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TRABALHO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

MARCUS VINICIUS GAIEVSKI BOM – DIREITO NOTURNO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 2ª VARA DA


SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE FOZ DO IGUAÇU AO JUIZADO ESPECIAL
PREVIDENCIÁRIO FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
PARANÁ

ANTONIO DA SILVA SANTOS, brasileiro, solteiro, empresário, portador


do RG nº 934.123-0, inscrito no CPF sob o nº 345.675.123-07, residente e
domiciliado na Rua Silvina das Flores, nº 123, Bairro Porto Meira, Foz do
Iguaçu/PR, CEP 88434-670, por seu advogado que esta subscreve, com
escritório profissional na Avenida Brasil, nº 1276, Centro, Foz do Iguaçu/PR,
onde recebe intimações e notificações à presença de Vossa Excelência
requerer a presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA CONCESSÃO DE BENEFICIO POR


INCAPACIDADE com fundamento na Constituição Federal, art. 201, e na Lei
8213/91, art. 42 e 59 da Lei 8213/91, em face do,

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, com endereço na Rua Silvino


da Cruz, nº 435, Bairro Três Lagoas, Foz do Iguaçu/PR, CEP 85876-670, ante
os motivos de fato e de direito, que a seguir passa a expor e ao final requerer:

I – DOS FATOS

O requerente é portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV) CID


10 – B20 e fora diagnosticado em 2005, sendo que sentia-se bem e por esse
motivo continuou trabalhando. Ocorre que em 20/05/2005 começou a sentir-se
fraco e debilitado, não conseguindo mais realizar as suas atividades
profissionais e entrou com pedido de benefício de Auxílio Doença
Previdenciário junto à Autarquia Previdenciária.

No momento, o autor foi acometido com esta grave doença que o


impede de exercer regularmente não apenas a sua profissão mas, sim
qualquer atividade de trabalho, por tempo permanente.
A incapacidade do requerente é total e permanente, já que está
acometido de grave doença terminal. A empresa rescindiu o contrato de
trabalho na última vez que o autor se apresentou para trabalhar, após o
indeferimento do benefício. O Autor é portador de HIV, e enfrenta o preconceito
social com a doença, haja vista que, mesmo nas fases que está apto ao
trabalho, não consegue ser reinserido no mercado, motivo pelo qual resta
inabilitado para suas funções.

No entendimento já pacificado na Turma Nacional, no caso dos


portadores do HIV, mesmo os assintomáticos, a incapacidade transcende a
mera limitação física, e repercute na esfera social do requerente segregando-o
do mercado de trabalho.

De acordo com a súmula n° 78 do TNU:

“Comprovado que o requerente de benefício é


portador do vírus HIV, cabe ao julgador verificar as condições
pessoais, sociais, econômicas e culturais, de forma a analisar a
incapacidade em sentido amplo, em face da elevada
estigmatização social da doença.”

Assim sendo, o autor não apresenta as condições mínimas de continuar


exercendo suas atividades profissionais, devido sua incapacidade laboral.

A doença é isenta de carência, pois constante na lista de doenças


graves. Quanto à qualidade de segurado, verifica-se que o autor possui, estava
com a CTPS assinada quando foi diagnosticado. Portanto, o requerente possui
a carência necessária, assim como não perdeu a qualidade de segurado, uma
vez que, estava contribuindo quando restou incapaz para o trabalho.

II – DO DIREITO

O artigo 59, da Lei nº. 8213/91 assim dispõem:

“Art. 59. O auxílio-doença será devido à segurada que, havendo


cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de
15 (quinze) dias consecutivos.”

Já o art. 42 da mesma lei reza:

“Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o
caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em
gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga
enquanto permanecer nesta condição.”
Caso a incapacidade do requerente seja considerada parcial e
temporária em perícia médica realizada por este juízo, seja concedido o auxílio-
acidente, conforme dispõe o art. 86 da Lei 8.213/91:

“Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao


segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de
qualquer natureza, resultar sequelas que impliquem redução da capacidade
para o trabalho que habitualmente exercia.”

O caso em tela comprova, através dos documentos juntados que o


requerente necessita e faz jus ao benefício por incapacidade, devendo ficar
apontado pela perícia médica especializada qual é o grau e temporariedade de
sua incapacitação, a fim de concessão do benefício mais adequado.

Assim, de acordo com o resultado da perícia médica, requer a parte


autora a concessão do benefício por incapacidade mais adequado.

II.I – Da Tutela Antecipada

Estão preenchidos os requisitos do art. 273, do CPC que diz:

Art. 273, do CPC:

“O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente,


os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova
inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:

I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou

II – fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto


propósito protelatório do réu.”

Os requisitos da verossimilhança das alegações e de prova inequívoca


estão provados tendo em vista que a CTPS e os carnês de contribuição bem
como todo o procedimento administrativo de concessão do auxílio doença da
autora foram juntados aos autos o que comprova o direito que lhe cabe a
concessão do auxílio doença. Há de se destacar os exames médicos
particulares do autor, bem como os atestados médicos que afirmam que o
mesmo tem HIV e não pode trabalhar para o tratamento de sua doença.

Há prova da qualidade de segurado, da contribuição mínima de 12


contribuições mensais para efeitos de carência bem como a ocorrência de uma
doença incapacitante para as atividades laborativas e habituais de forma
permanente como é no caso a cardiopatia grave do autor.
Os requisitos de que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação está caracterizado porque se trata de verba de natureza e
fundamental para o tratamento de sua doença sob pena de morrer antes que
se chegue ao resultado útil do processo.

Aliás, não há óbice de concessão de tutela antecipada para a concessão


de aposentadoria por invalidez, dado o seu caráter alimentar.

III) DO PEDIDO:

Pelas razões de fato e de direito acima expostas, requer-se:

- Que seja deferido os benefícios da justiça judiciária gratuita, nos


termos do artigo 12 da Lei 1.060/50, por ser pobre na acepção legal, não
podendo arcar com as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio;

- Que seja deferida a antecipação dos efeitos da tutela, em caráter


liminar, no sentido de obrigar a ré a conceder o benefício previdenciário da
aposentadoria por invalidez, no prazo máximo de 30 dias;

- Que caso não seja deferida em sede liminar a antecipação dos efeitos
da tutela, pede-se que seja concedida a tutela antecipada após a apresentação
da defesa da ré;

- Que seja ao final confirmada a antecipação dos efeitos da tutela e


julgada procedente o pedido do autor para condenar a ré para que proceda a
concessão do benefício previdenciário da aposentadoria por invalidez e pague
os retroativos devidos desde a data do requerimento administrativo no prazo de
60 dias, expedindo-se RPV;

- Que seja citada a ré por meio de oficial de justiça, no endereço


supracitado na petição inicial, para que apresente defesa sob pena de sofrer as
consequências jurídicas da revelia;

- Que na hipótese de reconhecimento da procedência do pedido por


parte das rés da presente ação, que haja o julgamento antecipado da lide, nos
termos do artigo 330, I, do código de processo civil;

- Que na hipótese de não haver o reconhecimento da procedência do


pedido, que sejam condenadas as rés ao pagamento das custas e da
sucumbência dos honorários advocatícios, no importe de 10% a 20% do valor
da causa;

- Requer-se que seja provado os fatos narrados na inicial por meio de


prova documental e prova testemunhal, e de todos os meios admitidos em
direitos que forem necessários para a concessão de seu direito.
Dá-se o valor da causa R$50.000,00.

Nesses termos,

Pede e espera deferimento.

Foz do Iguaçu, 10 de Junho de 2020.

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MARCUS VINICIUS GAIEVSKI BOM


OAB/ 45.2605
FOZ DO IGUAÇU/PR

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