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Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC

Licenciatura em Educação do Campo


Disciplina: Saberes e Fazeres VI
Docentes: Elizandro Maurício Brick e Marcelo Borges Gules.
Discentes: Ana Paula Nossol

Texto reflexivo sobre as unidades de ensino da disciplina de Saberes e Fazeres VI,


apartir das vivências da Educação do Campo.

1. Conhecimento e Docência em Ciências da Natureza e Matemática.


A) Coerção (repressão):
Quando nascemos somos introduzidos em um cultura, uma sociedade, essas
nos constituem conforme se inserimos nelas. Naturalizamos hábitos e
costumes, nosso corpo “aprende” a se posicionar conforme os “valores”
sociais, mas o que essas condições relacionam-se como nossa formação
docente?Enquanto futuros(as) educadores(as) precisamos rever o que essas
condições enquanto ser humano influencia na vida escolar.
Conforme as discussões chegou-se à conclusão de que o conhecimento é poder
e, por isso, a estrutura escolar e o espaço da sala de aula tornaram-se estruturas
de poder, desde a composição curricular, até as formas metodológicas, bem
como a divisão por classes e a relação ensino aprendizagem.
Entrar nessa “situação” escolar é saber que as relações que ali se estabelecem
são de poder e sendo estabelecida ou não influenciam no nosso objetivo
enquanto educadores (as) que é propiciar conhecimento aos nossos (as)
estudantes. Entretanto a maioria das licenciaturas não possibilita esses
momentos de reflexões, gerando assim continuamente essa situação de poder
naturalmente estabelecido.
Contudo a Educação do Campo enquanto currículo nos contempla em
propiciar essas discussões, onde visualizamos que a sociedade burguesa se
articula dentro do âmbito educacional, naturalizando a disposição para aceitar
ordens, sendo uma constante, intitulando assim uma educação castradora.
Segundo Gabriel e Pereira (2018) a educação, se for adestradora, melhor viver
sem ela, as formas de vida exigem liberdade, a liberdade não será dada, mas
conquistada.
Infelizmente a escola pensada na educação para a liberdade ainda é
uma utopia, porém, sendo seres históricos podemos mudar essa realidade,
mesmo que demore, condições históricas condicionam tempo entretanto
podem ser mudadas.
Vivência: No momento de protagonismo do estágio, senti que essa
relação de poder pré- estabelecida historicamente, pesa em nossos ombros, é
chegado o momento que “definimos” previamente o “tipo” de professor que
seremos, após tantos anos “adjetivando” enquanto estudante e ali no momento
de estágio que nos definimos inicialmente. Visto que a estrutura escolar atribui
o(a) professor (a) o detentor do conhecimento, o(a) mesmo (a) tem que
“saber” de tudo , entretanto nossa formação justamente discute o papel do(a)
estudante e essa relação de poder foi complicada pensando que enquanto
estudante da Licenciatura em Educação do Campo queria preparar minha aula
para além do conteúdo, buscando falas significativas, mostrando que os(as)
estudantes são papel fundamental nessa relação, mostrar que a relação ensino
aprendizagem está para além do “domínio coercitivo”.
A dificuldade foi justamente em mostrar aos estudantes que eles são
parte importante desse processo, que a aula não depende só do professor. Foi
uma experiência gratificante, que me fez sentir que a licenciatura agregou
tanto na minha vida e pude passar esses ensinamentos aos estudantes.
B) Desinteresse (inexistência de curiosidade, indiferença, gosto por):
A unidade II, foi trabalhada a questão do desinteresse, que é muito comum
ouvir nas experiências do estágio a definição de turma desinteressadas ou
citação de nomes de pessoas “que não querem nada com nada”, entretanto,
alguém já ouviu o porque da desmotivação dessas pessoas? Ou simplesmente
as adjetivam porque não correspondem à expectativa do sistema escolar?
Discutimos na disciplina alguns possíveis porquês, entre eles: bullying,
gravidez precoce, caso de violência familiar, mortes na família, falta de
valorização/ perspectiva, trabalho infantil, drogas,etc.
Com isso podemos ver que esses ditos “estudantes problemas” são os que a
escola deve exercer seu papel social, não basta exigir a frequência precisa se
entender o porquê do mau desempenho escolar, se a instituição escolar não
acreditar que o mundo do conhecimento pode encantar e ocasionar mudanças
nas vidas da pessoas, não será fora dela que essas pessoas vão encontrar as
mudanças.

Vivência: Entretanto essa discussão é muito complexa, nas atividades de


estágio tive comentários que determinada turma era a turma que não
participava, os desinteressados, como tive pouco contato com a turma não
pude “chegar” nesses estudantes, entender o que estava acontecendo, assim é a
o cotidiano docente, por mais que o(a) professor (a) queira entender ele (a) por
condições de trabalho não possui tempo hábil para fazer isso, fica minha
reflexão que necessitaria um órgão ou cargo dentro da instituição escolar que
fizesse essa orientação, mas de forma efetiva, o acompanhamento, e que o(a)
professor (a) fosse envolvido(a) no processo.

C) Criatividade:
A unidade III foi baseada no termo criatividade, a dinâmica de definir o termo
apartir de outras palavras se tornou tarefa trabalhosa, por que o termo é amplo,
subjetivo e temporal.
Conforme os textos trabalhados, criatividade é justamente o processo mental
para chegar a ideias e soluções, mas, para que, ou em favor de quem a
criatividade aparece no âmbito escolar?
O conhecimento sendo poder, dentro de uma instituição irrigada de hierarquias
a criatividade muitas vezes é sufocada pelas normas de como o ensino se
estabelece, sendo assim, enquanto futuros(as) educadores devemos propiciar
formas para que nossa sala de aula não seja castradora da criatividade, que
nem sempre o controle em classe é sinal de aprendizado. E que como citado
pelo Professor Elizandro que a diferença seja enxergada a fim de sonharmos
juntos para uma educação melhor.
Vivência: É uma tarefa díficil ser docente, e se escutarmos a opinião social
vemos que ser docente é loucura, entretanto quem se identifica com a carreira
docente justamente foge da normalidade, nasce para ser a frente do seu tempo,
e para aqueles que se conformam com a realidade dada, a carreira docente se
torna massante, e até mesmo doentia. Agora para aqueles que se identificam
tem o dom de mudar o mundo!

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