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MANUAL DE FORMAÇÃO
Estação do Saber, Lda - NIPC 509771980 Sede Social: Urbanização Valrio, Lote 2, Loja E, r/c Dtº, Vildemoinhos 3510 - 779 Viseu

ÉTICA E DEONTOLOGIA
PROFISSIONAL NO
TRABALHO COM
CRIANÇAS E JOVENS

UFCD - 9631

Formador: Lurdes Martins Barreiras


: Roger Pragosa
ÍNDICE

Introdução ............................................................................................. Erro! Marcador não definido.


Capítulo I –............................................................................................................................................ 5
1
• Ética e deontologia profissional no trabalho com crianças e jovens
o Conceitos de ética e de moral
o Princípios de referência ética
▪ - Competência
▪ - Responsabilidade
▪ - Integridade
▪ - Respeito
o Os Direitos das Crianças
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o Respeito pelo superior interesse da criança


o Respeito pelas diferenças religiosas, culturais e socioeconómicas da
criança e sua família
o Dever de transparência e Informação à família
o Dever de colaboração com a família na procura de soluções
o Dever de zelo
o Particularidades da aplicação dos princípios éticos e deontológicos no
trabalho com crianças em contexto diferenciados
▪ - Domicílio
▪ - Entidades privadas
▪ - Entidades públicas

Capítulo II –.......................................................................................................................................... 13
• Compromissos com os intervenientes
o Compromisso com as crianças e jovens
o Compromisso com as famílias
o Compromisso com a equipa
o Compromisso com a entidade empregadora
o Compromisso com a comunidade e com a sociedade em geral

Capítulo II –.......................................................................................................................................... 18
• Comportamentos e atitudes
o Relações interpessoais
o Resolução de conflitos
o Bem-estar pessoal
o Ética do cuidado
o Sigilo profissional
o Negligência e maus tratos

Bibliografia ......................................................................................................................................... 30
BENEFÍCIOS E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO

O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta
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duração nº 9631 - Ética e deontologia profissional no trabalho com crianças e jovens, de acordo
com o Catálogo Nacional de Qualificações.

OBJETIVOS
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➢ Reconhecer as exigências éticas associadas à atividade profissional no trabalho com


crianças e jovens.
➢ Identificar os fatores deontológicos associados à atividade profissional no trabalho
com crianças e jovens.
➢ Reconhecer as suas próprias competências e funções no trabalho com crianças e
jovens.

CONTEÚDOS

• Ética e deontologia profissional no trabalho com crianças e jovens

o Conceitos de ética e de moral

o Princípios de referência ética

▪ - Competência, Responsabilidade

▪ - Integridade, Respeito

o Os Direitos das Crianças

o Respeito pelo superior interesse da criança

o Respeito pelas diferenças religiosas, culturais e socioeconómicas da criança e sua


família

o Dever de transparência e Informação à família


o Dever de colaboração com a família na procura de soluções, dever de zelo

o Particularidades da aplicação dos princípios éticos e deontológicos no trabalho


com crianças em contexto diferenciados
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▪ - Domicílio, Entidades privadas, Entidades públicas

• Compromissos com os intervenientes

o Compromisso com as crianças e jovens


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o Compromisso com as famílias

o Compromisso com a equipa

o Compromisso com a entidade empregadora

o Compromisso com a comunidade e com a sociedade em geral

• Comportamentos e atitudes

o Relações interpessoais, Resolução de conflitos

o Bem-estar pessoal, Ética do cuidado

o Sigilo profissional, Negligência e maus tratos


INTRODUÇÃO

Ao finalizar o estudo e a participação neste módulo de formação, o formando deve


reconhecer o que é ética e deontologia profissional. 4

A vida humana assume uma posição inigualável na Ordem Jurídica Portuguesa. É


inegável que todas as pessoas humanas merecem ser tratadas com igualdade
perante o Direito.

O Princípio da igualdade dispõe que situações iguais devem ser alvo de tratamento
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igual e situações distintas devem ser tratadas de forma distinta.


Capítulo I
ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL NO TRABALHO COM CRIANÇAS E JOVENS

• CONCEITOS DE ÉTICA E DE MORAL

A necessidade de reflexão sobre a pessoa humana foi despoletada com o surgir do


iluminismo, já que esta corrente político-filosófica alertou o mundo para a igualdade entre
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todas as pessoas humanas num passado recente marcado pela diferença de tratamento
entre os seres humanos, como aconteceu com a escravatura.

Apesar de tarde se ter reconhecido a igualdade de todas as pessoas humanas perante a


lei, o Direito reflete um elevado desenvolvimento no reconhecimento dos direitos
fundamentais inerentes a toda a pessoa humana.

A pessoa pode ser vista de duas perspetivas, como ser humano e como destinatário de
normas, na medida em que é suscetível de ser titular de direitos e de obrigações.

O termo ético tem origem no grego “ethiké” ou do latim “ethica”, vinda da filosofia como
objetivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correto e
o incorreto. Os seus princípios constituem como diretrizes para os humanos, enquanto
sujeitos sociais, com a finalidade de dignificar um comportamento.

Os códigos de ética são, dificilmente, separáveis da deontologia profissional pelo que é,


igualmente, pouco usual serem utilizados indiferentemente.

Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada


cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus
julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.

No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante.


São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem,
determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e
de se comportar em sociedade. 6

• PRINCÍPIOS DE REFERÊNCIA ÉTICA


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Princípios como referência ética:

A Competência – enquanto saber integrado, cientificamente suportado e em permanente


reconstrução.

A Responsabilidade – enquanto atitude dinâmica que permite dar resposta correta, no


sentido do bem do outro, e que exige uma mobilização pessoal atenta e solícita.

A Integridade – enquanto conjunto de atributos pessoais que se revelam numa conduta


honesta, justa e coerente.

O Respeito – enquanto exigência subjetiva de reconhecer, defender e promover a


intrínseca e inalienável dignidade da pessoa.

• OS DIREITOS DAS CRIANÇAS

Direitos da Criança: Convenção sobre os Direitos da Criança

A Convenção dos Direitos da Criança é o mais ratificado de todos os tratados sobre


direitos humanos. O seu esboço foi iniciado em 1979, no Ano Internacional da Criança, por
um grupo estabelecido pela Comissão dos Direitos Humanos.

O tratado resultante desta Convenção foi aceite por unanimidade e adotado pela
Assembleia Geral das Nações Unidas de 20 de novembro de 1989, estando tudo pronto
para a sua assinatura a 26 de janeiro de 1990.
Nesse dia, 61 nações assinaram este documento, mas só passados alguns meses, após se
ter efetuado o número de ratificações por Estados exigido pelos estatutos da ONU, a
Convenção teve força legal.
7

1.º

Toda criança será beneficiada por estes direitos, sem nenhuma discriminação de raça, cor,
sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou situação económica. Toda e
qualquer criança do mundo deve ter seus direitos respeitados!
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2.º

Todas as crianças têm direito a proteção especial e a todas as facilidades e oportunidades


para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade. As leis deverão ter em conta
os melhores interesses da criança.

3.º

Desde o dia em que nasce, toda a criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou
seja, ser cidadão de um país.

4.º

As crianças têm direito a crescer e criar-se com saúde. Para isso, as futuras mães também
têm direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis. Todas as
crianças têm também direito a alimentação, habitação, recreação e assistência médica.

5.º

Crianças com deficiência física ou mental devem receber educação e cuidados especiais
exigidos pela sua condição particular. Porque elas merecem respeito como qualquer
criança.
6.º

Toda a criança deve crescer num ambiente de amor, segurança e compreensão. As


crianças devem ser criadas sob o cuidado dos pais, e as mais pequenas jamais deverão
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separar-se da mãe, a menos que seja necessário (para bem da criança). O governo e a
sociedade têm a obrigação de fornecer cuidados especiais para as crianças que não têm
família nem dinheiro para viver decentemente.

7.º
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Toda a criança tem direito a receber educação primária gratuita, e também de qualidade,
para que possa ter oportunidades iguais para desenvolver as suas habilidades. E como
brincar também é uma boa maneira de aprender, as crianças também têm todo o direito
de brincar e de se divertir!

8.º

Seja numa emergência ou acidente, ou em qualquer outro caso, a criança deverá ser a
primeira a receber proteção e socorro dos adultos.

9. º

Nenhuma criança deverá sofrer por negligência (maus cuidados ou falta deles) dos
responsáveis ou do governo, nem por crueldade e exploração. Não será nunca objeto de
tráfico (tirada dos pais e vendida e comprada por outras pessoas). Nenhuma criança
deverá trabalhar antes da idade mínima, nem deverá ser obrigada a fazer atividades que
prejudiquem sua saúde, educação e desenvolvimento.
• Interesse superior da criança

Todas as decisões que digam respeito à criança devem ter plenamente em conta o seu 9

interesse superior.

Como é geralmente conhecido, a consideração do interesse superior da criança em todas


as decisões que lhe respeitam, consagrado na Convenção sobre os Direitos da Criança
com um direito fundamental, um princípio de interpretação e uma regra de
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procedimento, adequados à concretização desse direito de cada uma das crianças,


constitui um marco fundamental em toda a atuação do Estado, dos organismos públicos
e particulares, famílias, comunidades e cidadãos, no cumprimento do dever que a todos
cabe, de contribuir para a efetivação da relevantíssima aquisição civilizacional que
deriva do reconhecimento da Criança, pela referida Convenção, como Sujeito autónomo
de Direitos Humanos, já também no domínio do Direito e não só ao nível ético, estético,
cívico, social e cultural.

O “superior interesse da criança” é um conceito indeterminado, que tem vindo a ser


determinado à luz dos instrumentos legislativos, quer de direito internacional quer
nacional, radicando na ideia de procura da solução mais adequada para a criança, aquela
que melhor a salvaguarde, melhor promova o seu harmonioso desenvolvimento físico,
intelectual e moral, bem como a estabilidade emocional, tendo em conta a sua idade, o
seu enraizamento ao meio sociocultural, mas também a disponibilidade e capacidade dos
progenitores em assegurar tais objetivos.

Assim, o “superior interesse da criança” deve ser valorado, desde logo, no âmbito da
família a que a criança pertence, com os concretos progenitores em causa e com os
contornos que cada situação familiar encerra, devendo ponderar-se que um pai ou uma
mãe que estejam privados da sua liberdade de ação e realização pessoal, profissional ou
outra, não constituem figura parental de referência para uma criança

O interesse superior da criança adquire consideração primordial em todas as medidas


concernentes às crianças, desempenhando a função de guia para a interpretação do resto
dos artigos da Convenção. O Estado deve garantir à criança cuidados adequados quando
os pais, ou outras pessoas responsáveis por ela não tenham capacidade para o fazer.

Nesse sentido, adotar o tratado envolve aceitar que as decisões e ações estatais sejam 10

regidas pelo interesse superior da criança.

Contudo, o interesse superior da criança é provavelmente o princípio mais enigmático,


tanto com respeito à sua conceptualização, como em relação a suas implicâncias na
prática.
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As persistentes discussões entabuladas com o objetivo de alcançar maior precisão dão


conta da falta de acordo predominante.

A supremacia do interesse da criança como critério de interpretação deve ser entendida


de maneira sistêmica: apenas os reconhecimentos dos direitos em seu conjunto
asseguram a devida proteção aos direitos à vida, à sobrevivência e ao desenvolvimento
da criança. Isso implica que a proteção dos direitos não possa ser limitada ou parcial.

O interesse superior da criança e ligações com outros princípios gerais da Convenção

• O interesse superior da criança e o direito à não discriminação (artigo 2.º)


• O interesse superior da criança e o direito à vida, à sobrevivência e ao desenvolvimento
(artigo 6.º)
• O interesse superior da criança e o direito a ser ouvida (artigo 12.º)

• Liberdade de pensamento, consciência e religião

O Estado respeita o direito da criança à liberdade de pensamento, consciência e religião,


no respeito pelo papel de orientação dada pelos pais e ou seus progenitores.

Todos os seres humanos têm direito à liberdade de pensamento, de consciência e de


religião.
Este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, bem como a
liberdade de manifestar a sua religião ou a sua convicção, individual ou coletivamente, em
público ou em privado, através do culto, do ensino, de práticas e da celebração de ritos.
11

O direito à objeção de consciência é reconhecido pelas legislações nacionais que regem o


respetivo exercício. Consta na Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu artigo
XVIII, que expressa que "todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento,
consciência e religião.
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• DEVER DE COLABORAÇÃO COM A FAMÍLIA NA PROCURA DE SOLUÇÕES

A família como agente de socialização primária é o eixo fundamental no que toca à


proteção de crianças, na medida em que responde às necessidades físicas, psicoafectivas
e sociais dos seus filhos.

O Dever da família consiste no cuidado com a criança e o adolescente em processo de


desenvolvimento e merece atenção principalmente na efetivação dos direitos
fundamentais da criança e do adolescente e coloca a família como responsável pelo
cuidado, respeito e educação do menor que esta sob seus cuidados.

A família constituída pelos pais e pelos filhos é aquela compreendida por família natural e
se apresenta também como aquela formada por qualquer um deles e sua prole. Assim,
não importa como iniciou a família, e sim os vínculos afetivos a que foram constituídos
durante a convivência familiar. Para que possamos melhor compreender o dever da
família nesse contexto, se faz necessário expor um conceito a respeito do que vem a ser
família.

Este tipo de experiências são peças fundamentais para enfrentar, futuramente, o mundo
com confiança, competência e cidadania.
• DEVER DE ZELO

O dever de zelo consiste em conhecer e aplicar as normas legais e regulamentares e as


ordens e instruções dos superiores hierárquicos, bem como exercer as funções de acordo 12

com os objetivos que tenham sido fixados e utilizando as competências que tenham sido
consideradas adequadas.

Desempenhar as funções com equidistância relativamente aos interesses com que seja
confrontado, sem discriminar positiva ou negativamente qualquer deles, na perspetiva
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do respeito pela igualdade dos cidadãos.

• Responsabilidade e segredo profissional

Responsabilidade é a obrigação de um individuo cumprir as tarefas delegadas assim como


saber assumir as consequências de todos os seus atos.

Segredo profissional é saber guardar a informação relativa a alguma coisa que pertence
à instituição onde se trabalhar assim como dos utentes. Implica responsabilidade e
profissionalismo.

Moral é o conjunto de princípios, normas, dos juízos de valor vigorantes numa dada
sociedade e aceite pelos indivíduos dessa mesma sociedade. Quando se considera o que
é correto ou incorreto estamos perante um juízo de valor.

Os valores são sempre sociais e históricos. Baseia-se no costume, hábitos culturais, regras
que já estão enraizadas numa determinada sociedade. Não faças aos outros o não quereis
que façam a ti, é um dos fundamentais princípios da ética.

Mas seria igualmente justificado afirmar: tudo o que fizeres a outros fá-lo-ás também a ti
próprio” (Erich Fromm, Ética e Psicanálise).
Capítulo II
13
• COMPROMISSOS COM OS INTERVENIENTES

“A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança define criança como alguém
com idade inferior a 18 anos”. CESIS

O compromisso com das crianças e jovens, tem por base garantir o direito das crianças e
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jovens de serem protegidas/os de abuso, maus tratos e negligência. O compromisso de


garantir o direito das crianças e jovens a serem envolvidas/os em todas as decisões que
afetam as suas vidas.

O bem-estar das crianças e jovens deve orientar a tomada de decisões que as/os afetam,
no respeito pelo seu superior interesse.

“O comprometido em zelar pelos direitos das crianças e jovens e pela promoção dos seus
direitos, cumprindo os princípios consagrados na Declaração dos Direitos das Crianças,
adotada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 20 de Novembro de 1959, na Convenção
sobre os Direitos da Criança, aprovada pela ONU em 1989 e ratificada por Portugal em 12 de
Setembro de 1990, na Constituição da República Portuguesa e na Lei de Proteção de Crianças
e Jovens em Perigo, bem como nas Recomendações da ONU do Conselho da Europa relativas
a proteção das crianças e à promoção dos seus direitos”. CESIS

Os Princípios norteadores desta Política, baseados na política de proteção de crianças e


jovens, e tendo como referência os textos acima identificados, podemos enumerar alguns
princípios aplicáveis na prática:

•Respeito pelo superior interesse da criança. Todo o trabalho desenvolvido pelas


instituições de apoio deverá ter na sua base uma intervenção que atenda prioritariamente
aos interesses e direitos da criança e do/a jovem (Artigo 3º da Convenção sobre os Direitos
da Criança).
•Considerar crianças e jovens como sujeito de direitos e com capacidades cada criança e
jovem tem a sua história, a sua personalidade e sua individualidade, que precisam ser
respeitadas.
14

Cada criança e jovem tem capacidades que devem ser consideradas e reforçadas pelas/os
trabalhadores/as e voluntários/as das instituições, no intuito de tornar-se co construtor/a,
com as pessoas adultas, do sistema de proteção e promoção dos seus direitos.

•Dever de proteção as famílias, a sociedade e o Estado devem garantir, com absoluta


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prioridade, que nenhuma criança ou jovem seja vítima de abandono, negligência,


discriminação, exploração, maus tratos, violência, dano, crueldade ou opressão (Artigo
19º da Convenção sobre os Direitos da Criança).

•Respeito pelas diferenças e não discriminação. A proteção às crianças e jovens deve ser
assegurada independentemente de qualquer consideração de origem nacional, étnico-
cultural ou social, cor de pele, sexo, língua, opção política ou religião da criança e/ou da
sua família.

Todas as crianças/jovens e suas famílias devem ser respeitadas, ao abrigo do princípio de


não discriminação (Artigo 2º da Convenção sobre os Direitos da Criança).

•Respeito e confiança. Toda a equipa da instituição de apoio deverá estabelecer uma


relação positiva, baseada na confiança mútua, respeito e aceitação, com a criança/jovem.
Um/a profissional de referência deverá acompanhar a criança/jovem, ou servir de
interlocutor/a da mesma, durante a sua participação em projetos ou iniciativas, em que
esta inserido.

•Participação. Acriança/jovem e a sua família deverão ser ouvidas e informadas a


propósito de toda a intervenção através da utilização de diversos métodos e estratégias
de comunicação (Artigo 12 da Convenção sobre os Direitos da Criança).

Deve-se utilizar métodos ativos nos quais as crianças/jovens possam participar


ativamente e manifestar a sua opinião.
Sempre que possível devem ser constituídas Assembleias de Jovens como forma de
reforço do seu empoderamento.

O processo de empoderamento traduz-se no reconhecimento das capacidades de cada 15

um e de cada uma, numa aposta no seu desenvolvimento e na responsabilização pelas


mudanças necessárias. Esta estratégia traduz-se num aumento de poder que permite às
crianças/jovens potenciarem as condições de exercício da sua cidadania.

•Respeito pela intimidade e reserva da vida privada. A intervenção deve ser efetuada no
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respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da vida privada da criança/jovem.


Acriança/jovem tem direito a um relacionamento de confiança e à confidencialidade de
toda a informação e elementos de identificação que lhe respeitam (Artigo 16º da
Convenção sobre os Direitos da Criança; Lei de Proteção de Dados Pessoais).

A criança/jovem e a sua família deverão estar informadas da necessidade de recolha de


informação pela/o profissional. Devem dar o seu consentimento para a recolha de dados
pessoais e a respetiva utilização.

É neste âmbito que se insere a obrigatoriedade do segredo profissional e o uso


responsável da informação. Eticamente admite-se a quebra de confidencialidade quando:

• Um sério dano físico, a uma pessoa identificável e específica, tiver alta probabilidade de
ocorrência;
• Existe um benefício real resultante desta quebra de confidencialidade.

•Direito à informação. A criança/jovem deve ser informada dos seus direitos e deveres
(Artigo 17º da Convenção sobre os Direitos da Criança).

Para tal, torna-se imprescindível, antes da realização de qualquer intervenção, que a


criança/jovem e a sua família sejam corretamente informadas podendo, excetuando
alguns casos particulares, decidir de forma livre e esclarecida se aceitam ou recusam um
procedimento, ou uma intervenção, bem como alterar a sua decisão.
Pretende-se, assim, assegurar o direito à autodeterminação, ou seja, a capacidade e a
autonomia que crianças/jovens têm de decidir sobre si próprias/os.

•Dever de colaboração com a família na procura de soluções, deverá tentar estabelecer- 16

se uma estreita parceria entre a equipa de intervenção e a família da criança/jovem.

Esta parceria é essencial para se planear estratégias e pensar em possíveis soluções em


conjunto. Trata-se de valorizar as famílias, com as necessidades e motivações específicas
que cada uma delas tem, daí decorrendo a valorização das suas potencialidades, por
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contraponto às suas dificuldades.

Partindo de cada uma das famílias e das suas aspirações, toda a intervenção realizada
deve:

• Olhar globalmente os diferentes problemas que surgem nas suas vidas,


compreender as suas inter-relações, delinear e acionar as respostas mais
adequadas;

• Promover um acompanhamento individual e personalizado;

• Construir, com a criança/jovem e sua família projetos exequíveis;

• Acionar e rentabilizar, para a implementação de tais projetos, os recursos


disponíveis na comunidade.

A Política de Proteção das Crianças e Jovens tem os seguintes objetivos:

• Assegurar que os/as trabalhadores/as e voluntários/as têm uma informação clara sobre os
respetivos papéis e responsabilidades.

• Assegurar que os/as trabalhadores/as e voluntários/as adotam procedimentos e


metodologias de trabalho alinhadas com a missão, valores e objetivos, baseados no
superior interesse e proteção das Crianças e Jovens.
• Assegurar que os/as trabalhadores/as e voluntários/as adotam procedimentos e
metodologias de trabalho que promovem o empoderamento de crianças e jovens

17

Responsabilidades

• Respeitar e promover os direitos das crianças e jovens, de acordo com a Convenção sobre
os Direitos da Criança.−Criar um ambiente seguro para crianças/jovens através da
implementação de procedimentos de proteção das crianças e jovens, que são aplicados
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em toda a organização. Tais procedimentos devem facilitar a avaliação de risco bem como
a prevenção/minimização de risco.

• Dispor de informação atualizada sobre proteção de dados, confidencialidade, partilha de


informação e outras questões de natureza legal que possam ter impactos na proteção das
crianças. Dispor também de informação especificamente dirigida às crianças e jovens
sobre os seus direitos bem como sobre orientação e apoio disponíveis.

• Promover e implementar procedimentos adequados para proteger e promover os


direitos das crianças e jovens.

Estes procedimentos devem assegurar, nomeadamente: uma ou um profissional


designada/o que garanta que a política é conhecida e cumprida, e possa acolher quaisquer
preocupações específicas sobre uma criança ou jovem; e um procedimento de
reclamações, acessível às crianças/jovens, familiares e outras pessoas.
Capítulo III

• COMPORTAMENTOS E ATITUDES
18
Os códigos de ética, constituem um instrumento essencial que visa criar um standard
relativo à forma como os colaboradores de uma instituição, ou os profissionais
representados por uma ordem ou sindicato, se devem comportar no exercício das suas
funções, correspondendo àquilo que é visto como uma conduta politicamente correta em
sociedade e que salvaguarde a boa imagem de uma determinada instituição ou profissão,
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mas também na perspetiva da sociedade em geral, cujos os utilizadores dos bens e


serviços prestados pelos profissionais sujeitos aos ditos códigos, têm o direito de ser
servidos de forma ética e profissional.

• Capacidade de organização e de realização profissional


• Sentido de antecipação
• Boa cultura geral
• Facilidade de expressão oral e escrita
• Criatividade
• Polivalência
• Facilidade nas relações interpessoais
• Vivência do sentido da solidariedade social
• Sentido da obrigação da competência

Ainda assim, não obstante a importância de existirem códigos de ética, deve-se ter em
consideração que a sua existência não implica um cumprimento automático pelas
pessoas a que a eles são sujeitos.

De facto, a quebra das respetivas normas geralmente não é de deteção e/ ou de


penalização automática, não só existem normas que não têm caracter obrigatório (mas
apenas desejável), como existe ainda a necessidade de ser controlado o seu
cumprimento, de modo a detetar (e posteriormente penalizar) comportamentos
desviantes.
Avaliamos os comportamentos e atitudes dos outros através de:

• Juízo de valor
• Censura
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• Controlo do comportamento
• Atos passados

Interlocutor

• Maior tensão/agressividade
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• Menor Comunicação
• Maior defesa

DESNIVELANTE

ATITUDES COMUNICACIONAIS

ORIENTAÇÃO

• Controlo
• Dependência
• Modelo ação

INTERLOCUTOR

• Dependência
• Imposição da autoridade
• Resistência
• Maior informação
• Sensação manipulação

DESNIVELANTE
O comportamento ou a atitude dos sujeitos a formar, face à aprendizagem ou aos
novos conhecimentos ou ainda ao grupo em formação, pela importância que esses
comportamentos e atitudes assumem como indicadores de atitudes sociais em todos
20
os contextos.
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Os comportamentos problemáticos manifestados têm vindo a aumentar, tendo


como consequência as dificuldades de aprendizagem e desadequado
comportamento social, encontrando-se as nossas estruturas escolares muito pouco
preparadas para este tipo de situações.

Quando refletimos sobre o conceito de aprendizagem, apercebemo-nos de que para


o concretizar necessitamos de desenvolver várias competências e saberes que,
em boa parte, se realizam através da Educação, entendida como “o pleno
desenvolvimento das capacidades dos indivíduos e dos grupos (afetivas, cognitivas,
motoras e sensoriais) com vista à aquisição de competências sociais, para que
possam relacionar-se positivamente com o meio” Loureiro (2000:13)

Podemos dizer que muito do que somos, do que pensamos e do que fazemos foi
aprendido ou sedimentado na segunda década da vida.

As principais atitudes e comportamentos da rede primária interferem negativamente


no desenvolvimento das competências sociais dos adolescentes, uma vez que os pais
não estimulam os adolescentes a desenvolver essas competências;
• a ansiedade social influência desfavoravelmente o desenvolvimento de
competências sociais nos adolescentes;
• o ser aceite pelo grupo de pares influencia o desenvolvimento das
21
suas competências sociais;
• o acompanhamento familiar deficiente interfere desfavoravelmente no
desenvolvimento de competências sociais nos adolescentes;
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• RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Por certo, todos nós já enfrentamos várias espécies de conflitos.

Quando o despertador toca, de manhã, é o habitual dilema “Ah! É tão bom estar na
cama… que maçada, mas tenho de me levantar senão chego tarde ao emprego…”

Outro, muito trivial, é a situação em que aquele senhor se mete à nossa frente no
cruzamento e não nos deixa entrar… sabem do que falo, certamente…

Um conflito é uma situação que se caracteriza por escassez de recursos e por um


sentimento de hostilidade. Por outras palavras, diria que é uma situação em que dois ou
mais objetivos, pertencentes a uma ou mais pessoas, são mutuamente exclusivos, gerando
atitudes de hostilidade.

Um conflito é uma situação que se caracteriza por escassez de recursos e por um sentimento
de hostilidade. Por outras palavras, diria que é uma situação em que dois ou mais objetivos,
pertencentes a uma ou mais pessoas, são mutuamente exclusivos, gerando atitudes de
hostilidade.

Para se prevenirem conflitos importa, em primeiro lugar, saber quais os tipos de situações
que nas organizações são suscetíveis de provocarem conflitos, quer entre duas ou mais
pessoas (interpessoais) quer entre dois ou mais grupos (intergrupais).
Basicamente, podemos citar as seguintes:

• Interdependência de funções;
• Indefinição das “regras do jogo”;
22
• Interdependência de recursos;
• Mudança

Interdependência de funções

Se o seu trabalho estiver dependente do trabalho de outra pessoa, é bastante provável


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que, mais cedo ou mais tarde, surjam conflitos.

É o caso do departamento de investigação e desenvolvimento que propõe um novo


projeto sem ter previamente falado com a produção, no sentido de conhecer as
dificuldades de implementação do mesmo.

Este tipo de situação é tanto pior quanto:

• Maior for o número de atividades num grupo que possam ser afetadas por outros e
possam afetar outros,
• Menos definidas estiverem as regras que estruturam esse relacionamento,
• Menor for a semelhança de perceções no que respeita à missão da empresa.

Como prevenir?

Em primeiro lugar trata-se de um problema de organização. A interdependência só deve


existir quando for de todo impossível atingir os objetivos sem ela.

Numa determinada empresa, existia um conflito entre os comerciais e a assistência


técnica. Os primeiros reclamavam que os atrasos na assistência criavam má imagem da
empresa, o que lhes dificultava as vendas.

Uma vez que a assistência técnica dependia diretamente do diretor de logística (cuja
função estava relacionada com a importação, armazenagem, distribuição e assistência
técnica), criou-se um conflito entre ele e o seu colega da comercial.
Como se resolveu? Simples… os serviços técnicos passaram a depender do diretor
comercial.

Outra situação propícia para o aparecimento de conflitos é a indefinição das “regras do


23
jogo”. Quando as situações são ambíguas, normalmente dão azo a interpretações em
relação às quais as partes podem não estar de acordo. Na generalidade consideramos
sempre que a nossa tarefa é mais exigente do que as dos nossos colegas, que os nossos

problemas são maiores do que os deles, que quando eles não trabalham é porque são
preguiçosos e quando isso acontece connosco é porque temos algum problema, etc.
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Tudo isto é verdade! Mas só para nós…

Daí que, quando surge algo de imprevisto, temos tendência a empurrar para os outros,
caso não exista uma definição de responsabilidades.

Conflitos derivados de falta de estruturação surgem, normalmente, quando existem


tarefas que não se sabe muito bem de quem é a obrigação de as fazer. Isto acontece
muito em empresas em rápido crescimento e envolvidas em ambientes turbulentos. Se
juntarmos a isto um líder pouco diretivo, temos o cenário ideal para a eclosão do conflito.

Como resolver?

Sempre que a evolução e a turbulência forem grandes, devem ser feitas frequentemente
reuniões para se analisarem todas as situações que por ambiguidade foram mal
resolvidas.

Não interessa encontrar responsáveis, mas prevenir futuros acontecimentos


semelhantes.

O mal, neste tipo de situações, é que, por vezes, as pessoas continuam a culpar-se
mutuamente, sem nada fazerem para evitar a ocorrência de futuras situações
problemáticas. E quanto mais extremas ficam as posições, menor a probabilidade de se
encontrarem boas soluções.
Interdependência de recursos

Outro tipo de situação que também propicia bom “terreno” para conflitos é a existência
de interdependência de recursos. 24

Em todas as situações em que exista escassez de recursos em relação ao desejado é,


como já vimos pela própria definição de conflito, “meio caminho andado” para a sua
existência.

Dois gestores de produto tentam junto da direção de marketing afetar mais verbas para
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a publicidade da sua linha de produtos, em detrimento da do seu colega.

Como resolver?

Resolver este tipo de situações nem sempre é fácil. No entanto, deve evitar-se tanto
quanto possíveis resoluções subjetivas baseadas na maior ou menor capacidade oratória
das partes. Todas as decisões devem ser baseadas, o mais possível, em factos,
preferencialmente quantificados, procurando definir e publicitar o que ponderou a
decisão.

Quanto maior o secretismo maior a tendência para a existência de um clima propício ao


conflito.

Mudança

Sempre que o leitor quiser fazer alguma mudança que envolva outras pessoas, ou seja
envolvido por uma mudança qua alguém queira fazer, podem surgir situações suscetíveis
de provocarem conflito.

O ser humano é um animal de hábitos e nem sempre encara mudar como algo de
desejável, em especial quando o desejo de mudar provém de alguém que não ele próprio.

Mudanças provocam normalmente ansiedade.


O ser humano tem necessidade de dominar os acontecimentos em que se vê envolvido.

Saber predizer as consequências dos seus atos e métodos de trabalho é algo que
transmite segurança. Quando se muda, muita dessa segurança pode ser abalada, já para 25

não falar no esforço adicional que normalmente é exigido para que as pessoas se
adaptem à nova realidade.

Fatores que provocam maior resistência á mudança:


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• Incerteza quanto aos efeitos da mudança


• Falta de “vontade” de perder privilégios adquiridos
• Receio de que a mudança constitua uma crítica

• BEM-ESTAR PESSOAL

O bem-estar pessoal é a base que move nossa vida. Se estivermos bem com nosso corpo
e nossas emoções, tudo começa a caminhar de forma mais fácil.

Bem-estar pessoal envolve uma série de fatores internos — como seu estado emocional
— e externos, que você muitas vezes não possui controle algum.

Podem-se diferenciar seis fatores distintos do bem-estar:[5]

• Autoaceitação
• A sensação de se ter controle sobre o ambiente
• A sensação de se viver uma vida cheia de sentido
• A busca de crescimento pessoal
• Relações sociais positivas
• Autonomia
• SIGILO/SEGREDO PROFISSIONAL

Como se sabe, o sigilo profissional — a guarda de informações obtidas em razão do


exercício profissional, de tudo aquilo que lhe foi confiado como sigilo, ou o que veio a ser 26

conhecido devido seu estatuto profissional.

Constitucionalmente, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em


virtude da lei, e que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas. Esse entendimento norteia os dispositivos legais que se referem ao sigilo
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profissional, em particular o sigilo médico.

Importante ter em atenção que o direito à confidencialidade é tanto um direito da pessoa,


como também uma responsabilidade profissional.

Em outros termos, a existência do sigilo profissional interessa a toda sociedade, pois é


condição indispensável para o trabalho do profissional, na medida em que essas ações
encarnam um interesse da sociedade.

• NEGLIGÊNCIA E MAUS TRATOS

Maus-tratos na infância são um problema importante de saúde pública que afeta tanto as
crianças quanto a sociedade como um todo. Para muitas pessoas, maus-tratos são
sinônimos de abuso físico ou sexual, mas estes representam apenas 24% e 3% dos casos,
respetivamente.

As formas mais comuns de maus-tratos são a negligência (30% dos incidentes), a


exposição à violência doméstica (28%) e o abuso emocional (15%). De acordo com o
segundo Canadian Incidence Study of Reported Child Abuse and Neglect – CIS (Estudo
Canadense sobre Incidência Relatada de Abuso e Negligência na Infância), entre 1998 e
2003 a incidência de maus-tratos na infância aumentou em 125% – de 9,64 para 21,71 casos
documentados para cada mil crianças.
Esse aumento pode ser atribuído à melhoria dos procedimentos de registo e investigação.
Ocorreram mudanças na forma pela qual os casos são documentados, irmãos vitimizados
agora podem ser identificados. 27

No entanto, o impacto dos maus-tratos nem sempre é tão evidente. Transtornos ou


traumas no início da vida podem resultar em uma variedade de problemas, entre os quais
depressão, agressividade, abuso de drogas, problemas de saúde e infelicidade, anos
depois de terem cessado os maus-tratos.
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Quando adultos, as vítimas de maus-tratos têm altas taxas de ansiedade e de transtornos


de estresse pós-traumático, e são mais propensas a se envolverem em comportamentos
criminosos.

Maus-tratos na infância podem resultar em apegos inseguros com os cuidadores, que são
transferidos para relações futuras. Crianças que presenciam violência doméstica correm
risco de problemas psicológicos, emocionais, comportamentais, sociais e acadêmicos.

Apresentam problemas semelhantes aos de crianças que são vítimas de abuso físico.
Filhos de famílias que praticam abusos estão expostos a formas desajustadas de
comunicação e de comportamento emocional, e recebem modelos deficientes de
autorregulação adaptativa.

Os mecanismos precisos que associam a experiência de maus-tratos ao desenvolvimento


desses problemas são, em sua maior parte, desconhecidos.

É possível que as crianças sejam mais sensíveis a certas emoções – por exemplo, raiva –
em comparação com outras emoções importantes para seu comportamento social; ou é
possível que o estresse elevado afete o processo pelo qual aprendem a regular suas
emoções.
A pesquisa sobre os efeitos de maus-tratos enfrenta diversos desafios. Não há consenso
entre os pesquisadores sobre a melhor forma de definir e medir maus-tratos.

28
Também é difícil fazer distinção entre os efeitos de diferentes formas de maus-tratos, que
muitas vezes vítima uma mesma criança; e entre os efeitos de maus-tratos e os efeitos
associados à pobreza ou a outros fatores relacionados ao ambiente e a eventos da vida.
Predisposições genéticas podem ajudar a explicar por que algumas crianças são mais
resilientes do que outras a maus-tratos na infância.
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O que pode ser feito? Os programas que visam à prevenção de maus-tratos na infância
promovem fatores de proteção e reduzem fatores de risco.

Promovem o bem-estar das crianças, dos pais e das famílias, evitando muitos resultados
negativos. Entre as estratégias preventivas mais eficazes estão os seguintes programas:
A intervenção tem o potencial de ajudar crianças e pais.

A identificação precoce de crianças em risco de Síndrome do Bebê Sacudido pode reduzir


os custos individuais, médicos e sociais associados a essa forma de abuso.

Os profissionais da área da saúde podem desempenhar um papel-chave na avaliação das


condições domésticas e para ajudar os pais a identificarem situações de risco, como o
choro excessivo. Intervenções para crianças expostas à violência doméstica visam a
ajudá-las a lidar com os estressores associados e a reduzir problemas nos cuidados
parentais.

Embora tenham sido observados impactos positivos, é preciso notar que não podemos
extrapolar esses resultados para todas as situações.

Por exemplo, o programa bastante estudado de visitas domiciliares por enfermeiras, de


David Olds, mostrou-se eficaz na prevenção de maus-tratos na infância, mas não se pode
supor que outro programa de visita domiciliar sejam igualmente efetivos até que existam
evidências nesse sentido.
São necessárias certas condições para que os efeitos se repitam – por exemplo, há
evidências de Visitas domiciliares no período perinatal por enfermeiras; Cuidados infantis
de boa qualidade e programas preventivos de educação na primeira infância; Educação
do público, com campanhas nos meios de comunicação e conscientização sobre temas
29
escolhidos – por exemplo, a Síndrome do Bebê Sacudido; Educação de profissionais, com
melhor capacitação para a identificação de maus-tratos e melhores instrumentos de
triagem; Melhorias na comunidade, tais como habitação.

Para que se apresentem impactos preventivos no curto e no longo prazo, programas de


prevenção no período pré-escolar devem ser longos e intensivos. Em alguns casos, nosso
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conhecimento sobre os efeitos completos dos programas é limitado.

Por exemplo, programas educacionais sobre abuso sexual na infância estão associados
ao aumento das comunicações/notificações de casos de abuso, mas não se sabe se
também ajudam a reduzir sua ocorrência.
BIBLIOGRAFIA

Jonas, H. (1990). Le principe de la responsabilité: pour une éthique pour la civilisation


30
technologique. Paris: Editions du Cerf. Jonas, H. (1998). Pour une éthique du futur. Paris:
Rivages Poche. Oser, F., Patry, J.-L. (1994).

LITTLEJOHN, S. W. (1988) – Fundamentos Teóricos da Comunicação Humana,Rio de


Janeiro, Guanabara. LOUREIRO, I. (coord.) (2000) – O que é a saúde na escola,
Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Lisboa, Editorial do Ministério da educação.
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Teacher responsibility. In: L. Anderson (Ed.), The international encyclopedia of education,


2nd edition, volume „Teacher education “(pp. 6048-6053). Oxford, England: Pergamon.

A Convenção sobre os Direitos da Criança, de 21 de Setembro de 1990, site:


https://www.unicef.pt/actualidade/publicacoes/0-a-convencao-sobre-os-direitos-da-
crianca/

Guia de Orientações no âmbito do quadro Regional Estratégico Nacional (QREN) e do


Programa Operacional de Assistência Técnica (POAT), PROMOÇÃO E PROTECÇÃODOS
DIREITOS DAS CRIANÇAS, site: chrome-
extension://oemmndcbldboiebfnladdacbdfmadadm/https://fenacerci.pt/web/publicacoe
s/outras/Guia_accao_social.pdf

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