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A Constituição Federal de 1988 - norma jurídica mais importante do país- prevê, em seu artigo

6°, o direito à saúde como inerente a todos. Conquanto tal prerrogativa não tem se
reverberado com ênfase na prática, uma vez que o grave aumento do tabagismo no país,
dificulta a universalização desse direito. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise
dos fatores que favorecem esse quadro.

Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para


combater o crescimento massivo do número de tabagistas em solo brasileiro. Nesse sentido, o
cigarro segue ‘’assassinando’’ diversas pessoas. Tendo em vista que, em sua composição há
presença da nicotina - substância com alto índice de toxicidade -, é perceptível a negligência
estatal mediante a problemática, visto que esse não age de modo expressivo a fim de cessar o
uso dessa substância patológica. Tal conjuntura, segundo as ideias do filósofo contratualista
John Locke, configura-se como uma violação do contrato social, já que o Estado não cumpre
seu dever de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis como o da saúde, o
que é lamentavelmente evidente em nossa nação.

Ademais, é fundamental destacar a baixa mobilização social como impulsionadora da


problemática. Nesse contexto, pode-se traçar um paralelo com as ideias do sociólogo George
Simmel, o qual diz que a atitude blasé - incapacidade de agir corretamente- ocorre quando a
sociedade trata de forma banal problemas que deveriam ser detentores de grande atenção.
Sob esse viés, ao observar o modo como a sociedade hodierna tem se comportado mediante
ao tabagismo, evidencia-se certa normalidade no uso dessa substância. Logo, é intolerável que
esse cenário continue a perdurar.

Depreende-se, portanto, a necessidade de combater esses óbices. Para isso é necessário que
o Ministério da Saúde, através de verbas governamentais, proporcione campanhas sociais –
que serão feitas de forma remota visando o alcance máximo de indivíduos fumantes, contando
com a divulgação mediante a mídia -, a fim de tentar conscientizar e reduzir o número de
usuários do tabaco. Assim, tornar-se-á possível a construção permeada pela efetivação dos
elementos listados na Carta Magna.

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