeferimento do pedido de equiparação salaria.

II – Requerimentos finais

Diante do exposto, requer a reclamada:

1 - Pede a reclamada que sejam acolhidas as preliminares


da inépcia da petição inicial, em extinguir o processo
sem resolução de mérito.

3 - Caso não sendo este o entendimento de V.Sa. Excelência, que sejam


indeferidos todos os pedidos do reclamante, bem como ocorra sua condenação ao
pagamento das custas e demais despesas processuais cabíveis.

2 - da manutenção da jornada de trabalho das 19:00hs às 07:00hs, sendo 12 X 36 conforme a


lei 11.901/2009 (Convenção coletiva da categoria);

3 - do indeferimento do pedido de horas extras decorrentes da jornada de trabalho de


acordo com o art. 58, §1º da CLT;

4 - da inexistência da ofensa ao artigo 71 da CLT, de acordo com os registros de ponto


regulares apresentados no processo;

5 - do indeferimento do pedido de equiparação salarial com base e fundamento da


aplicação do art. 461, §2º da CLT;

6 - do indeferimento do pedido de dano moral em f a s e da inexistência do nexo de


causalidade e dailegitimidade da parte, de acordo com o art. 330, §1º, III do CPC;
III – Das Provas

Dá-se o valor da causa em R$ _____ ( xxxxxxx ).

Termos em que,

Pede deferimento.

Cidade, XX XX XXXX

ADVOGADO

OAB: XXXXX

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