SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 ± FILOSOFIA E CIÊNCIA
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1. No texto filosófico, as informações se apresentam como relato histórico, como narrativa. No relatório
científico, elas são reveladas por meio de estatísticas e dados quantitativos.
2. Uma grande diferença está na forma como são relatadas as informações e na construção do argumento. No
texto filosófico, o autor mescla informação histórica com sua reflexão sobre a morte. No texto científico, o
autor ou os autores descrevem dados estatísticos.
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1. A Filosofia utiliza diversos gêneros textuais para expressar suas ideias: cartas, poemas, diálogos, ensaios. A
Ciência não faz uso de tão variado universo de gêneros textuais e o seu modo de expressão é basicamente o
relatório de pesquisa; e o artigo científico. A Filosofia questiona métodos e finalidades da Ciência. A Ciência
utiliza instrumentos para construir dados (telescópios, microscópios entre outros) e a Filosofia não está
associada ao uso de instrumentos.
2. Os procedimentos de pesquisa para elaboração de cada tipo de texto podem ser os mesmos e podem ser
diferentes. A reflexão em um texto filosófico pode basear-se em dados qualitativos ou quantitativos e a análise
em um texto científico também pode tomar como ponto de partida a leitura de dados qualitativos ou
quantitativos. No caso dos textos analisados para este exercício, temos que a reflexão filosófica não se apoia em
dados estatísticos, ao passo que o relatório científico sim.
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2. A Filosofia consiste em um discurso que pode apoiar-se em argumentos que questionam posturas do senso
comum (como nossa relação com a morte, por exemplo), sem necessariamente se utilizar de referência a dados
estatísticos sobre o que acontece a contingentes expressivos de pessoas em determinado lugar e sem recorrer a
análises qualitativas, próprias das ciências humanas. A experiência humana é pensada tomando-se por base a
vivência do próprio filósofo e a leitura de outros filósofos e literatos.
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2. Porque do fato de Deus conhecer a ordem das causas que dão origem a todas as coisas não se pode concluir
que não há nada que dependa da vontade humana. Nossa vontade também faz parte da ordem das causas
conhecidas por Deus.
3. Porque, mesmo com a ajuda da graça divina, o homem é livre para escolher se vai praticar o Bem ou o Mal.
E isso vale também para os que estão predestinados à salvação. Ou seja, para o homem se salvar não basta estar
predestinado a isso. É preciso, ainda, que ele escolha fazer o Bem. A predestinação, portanto, não é uma
necessidade. Ela depende também da vontade humana. Não fosse assim, não se poderia responsabilizar o
homem pelo erro ou pelo pecado.
4. Porque, se não há liberdade de escolha, a ação não pode ser julgada nem boa nem má, e, portanto, não cabe
punição nem recompensa.
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4. Em linhas gerais, para Sócrates e Platão, a palavra ³dialética´ designava certo modo de discutir ou dialogar,
cujo objetivo era explicitar as contradições presentes no raciocínio dos interlocutores, com a finalidade de
superar as divergências das opiniões de cada um e atingir um conhecimento comum verdadeiro.
5. A dialética de Hegel é identificada pela palavra ³idealista´, ou ³idealismo´. Segundo esse ponto de vista, a
trajetória humana e sua transformação têm como desígnio o aperfeiçoamento do espírito. A palavra ³dialética´,
na obra de Marx e Engels, é associada à palavra ³materialista´, ou materialismo, por entender que a trajetória
humana e sua transformação resultam no aperfeiçoamento das relações humanas na existência material, na
transformação da natureza e da sociedade para construção de igualdade.
6. A frase denota a concepção materialista e dialética dos autores, para os quais as transformações na sociedade
humana, verificadas ao longo da história, ocorrem por força das contradições a ela inerentes, como, por
exemplo, a contradição entre as classes sociais. Dessa forma, as duas classes sociais fundamentais do
capitalismo, a burguesia e os trabalhadores, estão sempre em contradição, em luta.
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1. Significa que, na concepção do materialismo histórico dialético, o homem não pode ser concebido como um
ser abstrato, isolado, destacado do mundo concreto em que vive (como faz, por exemplo, o libertarismo), visto
que ele é, em grande parte, determinado pelas circunstâncias em que vive (mas não de modo absoluto, como
quer o determinismo).
2. Ao se afirmar que o homem tem um papel ativo na determinação das circunstâncias em que vive (liberdade),
ainda que ele seja determinado, em grande medida, por estas circunstâncias. Não se trata, porém, de uma
determinação absoluta (determinismo), assim como a sua liberdade para interferir nas circunstâncias também
não é absoluta.
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1. Este conceito, ação recíproca, questiona o determinismo, pois leva em conta que as partes de um todo se
relacionam reciprocamente, em determinação mútua, sem que nenhuma delas responda isoladamente pelas
características deste todo. O conceito de ação recíproca, em termos da natureza, sugere que todos os seres estão
inter-relacionados, determinando-se mutuamente e, em termos da sociedade humana, todos os homens são
responsáveis pelas construções humanas.
2. Para Heráclito (séculos VI e V a.C.), filósofo grego, nada é imóvel, imutável, isto é, nada permanece aquilo
que é; ao contrário, tudo está em movimento, tudo muda, tudo flui, tudo se transforma, tudo é a O motor
dessa transformação é a contradição que está contida em todas as coisas. Isso quer dizer que no interior de cada
coisa há forças opostas em luta entre si e que fazem com que ela deixe de ser o que é e se torne outra coisa. No
tempo de Sócrates e Platão, a palavra ³dialética´ designava um certo modo de discutir ou dialogar que tinha por
objetivo explicitar as contradições presentes no raciocínio dos interlocutores, a fim de superar as divergências
das opiniões particulares e atingir o conhecimento verdadeiro. Este sentido é mais próximo do etimológico, pois
dialética vem do termo grego a que significa ³arte de discutir e usar argumentos lógicos´ (dicionário
HOUAISS). Ao longo da história da Filosofia, inúmeros filósofos fizeram uso do conceito de dialética,
atribuindo a ele diferentes conotações, mas sempre enfatizando o aspecto da contradição. Esta, portanto,
constitui um elemento fundamental na perspectiva dialética. Mas quem de fato sistematizou a dialética como
método de interpretação da realidade foi um filósofo alemão idealista dos séculos XVIII e XIX chamado Georg
Wilhelm Friedrich Hegel. Hegel concebe a história como um processo que resulta das contradições presentes no
pensamento. Marx absorve o núcleo dialético do pensamento hegeliano, mas confere a ele um caráter
materialista. Para ele, a realidade, o mundo, a sociedade também estão permeados por contradições, mas estas
não derivam do pensamento, e sim do modo como os homens produzem a sua existência material e do tipo de
relações sociais que estabelecem entre si nesse processo produtivo. Assim, para Marx e Engels não é o
pensamento que, organizando-se de forma contraditória (tese, antítese e síntese), produz a realidade material,
mas sim a realidade que, por força das contradições nela inerentes (como a luta de classes, por exemplo) gera as
diferentes formas de pensamento.