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Gestão Organizacional

para Gestores da
Alfabetização
Módulo

1 Legislações vigentes para a


educação básica
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa

Diretor de Desenvolvimento Profissional


Paulo Marques

Coordenador-Geral de Produção de Web


Carlos Eduardo dos Santos

Conteudista
Eliana Cançado (Conteudista, 2021)

Equipe responsável:
Thaís de Oliveira Alcantara (Coordenadora, 2021)
Paula Alves Tavares (Coordenadora, 2021)
Cindy Nagel Moura de Souza (Revisão de Texto, 2021)
Fernando Gianelli Constancio (Designer Instrucional; Implementação Articulate, 2021)
Gabriel Bello Henrique Silva (Implementação Moodle, 2021)
Israel Silvino Batista Neto (Diagramação e Produção Gráfica, 2021)
Larisse Padua (Audiovisual, 2021)

Curso produzido em Brasília 2021.

Desenvolvimento do curso realizado por meio de parceria entre Enap e Funape.

Enap, 2021

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF

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Sumário
1. A relação entre o gestor escolar e a legislação............................... 5

2. A relação entre os entes federados na política da educação básica


......................................................................................................... 9

Referências ..................................................................................... 11

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1
Módulo
Legislações vigentes para a
educação básica
Olá!

Desejamos boas-vindas ao primeiro módulo do curso Gestão Organizacional para Gestores da


Alfabetização.

Este curso possui o objetivo de apresentar uma visão geral sobre a administração aplicada às
unidades escolares. Neste módulo abordaremos os seguintes tópicos:

Unidade 1: A relação entre o gestor escolar e a legislação


- Normas legais pertinentes
- Importância, entendimento e aplicabilidade das leis

Unidade 2: A relação entre os entes federados na política da educação básica


- Financiamento da educação
- Responsabilidades de cada ente: União, estados, municípios e Distrito Federal

Desejamos um excelente estudo!

1. A relação entre o gestor escolar e a legislação


Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os marcos legais que regem a
educação básica, e, em especial, a educação infantil e a alfabetização.

As leis visam disciplinar o comportamento humano e contêm as linhas mestras da organização


do Estado, dos direitos fundamentais dos cidadãos, das regras e princípios que visam proteger
a vida, a segurança, a igualdade, a integridade física e moral, a justiça, a honra, a liberdade, o
trabalho, entre outros valores relevantes para a vida em sociedade.

No Brasil, a lei maior é a Constituição Federal de 1988 e nenhuma outra legislação pode estar
em desacordo com ela. Em seus Arts. 205 a 214, a CF/88 traz as diretrizes gerais da educação
para todo o país, definindo as atribuições e as responsabilidades de cada ente federado. Em
consonância com e a CF/88 está a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, que é a
mais importante lei educacional do país e estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

O ordenamento jurídico pátrio referente à educação não se limita, entretanto, às leis federais.
Estados, Municípios e o Distrito Federal produzem leis subnacionais, de aplicação restrita ao ente
federado.

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Ainda, outros normativos, como Decretos, Resoluções, Instruções Normativas e Portarias
também regem a educação no Brasil. É útil conhecer os mais importantes.

No vídeo a seguir, abordamos as razões pelas quais o diretor deve conhecer essas normas e
também diversas outras legislações que são importantes e necessárias ao bom funcionamento
da escola, à oferta de uma excelente educação e ao cumprimento de sua função social.

Assista a um vídeo sobre a relação do diretor escolar e a legislação para exercer um


gerenciamento organizacional que leve a sua escola ao sucesso

Quer conhecer mais estratégias para compreender a legislação? Veja as dicas a seguir:

Como entender um normativo

• Identifique sua origem: federal, estadual e municipal;

• Localize o número de referência e a data em que foi aprovada;

• Localize a ementa, descrição recuada à direita que contém o resumo do que se trata
a lei;

• Localize o preâmbulo, parágrafo introdutório que representa o espírito da lei. Não


é muito comum na técnica legislativa brasileira, mas está presente, por exemplo, na
CF/88; e

• Faça a leitura do conteúdo propriamente. Conteúdo é o corpo da lei. Nas leis mais
complexas e extensas pode estar organizado de forma temática em títulos, capítulos
e seções, como se fosse os capítulos de um livro. Outras, muito curtas, sequer têm
divisões.

Níveis hierárquicos mais frequentes nos normativos

• Título: grafado em letras maiúsculas e algarismos romanos, apresenta o tema a ser


tratado;

• Capítulo: também grafado em letras maiúsculas e algarismos romanos. É a


subdivisão do título. Clareia e pormenoriza ainda mais o tema tratado;

• Seção e subseção: grafados em letras minúsculas e algarismos romanos são


subdivisões do capítulo. Apresentam a matéria de que se trata;

• Artigo: grafado em letras maiúsculas, numerado com números arábicos, ordinais


até o 9o e cardinais a partir do 10. É considerado o dispositivo mais básico, que
introduz uma nova ideia ou regra. O artigo pode ser simples ou conter divisões.
Quando se subdivide, nomeamos a parte que acompanha o número do artigo de
Caput, que quer dizer “cabeça” em latim e é a parte mais importante, com a qual as

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subdivisões devem ser compatíveis;

• Parágrafo: precedido pelo símbolo § explica o artigo, esclarecendo-o. Quando há


um só parágrafo se escreve – parágrafo único. Quando há mais de um, após o § são
numerados como os artigos (ordinais até o 9o e cardinais a partir do 10);

• Inciso: grafado com algarismos romanos, complementa artigos e parágrafos,


apresentando as hipóteses em que a regra que eles contêm deve ser aplicada.
Aparece logo após a cabeça do artigo ou do enunciado do parágrafo; e

• Alínea: grafada com letras minúsculas, acompanhada de parênteses. É uma


subdivisão do inciso e cumpre a mesma função que ele, ilustrando o que foi dito de
forma pontual. Uma lei com as partes explicadas.

A legislação nos auxilia, mostra caminhos, dá alternativas, resguarda direitos e deveres e pode
ser fonte de progressos. Deve ser sempre consultada em sites oficiais ou em Diários Oficiais, seja
da União, de Estados, de Municípios ou do Distrito Federal, em sua versão mais atualizada.

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Acompanhe as mais importantes leis para a educação básica brasileira:

• Constituição Federal de 1988;

• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional — LDB, e alterações (Lei nº


9.394/1996);

• Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA (Lei nº 8.069/1990);

• Plano Nacional de Educação PNE - 2014-2024 (Lei nº 13.005/2014);

• Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015);

• Lei de Alimentação Escolar (Lei nº 11.947/2009);

• Marco Legal pela Primeira Infância (Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016);

• Lei do sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou


testemunha de violência (Lei nº 13.431/2017);

• Política Nacional de Alfabetização (Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019);

• Decreto nº 7.611/2011, que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado


(AEE);

• Decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020, que institui a Política Nacional de


Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida;

• Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB


nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº 4/2010);

• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Resolução CNE/CEB nº


5/2009, fundamentada no Parecer CNE/CEB nº 20/2009);

• Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo orientadas


pelo Parecer CNE/CEB nº 36/2001 e Resolução CNE/CEB nº 1/2002, e pelo Parecer
CNE/CEB nº 3/2008 e Resolução CNE/CEB nº 2/2008;

• Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação


Básica, modalidade Educação Especial (Resolução CNE/CEB nº 4/2009, com
fundamento no Parecer CNE/CEB nº 13/2009);

• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (Resolução


CNE/CEB nº 8/2012);

• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação


Básica. (Resolução CNE/CEB nº 5, de 22 de junho de 2012);

• Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (Resolução CNE/CP nº


1/2012);

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• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (Resolução CNE/CEB
nº 2/2012);

• Normas Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de


História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003,
Lei nº 11.645, de 10 março de 2008, Parecer CNE/CP nº 3/2004 e Resolução CNE/
CP nº 01/2004);

• Resolução que institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular-


BNCC (Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017); e Normas nacionais
para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração (Lei 11.274,
de 06 de fevereiro de 2006, Resolução CNE/CEB nº 3/2005, Parecer CNE/CEB nº
6/2005 e Parecer CNE/CEB nº 18/2005, Resolução CNE/CEB nº 07/2010).

2. A relação entre os entes federados na política da


educação básica
Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você compreenderá os fundamentos do regime de colaboração e


responsabilidades entre União, estados e municípios.

No âmbito da educação, a Constituição Federal atribui aos diferentes entes políticos – isto é, a
União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal – competências específicas, que se
complementam para o atingimento do interesse público.

A CF/88 traz normas voltadas ao provimento de diversos direitos sociais – ou seja, aqueles
previstos em seu art. 6º. Destacam-se o direito à educação, à saúde, à moradia e tantos outros.

Conforme Silva (2015), “[a] concretização de determinado direito não se dá com a sua mera
previsão no ordenamento jurídico, sempre há uma lista extensa de questões que giram em torno
da sua efetivação.” Ainda, “[a] realização dos direitos fundamentais, dentre eles a educação
escolar, reclama imperiosamente a destinação de recursos públicos.” Por fim, “O direito à
educação, por integrar o núcleo dos sistemas de proteção social, está situado no rol de
responsabilidades do Estado.”

De fato, a CF/88 traz expressamente em seu art. 208, § 2º: “O não-oferecimento do ensino
obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade
competente.”

Segundo Horta (1998), a autoridade competente que deixou de assegurar a oferta de ensino
obrigatório ou prestou os serviços educacionais de modo irregular está sujeita à responsabilização
nas esferas administrativa, civil e/ou criminal.

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Vamos, então, conhecer de onde vêm os recursos que mantêm a política de ensino no país?

O financiamento da educação básica pública no Brasil se dá com base em recursos provenientes


das três esferas de governo: federal, estadual e municipal.

Para cumprirem seus papéis constitucionais, os entes federados usam os recursos financeiros
advindos fundamentalmente de arrecadação tributária.

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Destaque,h
O Art. 212 da CF/88 diz: “a União aplicará, anualmente, nunca menos de
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento,
no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino”.

E você sabe qual é o papel da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal na educação
básica? Qual a responsabilidade de cada um?

Você sabe o que significa Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE)?

MDE são todas aquelas ações que visam alcançar os objetivos básicos da educação nacional:

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educação de qualidade para todos. São as ações voltadas à obtenção dos objetivos das instituições
educacionais de todos os níveis.

No podcast a seguir, você compreenderá ainda melhor como ocorre o financiamento da educação
no Brasil e conhecerá os mais importantes instrumentos de sustentação da educação básica.

Vamos escutar ao podcast que traz alguns apontamentos sobre o financiamento da


educação básica

Vamos, então, revisitar todos os atributos que o gestor, representante legal da escola, deve
considerar?

Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília,
DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 23 mar. 2021.

BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação


nacional. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 23 mar. 2021.

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BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Formação
pela escola FNDE. Disponível em: https://www.fnde.gov.br/index.php/programas/formacao-
pela-escola/cursos-ofertados/material-didatico. Acesso em: 24 mar. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Fundeb:


apresentação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/fundeb. Acesso em: 7 out. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Sobre o


Fundeb. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb/fundeb-apresentacao.
Acesso em: 7 out. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Sobre o


salário educação. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/financiamento/salario-educacao/
sobre-o. Acesso em: 7 out. 2020.

HORTA, José Silvério Baia. Direito à educação e obrigatoriedade escolar. Cadernos de Pesquisa,
São Paulo, n. 104, p. 5-34, jul. 1998.

LÜCK, Heloísa. Liderança em gestão escolar. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2008. v. 4. (Série
cadernos de gestão).

LÜCK, Heloísa. Perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação de gestores. In:
LÜCK, Heloísa (org). Em aberto, Brasília, v. 17, n. 72, p. 7-10, fev./jun. 2000. Disponível em: http://
rbep.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/article/view/2634. Acesso em: 23 mar. 2021.

RODRIGUES, Pedro Eurico. Fundeb. Disponível em: https://www.infoescola.com/educacao/


fundeb. Acesso em: 7 out. 2020.

SILVA, Anderson. Tributação e os custos do direito à educação básica: uma abordagem sobre a
composição financeira do Fundeb. Rio de Janeiro, Revista da Faculdade de Direito, n. 28, dez.
2015. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rfduerj/article/view/13986.
Acesso em: 24 mar. 2021.

TODOS PELA EDUCAÇÃO. [Site pesquisado]. Disponível em: https://todospelaeducacao.org.br/.


Acesso em: 7 out. 2020.

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