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UNIVERSIDADED FEDERAL DE SANTA MARIA / CESNORS

CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL


DISCIPLINA EFL2004 – FITOGEOGRAFIA FLORESTAL

AULA 1: INTRODUÇÃO À FITOGEOGRAFIA


FLORESTAL

Prof. Luciano Denardi


CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 Fitogeografia
Ramo da Biogeografia* que estuda a distribuição das
plantas na superfície terrestre.

“Além da distribuição, a fitogeografia estuda a


origem (histórico), as adaptações e as associações
das plantas de acordo com as CONDIÇÕES
CLIMÁTICAS, localização e evolução.”
Compreende os seguintes estudos:

 Flora

Padrões de
distribuição  Vegetação
 Ambiente
 BIOMA

 ECOSSISTEMA
Breve Histórico da Biogeografia - Fitogeografia
 Aristóteles (355 A.C) – um dos mais antigos a
questionar-se sobre a mesma questão: De onde veio a vida,
e como se diversificou e se espalhou através do globo?
 O desenvolvimento da Biogeografia atrelado à época da
exploração.

 O pensamento predominante dos naturalistas do séc.


XVIII era que a terra, o seu clima e suas espécies eram
imutáveis.

 Quando os naturalistas mais antigos retornavam de suas


expedições, trazendo diversos novos espécimes (adaptados
aos diferentes ambientes), ficava mais evidente que “havia
espécies demais para serem acomodadas na Arca de Noé”.
 Linnaeus (1707-1778) ....percebeu que seu desafio devia ir
além de catalogar e descrever espécimes e sim tentar
explicar a origem e distribuição da diversidade na terra.........

Mas se as espécies eram imutáveis , como elas poderiam ter


se espalhado de um único local (onde Noé aportou) para se
tornarem perfeitamente adaptáveis a ambientes tão
diversos?

 Buffon (1707 – 1788), que conduzia estudos com


mamíferos e fósseis, e observou diferentes porções do
globo, também se questionava quanto a origem e
distribuição dos organismos no globo.
Figura: Hipóteses de
Linnaeus (Monte Ararat,
próximo a fronteira da
Turquia e Armênia) e de
Buffon (Origem norte)
para explicar a diversidade
e a distribuição dos
organismos terrestres.
Fonte (Brown e Lomolino,
2006).
 Alexander von Humboldt (1769 – 1859), naturalista
alemão considerado o pai da fitogeografia. Percorreu quase
toda a América Latina (1799-1804) e escalou algumas de
suas montanhas mais altas.
- Primeiro a reconhecer a grande
diversidade da vida tropical e o
incrível número de espécies que
deveria existir no mundo.

- Percebeu o fato das plantas


ocorrem em grupos repetidos
(condições de clima, solo e
interações biológicas semelhantes).

- Reconheceu a relação entre altitude e latitude.


 Principais Avanços do XIX:
- Estimativa melhor da idade da terra1;
- Melhor conhecimento da natureza dos continentes2;
- Melhor conhecimento dos mecanismos envolvidos na
expansão e diversificação das espécies (dispersão, extinção
e evolução).
 Schimper (1903), pela primeira vez tentou unificar* as
paisagens vegetais mundiais de acordo com as estruturas
fisionômicas.

Entre outros, destacam-se: Tasnley e Chipp (1926),


Schimper e Faber (1935), Aubréville (1956), Ellemberg e
Müeler-Dombois (1965/1966), Velloso e Goes-Filho (1982),
Walter (1986)...
 Objetivo da disciplina
Descrever as diferentes formações vegetais do globo terrestre, com
ênfase a vegetação do Brasil e do Rio Grande do Sul.
 Correlação da Fitogeografia com outras disciplinas

Climatologia Edafologia Geologia /


Geografia
Paleontologia

Bot. Sistemática Ecologia


Fitogeografia Florestal

Dendrologia Fitossociologia

Silvicultura Inventário florestal


 Programa da disciplina
Conteúdo
UNIDADE 1 – Introdução à Fitogeografia Florestal
1.1 Histórico e conceitos fundamentais
1.2 Objetivos da disciplina
1.3 Correlação da fitogeografia com outras disciplinas
1.4 Programa da disciplina
UNIDADE 2 – Fatores Ecológicos Integrantes Fitogeografia
2.1 Fatores climáticos (zonas climáticas da terra)
2.2 Fatores edáficos
2.3 Fatores fisiográficos
2.4 Fatores bióticos
2.5 Fogo
2.6 Limites florestais
UNIDADE 3 – Embasamento florístico
3.1 Considerações gerais
3.1.1 Flora e vegetação
3.1.2 Espécie vegetal
3.1.3 Classificação ecológica das plantas
3.1.4 Formas de vida
3.2 Distribuição da flora mundial
3.2.1 Escala geológica de tempo
3.2.2 Teoria da deriva continental
3.2.3 Reinos Florísticos
3.2.4 Elementos florísticos
UNIDADE 4 – Fitogeografia em escala global

4.1 Considerações gerais


4.2 Sistemas de Classificação da vegetação mundial
4.3 Principais biomas do mundo

UNIDADE 5 – Fitogeografia do Brasil

5.1 Considerações gerais


5.2 Sistemas de Classificação da vegetação Brasileira
5.3 Principais tipos de vegetação do Brasil
UNIDADE 6 – Fitogeografia do Rio Grande do Sul

6.1 Considerações gerais


6.2 Histórico da fitogeografia regional
6.2 Sistemas de classificação da vegetação
6.4 As florestas e os campos do Rio Grande do Sul
Metodologia de trabalho e avaliação

 Metodologia

- Aulas: 2 teóricas / 1 prática (45 h)


- Viagens de estudo: disponibilidade

 Avaliação
- Provas teóricas: 2
- Relatório de viagem: 1
Bibliografia recomendada
BROWN, J.H; LOMOLINO, M.V. Biogeografia. Ribeirão Preto:
Ed. FUNPEC, 2006. 2.ed. 691p.

HAVEN, P. et al. Biologia Vegetal. Editora Guanabara Koogan


S.A., 2001. 6 ed. 906p.

FERRI, M.G. Vegetação brasileira. São Paulo: Ed. da Universidade


de São Paulo, 1980. 157p.

RIZZINI C.T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos


ecológicos, sociológicos e florísticos. Âmbito Cultural Edições
Ltda., 1997).
FERNANDES, A. Fitogeografia Brasileira. Fortaleza: Multigraf,
2000. 340p.
CARVALHO, P.E.R. Espécies arbóreas brasileiras. Embrapa
Florestas, vol.1, 2 e 3.
LINDMAN, C.A.M; FERRI, M.G. A vegetação no Rio Grande do
Sul. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1974).

RAMBO, B. A fisionomia do Rio Grande do Sul. São Leopoldo:


Ed. Unisinos, 2005.

MARCHIORI, J.N.C. Fitogeografia do Rio Grande do Sul:


Embasamento florístico. Porto Alegre: Ed. Est, 2006. 40p.

MARCHIORI, J.N.C. Fitogeografia do Rio Grande do Sul –


Enfoque Histórico e Sistemas de Classificação. Porto Alegre: EST
Edições, 2002. 118p.

MARCHIORI, J.N.C. Fitogeografia do Rio Grande do Sul –


Campos Sulinos. Porto Alegre: EST, 2004. 110p.

Fitogeografia do Sul da América. Ciência & Ambiente, Vol.1, n.24.

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