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A medida do tempo.

História da Vida.
Exemplos de datação
A Evolução da Vida num minuto!

Professora Isabel Henriques


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http://faculty.icc.edu/easc111lab/labs/labf/geologicalscalecloc
k/geologicscale_clock.html

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Situação-problema:
Qual a História
geológica da região
de Alverca?

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“Relógios” sedimentológicos “Relógios” paleontológicos

 Litostratigrafia  Biostratigrafia
– Unidade litostratigráfica - – Biozona - unidade biostratigráfica
Formação – Princípio da Identidade
– Princípios litostratigráficos: Paleontológica
• Sobreposição – Fósseis de identidade
• Continuidade lateral estratigráfica, fósseis de fácies e
• Horizontalidade fósseis vivos.
• Inclusão  Dendrocronologia
• Intersecção
Métodos de datação físicos
 Ciclos de gelo-degelo
 Datações radiométricas
 Magnetostratigrafia

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Medida do tempo em Geologia
A noção de tempo é um conceito fundamental em
geologia …

E a idade da Terra, uma


questão central!

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A B C D

Unidade de tempo para o último século Ano


Unidade de tempo para o estudo da civilização
romana
Séculos

Unidade de tempo para o estudo da pré-história Milhar de anos


Unidade de tempo no domínio da Geologia MILHÕES DE ANOS (M.a.)
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O tempo em geologia tem uma dimensão diferente
daquela habitualmente usada por qualquer ser
humano.
Os físicos e químicos Os geólogos
estudam processos estudam
que decorrem em processos que
fracções de podem durar
segundo! longos períodos…
Reacções químicas,
propagação das ondas
sonoras, etc.
Orogénese
Reacções (formação de
químicas, montanhas),
propagação das expansão dos
ondas sonoras, fundos
etc. oceânicos,
erosão , etc.
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Mas será que todos os fenómenos geológicos
são lentos à escala humana?

 Sismos

 Erupção vulcânica

 Avalanches

 Impacto de um meteorito

 Inundações
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“Os rios cortaram e separam as montanhas dos grandes Alpes umas
das outras; e isto é revelado pela deposição das rochas
estratificadas, pois desde o cume da montanha até ao rio, em baixo,
vê-se como os estratos de um lado do rio correspondem aos do
outro lado”
Leonardo da Vinci, Códice de Leicester

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O conceito de tempo
geológico foi
construído lentamente
ao longo dos tempos!

Como podes acreditar na Bíblia?


A Bíblia não é realista! Verifica como
Cientistas demonstraram que a mudaram a
Bíblia não é verdadeira. idade da
Terra. Eu sigo
os factos..

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O conceito de tempo geológico foi construído
lentamente ao longo dos tempos!

Leitura
de
textos

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Querem ter uma noção? …

Imagina uma ampulheta gigante Por ano, é arrancado dos


cheia de grãos de arroz! Himalaias e por acção dos
1Kg de arroz tem 5000 grãos… agentes erosivos, 1 mm de
A idade da Terra corresponderia material…
a uma ampulheta com 91 000 Ao fim de 1 M.a. Já 1Km foi
Kg de arroz em que, por ano, arrancado!!!!
caía um grão … 13
“O movimento das placas tectónicas da
Terra esqueceu-se, pelo meio, da Baía
de Hudson, no Canadá. Agora,
cientistas do Canadá e dos Estados
Unidos descobriram que na costa
oriental da baía podem estar as rochas
mais antigas que se conhece da crosta
terrestre, produzidas há 4,28 mil
milhões de anos.
“Os investigadores estudaram amostras
de uma cintura de rochas metamórficas
chamadas Nuvvuagittuq.
Ao medirem a composição dos isótopos
de neodímio e de samário, elementos
químicos raros que existem nestas Rochas Metamórficas
rochas, conseguiram datar as amostras Nuvvuagittuq
entre os 3,8 e 4,28 mil milhões de
anos” in Público, 2008 Ficha Informativa
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“A Terra tem 4,6 mil milhões
de anos e é muito raro
encontrar-se restos da crosta
original, a maior parte da
qual foi esmagada e reciclada
no interior do planeta várias
vezes. (…)”

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Se a Terra for “jovem”, ficamos
praticamente reduzidos a uma opção –
foi Deus que a criou …

Se a Terra for bem “velha”, a


evolução (dos seres vivos, por exemplo) é
teoricamente possível!

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Muitas questões podem ser colocadas sobre o que
aconteceu ao longo destes 4600 M.a. …
Um milhão de anos … uma “migalha” de tempo na Terra …

 Quando apareceram e como evoluíram os primeiros seres vivos …


 Que tipo de organismos povoaram a Terra? …
 Será que existiram crises biológicas?
 Quais as suas causas?
 Quem foi afectado por essas crises?

Para conseguir responder a tudo isto é necessário


determinar idades – precisamos de
Relógios Geológicos
Sedimentológicos e Paleontológicos
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“Relógios”
Sedimentológicos

Datação Relativa Datação Absoluta

Litostratigrafia Unidades
litostratigráficas Ciclos do Gelo-
Princípios degelo
Estratigráficos Formação

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A litostratigrafia estuda os diferentes estratos,
definindo unidades litostratigráficas.

Estratos individualizados e definidos pelas


suas características litológicas,
independentemente da sua idade.

Formação

Unidade fundamental
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A Formação

Composto por um conjunto de rochas com propriedades


litológicas e posição estratigráfica semelhantes e que é
facilmente distinguível das restantes, com tecto e muro
devidamente localizados.

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Princípios Litostratigráficos
Datação Relativa

Princípio da Horizontalidade Inicial

Princípio da Sobreposição de Estratos

Princípio da Continuidade Lateral

Princípio da Inclusão

Princípio da Intersecção

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Princípio da Horizontalidade Inicial
Os sedimentos que estiveram na origem dos estratos são
depositados, em regra, segundo camadas horizontais
paralelas à superfície de deposição.
(Quaisquer fenómenos de deformação que alterem esta
horizontalidade das camadas é posterior à sedimentação!).

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Princípio da Horizontalidade Inicial

http://faculty.icc.edu/easc111lab/labs/labf/foldingrocks/foldingrock
s.html Professora Isabel Henriques 25
Uma discordância
corresponde a um
período de tempo
durante o qual não
ocorreu sedimentação
(e a erosão actuou),
iniciando-se depois
uma nova
sedimentação.

Discordância

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Discordância na Costa Vicentina Praia do Telheiro
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Princípio da Continuidade Lateral

Um estrato delimitado pelo mesmo


tecto e muro e com semelhantes
propriedades litológicas possuí a
mesma idade em toda a sua
extensão lateral!

Os estratos podem estender-se lateralmente por longas distâncias.


Aplicando este princípio podemos correlacionar litologias que se
encontrem muito afastadas.
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Princípio da Continuidade Lateral

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Princípio da Continuidade Lateral

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Princípio da Continuidade Lateral

Em vários ponto da Terra pode existir a mesma sequência estratigráfica,


isto é, há correlação entre estratos distanciados lateralmente!
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Princípio da Continuidade Lateral

Isto foi usado para provar a


existência da Pangea – margens da
África e da América do Sul contêm
rochas do mesmo tipo (idênticas
http://faculty.icc.edu/easc111lab/labs/labf
/eroded_canyon/erosioncanyon.html sequências estratigráfias)
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Princípio da Horizontalidade Inicial e
Princípio Continuidade Lateral

Princípio da horizontalidade inicial

Princípio da continuidade lateral


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Princípio da Sobreposição dos Estratos

As camadas que se encontram no topo de uma sequência


estratigrágica original (sequência vertical de estratos) são mais recentes
que as camadas inferiores.
Isto permite analisar um perfil vertical de camadas como uma
linha vertical de tempo!
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Princípio da Sobreposição dos Estratos

Se não ocorrerem deformações, a deposição ocorre por


ordem cronológica, da base para o topo – uma camada é
mais recente que a que lhe serve de base e mais antiga do
que as que lhe estão acima.

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Mais recente
Mais recente

Mais antigo
Mais antigo

Mais recente

Mais recente

Mais antigo

Mais antigo

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Princípio da sobreposição Grand Canyon
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Princípio da Sobreposição dos Estratos

http://faculty.icc.edu/easc111lab/labs/labf/oldest_layer/ol
dest_youngestlayers.html
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Princípio da Sobreposição dos Estratos - Excepções

Dobras deitadas
Este princípio nem sempre
pode ser usado para datar os
estratos de forma relativa!
Se ocorrerem determinadas
deformações nas rochas a
posição dos estratos será
alterada e, às vezes, até
invertida (como no caso das
dobras deitadas)!!!

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Princípio da Sobreposição dos Estratos - Excepções

Foto : Dobra - Alberta, Jasper National Park (Canadá)

Na superfície de erosão SS´ a ordem de antiguidade observável é incompatível


com o princípio da sobreposição.
O estrato 4 que é o mais recente ocupa, no flanco invertido, a posição de
mais antigo.

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Princípio da Sobreposição dos Estratos - Excepções

Terraços fluviais
Mais antigo
O rio, por erosão, escava um novo
Mais
recente
leito, provocando a formação de
degraus onde deposita sedimentos
– terraços fluviais. Os últimos a
serem depositados foram os da
zona 3 (mais recentes).

Grutas
Os sedimentos depositados em
Mais antigo grutas são mais modernos do que
Mais as camadas que lhe servem de
recente tecto.

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Princípio da Sobreposição dos Estratos - Excepções

Terraços fluviais
Os que ocupam posição superior (A) mais
elevados, são mais antigos do que os que
se encontram menos elevados (B).
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Princípio da Sobreposição dos Estratos - Excepções
Depósitos subterrâneos
O sedimento (S) é mais recente do que
as rochas que se sobrepõem.

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Princípio da Sobreposição dos Estratos - Excepções
Intrusão magmática
Instala-se nas séries sedimentares sendo
mais nova do que os estratos
atravessados.

Filão da Praia da Adraga a norte do maciço de Sintra.


http://brunopereira.do.sapo.pt/varias%20fotos.htm

Os estratos apresentados na figura já existiam quando a intrusão (i) se


instalou. Sendo assim, esta é mais recente do que aqueles.
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Princípio da Sobreposição dos Estratos - Excepções

Estes estratos apresentam a mesma


Falhas
idade apesar de não estarem
“nivelados” Blocos rochosos que
fracturam (“partem”) e
que se movimentam
um em relação ao
outro.

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Princípio da Sobreposição dos Estratos - Excepções

O Princípio da Sobreposição
deve ser aplicado com
precaução, uma vez que em
terrenos que experimentaram
fenómenos de deformação,
como dobras e falhas, o
geólogo deve apoiar-se em
métodos de interpretação
complementares.

A sua aplicação poderá no entanto ser válida para estratos que se


encontrem em posição inclinada, desde que a deformação de origem
tectónica, posterior à deposição dos estratos, não tenha provocado a
sua inversão.
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Princípio da Inclusão

Este princípio aplica-se, por exemplo a rochas


compostas por fragmentos de outras (como o
conglomerado)

Mais recente
Fragmentos ou porções
de uma rocha que se
encontram
Mais antigo
incorporados (inclusão)
noutra são mais antigos
que as rochas que os
contêm.
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Princípio da Inclusão

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Princípio da Inclusão

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Princípio da Inclusão

 Um inclusão é parte de uma rocha que é incluída dentro de


uma outra rocha

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Princípio da Inclusão

http://faculty.icc.edu/easc111lab/labs/l
abf/sm_scale/sm_scale.html

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Princípio da Intercepção

Este princípio aplica-se a estratos afectados por


estruturas (falhas, intrusões magmáticas, etc …)

Mais antigo

A estrutura que
intersecta é mais
recente do que aquela
que é intersectada.

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Princípio da Intercepção

Magma invade as fracturas


existentes nas rochas encaixantes
(mais antigas), preenchendo-as e, mais
tarde, solidificando (filões mais
recentes).

Filões

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Princípio da Intercepção

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Princípio da Intercepção

Intrusão Magmática
Mais recente

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Princípio da Intercepção

mais recente

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Princípio da Intercepção

Filão Mais recente Filão


Mais recente

•http://faculty.icc.edu/easc111lab/labs/labf/igneousintrusio
n/igneousintrusion.html
•http://faculty.icc.edu/easc111lab/labs/labf/lrg_scale_inclus
ion/lrgscaleinclusions.html
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Princípio da Intercepção

Falhas

Sequência cronológica: A–B-C


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Princípio da Intercepção

Falha mais recente

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PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO DE PRINCÍPIO DA INTERSECÇÃO
ESTRATOS PRINCÍPIO DA INCLUSÃO

PRINCÍPIO DA HORIZONTALIDADE
INICIAL

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Os sedimentos acumulam-se
horizontalmente
Princípio da
Horizontalidade
Forças tectónicas provocam
Inicial
o seu levantamento e
deformação

Surge uma intrusão


magmática com um “ramo” –
dique – que “corta” as
camadas deformadas Princípio da
Intersecção
Surge uma falha (que corta
o dique e as estruturas
deformadas)
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 http://www.wwnorton.com/college/geo/e
geo2/content/animations/10_4.htm

 http://www.wwnorton.com/college/geo/a
nimations/geologic_history.htm

 http://www.wwnorton.com/college/geo/a
nimations/unconformity.htm

 http://www.wwnorton.com/college/geo/a
nimations/stratigraphic_column.htm

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