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APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PBL) NA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA 23

APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS


(PBL) NA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA
Luis Roberto de Camargo Ribeiroa

RESUMO
Este artigo traz uma introdução à aprendizagem baseada em problemas, ou PBL (Problem-Based
Learning), como é mundialmente conhecida. Apresenta, de forma sucinta, sua definição, fundamenta-
ção, elementos principais, formatos, processo, vantagens, desvantagens e resultados de pesquisa. PBL
é uma abordagem instrucional que utiliza um problema da vida real para enfocar, motivar e facilitar
a aprendizagem de conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudinais relevantes à futura atu-
ação do aluno como profissional e cidadão. Este artigo também apresenta e discute uma implantação
parcial do PBL (i.e., em componentes de currículos convencionais) no ensino de engenharia. Mostra
que, apesar de não ser panaceia para todos os males do ensino superior, o PBL pode satisfatoriamen-
te responder a questões educacionais consideradas intratáveis, tais como a interdisciplinaridade, a
integração entre a teoria e a prática e aproximação dos mundos da escola e do trabalho, mesmo em
implantações não curriculares desta metodologia.

Palavras-chave: PBL. Aprendizagem baseada em problemas. Ensino superior. Ensino de engenharia.

ABSTRACT
This paper presents an introduction to Problem-Based Learning or PBL, as it is known worldwide.
It offers, briefly, its definition, underpinnings, main elements, formats, processes, advantages, disad-
vantages and research results. PBL is an instructional approach that uses problems to focus, motivate
and facilitate the learning of conceptual, procedural and attitudinal knowledge relevant to students’
future experience as professionals and citizens. This work also presents and discusses a partial im-
plementation of PBL (i.e., in courses in otherwise conventional curricula) in engineering education.
It shows that, in spite of not being a panacea for all ills of higher education, PBL may satisfactorily
address some issues deemed as intractable, such as attaining interdisciplinarity and integration be-
tween theory and practice, and bridging the gap between the academic and the marketplace worlds,
even in non-curricular use of this methodology.

Key words: PBL. Problem-based learning. Higher education. Engineering education.

a
Doutor, UAB-UFSCar, Via Washington Luiz, Km 235, São Carlos, SP. Fone: 3351-8420. Email: luisrcr@itelefonica.com.br

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INTRODUÇÃO Essa é uma característica importante na me-


dida em que pesquisas sobre perfis profissionais
Antes de introduzir ao leitor o PBL (Pro- indicam claramente a necessidade de as escolas
blem-Based Learning) ou aprendizagem baseada de engenharia promoverem habilidades (e.g.,
em problemas (ABP), faz-se necessário expor o trabalho em grupo, comunicação oral e escrita
que ele não é. O PBL não é um processo de re- e resolução de problemas) e atitudes (e.g., ética,
solução de problemas teóricos ou experimentais responsabilidade profissional e social, adaptabi-
por meio da aplicação de teoria; não se resume a lidade e disposição para a aprendizagem contí-
uma atividade de pesquisa bibliográfica nem é, nua e autônoma), além de garantirem uma base
apesar de compartilhar algumas características, conceitual sólida aos alunos, sem sobrecarregar
o método de estudo de casos, comum no ensino ou estender seus currículos.
de direito.
O PBL tampouco é um mero conjunto de téc-
nicas de solução de problemas; apesar de impor- ORIGEM E FUNDAMENTAÇÃO
tantes, esta metodologia não pode ser reduzida a O PBL, i.e., a aprendizagem decorrente do
elas. Ao contrário, o PBL é uma metodologia de enfrentamento de problemas, é tão antigo quan-
ensino e aprendizagem que utiliza problemas – to a própria civilização. O ditado “a necessida-
coerentes para com a futura atuação dos alunos de é a mãe da invenção” poderia ser um de seus
como profissionais e cidadãos – para iniciar, en- corolários. Apesar de sua história relativamente
focar e motivar a aprendizagem dos conhecimen- recente, seus princípios podem ser encontrados
tos conceituais, procedimentais e atitudinais ob- nas teorias e estudos de educadores e pesquisa-
jetivados. dores, tais como Dewey, Bruner, Auzubel, Ro-
Sobretudo, o PBL não deveria ser visto como gers, Paulo Freire, entre outros.
uma receita pronta a ser implantada indiscri- A primeira sistematização do PBL aconteceu
minadamente; é uma metodologia específica de na Universidade McMaster, Canadá, em mea-
contexto. Também não é oposta ao ensino tradi- dos da década de 1960. Sua concepção partiu da
cional (i.e., ensino por meio de aulas expositivas). constatação por parte de seus administradores
Se em alguns momentos deste artigo as duas me- e docentes de que os egressos de sua escola de
todologias são comparadas, isso é feito somente medicina deixavam o curso com capacidade in-
com o propósito de facilitar seu entendimento. suficiente para a aplicação dos conteúdos concei-
Não existe uma única forma de ensinar, mas me- tuais ensinados na obtenção de um diagnóstico e
todologias mais adequadas de acordo com obje- poucas habilidades e atitudes profissionais dese-
tivos estabelecidos e os contextos educacionais jáveis à prática.
(i.e., área de conhecimento, instituição, recursos O PBL fundamenta-se em princípios educa-
humanos e materiais, alunos, etc.). cionais e em resultados da pesquisa em ciência
Finalmente, o PBL não é panaceia para to- cognitiva, os quais mostram que a aprendizagem
dos os males que acometem a educação em en- não é um processo de recepção passiva e acu-
genharia ou o ensino superior em geral. A edu- mulação de informações, mas de construção de
cação, em qualquer nível e em qualquer área conhecimentos. Para que informações se tornem
do conhecimento, é um processo por demasiado conhecimento é preciso ativar conceitos e estru-
complexo e multifacetado para ser inteiramente turas cognitivas existentes a respeito do assun-
abarcado por quaisquer metodologias de ensino- to, permitir aos alunos que as elaborem e as res-
aprendizagem. signifiquem.
No entanto, apesar do que foi exposto, este A literatura também indica que a aprendiza-
artigo tenta mostrar que o PBL pode oferecer gem é aprimorada pela interação social e é faci-
respostas satisfatórias a problemas intratáveis litada quando os alunos são expostos a situações
da formação profissional, tais como a alienação da vida real. Ademais, sabe-se que a capacidade
dos alunos no chamado “ciclo básico”, a ausência metacognitiva (O que devo fazer? Como farei?
de integração entre a teoria e a prática e a di- Funcionou?) favorece processos de aprendizagem
ficuldade em promover conhecimentos além dos eficazes, autorregulados e contínuos. Estes dois
técnico-científicos no contexto curricular quer di- aspectos podem ainda aumentar a motivação
zer, sem a necessidade de conceber e acrescentar epistêmica, alimentando um círculo virtuoso, ou
componentes curriculares especialmente para seja, motivando os alunos a quererem conhecer
este fim. mais o mundo em que vivem.

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FORMATOS E ELEMENTOS em um tempo compatível com o período exíguo


de formação dos alunos.
Desde sua sistematização na escola de me- Nessa área do conhecimento comumente
dicina da Universidade McMaster o PBL tem emprega-se o modelo PBL híbrido, quer dizer, o
sido adaptado a muitos contextos educacionais currículo tem um componente curricular central
e ao ensino de diversas áreas do conhecimento. no qual problemas/projetos são trabalhados por
Hoje é possível encontrar implantações do PBL grupos de alunos facilitados por tutores. Este
em áreas tão distintas quanto a história, a pe- núcleo de problemas é informado por componen-
dagogia e a arquitetura. Seu uso no ensino de tes curriculares (i.e., módulos, matérias e labo-
engenharia acontece há muito tempo e está bem ratórios), que lhe dão suporte (Fig. 2), cabendo
documentado na literatura, onde às vezes é cha- aos docentes responsáveis por estes componen-
mado de “aprendizagem baseada em projetos” tes a escolha da melhor metodologia para ensi-
(vide sugestões de leitura ao final do texto). nar seus conteúdos (i.e., por meio de aulas ex-
Essa transposição para outros contextos de positivas, seminários, visitas externas, etc.). A
ensino-aprendizagem resultou em formatos e duração desses componentes varia, podendo se
abordagens alternativas ao modelo McMaster estender por um bimestre, um semestre ou todo
original (Fig. 1). Neste, uma sequência de pro- o ano letivo, desde que os conteúdos trabalhados
blemas forma a espinha dorsal do currículo e em dado momento sejam relevantes ao proble-
os conhecimentos necessários para sua solução ma em questão. Uma vantagem deste modelo
são, em grande parte, buscados pelos próprios está na possibilidade de os recursos humanos e
alunos, que trabalham em grupos (8 a 12 indiví- materiais serem previamente alocados a partir
duos) facilitados por um tutor. A complexidade e da demanda de conhecimentos prevista para os
interdisciplinaridade dos problemas aumentam, problemas. No entanto, a constante mudança de
de modo que os trabalhados pelos alunos no úl- abordagens, da aprendizagem passiva à ativa e
timo ano de formação espelham as situações da vice-versa, pode ser fonte de estresse para os alu-
prática que enfrentarão em seus primeiros anos nos.
de carreira.

Figura 1 - Currículo PBL original

O modelo PBL original sofreu algumas mo- Figura 2 - Recorte transversal de um currículo PBL híbrido
dificações para o uso em arquitetura e engenha-
ria pelo fato de as soluções objetivadas no ensi- O PBL também tem sido implantado como
no dessas áreas não se reduzirem à obtenção de um modelo parcial, ou seja, num componente
um diagnóstico e à escolha de um entre vários (ou mais) dentro de um currículo convencional
tratamentos. Ao contrário, na engenharia o pro- (Fig. 3). Neste caso, um conjunto de problemas é
cesso de resolução do problema é mais complexo, utilizado para introduzir, estruturar e aprofun-
frequentemente resulta em mais de uma solução dar os conteúdos deste componente. Os conteú-
e implica a confecção de um artefato concreto dos dos demais componentes (A, B, C e D) são
(e.g., projeto, maquete, protótipo, modelo etc.). trabalhados separadamente, empregando-se
Esse processo requer mais tempo e implica co- metodologias convencionais e desvinculados dos
nhecimentos conceituais e procedimentais mais problemas apresentados no componente PBL. A
difíceis de serem desenvolvidos, autonomamente principal limitação deste modelo está na proba-

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bilidade de que os vários componentes venham e) idealmente favorece a integração de co-


a competir pela atenção e esforços dos alunos, nhecimentos.
especialmente em razão de seus diferentes rit-
mos de ensino e sistemáticas de avaliação de
PROCESSO
desempenho discente. Ademais, a capacidade in-
tegrativa do PBL pode ficar comprometida com Os fundamentos e elementos principais do
respeito aos conteúdos trabalhados nos demais PBL podem ser mais bem entendidos por meio
componentes do currículo. de seu ciclo (Fig. 4). O processo PBL consiste de
Há ainda um formato do PBL conhecido uma seqüência de ciclos de trabalho com proble-
como post-holing, no qual problemas são utili- mas. Um ciclo inicia-se com a apresentação de
zados dentro de um componente curricular tra- um problema, o qual é analisado e definido pelos
balhado convencionalmente (e.g., aulas exposi- alunos em grupos (Passo I). Delegar a definição
tivas) quando o professor deseja aprofundar um do problema aos alunos é relevante na medida
determinado assunto ou integrar os conceitos em que se sabe que muitos profissionais não
vistos até então. Em tempo: há muita controvér- sabem solucionar problemas porque não conse-
sia na literatura sobre a propriedade de serem guem defini-los. Após a identificação do proble-
classificados como PBL os formatos diferentes ma, os alunos, facilitados pelo tutor, discutem-no
do modelo original. Não obstante, este trabalho livremente e levantam hipóteses a respeito de
assim o faz, concordando com vários relatos de suas causas (Passo II).
experiências encontrados em livros específicos, No Passo III os alunos avaliam a propriedade
periódicos e anais de congressos sobre educação das hipóteses arroladas, confrontando-as com os
e sobre a própria metodologia. dados encontrados nos problemas, e tentam so-
lucioná-lo com seus conhecimentos prévios. Este
passo também é uma oportunidade para que os
alunos tragam à luz seus conceitos deficientes
e equivocados sobre o assunto em questão, que
podem ser subsequentemente retificados pelos
tutores.
Uma vez que não obtêm sucesso na solução
do problema com os conhecimentos de que dis-
põem, os alunos levantam os pontos ou questões
de aprendizagem (conceitos, teorias, etc.) neces-
sárias para solucioná-lo (Passo IV) e planejam o
trabalho do grupo (Quais pontos serão prioriza-
dos? Quem irá pesquisá-los? Quais fontes serão
Figura 3 - Recorte transversal de um currículo em uma im- utilizadas? Quando, como e onde as novas infor-
plantação parcial do PBL mações serão compartilhadas?) (Passo V).
De acordo com seu plano de trabalho coletivo,
É desnecessário dizer que os ganhos atribuí- os alunos buscam os conceitos e informações de
dos a esta metodologia podem decrescer ou ser forma autônoma (Passo VI) e compartilham-nas
invalidados à medida que o modelo implantado em encontros não tutorados (Passo VII), aplican-
se afasta do formato original (McMaster). De do os conhecimentos desenvolvidos na resolução
qualquer maneira, para ser considerado PBL um do problema tantas vezes quanto forem neces-
formato deve contemplar alguns elementos prin- sárias, até atingirem uma solução que o grupo
cipais, a saber: considere satisfatória (Passo VIII).
a) nele um problema da vida real sempre A fase final do ciclo de solução do problema
precede a discussão da teoria; implica a produção de algo concreto (relatório,
b) demanda um processo formal de solução projeto, planta, maquete, vídeo, pôster, etc.), que
de problemas; é apresentado para o tutor, examinadores e ou-
c) a resolução do problema envolve o traba- tros grupos durante as sessões tutoriais (Passo
lho dos alunos em grupo; IX). Fechando o ciclo, os alunos também avaliam
d) implica o estudo auto-regulado e autôno- o processo, seu produto, o trabalho em grupo, seu
mo dos alunos; próprio desempenho e o dos demais integrantes

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do grupo (Passo X). A avaliação de pares e a auto- deseja enfocar um conteúdo específico, mas não
avaliação são essenciais para o desenvolvimento se deseja fazê-lo desde o princípio para não com-
da capacidade metacognitiva e a promoção da prometer o desenvolvimento da visão holística e
aprendizagem contínua e independente. múltipla sobre a situação-problema ou do pensa-
mento lateral dos alunos.

PROBLEMA
Nunca é demais enfatizar a importância do
problema no PBL, que é o amálgama do currí-
culo ou do componente curricular que emprega
essa metodologia; assim, o meio principal para
o alcance de seus objetivos. É também um indi-
cador importante da relevância de determinados
conteúdos para a formação profissional do enge-
nheiro. Na medida em que é mais fácil substituir
um problema do que retirar ou atualizar um com-
ponente curricular, os problemas apresentam-se
como um instrumento eficaz de resposta à rápida
obsolescência de conhecimentos, especialmente
dos de natureza técnico-científica.
Define-se um problema PBL como a melhor
forma de se fazer algo (um projeto de engenharia,
um tratamento médico, uma obra de arte, uma
composição musical, etc.), cujo caminho é desco-
nhecido (e.g., Fig. 5). Os contornos do problema
no PBL são dados tanto pelas especificações nele
contidas quanto pelas limitações do contexto
educacional (e.g., tempo, recursos materiais e
humanos).
Um problema PBL pode ser um desafio aca-
dêmico, ou seja, estruturado de forma a integrar
um dado recorte do conteúdo disciplinar, ou um
cenário, isto é, um problema real, porém simu-
lado, da prática profissional com o intuito de in-
tegrar conhecimentos intra e interdisciplinares.
Há ainda a possibilidade do uso de problemas da
Figura 4 - Ciclo de trabalho com um problema no PBL vida real, o que pode ser uma maneira eficaz de
aproximar a academia da comunidade, isto é, as
A Figura 4 mostra um ciclo PBL simples, o funções ensino e extensão das universidades.
qual pode ser modificado para atender aos objeti-
vos do tutor ou do currículo. Existem duas outras
abordagens a este ciclo. Primeiramente, o ciclo
PBL reiterativo compreende um ou mais loops
(repetições dos passos IV a VIII), de modo a atin-
gir a profundidade esperada sobre o assunto em
consideração. Já, no ciclo PBL com detalhamento
progressivo, o tutor disponibiliza mais informa-
ções sobre o problema antes do Passo VIII, o que
demanda que os alunos reanalisem o mesmo à
luz desses novos dados, eliminando ou reformu-
lando hipóteses (Passos II a VII). Esta aborda-
gem do ciclo PBL é bastante utilizada quando se Figura 5 - Um exemplo de problema PBL no ensino de en-
genharia

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Como mostra a Figura 5, o problema PBL é No entanto, a maior “desvantagem” para o


necessariamente de fim aberto, quer dizer, não aluno é o aumento do tempo de dedicação ao es-
comporta uma única resposta correta. Um pro- tudo, particularmente sentido nas implantações
blema PBL ideal deve ser real ou potencialmente parciais do PBL. Embora a questão do aumento
real (i.e., relevante à futura atuação do aluno em de tempo não seja conclusiva, pois depende for-
formação profissional). Deve ser típico (i.e., co- temente do contexto da implantação, esta meto-
mumente encontrado na prática profissional) ou dologia aparenta não só demandar mais tempo
prototípico (i.e., quando incomum, servir como como o faz de uma forma constante durante a
um bom modelo de estudo). O problema deve ser duração do semestre ou módulo, diferentemente
capaz de promover a transferência de conceitos, do que ocorre em modelos tradicionais de estu-
habilidades e atitudes para situações correlatas do, nos quais há momentos de concentração de
e integrar conhecimentos intra ou interdiscipli- esforços discentes (e.g., meio e final de semestre/
nares. ano).
Talvez a característica mais importante de A demanda aumentada de dedicação tam-
um problema PBL seja sua fraca estruturação bém é um fator complicador para docentes, que
(i.e., a ausência proposital de algumas informa- acabam tendo menos tempo para devotar a ati-
ções), que permite o surgimento de um emaranha- vidades academicamente mais valorizadas (e.g.,
do de questões e subquestões, como comumente pesquisa). Isso é especialmente relevante no en-
ocorre nas situações da prática profissional real. sino de áreas de conhecimento com maior valor
A (sub)estruturação do problema é o meio mais de mercado, como é o caso da engenharia, e em
eficaz de alargar (ou estreitar) o escopo de um instituições que desenvolvem pesquisa. Nestas
estudo e, consequentemente, a multiplicidade de instituições os docentes-pesquisadores comu-
soluções e conceitos que podem ser abordados. mente “rotinizam” o ensino para que possam ter
mais tempo para suas pesquisas. A natureza pro-
cessual e dinâmica do PBL e o fato de ser difícil
DESVANTAGENS
fechar o planejamento com antecedência podem
Reiterando o que foi colocado na introdu- levar os docentes a vê-lo como um empecilho.
ção deste artigo, o PBL não é uma metodologia Outro fator de frustração para alguns docen-
que resolve todos os problemas encontrados na tes é a impossibilidade de cobrirem por meio de
educação em engenharia ou no ensino superior. problemas todos os conteúdos estipulados para o
Tampouco contempla todos os estilos de apren- currículo. Isso se deve ao fato de o PBL ser uma
dizagem. Alunos individualistas, competitivos e metodologia centrada no aluno e, portanto, ca-
introvertidos podem não se adaptar à natureza bem a eles também os rumos do estudo, que po-
participativa e colaborativa da aprendizagem dem divergir daqueles previamente planejados
com esta metodologia. Porém, é preciso atentar pelos tutores. Ademais, o aprofundamento nos
para o fato de que, ao menos na formação de en- assuntos compromete o tempo que poderia ser
genheiros, as habilidades e atitudes promovidas utilizado para abranger mais conteúdos.
pelo PBL (e.g., comunicação oral e escrita, tra- A questão da abrangência versus profundida-
balho em grupo, respeito por opiniões de outrem de é comum em todas as metodologias de ensino
e colaboração) são necessárias a todos os profis- e parece ser mais bem equacionada em métodos
sionais, independentemente de suas personali- expositivos, nos quais os alunos são silenciados
dades. para que uma quantidade maior de conteúdos
Nessa direção, a mudança para uma forma possa ser transmitida, assumindo-se que toda
de aprendizagem ativa pode causar ressenti- transmissão de informações resulta necessaria-
mento em alunos escolarizados em ambientes mente em aprendizagem, o que não é sempre
educacionais tradicionais e provocar resistência verdadeiro.
naqueles que são vencedores nos mesmos (i.e., os O PBL também parece causar algum des-
“bons” alunos). Por outro lado, a literatura indica conforto psíquico nos professores na medida em
certa imprecisão no conhecimento de teorias de que testa sua flexibilidade e seus conhecimentos.
alunos PBL. Na verdade, como não aprenderam Pelo fato de os problemas serem de fim aberto,
pela memorização de conceitos, os alunos podem dúvidas além da área de especialidade do tutor
ter entendimento funcional destes sem conseguir podem ser levantadas pelos alunos, especial-
nomeá-los. mente nos últimos anos. O desconforto advindo
da necessidade de reconhecer o desconhecimento

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de conceitos ou de ter de direcionar os alunos a Isso se dá principalmente em razão do trabalho


outros docentes pode causar resistência ao PBL em grupo, durante o qual os alunos aprendem
por parte de professores, porque se sabe que o a respeitar opiniões diversas e a construir con-
domínio conceitual é um dos pilares de sua iden- sensos. Há um desenvolvimento da responsabili-
tidade profissional. dade dos alunos com relação ao cumprimento de
Alguns docentes ainda se queixam de que o planos e prazos, ou seja, da capacidade de estudo
trabalho em grupo dificulta a avaliação individu- e trabalho autorregulado.
al dos alunos. Embora esteja além deste artigo Uma das vantagens frequentemente citadas
discutir a validade e a propriedade de avaliações com relação à instituição e docentes é que o PBL
tradicionais, tidas como objetivas, é preciso indi- permite a identificação precoce dos alunos que
car que a sistemática de avaliação de rendimen- não foram talhados para a profissão em questão,
to discente no PBL deve ser obrigatoriamente para que possam ser ter seus estudos e carreiras
coerente com seus princípios. Se isso não acon- redirecionadas. Por outro lado, a natureza práti-
tecer, há o risco de mensagens conflitantes com ca, a colaboração e a camaradagem inerentes a
relação aos objetivos educacionais serem passa- esta metodologia acabam por diminuir bastante
das aos alunos. Sabe-se que os alunos organizam a evasão de alunos, especialmente quando com-
seu tempo e esforços de maneira a atingir seus parada àquela devida à alienação causada pelo
objetivos pessoais (i.e., “passar” na matéria, con- chamado “ciclo básico” dos currículos tradicio-
seguir o diploma). Se lhes for dito que a avalia- nais.
ção será sempre individual, isso poderá esvaziar A integração de conhecimentos presente no
o sentido do trabalho em grupo. PBL e sua dinâmica de trabalho com problemas
Há muitas formas de se avaliar o desempe- da prática (simulados ou reais) promovem o sen-
nho individual dos alunos que trabalham em gru- timento de grupo entre docentes, estimulando a
pos: por meio de portfólios, arguições, relatos re- troca de informações e experiências entre eles e
flexivos e alternância entre a produção coletiva e entre departamentos. Outra vantagem, citada
individual a partir de uma mesma discussão em anteriormente, para a instituição e o programa
grupo. De qualquer forma, é necessário enfatizar é a facilidade com que os currículos podem ser
que a avaliação de rendimento discente deve ser atualizados, mediante a modificação ou substi-
processual, ser levada a cabo mediante vários tuição de problemas e conhecimentos (concei-
instrumentos (e.g., arguições individuais, portfó- tuais, procedimentais e atitudinais) avaliados
lios, autoavaliação, avaliação de pares, avaliação como inteira ou parcialmente irrelevantes à prá-
de tutores e de profissionais atuantes convidados tica profissional pelos alunos, corpo docente e co-
pela instituição) e ser, em grande parte, formati- ordenação.
va, isto é, permitir o desenvolvimento dos alunos
e dar feedback aos tutores e ao programa.
PESQUISA SOBRE O PBL
O PBL, ao contrário de muitas metodologias,
VANTAGENS tem sido objeto de cuidadoso escrutínio desde sua
A vantagem do PBL mais citada na litera- primeira implantação na Universidade McMas-
tura é, certamente, sua capacidade de tornar a ter, talvez pelo fato de ter sido concebida para o
aprendizagem mais dinâmica e prazerosa, com- ensino de uma área do conhecimento valorizada
partilhada tanto por alunos como por docentes. social e economicamente (medicina). A pesquisa
Isso por si só pode contribuir muito para instilar sobre o PBL, tão antiga quanto a própria meto-
nos alunos um apreço pelo estudo e, consequen- dologia, já foi sintetizada algumas vezes (vide
temente, a disposição para a aprendizagem autô- sugestões de leitura ao final deste texto).
noma por toda a vida. Ademais, o PBL aparenta A pesquisa sobre o PBL mostra uma indubi-
conferir aos alunos uma maior motivação para tável apreciação positiva dos alunos e docentes.
o trabalho para o qual estão sendo preparados Ex-alunos também o avaliam positivamente e
desde os primeiros anos de formação. mesmo aqueles que lhe fazem críticas preferem-
O PBL também fomenta um ambiente de no ao modelo convencional de ensino (aulas ex-
aprendizagem onde há mais camaradagem. Es- positivas). Os resultados desses estudos também
timula o estabelecimento de parcerias entre os apontam que os alunos desenvolvem melhores
alunos e entre estes e os docentes e o desenvol- hábitos de estudo. Os alunos PBL geralmente
vimento de habilidades comunicativas e sociais. estudam mais para a compreensão do que para

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a memorização, utilizam mais fontes de infor- o PBL parece convergir de modo a atestar sua
mações (e.g., docentes, especialistas, biblioteca e validade, mesmo com relação ao ensino de áreas
internet) e demonstram mais foco e organização diversas do conhecimento e a implantações não
nos seus esforços. curriculares da metodologia, como mostra a se-
Os alunos e docentes num ambiente educa- ção seguinte deste artigo.
cional PBL são mais dedicados e produtivos. Esse
envolvimento é um aspecto sine qua non nesta
UM ESTUDO DE CASO
metodologia. Isso, mais a presença de hábitos de
estudo mais eficientes, concorre para o desenvol- Um dos aspectos mais interessantes do PBL
vimento de habilidades e atitudes social e profis- é a robustez de seus elementos principais e fun-
sionalmente desejáveis. Como resultado, os alu- damentos, o que tem permitido sua transposição
nos PBL, em regra, recebem melhores avaliações para outros contextos educacionais (i.e., diferen-
de supervisores de estágios ou empregadores, por tes áreas de conhecimento, instituições e forma-
demonstrarem maior desenvoltura profissional, tos) com resultados semelhantes. Esta seção do
mais iniciativa e espírito empreendedor. artigo trata de um estudo de caso levado a cabo
Um dos pontos mais controvertidos na pes- em uma implantação parcial do PBL, semelhan-
quisa sobre o PBL relaciona-se ao fato de alguns te ao mostrado na Figura 3, em uma escola de
estudos mostrarem que o desempenho conceitual engenharia pública brasileira. O PBL foi empre-
dos alunos com esta metodologia é igual ou pior gado num componente (matéria) oferecido em
que os de currículos convencionais. Este resul- currículos de engenharia civil, elétrica e de pro-
tado é bastante disputado por conta da metodo- dução dessa instituição. O conteúdo desta maté-
logia de coleta de dados desses estudos, isto é, ria, teorias gerais da administração, era traba-
por meio de testes objetivos padronizados, que lhado em um encontro semanal de 100 minutos
favoreceriam os alunos tradicionais, treinados durante quatro meses.
na memorização de conceitos. O docente responsável pela disciplina atua-
No entanto, parece ser verdade que os alu- va como único tutor de vários grupos autorregu-
nos PBL têm mais lacunas nos seus conheci- lados (4-5 alunos cada). Os membros do grupo
mentos conceituais, especialmente com relação assumiam, alternadamente, os papéis de líder,
às ciências básicas, pela impossibilidade de co- redator, porta-voz e demais participantes. O
brir os conteúdos integralmente nesta metodo- processo utilizado correspondia ao mostrado na
logia. Muitos autores concordam com isso, mas Figura 4. Um novo problema era introduzido e
adiantam que é mais vantajoso ensinar o aluno trabalhado pelos alunos a cada encontro e as di-
a aprender do que arriscar transmitir-lhe todos ferentes soluções eram apresentadas por escrito,
os conceitos e esperar que ele os incorpore à prá- pelos redatores, e oralmente, pelos porta-vozes,
tica no futuro. Além disso, as possíveis lacunas à turma no encontro subsequente, de modo que
podem ser remediadas autonomamente ou me- tinham apenas uma semana para o trabalho au-
diante cursos de especialização e atualização. tônomo com um problema (Figura 6). Finalizado
Concluindo, é preciso ter cautela na gene- o trabalho com um problema, o grupo avaliava
ralização da pesquisa sobre o PBL. Primeiro, a o problema e o processo de solução e o líder au-
maioria desses estudos foram baseados em im- toavaliava-se e avaliava seus colegas de grupo.
plantações curriculares da metodologia, predomi- Essas avaliações compunham, junto com as ava-
nantemente no ensino de medicina. Em segundo liações do professor, as notas finais dos alunos.
lugar, a variável independente PBL não pode ser
facilmente definida dada a grande variedade de
formatos que assume, ou seja, os resultados de
uma implantação do PBL dependem fortemente
de seu contexto educacional.
Sobretudo, é necessário reconhecer a dificul-
dade inerente à pesquisa educacional como um
todo. Não é fácil especificar se os objetivos de um
processo de ensino-aprendizagem foram alcança-
dos em virtude da intangibilidade e simultanei-
dade do fenômeno educacional. A despeito dis-
Figura 6 - Encontros semanais versus problemas numa im-
to, a maioria dos resultados de pesquisas sobre
plantação parcial do PBL

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APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PBL) NA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA 31

Ao final do semestre, pediu-se aos alunos que similar àquele que os alunos encontrariam em
respondessem a um questionário com questões ambientes profissionais reais.
abertas sobre a metodologia, suas vantagens e O professor também externou a percepção de
desvantagens e sua capacidade de obtenção dos superficialidade, porém ponderando que a natu-
objetivos elencados na ementa do componente. reza da matéria pode ser uma das causas disso.
Nessa direção, o professor foi entrevistado du- Ademais, o professor reconheceu que a profundi-
rante e ao final da implantação. Ambas as ava- dade que atingiu em suas aulas expositivas – em
liações, como pode ser visto a seguir, apontam ofertas desta matéria anteriores à implantação
para os mesmos ganhos e dificuldades atribuídas do PBL – não implica necessariamente a profun-
didade na aprendizagem dos alunos.
ao PBL em formatos curriculares.
Em termos de sua atuação como tutor nes-
ta metodologia, o professor expressou a idéia de
AVALIAÇÃO DOS ALUNOS que se parece muito com a orientação de alunos
de pós-graduação. Por outro lado, segundo ele, a
Similarmente ao que indicam as pesquisas
atuação dos alunos no PBL demanda comprome-
sobre o PBL, os alunos nesse estudo de caso con-
timento e maturidade, já que a metodologia colo-
sideraram a aula com esta metodologia mais di-
ca a maior parte da responsabilidade da apren-
nâmica e motivadora que as aulas expositivas. dizagem em seus ombros.
Além disso, relataram que o PBL promove a vi- De acordo com o professor, o PBL aumenta
são múltipla sobre uma mesma situação e a inte- a imprevisibilidade em sala de aula, associada
gração entre a teoria e a prática. As habilidades tanto à probabilidade do levantamento, por par-
desenvolvidas mais citadas foram as relaciona- te dos alunos, de questões conceituais desconhe-
das ao trabalho em grupo e ao estudo autônomo. cidas para o docente quanto à possibilidade de
O trabalho coletivo parece ter também encora- tomarem rumos diferentes em suas pesquisas, o
jado o desenvolvimento de atitudes desejáveis, que dificulta a cobertura dos conteúdos planeja-
tais como a cooperação e o respeito por opiniões dos para o componente curricular. Em razão des-
divergentes. sa imprevisibilidade, o professor acredita que o
Por outro lado, os alunos reconheceram que domínio do conteúdo e a experiência docente são
o PBL demanda mais tempo, o que conflita com atributos importantes para uma atuação bem-
outras atividades relativas aos demais compo- sucedida no PBL.
nentes curriculares e estágios. Este fato levou-os
a considerarem o comprometimento e envolvi- CONSIDERAÇÕES FINAIS
mento discente como mandatórios nesta aborda-
gem. O estudo de caso demonstra claramente
Por sua vez, exiguidade do tempo, decorrente que o PBL pode ser utilizado em currículos de
de um número grande de horas de contato dire- engenharia, ainda que em implantações não
to professor-aluno (i.e., aulas e laboratórios), co- curriculares. Parece que mesmo em implanta-
mum em currículos de engenharia, pode estar na ções parciais os ganhos obtidos justificam sua
base da percepção de superficialidade por parte adoção. No entanto, é preciso reiterar que esta
dos alunos, já que, idealmente, no PBL cabe-lhes metodologia não resolve todos os dilemas do en-
o aprofundamento conceitual durante seus es- sino superior ou de engenharia. É apenas uma
tudos independentes. Esta percepção, contrária das alternativas ao ensino baseado no modelo de
ao que aponta a pesquisa sobre o PBL, também transmissão e recepção de conhecimentos.
procede da natureza panorâmica dos conteúdos Muito se tem discutido sobre a inadequação
do componente curricular em questão. do modelo e da metodologia tradicionais para a
formação de engenheiros para atuar num mundo
AVALIAÇÃO DO PROFESSOR em constante mudança, com integridade profis-
sional e responsabilidade social e ambiental. Pa-
A avaliação do professor assemelhou-se bas- rece ser chegada a hora de ir além da denúncia e
tante à dos alunos. Similarmente, ele considerou propor novos modelos de formação de engenhei-
que a aula com o PBL era mais dinâmica e mo- ros. Nessa direção, o PBL mostra ser uma opção
tivadora para si e para os alunos e relatou que a viável, merecedora de cuidadosa consideração
metodologia estimula a criatividade e visões di- por parte de docentes, coordenadores e escolas
ferentes sobre um mesmo tema. Ainda pontuou de engenharia.
que o trabalho nesta metodologia foi bastante

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LEITURAS SUGERIDAS DADOS BIOGRÁFICOS DO AUTOR


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