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SUMÁRIO
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NOSSA HISTÓRIA
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1. INTRODUÇÃO
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2. BREVE HISTÓRIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS
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“cuidado ativo e total para pacientes cuja doença não é responsiva a tratamento de
cura. O controle da dor, de outros sintomas e de problemas psicossociais e espirituais
é primordial. O objetivo do Cuidado Paliativo é proporcionar a melhor qualidade de
vida possível para pacientes e familiares”. Essa definição foi revisada em 2002 e
substituída pela atual.
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elaborar duas resoluções importantes que regulam a atividade médica relacionada a
esta prática.
Em 2009, o Conselho Federal de Medicina adotou os cuidados paliativos como
princípio básico pela primeira vez na história da medicina brasileira e incorporou-o ao
seu novo "Código de Ética Médica". A ANCP luta pela regularização da Medicina
Paliativa como área de atuação médica junto à Associação Médica Brasileira e a
universalização dos serviços de Cuidados Paliativos no Ministério da Saúde.
Atualmente no Brasil, as atividades relacionadas aos cuidados paliativos ainda
precisam ser regulamentadas por lei. No Brasil, ainda existem conhecimentos e
preconceitos relacionados aos cuidados paliativos, principalmente entre médicos,
profissionais de saúde, administradores de hospitais e instituições judiciárias, que são
muito escassos. Cuidados paliativos ainda se confundem com eutanásia e existe um
grande preconceito em relação ao uso de opioides como a morfina para o alívio da
dor.
A ANCP prevê que esta situação deverá mudar rapidamente nos próximos
anos. Haverá uma demanda por serviços de Cuidados Paliativos e por profissionais
especializados com a regularização profissional. Há. também, a necessidade dos
Hospitais em ter uma equipe de Cuidados Paliativos para receber uma acreditação
internacional como a Joint Commission International, a quebra de resistências e maior
exposição do trabalho para o grande público por meio de filmes e novelas. A ANCP e
seus parceiros estão trabalhando duro para alcançar esse objetivo. Por exemplo, a
formalização legal e profissional permitirá que os planos de saúde incluam os cuidados
paliativos em sua cobertura. Os cuidados paliativos comprovadamente reduzem os
custos dos cuidados de saúde e trazem enormes benefícios para os pacientes e suas
famílias.
A conscientização da população brasileira sobre os cuidados paliativos é
fundamental para que o sistema de saúde brasileiro mude o tratamento de pacientes
com doenças que ameaçam sua continuidade de vida. Os cuidados paliativos são uma
necessidade de saúde pública, são necessidades humanitárias.
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Fonte: Academia Nacional de Cuidados Paliativos.
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3. CUIDADOS PALIATIVOS: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
Dessa forma, enfatiza-se que os cuidados paliativos não têm nada a ver com
a eutanásia, como muitas pessoas ainda acreditam. Diagnóstico objetivo, adequado,
compreensão da história natural da doença, acompanhamento positivo, entusiasmado
e respeitoso e empatia com o paciente e sua família nos ajudarão a tomar decisões.
Desta forma, vamos cometer menos erros e sentir mais seguro.
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Perda de autonomia, da autoimagem, da segurança, da capacidade física, do
respeito, sem falar em perdas materiais específicas, como emprego, poder aquisitivo
e, portanto, status social, podem trazer dor, frustração e desespero, e intervir
objetivamente no desenvolvimento de doenças, sintomas A intensidade e a frequência
podem ser difíceis de controlar. Do ponto de vista psicológico, esses métodos são
essenciais. O que há de novo é que também é possível resolver esses problemas de
uma perspectiva espiritual, que sempre está confusa e se sobrepõe a questões
religiosas.
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● Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e
seus familiares, incluindo acompanhamento no luto:
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Figura 3: Necessidades do paciente / família presente durante a doença e o luto.
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4. A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS
a. O Médico
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discutir comportamentos específicos. O médico é responsável por propor um plano
de tratamento que possa aliviar os sintomas de desconforto, independentemente de
ser tratado com medicação. No entanto, a principal tarefa do médico na equipe de
cuidados paliativos pode ser coordenar a comunicação entre profissionais relevantes,
pacientes e seus familiares, e espera ouvir informações sobre o diagnóstico e
prognóstico da doença.
Os profissionais médicos não devem transferir responsabilidade para outros
membros da equipe para falar sobre esses aspectos diretamente relacionados a
pacientes e doenças. A comunicação eficaz entre o médico e a equipe também é muito
importante, de modo que, quando todos os profissionais são solicitados pelos
pacientes e familiares, eles devem manter a mesma postura e falar o "mesmo idioma".
Dessa forma, o médico atuará como facilitador do trabalho de toda a equipe e ajudará
os pacientes a exercer autonomia.
Como resultado, pacientes, familiares e equipes de cuidados paliativos podem
compartilhar escolhas e decisões. Dessa forma, não importa o quão avançado seja o
estado de saúde, todos serão responsáveis em conjunto pela promoção da saúde e
da vida, atingindo o objetivo de cuidar dos pacientes de maneira abrangente e
personalizada, com foco em seu bem-estar e qualidade de vida.
b. O Enfermeiro
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fundamental.
As habilidades do enfermeiro devem se concentrar na avaliação sistemática
dos sinais e sintomas, no auxílio da equipe multiprofissional que determina as
prioridades para cada cliente, para a interação da dinâmica familiar e especialmente
para o reforço das orientações clínicas, a fim de que os objetivos do tratamento que
foram traçados pela equipe multidisciplinar sejam alcançados.
No entanto, em termos de capacidade clínica, é necessário enfatizar a
sabedoria dos enfermeiros no controle da dor, pois esse é um dos sintomas mais
impõem sofrimento para os pacientes em cuidados paliativos. Trata-se de um desafio
a ser vencido com esforço, pois a falta de conhecimento também é uma realidade
enfrentada por outros profissionais da equipe de saúde. Em relação a esse problema
prático que cria obstáculos à qualidade da assistência à saúde, os programas de
educação acadêmica e a tecnologia médica precisam trabalhar juntos para
implementar o ensino e desenvolver um ambiente para as práticas de saúde.
Nesse espaço clínico, o enfermeiro deve atuar profissionalmente com uma
equipe multidisciplinar para desenvolver as habilidades clínicas internas para controlar
sinais e sintomas e se comunicar de forma verdadeira, de modo a resumir o
comportamento de cada profissional de acordo com os interesses dos pacientes,
familiares e pacientes.
Inserido em uma equipe multidisciplinar, o papel do enfermeiro é levar a uma
comunicação eficaz, abrir e adaptar-se ao papel do ambiente de tratamento, com o
objetivo de negociar as metas de assistência alcançadas com os pacientes e seus
familiares para coordenar o cuidado planejado. Portanto, os cuidados paliativos
enfatizam as capacidades de relacionamento do enfermeiro. Para equipes, pacientes
e instituições, o profissional deve ter habilidades de comunicação, pois essas
habilidades podem garantir o melhor desenvolvimento de sua prática clínica.
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c. O Psicólogo
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experiência de doença, morte e luto.
Por último, temos a atuação e envolvimento de toda a equipe com o paciente.
O trabalho de cuidar de pacientes em cuidados paliativos envolve um contato próximo
com a dor, o que significa um certo "custo emocional" para os profissionais que
trabalham na área. De maneira geral, a equipe de saúde sofre com o cuidado e a
atenção às próprias dificuldades. Nesse sentido, a participação em um espaço de
diálogo sobre questões de desempenho (supervisão, grupos de pesquisa,
psicoterapia, publicações, congressos etc.) pode tornar seu trabalho em cuidados
paliativos uma ferramenta valiosa para o crescimento pessoal e profissional.
d. O Assistente Social
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Com relação à avaliação socioeconômica, algumas informações são essenciais
e devem ser obtidas através da primeira abordagem: composição familiar, local de
residência, formação, profissão e situação empregatícia do paciente, renda, religião e
rede de suporte. Esses dados apoiarão a assistência social porque nos fornecerão
parâmetros suficientes sobre as necessidades experimentadas pela família ou nos
mostrarão seus mecanismos de enfrentamento:
● Composição familiar: onde o paciente mora e em quem ele pode ou não confiar;
esses dados nos fornecerão subsídios para ajudar os familiares a encontrar
alternativas quando o atendimento não for suficiente para atender às necessidades
do paciente;
● Local de residência: De acordo com o local de residência do indivíduo, é
necessário entender a precariedade ou suficiência das redes de suporte social e a
dificuldade de participar de consultas ou outros procedimentos;
● Formação, profissão e situação empregatícia do paciente: essas informações
são essenciais, especialmente quando o paciente é o mantenedor da família;
● Renda familiar: está intimamente relacionada ao item anterior e nem sempre
recebe a atenção que merece na análise; portanto, deve sempre ser entendida para
que a equipe possa fornecer parâmetros reais para requisitos e exigências futuras;
● Religião: As crenças religiosas da família e dos pacientes fornecem subsídios
para a morte adequada, cuidados com a vida, rituais e diferentes necessidades
relacionadas a crenças e significados pessoais;
● Rede de suporte social: envolve entidades (instituições, grupos formais,
serviços) ou pessoas (parentes, amigos, vizinhos) nas quais pacientes e familiares
podem confiar quando necessário.
O papel dos assistentes sociais na equipe de cuidados paliativos pode ser
resumido na compreensão de pacientes, familiares e cuidadores a partir dos aspectos
socioeconômicos, com o objetivo de fornecer informações e orientações legais,
burocráticas e de direitos, o que é importante para o bom andamento do atendimento
e da saúde dos pacientes e para a garantia de morte digna.
Cabe também ao profissional avaliar a rede de apoio social da pessoa
envolvida, para que esta possa atuar em circunstâncias apropriadas, além de dialogar
entre o paciente / família e a equipe sobre questões culturais e sociais envolvendo
enfermagem Além disso, uma rede de treinamento deve ser entendida e estabelecida
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para garantir um atendimento preciso ao paciente. Além disso, diante de doenças
incuráveis e momentos especiais nos estágios finais da vida, a importância de ouvir e
receber.
e. O Farmacêutico
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especificar o medicamento de acordo com as necessidades de cada paciente, são os
pré-requisitos para orientar a formulação do plano de tratamento.
A complexidade da assistência ao paciente em cuidados paliativos significa o
estabelecimento de uma equipe interdisciplinar que deve se unir e reunir para atender
às necessidades dos pacientes e familiares, com o objetivo de melhorar a qualidade
de vida e a dignidade durante a morte. A Dama Cicely Saunders, pioneira da filosofia
em cuidados paliativos, transmitiu sabiamente a seguinte mensagem: “Não se
preocupar em proporcionar mais dias de vida, e sim mais vida aos dias que se tem”.
f. O Nutricionista
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aspectos, assim como o paciente, a família e a equipe, discutir qual terapia nutricional
é mais adequada e avaliar riscos e benefícios.
Antes de recomendar métodos de tratamento, os nutricionistas devem usar
avaliações antropométricas e testes clínicos e bioquímicos para avaliação nutricional,
entender os hábitos alimentares, preferências, aversões alimentares e aspectos
psicossociais relacionados à dieta do para, posteriormente, realizar os diagnósticos
nutricionais e estabelecer quais serão as condutas adotadas. O objetivo da terapia
nutricional varia de acordo com o estágio da progressão da doença:
● Estágio inicial: manter ou restaurar o estado nutricional e impedir a progressão
da doença;
● Fase final: promova felicidade e conforto, qualidade de vida e alívio dos
sintomas.
Dicas nutricionais para cuidados paliativos:
● Os pacientes devem comer os alimentos de sua escolha e comer quando
sentem vontade;
● Respeitar os desejos do indivíduo, como não comer, comer menos ou recusar
nutrição enteral ou parenteral;
● Dê tempo aos pacientes para comer e preste atenção à sua ingestão;
● Forneça uma pequena quantidade de comida;
● Ouvir as informações dos pacientes sobre sintomas relacionados à comida;
● Mude os hábitos alimentares, oferecendo os alimentos quando o paciente
estiver menos fatigado, nauseado ou com menos dor;
● Combinar diferentes métodos de alimentação - dieta oral e enteral (deve ser
priorizada a via oral).
Portanto, o nutricionista é um dos profissionais responsáveis por fornecer
recursos e esclarecimentos aos pacientes e seus familiares. A capacidade de se
comunicar é básica e tão importante quanto ter conhecimento profissional.
Independentemente de qualquer conduta dietoterápica a ser realizada, os
desejos do indivíduo devem ser respeitados. Além de satisfazer as necessidades
nutricionais dos pacientes, as prescrições alimentares também devem proporcionar
prazer e conforto. Associando isso com outras medidas, ajudará a manter a qualidade
de vida dos pacientes em cuidados paliativos.
A partir dessas considerações, pode-se concluir que a terapia nutricional em
cuidados paliativos pode ser indicada e utilizada, mas as decisões relacionadas à sua
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prescrição devem levar em consideração a situação clínica, prognóstico, riscos e
benefícios da terapia proposta, os desejos do paciente e a situação enfrentada pelos
familiares.
g. O Fisioterapêuta
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○ Prevenir o imobilismo e de suas consequências. Prevenção quanto à instalação
de deformidades;
○ Identificar os meios de locomoção do paciente e promoção de mudanças
ambientais necessárias e possíveis;
○ Priorizar das condições ventilatórias do indivíduo, por meio de treino e
orientação de exercícios respiratórios, manobras que favoreçam a retirada de
secreções, quando necessário, assim como orientações quanto à aspiração traqueal
e ao estímulo de tosse.
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o Melhorar / manter sua condição física (tolerância ao esforço físico);
o Adaptar dispositivos de auxílio à marcha. Identificar e eliminar fatores de risco
para quedas;
o Referência ao centro de reabilitação ou fisioterapia ambulatorial.
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crianças a experiência necessária em todos os aspectos do desenvolvimento. Deve-
se incentivar a participação de membros da família nas atividades propostas, nos
cuidados e nas orientações, favorecendo a convivência entre si e aproximando-os dos
profissionais da equipe.
A assistência aos jovens é um enorme desafio para as equipes de cuidados
paliativos. O foco principal desse grupo deve ser o de obter autonomia máxima, e esse
processo deve começar o mais cedo possível. Se esse objetivo continuar até o fim, a
equipe fará uma importante contribuição para a vida desse jovem.
O trabalho do fisioterapeuta é desenvolver um plano de ajuda para ajudar o
paciente a se desenvolver o mais ativamente possível e promover a adaptação ao
esforço físico progressivo e seus efeitos emocionais, sociais e espirituais até a morte.
h. O Fonoaudiólogo
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fornecer uma pequena quantidade de alimentos de alta qualidade, garantir aparência
e tamanho, manter a deglutição segura e a administração oral. Minimize a sensação
de falha ao redor dos alimentos. Quando a disfagia piora e certos sintomas são
mostrados), isso torna a via oral insegura. Em muitos casos, é necessário estabelecer
uma Via alternativa (tubo naso-intestinal, gastrostomia ou jejunostomia). É
importante lembrar que todos os objetivos possíveis são garantir o alívio dos sintomas,
aumentar o conforto, a qualidade de vida e reduzir a dor, buscando satisfação, prazer
e segurança para o paciente e sua família.
Em suma, o curso de ação deve ser personalizado e vinculado ao plano de
assistência, com o objetivo de maximizar o conforto durante a morte e trabalhar com
a equipe interdisciplinar para respeitar os pacientes e familiares de maneira calma,
segura e em consenso (Quadro 1).
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problemáticas específicas (físicas, mentais, sensoriais, sociais), apresentam –
temporária ou definitivamente – limitações funcionais e/ou dificuldades na inserção e
participação na vida social” (Universidade de São Paulo).
A intervenção da terapia ocupacional é de fundamental importância, porque
mesmo que a vida diária seja muito limitada e não exista possibilidade de escolha e/ou
ação, a vida não perderá seu significado. Durante todo o processo de trabalho, os
terapeutas ocupacionais estão comprometidos em criar a possibilidade de expandir a
autonomia e fazer as coisas, entendendo as atividades como atividades que podem
trazer experiência em potencial, a fim de economizar a capacidade restante e realizar
projetos. Toda a intervenção visa tornar permanentes atividades importantes no
cotidiano dos pacientes e de suas famílias.
O cuidado com a família e os cuidadores é uma parte básica indispensável da
assistência em terapia ocupacional. O principal objetivo é instruir a equipe de
enfermagem sobre o estímulo positivo dos pacientes e treiná-los para serem
facilitadores para promover a independência na vida cotidiana. Ouvir e acolher as
necessidades da família também podem desempenhar um papel nas intervenções de
terapia ocupacional.
Em resumo, o quadro a seguir descreve os principais objetivos da terapia
ocupacional:
Fonte: ANCP.
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Em sua prática, as atividades dos terapeutas ocupacionais incluem arte,
expressividade, artesanato, lazer, autocuidado e outras atividades de recursos
terapêuticos. Segundo Castro et al., esses recursos fornecem uma conexão entre o
sujeito e seu ambiente, permitindo ampliar o viver; são enriquecedoras, permitem
estruturar e integrar diferentes experiências, intensificando o sentimento de vida e
potência.
Deve-se enfatizar que, nas fases finais da vida, os terapeutas ocupacionais
acompanharão os pacientes; há mudança no foco, tendo na organização da rotina e
na diminuição dos estímulos um modo de propiciar conforto. Em alguns casos, ele
pode manter suas atividades consideradas importantes, usando recursos como
música e leitura, trazendo melhor acolhimento e conforto aos pacientes. No
acompanhamento familiar, pode-se ajudar nas despedidas, na expressão de
sentimentos e emoções e na abertura de novos canais de comunicação por meio de
atividades. O monitoramento pós morte é parte integrante da assistência em terapia
ocupacional, principalmente por meio de ligações telefônicas ou visitas de luto.
Portanto, o desempenho da terapia ocupacional em cuidados paliativos é muito
importante e pode construir brechas de vida, potência, criação e singularidade, em um
cotidiano por vezes empobrecido e limitado pela doença. A vida não pode perder seu
significado e sentido até o último momento. De fato, a dignidade do paciente deve ser
aprimorada a partir da possibilidade de cura. Somente o trabalho em equipe pode
fornecer ajuda de qualidade, para que os pacientes e suas famílias sejam acolhidos e
cuidados.
j. O Assistente Espiritual
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eles respondem ao tratamento, incluindo um padrão de certificação que exige que as
instituições de saúde atendam às necessidades espirituais dos pacientes. Ao falar
sobre religião e espiritualidade, pode-se pensar na religião como relacionada a grupos
religiosos organizados, artefatos e escrituras, regras e regulamentos, oficiais bem
treinados, rituais e dogmas. A espiritualidade tende a ser experimentada como uma
experiência mais calorosa e espontânea, e está associada ao amor, inspiração,
perfeição, profundidade e mistério, e é mais pessoal.
Para proporcionar um atendimento abrangente aos pacientes e suas famílias,
ambos são necessários: o atendimento espiritual individual e diário trará ao enfermo
e seus cuidadores: ouvidos atentos, condições para reflexões profundas sobre
questões existenciais; confrontos e desafios quanto a propósito de vida, perdão,
acerto de contas, vida eterna, qualidade e utilidade de vida.
Como parte dos serviços médicos, a prestação de cuidados espirituais permite
que os destinatários expressem suas emoções e sentimentos, falando abertamente
sobre a morte e o morrer, e ajudando-o a participar de todas as decisões referentes a
seu tratamento e aos desejos finais. Os cuidados paliativos reconhecem que, mesmo
que a reabilitação ou recuperação física não seja possível, "reabilitação mental e
emocional" pode ocorrer. Muitos pacientes gravemente enfermos ou doentes
terminais falam sobre descobrir riquezas e preencher lacunas que nunca foram vistas
na vida.
No caso de estresse pessoal ou perda de pacientes, a equipe de saúde
também se beneficiará muito com o apoio espiritual. Mesmo no seu trabalho diário,
você pode encontrar maior segurança na tomada de decisões sobre questões
bioéticas que envolvem dilemas no ciclo de vida do paciente.
A morte atinge toda criatura, mas nunca estamos preparados para aceitá-la.
Criados para a vida, temos a esperança da vida eterna. É por isso que é tão difícil lidar
com pacientes que estão morrendo. Mesmo que seja quase rotina no hospital, nunca
vamos nos acostumar.
k. O Dentista
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do tratamento é melhorar a qualidade de vida (Wiseman, 2000). A doença mais
comum que afeta seriamente a função oral é o câncer de cabeça e pescoço,
especialmente em estágios avançados. Esse tipo de câncer, além de despertar a
percepção de morte, também traz o risco de sequelas funcionais e estéticas. Ademais
da dor, a autoimagem, a socialização e a habilidade de realizar funções rotineiras,
como mastigar, engolir e respirar, podem piorar devido ao tumor ou ao seu tratamento.
Embora tenham sido feitos progressos, ainda é uma área que requer atenção
para combinar as necessidades desses pacientes com problemas induzidos por
tumores e doenças dentárias comuns (muitas das quais são infecciosas),
comprometendo ainda mais sua saúde. Instruir pacientes e cuidadores e discutir
esses aspectos com uma equipe multidisciplinar os ajudará a se integrar nesta
importante área da saúde.
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úlceras, sangramento e trismo são os sintomas mais importantes do câncer bucal
avançado. O tratamento inadequado ou a falta de tratamento podem causar
desconforto e comprometimento nutricional, prejudicando ainda mais a qualidade de
vida desses pacientes.
É necessário detectar a presença de doenças bucais, como raízes infectadas
ou doença periodontal, pois isso pode agravar as condições de saúde. Para minimizar
as complicações orais, a prioridade é adaptar a higiene bucal para manter a saúde
bucal, reduzir a irritação e os danos nos tecidos e melhorar o conforto. A capacidade
do paciente de cuidar de si mesmo deve ser avaliada para desenvolver métodos
alternativos para melhorar a escovação dos dentes, incluindo indicações específicas
para escovas de dentes, pastas e enxaguatórios bucais que devem ser fornecidos aos
pacientes e seus cuidadores. As escovas de dentes extra-macias são mais macias
aos tecidos orais do que as escovas de dentes convencionais e devem ser usadas
em conjunto com pasta de dentes sem lauril sulfato de sódio para evitar irritação ou
agravamento da descamação da mucosa oral.
Depois de uma minuciosa avaliação do doente, deve-se aplicar uma sequência
de cuidados que melhorem preventiva ou curativamente sua condição de saúde. Nas
Figuras 2, 3 e 4, uma sugestão de protocolo para Cuidados Paliativos orais.
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Figura 6: Esquema da sequência de cuidados orais preventivos, curativos e paliativos em pacientes
sob Cuidados Paliativos.
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O dentista ainda carece de formação em dor bucal e facial e experiência na
prestação de serviços a esses pacientes, mas vem despertando gradativamente a
necessidade de integração em uma equipe multiprofissional. consciência.
Especialistas, incluindo cuidados paliativos. Espera-se que essa integração permita
que os pacientes se beneficiem de novas terapias e cuidados no futuro
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Furtado AM, Souza SRO, Ramos JS, Ferreira MCA. O enfermeiro frente ao paciente
fora de possibilidade terapêutica: dignidade e qualidade no processo do morrer. Rev
Enferm. Global 2011;10(22):1-8.
PARKES, C. M. Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. São Paulo: Summus,
1998.
Mota MS, Gomes GC, Coelho MF, Lunardi WD, Souza, LD. Reações e sentimentos
de profissionais da enfermagem frente à morte dos pacientes sob seus cuidados.
Rev Gaúcha Enferm 2011;32(1):129-135.
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