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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO

REVERENDO JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO

RESUMO

São Paulo
2021
WILKSON LEANDRO SILVA DE LIMA

RESUMO

Resumo do Diário de Simonton; exigido pelo


Rev. Wilson, concernente a matéria de
História da Igreja Presbiteriana no Brasil.

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO


REV. JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO
São Paulo - 2021
Ashbel Green Simonton introduz o seu diário dizendo que achava ter
perdido ou destruído seu diário, mas que no fim das contas pensou que seria útil
para preencher o vazio que ficou do tempo que deixou sua terra e o início dos
registros semanais; também, ele queria mostrar até que ponto a teoria do seminário
está perto das ideias da vida ativa do ministério.

Diante disso, Simonton retoma sua escrita. O motivo de ter saído de casa
foi a necessidade de emprego, onde ele buscava vender assinaturas de uma revista
e de um jornal Presbiteriano.

Chegando em Norfolk, lugar onde encontrar presbiterianos é muito difícil,


contudo, somente com a ajuda do Rev. da cidade fica mais fácil, porém, mesmo
assim Simonton não teve sucesso com as assinaturas. Um ponto positivo foi que ele
gostou da cidade. Passando por Petersburg, foi para a pequena cidade de Raleigh,
pois falaram-lhe que conseguiria melhor coisa lá. Assim, Simonton saiu de cidade
em cidade, em busca de conseguir fazer assinatura para a Revista e o Jornal
Presbiteriano; no meio do trabalho uma ideia lhe vem à mente: dar aulas em uma
destas pequenas cidades.

Certo momento, ele e seu irmão James se afastam e Simonton vai para
Wilmington. Quando chegou a Fayetteville, viu uma igreja grande e prospera. É
nítido que Simonton, um jovem da sua idade e solteiro, deixou o diário um pouco de
lado por conta das jovens na casa do Sr. Gilchrist.

Em Creraw, Simonton encontra um colega, filho de pastor, e lá recebe


uma proposta de receber 400 dólares para ser assistente na academia, com todas
as demais despesas pagas; porém ele não aceitou o convite.

Em Columbia com a mentalidade de que os formados no Norte teriam


maior preferência para dar aulas, Simonton descobriu que o desejo sectário dos
sulistas havia criado dificuldades para os que vinham do norte, fato esse que
Simoton não teve sucesso no seu objetivo.

A caminho de Mississipi, chegou no estado sem dinheiro, mas, ali era o


local onde havia grandes oportunidades de trabalho. Simonton tinha algumas
propostas, mas não deu muito crédito para a zona Rural.
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Foi em StarkVille que Simonton começou a dar aula para alguns poucos
alunos. Depois de sete anos em Mississipi e nove meses longe de casa, ele
percebeu a mão de Deus que o proporcionou dias felizes.

Em um acampamento, na semana de férias, Simonton conheceu várias


pessoas com roupas finíssimas e chegou à conclusão que parecia mais um encontro
social do que religioso.

Depois de dois anos fora de casa, em uma jornada pelo Sul, onde viu os
negros serem tratados como objetos, Simonton não era mais a mesma pessoa.

Uma grande questão toma o coração do Jovem Simonton: ir para o


sagrado ministério ou seguir a carreira jurídica; diante disso, ele começa a estudar
direito em casa mesmo, tendo a plena convicção que manter-se puro na carreira
jurídica é muito mais difícil, e ainda mais o interesse próprio pode cegar os homens
e endurecer a consciência.

No dia 26 de dezembro de 1854, Simonton reconhece que é um pecador


e que depende totalmente de Deus, fato que desencadeou uma luta espiritual dentro
do seu ser. Ao completar vinte e dois anos de idade percebeu que em toda a cidade
as pessoas tinham um ardente desejo pela salvação.

Em 3 de Maio do ano seguinte, Simonton e mais vinte pessoas foram


examinados para batismo e a publica confissão de fé. No exame ele foi questionado
de como reagiria se caso Deus comprovasse em seu coração o chamado pastoral;
Simonton ficou pensativo, no fato dos pais o terem consagrado ao ministério;
quando o dia chegou, 6 de maio de 1855, ele fez sua publica confissão de fé e
respondeu ao chamado ministerial do Senhor.

Diante de tudo isso, Simonton começou seus estudos em hebraico para ir


ao seminário de Princeton. Quando voltou ao seminário percebeu que a vida de
estudante flui claramente.

Após ouvir um belíssimo sermão, do excelentíssimo Charles Hodge, a


respeito da importância de evangelizar os pagãos, Deus desperta nele um desejo de
ser missionário, mas, uma pergunta ressoou: ficar em seu país ou ir a outro? Nas
férias, ele retorna para casa para relembrar daqueles que se foram, mas com a
certeza de que triunfam no céu com Deus.
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Ao se deparar com um relatório do trabalho missionário entre os


habitantes da Nova Zelandia, de como Deus tem salvado vidas de pecadores
canibais, Simonton reconhece em seu coração o poder do Santo Espírito de Deus
para usar homem fracos no trabalho do Reino.

Quase ao término do seminário, Simonton ainda estava indeciso, se


deixava o seu país ou não. Foi em uma conversa com o Dr. Wilson da junta de
missões que seu coração percebeu que cedo ou mais tarde deveria colocar-se a
disposição da junta.

Com muitas lagrimas a mãe de Simonton lhe escreve dizendo ser difícil
ter seu filho querido longe de seus braços, mas o que mais importava era a salvação
dos perdidos. Foi no dia 27 de novembro de 1858, que ele apresentou seu projeto
missionário para o Brasil.

É fato que muitos perigos rondam as águas salgadas do grande mar,


entretanto, os cristãos acreditam em um Deus muito maior e que é todo poderoso
para guardar seus filhos; e foi assim que o Senhor guardou Simonton dos perigos do
mar, até que ele, no dia 12 de agosto de 1859, chegou em terra firme no Brasil e no
dia 31 celebrou o primeiro culto.

Quando Simonton percebeu que o uso de anotações no sermão fazia com


que ele perdesse a atenção do povo, passou a parar de usar. De início pregava
apenas para os de língua inglesa, com o tempo começou a aprender a língua do
povo. Deus providenciou uma grande troca á ele com o secretário da Instrução
Publica, que também precisava aprender uma língua nova, que era aquela que
Simonton dominava.

Um grande desentendimento ocorreu com Simonton e o Dr. Kelley, a


respeito de um documento que o Dr. fizera. Simonton exigiu que o Dr. Kelley se
retratasse com ele, senão eles não conversariam mais, e assim aconteceu e os dois
reataram a amizade.

Quando Simonton foi morar em uma casa onde todos falavam português,
isso lhe ajudou muito com a língua. Por conta de alguns problemas climáticos a
chegada do Rev. Alexandre L. Blackford e sua esposa Elizabeth foi atrasada três
meses.
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Depois de um ano no Brasil, Simonton se sentia muito envergonhado,


pois tinha a impressão de ter feito muito pouco, o que lhe impulsionou a uma vida
maior de santidade. Foi em sua casa que ele iniciou seu primeiro trabalho em
português com a escola dominical.

Simonton registra em seu diário que o interior do Brasil também foi o


palco do investimento do seu tempo; missionário passou por São Paulo, Sorocaba,
Itapetininga, Itu e Campinas. Ele aguardava ansiosamente as Bíblias chegarem no
porto de Santos, para que ele tivesse mais eficiência na evangelização. Contudo,
mesmo assim Simonon não se sentia satisfeito com o seu trabalho.

Com a chegada de James, irmão de Simonton, e de Schneider começou


os preparativos para o trabalho em São Paulo. E foi nesse tempo que Simonton
começou a perceber os frutos do seu trabalho.

Pelas providencias do soberano Deus, Simonton fundou a primeira igreja


presbiteriana do Rio de Janeiro, em 12 de janeiro de 1862. Depois disso, Simonton
conseguiu voltar aos Estados Unidos para experimentar da sua primeira e última
folga. Um dos motivos que o fez tirar umas férias foi a saúde de sua mãe, que
desvaneceu antes do seu filho chegar.

Simonton voltou do seu país casado com Helen Murdoch, que deixou tudo
para trás para servir ao Senhor no Brasil com seu esposo. E no dia 16 de julho de
1862 o casal missionário chegaram no Rio de Janeiro. Também, outra coisa muito
boa que aconteceu nesse ano, foi o casal Blackford partirem para São Paulo para
iniciarem um trabalho para o Reino de Deus.

Para Simonton, um ano muita marcante de alegria e de tristeza foi o de


1864, tempo em que chegou sua querida filha, mas que partiu sua amada esposa,
por complicações no parto. Contudo, outras alegrias lhe aconteceram nesse mesmo
ano, como a publicação da Imprensa Evangélica e o padre protestante, José Manoel
da Conceição, que foi recebido formalmente como membro da igreja presbiteriana.

Em 1864 surge mais duas igrejas Presbiterianas no Brasil. O presbitério


do Rio de Janeiro só foi solidificado em 16 de dezembro de 1865 e ficou filiado ao
Sínodo de Baltimore da igreja Presbiteriana dos Estados Unidos; e em seguida o
magnifico dia da ordenação do primeiro pastor brasileiro: Rev. José Manoel da
Conceição.
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Simonton encerra seu diário demonstrando a grande saudade que sente


por sua esposa e de como suas energias eram recarregadas ao ver sua linda filha. É
magnifico observar que mesmo diante de um grande trabalho que o Missionário
Ashbel Green Simonton realizou, ele ainda se sente insatisfeito com seu ministério e
diz: “Quantas vezes minhas devoções são formais e apressadas, ou perturbadas por
pensamentos de planos para o dia! E pecados muitas vezes confessados e
lamentados têm mantido seu poder sobre mim. Quem dera um batismo de fogo que
consumisse minhas escórias; quem me dera um coração totalmente de Cristo”.

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