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CUIDADOS PALIATIVOS ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

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SUMÁRIO

NOSSA HISTÓRIA ................................................................................................................ 2


1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3
2. BREVE HISTÓRIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS ................................................. 4
a. Cuidados Paliativos no Brasil................................................................................... 5
3. CUIDADOS PALIATIVOS: CONCEITOS E PRINCÍPIOS ........................................ 8
4. A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS......................... 12
a. O Médico ............................................................................................................... 12
b. O Enfermeiro ......................................................................................................... 13
c. O Psicólogo ........................................................................................................... 15
d. O Assistente Social ................................................................................................ 16
e. O Farmacêutico ..................................................................................................... 18
f. O Nutricionista ....................................................................................................... 19
g. O Fisioterapêuta .................................................................................................... 21
h. O Fonoaudiólogo ................................................................................................... 24
i. O terapêuta Ocupacional ....................................................................................... 25
j. O Assistente Espiritual ........................................................................................... 27
k. O Dentista.............................................................................................................. 28
CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 34

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível
superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e


eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas ocorreu o processo de envelhecimento de grande parte


da população, assim como o aumento da prevalência de doenças crônicas. Em
contrapartida, os avanços tecnológicos e o desenvolvimento de novas terapêuticas,
fez com que muitas doenças ditas fatais se transformassem em doenças crônicas,
promovendo a longevidade dos portadores.
Os pacientes que não alcançam a cura acumulam-se nos hospitais, recebendo
invariavelmente assistência inadequada. Essas abordagens podem ignorar o
sofrimento e são incapazes, por falta de conhecimento adequado, de tratar os
sintomas mais prevalentes.
Não se trata de cultivar uma postura contrária à medicina tecnológica, mas
refletirmos sobre a nossa conduta, diante da mortalidade humana, tentando o
equilíbrio necessário entre o conhecimento científico e o humanismo, para resgatar a
dignidade da vida e a possibilidade de se morrer em paz.
A doença interrompe o projeto de vida de uma pessoa e toda sua família,
gerando a necessidade de uma provisão de cuidados no sentido de recuperar sua
capacidade para viver o mais próximo possível do “normal” ao longo da experiência
da doença. Para responder a essa necessidade, é preciso uma combinação de
intervenções terapêuticas apropriadas, que têm por objetivo o controle de sintomas,
com práticas de alívio do sofrimento e de melhora da qualidade de vida. Assim os
Cuidados Paliativos podem complementar e ampliar os tratamentos modificadores da
doença ou podem tornar-se o foco total do cuidado.

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2. BREVE HISTÓRIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS

Historiadores apontam que a filosofia paliativista iniciou na antiguidade, com as


primeiras definições sobre o cuidar. Na Idade Média, durante as Cruzadas, era comum
achar hospices (hospedarias, em português) em monastérios, que abrigavam os
doentes e moribundos, famintos, mulheres em trabalho de parto, pobres, órfãos e
leprosos. Esta forma de hospitalidade tinha como característica o acolhimento, a
proteção, o alívio do sofrimento, mais do que a busca pela cura.
O Movimento Hospice Moderno foi introduzido pela Cicely Saunders, uma
médica inglesa, que em 1967 fundou o St. Christopher’s Hospice, cuja estrutura
forneceu assistência aos doentes e o desenvolvimento de ensino e pesquisa. Em
1970, Cicely Saunders se encontrou com Elisabeth Klüber-Ross, nos Estados Unidos
e fizeram com que o Movimento Hospice também crescesse naquele país.

Figura 1: Função do hospice durante o processo de doença avançada e luto.

Fonte: Vamos falar de Cuidados Paliativos – SBGG.

Na década de 1980, o Comitê de Câncer da Organização Mundial da Saúde


(OMS) criou um grupo de trabalho responsável por definir políticas para o alívio da dor
e cuidados do tipo hospice. O termo Cuidados Paliativos, já utilizado no Canadá,
passou a ser adotado pela OMS.
A OMS publicou sua primeira definição de Cuidados Paliativos em 1990:

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“cuidado ativo e total para pacientes cuja doença não é responsiva a tratamento de
cura. O controle da dor, de outros sintomas e de problemas psicossociais e espirituais
é primordial. O objetivo do Cuidado Paliativo é proporcionar a melhor qualidade de
vida possível para pacientes e familiares”. Essa definição foi revisada em 2002 e
substituída pela atual.

a. Cuidados Paliativos no Brasil

No Brasil, iniciativas e discussões isoladas sobre cuidados paliativos foram


desenvolvidas desde a década de 1970, porém, foi somente na década de 1990 que
surgiram os primeiros serviços organizados. O que vale a pena mencionar é o espírito
pioneiro do professor Marco Túlio de Assis Figueiredo que abriu o primeiro curso de
filosofia em cuidados paliativos e serviços de consultoria na Escola Paulista de
Medicina na UNIFESP / EPM. Outro serviço importante e pioneiro no Brasil é o
atendimento do Instituto Nacional do Câncer (INCA) do Ministério da Saúde, que
inaugurou em 1998 o hospital Unidade IV, dedicado aos cuidados paliativos. Contudo,
atendimentos a pacientes fora da possibilidade de cura acontecem desde 1986. Em
dezembro de 2002, o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo – HSPE/SP
inaugurou uma enfermaria de cuidados paliativos sob a liderança da Dra. Maria Goretti
Sales Maciel. Em São Paulo, outro serviço pioneiro é o Hospital Municipal Servidor
Público, liderado pelo Dr. Dalva Yukie Matsumoto, lançado em junho de 2004 e o
projeto iniciado em 2001.
A primeira tentativa de integrar os cuidados paliativos foi a Associação
Brasileira de Cuidados Paliativos - ABCP, fundada pela psicóloga Ana Georgia de
Melo em 1997.
No entanto, com o estabelecimento da Sociedade Nacional de Cuidados
Paliativos em 2005, os cuidados paliativos do Brasil deram um grande salto em frente.
Por meio do ANCP (Academia Nacional de Cuidados Paliativos), foi promovida a
profissionalização dos cuidados paliativos no Brasil, foram estabelecidos os padrões
de qualidade dos serviços de cuidados paliativos e foi realizada a definição precisa do
que é e do que não é de cuidados paliativos, e foram realizadas discussões com o
Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Conselho Federal de Medicina-CFM e
Associação Médica Brasileira-AMB. Participando ativamente da Câmara Técnica
sobre Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos do CFM, a ANCP ajudou a

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elaborar duas resoluções importantes que regulam a atividade médica relacionada a
esta prática.
Em 2009, o Conselho Federal de Medicina adotou os cuidados paliativos como
princípio básico pela primeira vez na história da medicina brasileira e incorporou-o ao
seu novo "Código de Ética Médica". A ANCP luta pela regularização da Medicina
Paliativa como área de atuação médica junto à Associação Médica Brasileira e a
universalização dos serviços de Cuidados Paliativos no Ministério da Saúde.
Atualmente no Brasil, as atividades relacionadas aos cuidados paliativos ainda
precisam ser regulamentadas por lei. No Brasil, ainda existem conhecimentos e
preconceitos relacionados aos cuidados paliativos, principalmente entre médicos,
profissionais de saúde, administradores de hospitais e instituições judiciárias, que são
muito escassos. Cuidados paliativos ainda se confundem com eutanásia e existe um
grande preconceito em relação ao uso de opioides como a morfina para o alívio da
dor.
A ANCP prevê que esta situação deverá mudar rapidamente nos próximos
anos. Haverá uma demanda por serviços de Cuidados Paliativos e por profissionais
especializados com a regularização profissional. Há. também, a necessidade dos
Hospitais em ter uma equipe de Cuidados Paliativos para receber uma acreditação
internacional como a Joint Commission International, a quebra de resistências e maior
exposição do trabalho para o grande público por meio de filmes e novelas. A ANCP e
seus parceiros estão trabalhando duro para alcançar esse objetivo. Por exemplo, a
formalização legal e profissional permitirá que os planos de saúde incluam os cuidados
paliativos em sua cobertura. Os cuidados paliativos comprovadamente reduzem os
custos dos cuidados de saúde e trazem enormes benefícios para os pacientes e suas
famílias.
A conscientização da população brasileira sobre os cuidados paliativos é
fundamental para que o sistema de saúde brasileiro mude o tratamento de pacientes
com doenças que ameaçam sua continuidade de vida. Os cuidados paliativos são uma
necessidade de saúde pública, são necessidades humanitárias.

Figura 2: Onde existem Cuidados Paliativos no Brasil

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Fonte: Academia Nacional de Cuidados Paliativos.

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3. CUIDADOS PALIATIVOS: CONCEITOS E PRINCÍPIOS

Segundo a OMS, Cuidado Paliativo é “uma abordagem que promove a


qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que
ameacem a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento.
Requer identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de
natureza física, psicossocial e espiritual”.
Os princípios dos Cuidados Paliativos foram publicados pela OMS em 1986
que regem a atuação de uma equipe multiprofissional, tais princípios foram revisados
em 2002 e são estes:

● Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis:

Para tanto, é necessário ter expertise na prescrição de medicamentos, no uso


de medidas não farmacológicas e nos métodos psicossociais e espirituais de
caracterização de "sintomas totais", pois todos esses fatores podem ajudar a agravar
ou reduzir os sintomas e devem ser considerados no método.

● Afirmar a vida e considerar a morte um processo normal da vida:

O Cuidado Paliativo resgata a possibilidade da morte como um evento


natural e esperado na presença de doença ameaçadora da vida, colocando ênfase na
vida que ainda pode ser vivida.

● Não acelerar nem adiar a morte:

Dessa forma, enfatiza-se que os cuidados paliativos não têm nada a ver com
a eutanásia, como muitas pessoas ainda acreditam. Diagnóstico objetivo, adequado,
compreensão da história natural da doença, acompanhamento positivo, entusiasmado
e respeitoso e empatia com o paciente e sua família nos ajudarão a tomar decisões.
Desta forma, vamos cometer menos erros e sentir mais seguro.

● Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente;

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Perda de autonomia, da autoimagem, da segurança, da capacidade física, do
respeito, sem falar em perdas materiais específicas, como emprego, poder aquisitivo
e, portanto, status social, podem trazer dor, frustração e desespero, e intervir
objetivamente no desenvolvimento de doenças, sintomas A intensidade e a frequência
podem ser difíceis de controlar. Do ponto de vista psicológico, esses métodos são
essenciais. O que há de novo é que também é possível resolver esses problemas de
uma perspectiva espiritual, que sempre está confusa e se sobrepõe a questões
religiosas.

● Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão


ativamente quanto possível até o momento da sua morte:

Não devemos esquecer que qualidade de vida e felicidade significam


conformidade com todos os aspectos da vida. Questões sociais, dificuldades no
acesso a serviços, medicamentos e outros recursos também podem ser a causa do
sofrimento e devem ser incluídas na equipe multidisciplinar para serem resolvidas. É
nossa responsabilidade ajudar os pacientes a resolver seus problemas.

● Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença


do paciente e o luto Oferecer abordagem multiprofissional para focar as
necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no
luto:

A família inteira e o núcleo social do paciente também estão "doentes". A


unidade de identidade de uma pessoa é a família, respeitando todas as condições que
o tornam um mundo cultural próprio, essas condições geralmente estão distantes do
mundo cultural dos profissionais de saúde, ou até estranhas. ”Essa família, seja
parente ou descendente (amigos, parceiros, etc.), podem e devem ser nossos
parceiros e colaboradores. Essas pessoas conhecem os pacientes melhor do que nós,
suas necessidades, suas características, seus desejos e ansiedades, e geralmente
não são só o que os próprios pacientes dizem. Eles também sofrem, e seu sofrimento
deve ser bem-vindo e aliviado.

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● Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e
seus familiares, incluindo acompanhamento no luto:

O objeto de ação é sempre o paciente, e sua autonomia é respeitada. Incluir a


família no processo do cuidar compreende estender o cuidado no luto, que pode e
deve ser realizado por toda a equipe e não somente pelo psicólogo. Uma equipe
multiprofissional com múltiplos "olhos" e percepções pessoais pode realizar esse
trabalho plenamente.

● Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da


doença:

Através de uma abordagem holística, observando este paciente como um ser


biográfico mais que um ser simplesmente biológico, podemos melhorar o curso da
doença, respeitando os desejos e necessidades dos pacientes, e podemos estendê-
lo com base na experiência de vários serviços de cuidados paliativos. Viver com alta
qualidade significa ser respeitado, controlar os sintomas, atender aos seus desejos e
necessidades e poder viver com sua família.

● Iniciar o mais precocemente possível o Cuidado Paliativo, juntamente


com outras medidas de prolongamento da vida, como quimioterapia e
radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para melhor
compreender e controlar situações clínicas:

Uma abordagem precoce também permite a prevenção dos sintomas e de


complicações inerentes à doença de base, além de propiciar o diagnóstico e
tratamento adequados de doenças que possam cursar paralelamente à doença
principal. Além de determinar as capacidades funcionais do paciente, uma boa
avaliação deve ser feita de acordo com os exames necessários para desenvolver um
plano de cuidado integral, adequado a cada situação e a cada momento do
desenvolvimento da doença.

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Figura 3: Necessidades do paciente / família presente durante a doença e o luto.

Fonte: Vamos Falar de Cuidados Paliativos – SBGG.

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4. A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS

Cuidados Paliativos são indicados para todos os pacientes e seus familiares


com doença ameaçadora da continuidade da vida por qualquer diagnóstico, com
qualquer prognóstico, seja qual for a idade e a qualquer momento da doença em que
eles tenham expectativas ou necessidades não atendidas. Esses cuidados são
prestados, de forma mais efetiva, por uma equipe interdisciplinar, que sejam
competentes e habilidosos em todos os aspectos do processo de cuidar relacionados
à sua área de atuação.

a. O Médico

Durante muitos anos as equipes de saúde se organizam de forma


hierarquizada. Nesse contexto, o médico é colocado como o detentor do papel
predominante, mas se ele aceitar essa forma de organização, todo trabalho
necessário para que o paciente e sua família tenham sofrimento diminuído, dor
controlada e uma vida digna pode não ter o êxito necessário.
No seu processo de formação acadêmica, os médicos se voltaram para o
diagnóstico e tratamento de doenças. Ao enfrentar pacientes que necessitam de
cuidados paliativos, o foco não está mais na doença, mas em ser um paciente em
seus campos físico, psicológico, social e espiritual, ele deve revisar seus
conhecimentos e aprender a trabalhar em equipe. No que diz respeito ao
conhecimento técnico do médico, ele sozinho não pode atender a todas as
necessidades dos pacientes e de suas famílias para um atendimento abrangente.
Para que o trabalho em equipe alcance os resultados desejados, além de
saber trabalhar com outros profissionais de diferentes profissões, cada membro deve
ter um entendimento completo de seu próprio campo. A chave do sucesso é a
comunicação: a comunicação deve não apenas ir além das relações interpessoais,
dificuldades ou áreas relacionadas, mas também se desenvolver em direção ao plano
de tratamento executado por toda a equipe.
No âmbito de sua especificidade, os profissionais devem fazer um diagnóstico
clínico, entender a doença, sua história natural, os tratamentos realizados e o
progresso esperado do paciente naquele momento. Se necessário, entre em contato
com outros especialistas médicos que têm ou ainda estão tratando pacientes para

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discutir comportamentos específicos. O médico é responsável por propor um plano
de tratamento que possa aliviar os sintomas de desconforto, independentemente de
ser tratado com medicação. No entanto, a principal tarefa do médico na equipe de
cuidados paliativos pode ser coordenar a comunicação entre profissionais relevantes,
pacientes e seus familiares, e espera ouvir informações sobre o diagnóstico e
prognóstico da doença.
Os profissionais médicos não devem transferir responsabilidade para outros
membros da equipe para falar sobre esses aspectos diretamente relacionados a
pacientes e doenças. A comunicação eficaz entre o médico e a equipe também é muito
importante, de modo que, quando todos os profissionais são solicitados pelos
pacientes e familiares, eles devem manter a mesma postura e falar o "mesmo idioma".
Dessa forma, o médico atuará como facilitador do trabalho de toda a equipe e ajudará
os pacientes a exercer autonomia.
Como resultado, pacientes, familiares e equipes de cuidados paliativos podem
compartilhar escolhas e decisões. Dessa forma, não importa o quão avançado seja o
estado de saúde, todos serão responsáveis em conjunto pela promoção da saúde e
da vida, atingindo o objetivo de cuidar dos pacientes de maneira abrangente e
personalizada, com foco em seu bem-estar e qualidade de vida.

b. O Enfermeiro

Entre as várias definições de enfermagem, é atraente defini-la como uma área


que estuda a resposta humana à doença. Segundo o Código de Ética para
Profissionais de Enfermagem (CEPE), “a enfermagem é uma profissão dedicada à
saúde e à qualidade de vida das pessoas, famílias e comunidades”. No século 19, sua
antecessora, Florence Nightingale, a definiu como "a arte é a ciência de cuidar da
humanidade". O altruísmo e a valorização do ambiente em que a enfermagem é
realizada são dois padrões incutidos como patrimônio histórico na formação de
enfermeiros.
Especialmente no âmbito dos cuidados paliativos, os enfermeiros
desempenham seu papel na formulação de medidas práticas e gerenciais de maneira
coordenada com toda a equipe de Saúde. Nesse momento especial de tratamento,
seus profissionais concentram suas discussões para a estrutura do cuidado ante a
estrutura da cura. Dessa forma, existe um ambiente real para a prática da enfermagem

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fundamental.
As habilidades do enfermeiro devem se concentrar na avaliação sistemática
dos sinais e sintomas, no auxílio da equipe multiprofissional que determina as
prioridades para cada cliente, para a interação da dinâmica familiar e especialmente
para o reforço das orientações clínicas, a fim de que os objetivos do tratamento que
foram traçados pela equipe multidisciplinar sejam alcançados.
No entanto, em termos de capacidade clínica, é necessário enfatizar a
sabedoria dos enfermeiros no controle da dor, pois esse é um dos sintomas mais
impõem sofrimento para os pacientes em cuidados paliativos. Trata-se de um desafio
a ser vencido com esforço, pois a falta de conhecimento também é uma realidade
enfrentada por outros profissionais da equipe de saúde. Em relação a esse problema
prático que cria obstáculos à qualidade da assistência à saúde, os programas de
educação acadêmica e a tecnologia médica precisam trabalhar juntos para
implementar o ensino e desenvolver um ambiente para as práticas de saúde.
Nesse espaço clínico, o enfermeiro deve atuar profissionalmente com uma
equipe multidisciplinar para desenvolver as habilidades clínicas internas para controlar
sinais e sintomas e se comunicar de forma verdadeira, de modo a resumir o
comportamento de cada profissional de acordo com os interesses dos pacientes,
familiares e pacientes.
Inserido em uma equipe multidisciplinar, o papel do enfermeiro é levar a uma
comunicação eficaz, abrir e adaptar-se ao papel do ambiente de tratamento, com o
objetivo de negociar as metas de assistência alcançadas com os pacientes e seus
familiares para coordenar o cuidado planejado. Portanto, os cuidados paliativos
enfatizam as capacidades de relacionamento do enfermeiro. Para equipes, pacientes
e instituições, o profissional deve ter habilidades de comunicação, pois essas
habilidades podem garantir o melhor desenvolvimento de sua prática clínica.

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c. O Psicólogo

A valorização do desempenho multiprofissional é baseada na compreensão do


sofrimento dos pacientes em escala global. Cada membro da equipe trata o sofrimento
da perspectiva de seu empoderamento do conhecimento. O objetivo comum é garantir
que as diferentes necessidades de pacientes, famílias e equipes possam ser
reconhecidas e atendidas, esclarecendo ações de natureza diferente.
Ao mesmo tempo, devemos entender os princípios dos cuidados paliativos. O
trabalho em equipe é um deles e supõe-se que os psicólogos tenham a capacidade
de se comunicar com profissionais de outras áreas do conhecimento. Parece haver
concordância sobre o assunto a interdisciplinaridade precisa de flexibilidade, sem
eliminar a especificidade. Essas últimas são fundamentais para que as diferentes
necessidades (médicas, sociais, psicológicas, espirituais, etc.) de pacientes, das
famílias e da equipe possam ser identificadas e atendidas pelas conexões entre ações
em diferentes áreas.
Do ponto de vista da teoria psicanalítica, a doença e todo o contexto
circundante serão inevitavelmente explicados pelo paciente de acordo com sua fala,
ou seja, seu sistema de emoções e crenças (consciente e inconsciente). Com isso em
mente, uma das ações que um psicólogo pode tomar é ouvir o paciente clinicamente
para ajudá-lo a identificar e transformar a forma de “olhar” o que traz prejuízo e
sofrimento. Portanto, a situação ideal é iniciar o acompanhamento psicológico o mais
cedo possível - de fato, isso está de acordo com os princípios recomendados para os
cuidados paliativos. Lembre-se de que os cuidados paliativos são prestados de
diferentes maneiras: asilos, ambulatórios, hospitais (cuidados paliativos), consultas e
visitas domiciliares. Portanto, pode-se considerar que o paciente pode ser
acompanhado por uma equipe por muitos anos.
Há, também, a participação da família nesse processo de cuidado. A
experiência demonstrou que a qualidade do relacionamento entre um paciente e seu
cuidador pode ser benéfica ou afetar negativamente o curso da doença, morte e
sofrimento. Portanto, nos cuidados paliativos, a atenção à família do paciente outro
aspecto norteador da ação da equipe. Observe que a atenção à família exige que o
psicólogo seja capaz de lidar com situações de grupo. É por isso que os psicólogos
incentivam pacientes e familiares a pensar e falar livremente sobre sua situação.
Dessa maneira, ele se esforça para legitimar seu sofrimento e contribui para expor a

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experiência de doença, morte e luto.
Por último, temos a atuação e envolvimento de toda a equipe com o paciente.
O trabalho de cuidar de pacientes em cuidados paliativos envolve um contato próximo
com a dor, o que significa um certo "custo emocional" para os profissionais que
trabalham na área. De maneira geral, a equipe de saúde sofre com o cuidado e a
atenção às próprias dificuldades. Nesse sentido, a participação em um espaço de
diálogo sobre questões de desempenho (supervisão, grupos de pesquisa,
psicoterapia, publicações, congressos etc.) pode tornar seu trabalho em cuidados
paliativos uma ferramenta valiosa para o crescimento pessoal e profissional.

d. O Assistente Social

As pessoas reconhecem as múltiplas necessidades dos indivíduos em


cuidados paliativos e determinam que apenas uma área não fornecerá as respostas
necessárias, o que sem dúvida torna inegável a busca por um trabalho eficaz nas
equipes interdisciplinares em crescimento e consolidação. Portanto, o papel dos
assistentes sociais na equipe de cuidados paliativos é orientado pelo trabalho com
pacientes, famílias, redes de apoio social, organizações que organizam serviços e
trabalham em diferentes áreas da equipe.
Em relação à perspectiva social, buscamos primeiro encontrar-se com
familiares, pacientes e cuidadores. É necessário mapear o perfil socioeconômico com
informações vitais para o caso. Portanto, é importante reconhecer a família (família
real) que vamos encontrar, não o que esperamos (família ideal). Essa conexão nem
sempre é satisfatória: as pessoas que estão morrendo nem sempre são “amadas por
todos”, as famílias nem sempre têm os devidos cuidados (financeiros, emocionais e /
ou organizacionais) e o paciente não vai sempre querer ser cuidado segundo a nossa
avaliação.
Conhecer e compreender as limitações e possibilidades dessa família é o
primeiro passo para um cuidado adequado, para isso, ouvir e acolher são ações
essenciais, bem como o reconhecimento da hora certa para adotar cada método. Não
ouviremos todas as notícias na primeira entrevista, nem perceberemos tudo no
primeiro encontro. Portanto, é vital que os profissionais de serviço social conheçam o
caminho e o tempo certos para coletar informações, ou o momento certo para ouvir e
dar as boas-vindas.

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Com relação à avaliação socioeconômica, algumas informações são essenciais
e devem ser obtidas através da primeira abordagem: composição familiar, local de
residência, formação, profissão e situação empregatícia do paciente, renda, religião e
rede de suporte. Esses dados apoiarão a assistência social porque nos fornecerão
parâmetros suficientes sobre as necessidades experimentadas pela família ou nos
mostrarão seus mecanismos de enfrentamento:
● Composição familiar: onde o paciente mora e em quem ele pode ou não confiar;
esses dados nos fornecerão subsídios para ajudar os familiares a encontrar
alternativas quando o atendimento não for suficiente para atender às necessidades
do paciente;
● Local de residência: De acordo com o local de residência do indivíduo, é
necessário entender a precariedade ou suficiência das redes de suporte social e a
dificuldade de participar de consultas ou outros procedimentos;
● Formação, profissão e situação empregatícia do paciente: essas informações
são essenciais, especialmente quando o paciente é o mantenedor da família;
● Renda familiar: está intimamente relacionada ao item anterior e nem sempre
recebe a atenção que merece na análise; portanto, deve sempre ser entendida para
que a equipe possa fornecer parâmetros reais para requisitos e exigências futuras;
● Religião: As crenças religiosas da família e dos pacientes fornecem subsídios
para a morte adequada, cuidados com a vida, rituais e diferentes necessidades
relacionadas a crenças e significados pessoais;
● Rede de suporte social: envolve entidades (instituições, grupos formais,
serviços) ou pessoas (parentes, amigos, vizinhos) nas quais pacientes e familiares
podem confiar quando necessário.
O papel dos assistentes sociais na equipe de cuidados paliativos pode ser
resumido na compreensão de pacientes, familiares e cuidadores a partir dos aspectos
socioeconômicos, com o objetivo de fornecer informações e orientações legais,
burocráticas e de direitos, o que é importante para o bom andamento do atendimento
e da saúde dos pacientes e para a garantia de morte digna.
Cabe também ao profissional avaliar a rede de apoio social da pessoa
envolvida, para que esta possa atuar em circunstâncias apropriadas, além de dialogar
entre o paciente / família e a equipe sobre questões culturais e sociais envolvendo
enfermagem Além disso, uma rede de treinamento deve ser entendida e estabelecida

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para garantir um atendimento preciso ao paciente. Além disso, diante de doenças
incuráveis e momentos especiais nos estágios finais da vida, a importância de ouvir e
receber.

e. O Farmacêutico

A assistência farmacêutica em cuidados paliativos concentra-se


principalmente em fornecer aos membros da equipe informações sobre a
disponibilidade de medicamentos, relação às possibilidades farmacotécnicas e aos
aspectos legais, bem como aos pacientes e familiares, quanto ao uso e ao
armazenamento corretos dos medicamentos.
O tratamento farmacológico de pacientes em cuidados paliativos representa
uma possível maneira de atuação e é sinérgico com outras medidas de tratamento
não farmacológico e trabalha com todos os profissionais envolvidos no trabalho
relacionado a cuidados no final do ciclo de vida. A necessidade do uso de drogas
baseia-se basicamente na dor física do paciente durante o desenvolvimento da
doença, que é refletida pelas diferentes características da dor, levando ao
comprometimento social, emocional e, sobretudo, limitando o indivíduo no exercício
de suas atividades.
Os cuidados paliativos envolvem vários tipos de tratamentos para dor e
sintomas, e os recursos de medicamentos podem ser obtidos na rede pública através
da assistência a medicamentos em um programa chamado "medicamentos
excepcionais". O Programa de Medicamentos de Dispensação em Caráter
Excepcional (PMDCE) é uma das estratégias do Ministério da Saúde (MS), que visa
realizar o acesso do povo brasileiro a medicamentos e assistência a medicamentos
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) na rede pública. Apesar dos esforços
públicos de liberação dos medicamentos imprescindíveis ao tratamento da dor do
câncer, não encontramos ações condizentes com gravidade e necessidade dos
pacientes que padecem com dor e demais sintomas.
Entre os pacientes com câncer avançado, cerca de 60% a 90% sentirão dor e
o alívio da dor é possível em aproximadamente 80% dos casos, adotando-se o
princípio básico de administrar os medicamentos de acordo com a escada analgésica
da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apresentar algumas sugestões especiais,
como tomar a administração oral estritamente de acordo com o intervalo de doses e

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especificar o medicamento de acordo com as necessidades de cada paciente, são os
pré-requisitos para orientar a formulação do plano de tratamento.
A complexidade da assistência ao paciente em cuidados paliativos significa o
estabelecimento de uma equipe interdisciplinar que deve se unir e reunir para atender
às necessidades dos pacientes e familiares, com o objetivo de melhorar a qualidade
de vida e a dignidade durante a morte. A Dama Cicely Saunders, pioneira da filosofia
em cuidados paliativos, transmitiu sabiamente a seguinte mensagem: “Não se
preocupar em proporcionar mais dias de vida, e sim mais vida aos dias que se tem”.

f. O Nutricionista

Pacientes em cuidados paliativos têm pouco apetite, pouca sede e muitas


vezes acabam rejeitando alimentos devido a sintomas como dor, náusea, vômito,
constipação e diarréia. Além disso, eles perdem o sentido do paladar e alteram os
processos de deglutição, digestão, absorção e excreção. Por esses motivos, as
famílias começam a se preocupar, porque os indivíduos começaram a recusar comida.
Devido à baixa ingestão de alimentos, os pacientes podem experimentar perda de
peso, exaustão de tecidos magros e gordurosos e síndrome de anorexia-caquexia.
Para os familiares, é difícil entender que o paciente está morrendo por causa
da doença subjacente, não por falta de comida e água. O objetivo do tratamento deve
ser melhorar a qualidade de vida, reduzir a dor e minimizar o estresse. Os desejos e
necessidades dos pacientes devem ser atendidos.
Analisando que o alimento exerce papel essencial na vida de todos nós, pois
está relacionada à alegria e às lembranças agradáveis que certos alimentos nos
trazem em nossas vidas. As alterações são graves ao longo do tempo ou o início da
doença. No entanto, numa situação de impossibilidades, o alimento acaba sendo mais
notado pela sua ausência ou pelas dificuldades na sua ingestão do que pela sua
presença e o prazer proporcionados
De acordo com a American Dietetic Association (ADA), a nutrição em cuidados
paliativos deve proporcionar conforto emocional, prazer, ajudar a reduzir a ansiedade,
aumentar a auto-estima e a independência, manter maior integridade e melhor
comunicação com os familiares. O nutricionista do departamento de cuidados
paliativos deve entender o prognóstico da doença e a expectativa de vida do indivíduo,
quais sintomas aparecerão, o grau de reversibilidade da desnutrição e, nesses

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aspectos, assim como o paciente, a família e a equipe, discutir qual terapia nutricional
é mais adequada e avaliar riscos e benefícios.
Antes de recomendar métodos de tratamento, os nutricionistas devem usar
avaliações antropométricas e testes clínicos e bioquímicos para avaliação nutricional,
entender os hábitos alimentares, preferências, aversões alimentares e aspectos
psicossociais relacionados à dieta do para, posteriormente, realizar os diagnósticos
nutricionais e estabelecer quais serão as condutas adotadas. O objetivo da terapia
nutricional varia de acordo com o estágio da progressão da doença:
● Estágio inicial: manter ou restaurar o estado nutricional e impedir a progressão
da doença;
● Fase final: promova felicidade e conforto, qualidade de vida e alívio dos
sintomas.
Dicas nutricionais para cuidados paliativos:
● Os pacientes devem comer os alimentos de sua escolha e comer quando
sentem vontade;
● Respeitar os desejos do indivíduo, como não comer, comer menos ou recusar
nutrição enteral ou parenteral;
● Dê tempo aos pacientes para comer e preste atenção à sua ingestão;
● Forneça uma pequena quantidade de comida;
● Ouvir as informações dos pacientes sobre sintomas relacionados à comida;
● Mude os hábitos alimentares, oferecendo os alimentos quando o paciente
estiver menos fatigado, nauseado ou com menos dor;
● Combinar diferentes métodos de alimentação - dieta oral e enteral (deve ser
priorizada a via oral).
Portanto, o nutricionista é um dos profissionais responsáveis por fornecer
recursos e esclarecimentos aos pacientes e seus familiares. A capacidade de se
comunicar é básica e tão importante quanto ter conhecimento profissional.
Independentemente de qualquer conduta dietoterápica a ser realizada, os
desejos do indivíduo devem ser respeitados. Além de satisfazer as necessidades
nutricionais dos pacientes, as prescrições alimentares também devem proporcionar
prazer e conforto. Associando isso com outras medidas, ajudará a manter a qualidade
de vida dos pacientes em cuidados paliativos.
A partir dessas considerações, pode-se concluir que a terapia nutricional em
cuidados paliativos pode ser indicada e utilizada, mas as decisões relacionadas à sua

20
prescrição devem levar em consideração a situação clínica, prognóstico, riscos e
benefícios da terapia proposta, os desejos do paciente e a situação enfrentada pelos
familiares.

g. O Fisioterapêuta

A fisioterapia é uma ciência aplicada e seu principal objeto de pesquisa é o


movimento humano (WCPT-Federação Mundial de Fisioterapia). Como um processo
de tratamento, a fisioterapia usa seu próprio conhecimento e recursos, levando em
consideração a condição social, psicológica e física inicial do paciente, e tenta
promover, melhorar ou adaptar a condição física do indivíduo, com um relacionamento
terapêutico que envolve o seguinte: o paciente, o terapeuta, bem como a natureza e
os recursos físicos e naturais. Quando falamos de cuidados paliativos, é importante
incluir a família, o ambiente, os aspectos sociais e espirituais dessa relação
terapêutica.
O fisioterapeuta utilizará recursos, técnicas e exercícios para estabelecer um
plano de tratamento apropriado com base nos resultados da avaliação específica para
aliviar a dor e outros sintomas de estresse, por meio de uma abordagem
multidisciplinar e interdisciplinar. Oferece suporte para que os pacientes vivam de
forma mais ativamente possível, com impacto na qualidade de vida, com dignidade e
conforto, além de auxiliar os familiares na assistência ao paciente, no enfrentamento
da doença e no luto.
O plano de tratamento deve ser elaborado de acordo com a dependência e o
progresso do paciente. Perracini divide o foco do trabalho dos fisioterapeutas de
acordo com a função do paciente:

● Pacientes totalmente dependentes:


Objetivo: manter a amplitude de movimento, obter uma postura confortável,
facilitar a respiração e outras funções fisiológicas, proporcionar higiene e evitar
complicações como úlceras de pressão, inchaço e dor nos membros.

○ Posicionamento e orientação quanto às mudanças relacionadas de decúbito e


transferências (cama-cadeira de rodas-poltrona-banheira);
○ Mobilização total do paciente e orientação postural;

21
○ Prevenir o imobilismo e de suas consequências. Prevenção quanto à instalação
de deformidades;
○ Identificar os meios de locomoção do paciente e promoção de mudanças
ambientais necessárias e possíveis;
○ Priorizar das condições ventilatórias do indivíduo, por meio de treino e
orientação de exercícios respiratórios, manobras que favoreçam a retirada de
secreções, quando necessário, assim como orientações quanto à aspiração traqueal
e ao estímulo de tosse.

● Pacientes dependentes, mas tem a capacidade de andar:


Objetivo: manter sua mobilidade, autocuidado e função.

o Mudanças de decúbito e orientações sobre transferência e postura foram


adotadas;
o Adaptar perdas funcionais através de novas estratégias móveis;
o Facilitar e instruir dispositivos que auxiliam a locomoção (órteses e sapatos
adequados);
o Treinar marcha em casa e ao ar livre. Ambiente adequado é propício à fixação
e obtenção de novos padrões motores;
o Mobilização global, adequada de acordo com as condições clínicas;
o Exercício de coordenação e equilíbrio;
o Exercícios respiratórios e treino de tosse.

● Paciente independente, mas frágil:


Objetivo: manter ou melhorar sua capacidade funcional.

o Aperfeiçoamento de mecanismos de proteção, como proteção muscular e


articular e facilitação de ganhos motores. Monitorar possíveis déficits de perda de
função, como defeitos sensoriais, musculares e articulares;
o Treinos de marcha, coordenação e equilíbrio. Orientação postural;
o De acordo com a situação clínica, a terapia com exercícios para aumentar a
amplitude, força e flexibilidade das articulações. Cinesioterapia respiratória;
o Treinamento em ambientes com demandas de requisitos motores compatíveis
com a complexidade de tarefas que desempenham no seu dia-a-dia;

22
o Melhorar / manter sua condição física (tolerância ao esforço físico);
o Adaptar dispositivos de auxílio à marcha. Identificar e eliminar fatores de risco
para quedas;
o Referência ao centro de reabilitação ou fisioterapia ambulatorial.

No controle da dor, os fisioterapeutas podem usar as seguintes técnicas:


terapia manual, eletroterapia como TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea),
associada ou não a fármacos, Biofeedback, termoterapia (frio e calor), exercício e
mobilização, posicionamentos adequados e técnicas de relaxamento. A massoterapia
(massagem terapêutica) pode ser usada para causar relaxamento muscular e alívio
da dor, reduzir os níveis de estresse e ansiedade e reduzir alguns dos efeitos
colaterais causados por medicamentos, como náusea e vômito. O benefício final é
melhorar a qualidade do sono e a qualidade de vida.
No caso de dificuldades respiratórias ou desconforto respiratório, use técnicas
que possam ajudar a manter a permeabilidade das vias aéreas e a ventilação
adequada, e relaxamento dos músculos acessórios da respiração, para reduzir o
trabalho respiratório. Combine a cinesioterapia respiratória com a mobilização e
extensão dos músculos da caixa torácica com melhora da sua complacência, em
posturas adequadas que facilitem a ação dos músculos respiratórios (por exemplo:
decúbito elevado que favorece a ação do diafragma) e até mesmo usar estimulantes
respiratórios (estimulação a inspiração e expiração) e ventilação não invasiva podem
ajudar a melhorar da ventilação.
No caso do paciente pediátrico, ao prestar ajuda, devemos lembrar que, além
de apresentarem características diferentes dos adultos, as crianças ainda estão em
processo de maturidade física, emocional, cognitiva, social e espiritual, o que afeta o
aparecimento de sintomas multidimensionais. Alterações de rotina e inatividade são
refletidas em sua condição músculo-esquelética. É importante manter o mínimo de
exercício possível para evitar agravar os sintomas de desconforto, como dor,
fraqueza, falta de ar, imobilidade, acúmulo de secreções e tosse ineficaz
Antes de escolher qualquer recurso, é preciso considerar a faixa etária, o
desenvolvimento neuropsiquiátrico e as condições clínicas, e avaliar cuidadosamente
as necessidades específicas de cada criança. Sempre que possível, permitir que
crianças ou adolescentes participem da escolha do tratamento adequado, o que
aumentará sua autonomia. Os jogos são uma ferramenta que pode fornecer às

23
crianças a experiência necessária em todos os aspectos do desenvolvimento. Deve-
se incentivar a participação de membros da família nas atividades propostas, nos
cuidados e nas orientações, favorecendo a convivência entre si e aproximando-os dos
profissionais da equipe.
A assistência aos jovens é um enorme desafio para as equipes de cuidados
paliativos. O foco principal desse grupo deve ser o de obter autonomia máxima, e esse
processo deve começar o mais cedo possível. Se esse objetivo continuar até o fim, a
equipe fará uma importante contribuição para a vida desse jovem.
O trabalho do fisioterapeuta é desenvolver um plano de ajuda para ajudar o
paciente a se desenvolver o mais ativamente possível e promover a adaptação ao
esforço físico progressivo e seus efeitos emocionais, sociais e espirituais até a morte.

h. O Fonoaudiólogo

A terapia da fala pode ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e


de suas famílias. Isso é para alcançar e manter seu potencial físico, psicológico, social
e espiritual máximo, ajudando os pacientes a entender e controlar as limitações
trazidas pelo desenvolvimento da doença. De acordo com as observações, 60% dos
pacientes com câncer apresentam alterações orais em estágio avançado, como:
xerostomia (boca seca) - saliva artificial, pode ser recomendada uma dieta com baixo
teor de açúcar, uso diário de flúor para evitar cáries e sem goma de mascar; reduza a
higiene bucal; estomatite; úlceras de argila por candidíase; mau hálito; alterações do
paladar; secreção excessiva de saliva - em muitos casos, o uso de gel base butilado
pol reduz o acúmulo de saliva, principalmente na garganta.
Esses sintomas são causados por drogas, quimioterapia, radioterapia e
imunossupressão. Com o tempo, podem ocorrer alterações na deglutição (disfagia),
náusea e vômito, disfagia, perda de apetite, desidratação, alterações no nível de
consciência e alterações na comunicação. Esses aspectos, seja no início ou no final
do desenvolvimento da doença, estão intimamente relacionados à terapia
fonoaudiológica. Dessa forma, as "Diretrizes para cuidados paliativos" devem ser
lembradas para garantir a redução dos sintomas e fornecer apoio aos pacientes e
familiares.
Diante desses sintomas, a responsabilidade do profissional é garantir
consistência adequada dos alimentos por meio de ajuste e manipulação da postura,

24
fornecer uma pequena quantidade de alimentos de alta qualidade, garantir aparência
e tamanho, manter a deglutição segura e a administração oral. Minimize a sensação
de falha ao redor dos alimentos. Quando a disfagia piora e certos sintomas são
mostrados), isso torna a via oral insegura. Em muitos casos, é necessário estabelecer
uma Via alternativa (tubo naso-intestinal, gastrostomia ou jejunostomia). É
importante lembrar que todos os objetivos possíveis são garantir o alívio dos sintomas,
aumentar o conforto, a qualidade de vida e reduzir a dor, buscando satisfação, prazer
e segurança para o paciente e sua família.
Em suma, o curso de ação deve ser personalizado e vinculado ao plano de
assistência, com o objetivo de maximizar o conforto durante a morte e trabalhar com
a equipe interdisciplinar para respeitar os pacientes e familiares de maneira calma,
segura e em consenso (Quadro 1).

Quadro 1: Etapas para alimentação segura assistida.

Fonte: Oxford Nextbook Textbook of Palliative Medicine.

i.O terapêuta Ocupacional

“Terapia Ocupacional é um campo de conhecimento e de intervenção em


saúde, em educação e na esfera social, que reúne tecnologias orientadas para a
emancipação e autonomia de pessoas que, por diversas razões ligadas a

25
problemáticas específicas (físicas, mentais, sensoriais, sociais), apresentam –
temporária ou definitivamente – limitações funcionais e/ou dificuldades na inserção e
participação na vida social” (Universidade de São Paulo).
A intervenção da terapia ocupacional é de fundamental importância, porque
mesmo que a vida diária seja muito limitada e não exista possibilidade de escolha e/ou
ação, a vida não perderá seu significado. Durante todo o processo de trabalho, os
terapeutas ocupacionais estão comprometidos em criar a possibilidade de expandir a
autonomia e fazer as coisas, entendendo as atividades como atividades que podem
trazer experiência em potencial, a fim de economizar a capacidade restante e realizar
projetos. Toda a intervenção visa tornar permanentes atividades importantes no
cotidiano dos pacientes e de suas famílias.
O cuidado com a família e os cuidadores é uma parte básica indispensável da
assistência em terapia ocupacional. O principal objetivo é instruir a equipe de
enfermagem sobre o estímulo positivo dos pacientes e treiná-los para serem
facilitadores para promover a independência na vida cotidiana. Ouvir e acolher as
necessidades da família também podem desempenhar um papel nas intervenções de
terapia ocupacional.
Em resumo, o quadro a seguir descreve os principais objetivos da terapia
ocupacional:

Quadro 2: Objetivos em Cuidados Paliativos - Terapia Ocupacional.

Fonte: ANCP.

26
Em sua prática, as atividades dos terapeutas ocupacionais incluem arte,
expressividade, artesanato, lazer, autocuidado e outras atividades de recursos
terapêuticos. Segundo Castro et al., esses recursos fornecem uma conexão entre o
sujeito e seu ambiente, permitindo ampliar o viver; são enriquecedoras, permitem
estruturar e integrar diferentes experiências, intensificando o sentimento de vida e
potência.
Deve-se enfatizar que, nas fases finais da vida, os terapeutas ocupacionais
acompanharão os pacientes; há mudança no foco, tendo na organização da rotina e
na diminuição dos estímulos um modo de propiciar conforto. Em alguns casos, ele
pode manter suas atividades consideradas importantes, usando recursos como
música e leitura, trazendo melhor acolhimento e conforto aos pacientes. No
acompanhamento familiar, pode-se ajudar nas despedidas, na expressão de
sentimentos e emoções e na abertura de novos canais de comunicação por meio de
atividades. O monitoramento pós morte é parte integrante da assistência em terapia
ocupacional, principalmente por meio de ligações telefônicas ou visitas de luto.
Portanto, o desempenho da terapia ocupacional em cuidados paliativos é muito
importante e pode construir brechas de vida, potência, criação e singularidade, em um
cotidiano por vezes empobrecido e limitado pela doença. A vida não pode perder seu
significado e sentido até o último momento. De fato, a dignidade do paciente deve ser
aprimorada a partir da possibilidade de cura. Somente o trabalho em equipe pode
fornecer ajuda de qualidade, para que os pacientes e suas famílias sejam acolhidos e
cuidados.

j. O Assistente Espiritual

Com a introdução do conceito de cuidados paliativos, a OMS emitiu princípios


claros em 1990 e reafirmou em 2002 para regular suas atividades. O atendimento de
saúde mental atende a cada um deles e ajuda a aliviar a dor e outros sintomas de
estresse; reafirma a vida e considera a morte como um processo natural; incorpora
aspectos psicossociais e espirituais no atendimento; fornece sistemas de apoio para
ajudar os pacientes a viver o mais ativamente possível até a morte; e amparando os
membros da família durante toda a doença.
A Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO,
2005), apontou que os valores espirituais dos pacientes influenciam a forma como

27
eles respondem ao tratamento, incluindo um padrão de certificação que exige que as
instituições de saúde atendam às necessidades espirituais dos pacientes. Ao falar
sobre religião e espiritualidade, pode-se pensar na religião como relacionada a grupos
religiosos organizados, artefatos e escrituras, regras e regulamentos, oficiais bem
treinados, rituais e dogmas. A espiritualidade tende a ser experimentada como uma
experiência mais calorosa e espontânea, e está associada ao amor, inspiração,
perfeição, profundidade e mistério, e é mais pessoal.
Para proporcionar um atendimento abrangente aos pacientes e suas famílias,
ambos são necessários: o atendimento espiritual individual e diário trará ao enfermo
e seus cuidadores: ouvidos atentos, condições para reflexões profundas sobre
questões existenciais; confrontos e desafios quanto a propósito de vida, perdão,
acerto de contas, vida eterna, qualidade e utilidade de vida.
Como parte dos serviços médicos, a prestação de cuidados espirituais permite
que os destinatários expressem suas emoções e sentimentos, falando abertamente
sobre a morte e o morrer, e ajudando-o a participar de todas as decisões referentes a
seu tratamento e aos desejos finais. Os cuidados paliativos reconhecem que, mesmo
que a reabilitação ou recuperação física não seja possível, "reabilitação mental e
emocional" pode ocorrer. Muitos pacientes gravemente enfermos ou doentes
terminais falam sobre descobrir riquezas e preencher lacunas que nunca foram vistas
na vida.
No caso de estresse pessoal ou perda de pacientes, a equipe de saúde
também se beneficiará muito com o apoio espiritual. Mesmo no seu trabalho diário,
você pode encontrar maior segurança na tomada de decisões sobre questões
bioéticas que envolvem dilemas no ciclo de vida do paciente.
A morte atinge toda criatura, mas nunca estamos preparados para aceitá-la.
Criados para a vida, temos a esperança da vida eterna. É por isso que é tão difícil lidar
com pacientes que estão morrendo. Mesmo que seja quase rotina no hospital, nunca
vamos nos acostumar.

k. O Dentista

A definição de cuidados paliativos dentários é o tratamento de pacientes com


doenças progressivas ou avançadas causadas direta ou indiretamente pelos danos à
cavidade oral, provocados pela doença ou por seus métodos de tratamento, e o foco

28
do tratamento é melhorar a qualidade de vida (Wiseman, 2000). A doença mais
comum que afeta seriamente a função oral é o câncer de cabeça e pescoço,
especialmente em estágios avançados. Esse tipo de câncer, além de despertar a
percepção de morte, também traz o risco de sequelas funcionais e estéticas. Ademais
da dor, a autoimagem, a socialização e a habilidade de realizar funções rotineiras,
como mastigar, engolir e respirar, podem piorar devido ao tumor ou ao seu tratamento.
Embora tenham sido feitos progressos, ainda é uma área que requer atenção
para combinar as necessidades desses pacientes com problemas induzidos por
tumores e doenças dentárias comuns (muitas das quais são infecciosas),
comprometendo ainda mais sua saúde. Instruir pacientes e cuidadores e discutir
esses aspectos com uma equipe multidisciplinar os ajudará a se integrar nesta
importante área da saúde.

Figura 4: Consequências da Xerostomi.

Fonte: ANCP - Manual de Cuidados Paliativos.

Pacientes em cuidados paliativos têm graves limitações funcionais e graves


danos orais, principalmente quando doenças entram na cavidade oral, como câncer
de cabeça e pescoço. Nesse caso, os sintomas habituais pioram e nem sempre
podem ser curados, portanto, atenção e cuidados especiais são necessários. Os
sintomas orais mais comuns são dor, sangramento, feridas abertas, infecções
oportunistas, disfagia, boca seca, desnutrição, desidratação, perda de apetite,
caquexia e desfiguração. As secreções de pacientes submetidos à traqueotomia
também podem prejudicar a comunicação verbal, levando a disfunção oral e dor. Dor,

29
úlceras, sangramento e trismo são os sintomas mais importantes do câncer bucal
avançado. O tratamento inadequado ou a falta de tratamento podem causar
desconforto e comprometimento nutricional, prejudicando ainda mais a qualidade de
vida desses pacientes.
É necessário detectar a presença de doenças bucais, como raízes infectadas
ou doença periodontal, pois isso pode agravar as condições de saúde. Para minimizar
as complicações orais, a prioridade é adaptar a higiene bucal para manter a saúde
bucal, reduzir a irritação e os danos nos tecidos e melhorar o conforto. A capacidade
do paciente de cuidar de si mesmo deve ser avaliada para desenvolver métodos
alternativos para melhorar a escovação dos dentes, incluindo indicações específicas
para escovas de dentes, pastas e enxaguatórios bucais que devem ser fornecidos aos
pacientes e seus cuidadores. As escovas de dentes extra-macias são mais macias
aos tecidos orais do que as escovas de dentes convencionais e devem ser usadas
em conjunto com pasta de dentes sem lauril sulfato de sódio para evitar irritação ou
agravamento da descamação da mucosa oral.
Depois de uma minuciosa avaliação do doente, deve-se aplicar uma sequência
de cuidados que melhorem preventiva ou curativamente sua condição de saúde. Nas
Figuras 2, 3 e 4, uma sugestão de protocolo para Cuidados Paliativos orais.

Figura 5: Esquema da sequência de cuidados orais preventivos, curativos e paliativos em pacientes


sob Cuidados Paliativos.

Fonte: ANCP - Manual de Cuidados Paliativos.

30
Figura 6: Esquema da sequência de cuidados orais preventivos, curativos e paliativos em pacientes
sob Cuidados Paliativos.

Fonte: ANCP - Manual de Cuidados Paliativos.

Figura 7: Esquema da sequência de cuidados orais preventivos, curativos e paliativos em pacientes


sob Cuidados Paliativos.

Fonte: ANCP - Manual de Cuidados Paliativos.

Quanto à cavidade oral, várias melhorias melhoraram a qualidade de vida. O


controle de infecções é essencial para evitar complicações locais ou sistêmicas. O
tratamento sintomático e os cuidados tópicos, como higiene bucal e limpeza de
feridas, podem ajudar a reduzir a dor, o desconforto e as infecções oportunistas.
Trata-se de uma área profissional que envolve geriatria, oncologia e dor.

31
O dentista ainda carece de formação em dor bucal e facial e experiência na
prestação de serviços a esses pacientes, mas vem despertando gradativamente a
necessidade de integração em uma equipe multiprofissional. consciência.
Especialistas, incluindo cuidados paliativos. Espera-se que essa integração permita
que os pacientes se beneficiem de novas terapias e cuidados no futuro

32
CONCLUSÃO

O luto é o estágio final da intervenção da equipe, portanto, surge a dúvida a


respeito de quando ele termina. Parks diz que o processo de luto está terminado
quando uma pessoa completa a fase final do luto de restituição, em que uma pessoa
pode reinvestir suas emoções na vida e no viver. Worden explica que o luto está
terminado quando suas respectivas tarefas são completadas. Quando você pensa
em uma pessoa que se amou e se perdeu, sempre há um sentimento de tristeza,
mas essa é outra tristeza sem manifestações físicas, como o choro intenso.
O que se observou é que os humanos não estão preparados para a finitude.
Somos apresentados a um mundo que celebra o nascimento em vez da morte. Os
ritos da morte da cultura ocidental esclareceram a experiência da morte. A morte de
outra pessoa faz com que enfrentemos nossa própria vida e nossa própria morte,
causando desconforto, ansiedade e dor. Visto que a morte é o estágio final do ciclo
vital, somos forçados a prestar muita atenção à qualidade de vida e às relações
interpessoais.
Nesse sentido, os cuidados paliativos representam o resgate de tratamentos
preciosos, proporcionando aos pacientes e suas famílias espaço para sobrevivência
e morte, e os pacientes e suas famílias são considerados atores ativos no processo
de cooperação com a equipe de saúde. Nesse caso, é possível legitimar os desafios
inerentes ao estágio final da vida e da morte.
“Não existe amor sem perda. E não existe a superação da perda sem alguma
experiência de luto. Não ser capaz de vivenciá-la é ser incapaz de entrar no grande
ciclo da vida humana de morte e renascimento – ser incapaz, isto é, de viver
novamente” (Lifton, 1975, apud Walsh & Mcgoldrick, 1998).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Manual de cuidados paliativos. Rio de


Janeiro: Diagraphic; 2009.

Andrade L. A Atuação do Serviço Social em Cuidados Paliativos. In: Academia


Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP). Manual de cuidados paliativos. São Paulo:
ANCP; 2009. p. 221-223.

Brasil. Resolução CFM Nº 1973, de 14 de julho de 2011. Dispõe sobre a nova


redação do Anexo II da Resolução CFM Nº 1.845/08, que celebra o convênio de
reconhecimento de especialidades médicas firmado entre o Conselho Federal de
Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Comissão Nacional de
Residência Médica (CNRM). Diário Oficial da União 2001; 1 ago.

FRANCO, M. H. P. Luto em cuidados paliativos. In: Cuidado paliativo. São Paulo:


CREMESP, 2008.

Furtado AM, Souza SRO, Ramos JS, Ferreira MCA. O enfermeiro frente ao paciente
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Kardec, A. O livro dos Espíritos. Editora Petit. São Paulo, 2001.

PARKES, C. M. Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. São Paulo: Summus,
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Mota MS, Gomes GC, Coelho MF, Lunardi WD, Souza, LD. Reações e sentimentos
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Preto: Universidade de São Paulo; 2004.

Saporetti, L. A.; Silva AMOP. Finitude – Apectos Éticos, Religiosos e Espirituais.


Capítulo do Livro Geriatria e Gerontologia Básicas (no prelo).

WALSH, F.; McGoldrick, M. Morte na família: sobrevivendo às perdas. (C. O.


Dornelles, Trans.). Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

WORDEN, W. W. Terapia do luto: um manual para o profissional de saúde mental.


2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

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