do signo
Ant�nio Fidalgo, Universidade da Beira Interior
3) Contextos
Todo o signo � usado dentro de um contexto e h� diversos tipos de contexto.11
Contexto pode ser desde logo o con-texto das unidades mais vastas que as
proposi��es estudadas pela sint�ctica. A lingu�stica desenvolveu t�cnicas de
an�lise do discurso capazes de tratar largas unidades de texto, conversa��o e
argumenta��o. O signo � determinado n�o s� pelas rela��es pr�ximas, de tipo
sintagm�tico, mas tamb�m por rela��es long�nquas de narra��o e argumenta��o. Sem
aten��o a estas vastas unidades con-textuais do signo, este n�o poderia muitas
vezes ser descodificado tanto no seu significado (denota��o), como sobretudo no
seu sentido (conota��o).
Em segundo lugar h� um contexto existencial em que o signo � determinado pela
rela��o com o seu referente. Pode-se falar de um contexto referencial, do mundo
dos objectos e das ocorr�ncias, em que referentes, mas tamb�m emissores e
receptores, pela sua posi��o existencial condicionam e determinam o signo. As
express�es indexicais ou de�cticas como "eu", "tu", "este", "hoje" constituem
casos bem vis�veis de uma contextualiza��o existencial.
Os contextos situacionais s�o contextos consistindo de uma vasta classe de
determinantes de ordem social. Esses determinantes podem ser institui��es, como
hospitais, recintos desportivos, pal�cios de justi�a, restaurantes, etc. Dentro
de cada um destes ambientes h� regras pr�prias de comunica��o a que os signos
empregues se submetem tanto na sua rela��o com outros signos, como no seu
significado. Por outro lado, as posi��es sociais que os intervenientes da
comunica��o assumem, posi��es hier�rquicas, etc., tamb�m determinam os signos
utilizados.
Em quarto lugar, os pr�prios actos de uso dos signos s�o contextos que podem ser
designados por contextos de ac��o. A teoria dos actos de fala proposta por
Austin considera os signos lingu�sticos como ac��es de determinada for�a com
aplica��es diversas. O que o signo � ou n�o � depende da ac��o que ele cumpre e,
segundo ponto a ter em considera��o, da inten��o com que � realizado. Os actos
de fala s�o ac��es intencionais.
Da intencionalidade dos contextos de ac��o surge um quinto contexto que se pode
designar de psicol�gico, na medida em que categorias mentais e psicol�gicas
entram na teoria pragm�tica da linguagem. � que ac��es e interac��es s�o
atribu�das a inten��es, cren�as e desejos.