CIVIL
ISBN 978-85-9502-048-1
CDU 69
Introdução
A alvenaria é um elemento construtivo fundamental no projeto estrutural
de uma edificação. Uma boa alvenaria complementa o bom desen-
volvimento das demais etapas construtivas, além de contribuir com a
segurança da obra.
Neste texto, você vai aprender sobre os tipos de alvenaria: estrutural e
vedação. Você vai ver que a principal diferença entre elas é que a alvena-
ria estrutural (que utiliza bloco estrutural adequado, tijolo estrutural, tijolo
de concreto, bloco de concreto e etc.) serve como a própria estrutura da
obra, podendo dispensar totalmente o uso de concreto armado (pilares
e vigas); e, já a alvenaria de vedação (técnica tradicional) suporta apenas
o seu próprio peso, por isso necessita de vigas e pilares (em concreto
armado ou estrutura metálica) para dar sustentação.
Além disso, você vai compreender que um tipo de alvenaria não
substitui o outro, pois cada um exerce uma função diferente.
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Alvenaria
Atualmente, a alvenaria é entendida como um conjunto maciço, coeso e rígido,
de pedras (naturais), tijolos ou blocos (elementos de alvenaria) unidos entre
si de modo estável, pela combinação de juntas e interposição de argamassa
(junta tomada), ou somente pela combinação de juntas (junta seca), em fiadas
horizontais que se sobrepõem uma sobre as outras.
A alvenaria pode ser empregada na confecção de diversos elementos cons-
trutivos (paredes, abóbadas, sapatas, etc.) e pode ter função estrutural, de
vedação (paredes externas) ou divisão de ambientes (paredes internas).
Quando a alvenaria é dimensionada e empregada na construção para resistir
cargas, ela é chamada alvenaria resistente ou estrutural (autoportante), pois
além do seu peso próprio, ela pode suportar esforços verticais (como peso das
lajes, telhados, pavimento superior, etc.) e horizontais (por exemplo, empuxo
de terra e vento). Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas
verticais além de seu peso próprio é denominada alvenaria de vedação.
Alvenaria estrutural
Alguns elementos estruturais de concreto armado são indispensáveis, como
lajes, escadas e fundações.
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O projeto pode prever que algumas paredes não tenham função estrutural.
Essas paredes podem ser cortadas para colocação de eletrodutos e tubulações
hidráulicas (denominadas de “paredes hidráulicas”). As paredes hidráulicas
podem ser executadas com tijolos cerâmicos comuns ou com blocos de concreto
não estrutural (de menor resistência). Deve-se ter cuidado de evitar que as lajes
se apoiem nelas, deixando um espaço vazio entre a laje e o topo da parede.
Vantagens do edifício de alvenaria estrutural:
Também indicado para edifícios mais altos: 10, 15 até 20 andares, desde
que haja materiais adequados e mão de obra qualificada.
Pavimentos diferentes podem ser feitos com tijolos diferentes, mas nunca se deve
misturar tijolos em um único pavimento (ex. paredes internas com um tipo de tijolo
e paredes externas com outro).
O peso próprio da fundação pode ser considerado, para efeitos do seu dimensiona-
mento, como 15% de todo o peso que age sobre ela. Deve-se adotar uma altura para
a fundação de acordo com sondagem e calcular a largura (l), que é dada pela fórmula:
l = Reação total / Tensão admissível do solo
Em algumas situações, quando o reservatório superior for projetado sobre estas paredes,
é recomendável que a torre da escadaria, seja estruturada com maior espessura das
paredes.
Leituras recomendadas
ALBUQUERQUE, A. Construções civis. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1957.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14321:1999. Paredes de
alvenaria estrutural – Determinação da resistência ao cisalhamento. Rio de Janeiro:
ABNT, 1999.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15270-2:2005. Compo-
nentes cerâmicos. Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural – Terminologia
e requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15270-3:2005. Compo-
nentes cerâmicos. Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação
– Métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15812-1:2010. Alvenaria
estrutural — Blocos cerâmicos. Parte 1: Projetos. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15812-2:2010. Alvenaria
estrutural — Blocos cerâmicos. Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de Janeiro:
ABNT, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15961-1:2011. Alvenaria
estrutural — Blocos de concreto. Parte 1: Projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15961-2:2011. Alvenaria
estrutural — Blocos de concreto. Parte 2: Execução e controle de obras. Rio de
Janeiro: ABNT, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6460:1983. Tijolo maciço
cerâmico para alvenaria – Verificação da resistência à compressão. Rio de Janeiro:
ABNT, 1983.
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