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PRIMEIROS PASSOS - Investindo

Conceitos importantes

O Risco: por que certos investimentos não são rentáveis?


O que se espera de cada investimento é fácil descobrir, porque essa informação consta
dos panfletos que os anunciam, dos prospectos, dos regulamentos e, principalmente, da
legislação que os regula. Se o investimento que você está estudando não oferecer esses
documentos e não for registrado na CVM, ou em outro órgão que regula os mercados
(como o Banco Central ou a Susep), não o faça. Confirme antes com a CVM a regularidade
desse produto.Apesar da informação disponível, não é tão fácil assim prever quanto um
investimento vai render. Você saberia dizer o porquê? Quem disse o RISCO acertou!
Quantas vezes você já planejou alguma coisa que não deu certo? Aquela viagem dos seus
sonhos em que tudo deu errado. As férias programadas por tanto tempo, interrompidas
por um acontecimento inesperado. Assim como qualquer plano para o futuro, muitas
vezes os objetivos projetados para o investimento podem não ser alcançados. Várias são
as razões. Vamos conhecer algumas delas?

• Risco de Mercado - decorre das condições da economia, que podem fazer os juros, o
câmbio, o preço das ações etc, variar, para mais ou para menos, influenciando seu
investimento de forma positiva ou negativa. Além disso, a capacidade de pagamento do
emissor do título (ou o lucro desse emissor) também pode variar por conta das condições da
economia, prejudicando seu investimento.
• Risco de Crédito - quando você investe, está emprestando dinheiro a alguém ou aplicando
uma quantia em determinado empreendimento e, certamente, correndo o risco de que o
tomador dos recursos não honre a obrigação, ou não pague os juros combinados, ou o que
empreendimento não renda o esperado.
• Risco de Liquidez - está diretamente relacionado com a facilidade de você resgatar ou
transferir seu investimento. Se houver pouca liquidez, haverá menos pessoas interessadas
em negociar com você, isto baixará o valor do seu investimento. Se o contrário ocorrer, ou
seja, se muitas pessoas estiverem interessadas em adquirir o seu investimento, o valor dele
aumentará. Lei da Oferta X Procura.
• Risco Legal - está relacionado com eventuais questões legais que poderão causar
problemas no cumprimento das condições pactuadas. O título ou contrato pode ter defeitos
jurídicos que impeçam ou dificultem o exercício dos direitos nele estabelecidos, permitindo
ao devedor ou tomador não honrar as obrigações assumidas. Por isso é muito importante
somente aplicar em investimentos regulamentados, nos quais o risco legal diminui bastante.
• Risco Operacional - reflete as falhas ocorridas no decorrer do investimento que poderão
ser provenientes de problemas nos equipamentos de uma companhia, falhas humanas no
controle de custos e gerenciamento das quantias aplicadas, má administração dos recursos
do emissor etc.

Quando vamos fazer um investimento, inicialmente temos apenas uma expectativa da


sua rentabilidade. No mercado, essa expectativa é conhecida como retorno esperado do
investimento. É quanto eu espero que irei ganhar ao investir em determinado ativo.
Porém, somente com o passar do tempo, e no momento do resgate da aplicação, é que
saberemos qual foi realmente o retorno obtido. Como visto, diversos motivos podem
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fazer com que o retorno realmente obtido no resgate de um investimento seja diferente
do retorno esperado no momento da aplicação. Ou seja, sempre há alguma incerteza
quando vamos realizar um investimento. O risco de um investimento pode ser
considerado como a medida dessa incerteza. Ou seja, a probabilidade de o retorno
obtido em um investimento ser diferente do esperado.
A relação Risco x Retorno
A questão é: será que existe alguma relação entre o risco e o retorno esperado de um
investimento? Vamos imaginar que existam dois tipos de investimento no mercado.
Ambos possuem exatamente o mesmo risco, porém o retorno esperado de um é maior
do que do outro. Espera-se, evidentemente, que todos invistam no que oferece a
melhor rentabilidade. Dessa forma, ou apenas o título de maior retorno esperado seria
negociado no mercado, ou o outro título passaria a oferecer uma rentabilidade maior
até o ponto em que alguns investidores demonstrassem interesse por ele. Na prática,
encontramos no mercado diversos títulos e valores mobiliários sendo negociados com
retornos esperados diferentes. Dessa forma, há que se esperar que os riscos sejam
também diferentes. Ou seja, quanto maior for o risco de um investimento, maior deverá
ser o seu retorno esperado. Ou, de outra forma, quanto maior o retorno esperado de
um investimento, maior, provavelmente, será o seu risco.
Por essa razão, quando for investir procure sempre analisar o retorno e o risco
conjuntamente. A análise apenas do retorno pode levá-lo a realizar investimentos com
risco superior ao que estaria disposto a correr. E desconfie sempre de investimentos que
prometam retornos milagrosos ou muito fora da realidade do mercado, pois os riscos
inerentes podem ser muito altos. Em alguns casos, podem ser até mesmo uma fraude.
LEMBRE-SE: Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura
Diversificação
Diversificar é a prática de dividir o dinheiro entre diferentes investimentos para reduzir o
risco. Uma expressão que resume muito bem essa estratégia é: “Não ponha todos os
ovos em uma única cesta”.
Historicamente, observou-se que alguns tipos diferentes de investimento podem oscilar
de forma também diferente. No momento em que uns registram queda, os outros
acumulam ganhos ou permanecem inalterados, ou vice-versa. Imaginem, por exemplo,
se uma empresa do setor de alimentos é fiscalizada pelos agentes reguladores de
saúde, que descobrem que tal empresa não está seguindo os padrões mínimos exigidos
de higiene. É muito provável que o mercado entenda que as vendas dessa empresa
cairão e, consequentemente, os preços de negociação de suas ações também.
Entretanto, esse fato não impacta a maioria das outras empresas negociadas no
mercado. Algumas podem até ter um impacto oposto.
Concorrentes dessa hipotética empresa, por exemplo, podem vir a se beneficiar desse
fato. Assim, temos um exemplo de um fato que impacta negativamente uma empresa,
positivamente algumas e não tem qualquer impacto nas demais. A isso chamamos de
risco específico ou diversificável. Um investidor que detiver apenas ações da empresa
afetada terá uma perda muito maior do que outro que tenha uma carteira diversificada
com mais ações. É claro que o contrário pode acontecer. Um fato positivo, que afete
apenas uma empresa, pode fazer com que suas ações subam, enquanto outras caiam
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ou permaneçam inalteradas. Nessa hipótese, o investidor que detiver apenas a ação


afetada ganhará mais do que aquele que tiver uma carteira diversificada. Entretanto,
assumiu um risco maior para isso. Mais uma vez, mostramos a relação direta entre risco
e retorno.
Deve-se ter em mente, entretanto, que a diversificação não é capaz de eliminar todo o
risco de um investimento. Isso porque há fatos no mercado que afetam todos os ativos
no mesmo sentido, seja positivo ou negativo. A expectativa de uma recessão
econômica, por exemplo, muito provavelmente levará a uma queda nos preços de todos
os ativos. A isso chamamos de risco sistêmico ou não diversificável.
Renda Fixa X Renda Variável
Nos investimentos em renda fixa, a remuneração, ou sua forma de cálculo, é
previamente definida no momento da aplicação.
Ao investir seus recursos em um título de renda fixa, seja ele emitido pelo governo ou
por uma empresa privada, o investidor está emprestando a quantia investida ao emissor
do título para, em troca, depois de um certo período, receber o valor aplicado
(denominado "principal"), acrescido de juros pagos como forma de remuneração de seu
empréstimo.
As condições do investimento - tais como cláusulas de recompra, prazos, formas de
remuneração e índices - são acertadas com o devedor (também chamado emissor do
título ou tomador) no momento da aplicação.
Na renda fixa, assim como em qualquer investimento, sempre existe a possibilidade de
perda do capital investido, no todo ou em parte.
Nos investimentos em títulos de renda variável, o investidor não tem como saber,
previamente, qual será a rentabilidade da aplicação.
Porém, se a escolha for feita com critério, diante de opções bem avaliadas e com
diversificação dos investimentos, a aplicação em renda variável poderá proporcionar ao
investidor um retorno maior do que o obtido em aplicações de renda fixa.
As diferenças entre os títulos de renda fixa e os de renda variável estão diretamente
ligadas ao processo de formação de preços em seus respectivos mercados.
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Tipos de Investimentos

Ações
Ação é um valor mobiliário, emitido por sociedades anônimas, que representa uma
parcela do seu capital social.
O proprietário de ações emitidas por uma companhia é chamado de acionista e tem status
de sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das ações adquiridas.
Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente
as ações que forem emitidas por companhias de capital aberto, as quais possuem registro
na CVM, poderão ser negociadas publicamente.
A propriedade da ação é representada por um "Certificado de Ações" ou pelo "Extrato de
Posição Acionária" emitidos, respectivamente, pela companhia e por uma instituição
contratada pela sociedade para o atendimento aos acionistas. Em qualquer caso, no
documento deverá constar, dentre outras informações, o número de ações possuídas e o
nome do acionista.
O investimento em ações pode ser individual ou coletivo. Ao optar por investir
individualmente o interessado contrata os serviços de uma Corretora que intermediará as
negociações através das ordens do cliente ou permitindo que ele realize as operações
diretamente pela internet. Já no investimento coletivo, os interessados adquirem cotas de
clubes de investimento ou de fundos de ações.

Debêntures
A debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo
de dívida, que assegura a seus detentores o direito de crédito contra a companhia
emissora.
Consiste em um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais, que as
empresas utilizam para financiar seus projetos. É uma forma também de melhor gerenciar
suas dívidas.
Ao disponibilizar seus recursos para serem utilizados pela empresa, o comprador (ou
debenturista, debenturista Proprietário, Titular de debênture, como é chamado) faz jus a
uma remuneração.
Desta forma, a debênture é um título de crédito privado em que os debenturistas são
credores da empresa e esperam receber juros periódicos e pagamento do principal,
correspondente ao valor unitário da debênture, no vencimento do título ou mediante
amortizações nas quais se paga parte do principal antes do vencimento.
Como a emissão das debêntures envolve altos valores, é obrigatória a elaboração de um
documento chamado "Escritura de Emissão", onde são especificados os direitos e deveres
dos debenturistas e da emissora
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Fundos de investimento
Fundo de Investimento é uma comunhão de recursos, captados de pessoas físicas
ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação em
títulos e valores mobiliários. Isto é: os recursos de todos os investidores de um
fundo de investimento são usados para comprar bens (títulos) que são de todos os
investidores, na proporção de seus investimentos.

Um fundo é organizado sob a forma de condomínio e seu patrimônio é dividido em


cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do patrimônio líquido
pelo número de cotas do fundo.
O patrimônio líquido é calculado pela soma do valor de todos os títulos e do valor
em caixa, menos as obrigações do fundo, inclusive aquelas relativas à sua
administração. As cotas são frações do valor do patrimônio do fundo.
Os fundos de investimento podem ser classificados da seguinte forma:
Fundo de Curto Prazo;
Fundo Referenciado;
Fundo de Renda Fixa;
Fundo de Ações;
Fundo Cambial;
Fundo de Dívida Externa; e
Fundo Multimercado.
Clubes de Investimento
Outros Investimentos:
Poupança
A Poupança é o tipo de investimento considerado mais tradicional e seguro. É o mais
indicado para o investidor conservador, que não está disposto a correr riscos.
Quase todos os bancos comerciais oferecem essa modalidade de investimento e não é
preciso ser correntista para investir. Basta comparecer a uma agência bancária portando
os seguintes documentos e suas respectivas cópias: CPF, documento de identidade e
comprovante de residência.
Tradicionalmente, o rendimento da poupança sempre foi determinado pela variação da TR
– taxa referencial – mais juros de 0,5% ao mês. Entretanto, as regras sofreram alteração
em maio de 2012. Com as novas regras, os depósitos feitos em poupança até o dia 04 de
maio de 2012, continuam rendendo a mesma coisa. Entretanto, a partir daí, o rendimento
dependerá da meta da taxa Selic determinada pelo Banco Central do Brasil. Se a meta
para taxa básica de juros da economia for superior a 8,5%, nada muda. Entretanto, se o
valor for igual ou menor a 8,5%, os juros passam a ser 70% da Selic.
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CDB's e RDB's
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de Depósito Bancário (RDB)
são títulos de renda fixa emitidos por bancos, onde o investidor “empresta” dinheiro
para o banco e recebe em troca o pagamento de juros desse empréstimo. Ou seja,
esses tipos de investimento envolvem uma promessa de pagamento futuro do valor
investido, acrescido da taxa pactuada no momento da transação.
A diferença entre o CDB e o RDB é que o primeiro pode ser negociado antes do
vencimento enquanto o segundo é inegociável e intransferível.
No caso do CDB, a negociação antes do vencimento implica a perda de parte da
remuneração (devolução com deságio). Já o RDB pode ser rescindido em caráter
excepcional desde que haja concordância com a instituição depositária. Nesse caso o valor
investido é devolvido sem os juros.

Títulos Públicos
Os Títulos Públicos são emitidos pelo Governo Federal com o objetivo de captar
recursos para o financiamento da dívida pública e das atividades governamentais
(educação, saúde etc).
O órgão responsável pela emissão e controle dos títulos, e pela administração da dívida
mobiliária federal, é a Secretaria do Tesouro Nacional.
Há uma grande variedade de títulos públicos, cada um com características próprias em
termos de prazos (vencimentos) e rentabilidade.
Atualmente, o investidor conta com o serviço Tesouro Direto através do qual é possível
comprar diretamente, pela internet, Títulos Públicos Federais do Tesouro Nacional. Basta
ser residente no Brasil, possuir Cadastro de Pessoa Física (CPF) e estar cadastrado em
alguma das instituições financeiras habilitadas a operar no Tesouro Direto.
 
Quem pode me ajudar a investir?
Atualmente, graças à Internet, o que não falta é informação, só precisamos buscá-la. O
mercado de capitais brasileiro também evoluiu na mesma velocidade, e hoje , apresenta
transparência na divulgação das informações, seja das empresas, dos administradores de
mercado, ou dos órgãos reguladores.
Na hora de investir você pode contar com várias instituições e profissionais de
competência que conhecem os serviços e produtos financeiros que melhor se adaptam às
suas necessidades. Para saber se uma instituição financeira ou profissional é credenciado
pela CVM clique aqui.
Bancos Comerciais
Administram uma rede de agências bancárias e operam no mercado de varejo junto ao
público em geral. Contam com serviço de atendimento ao cliente para o esclarecimento de
possíveis dúvidas, oferecendo informações sobre seus diversos produtos e serviços.
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Vale ressaltar que os gerentes de contas possuem diferentes metas de venda, como
também o banco possui diferentes remunerações em seus produtos. Portanto, procure
saber se é realmente vantajoso para você aceitar quaisquer produtos bancários oferecidos
pelo seu gerente.
Bancos de Investimento
Instituições financeiras especializadas em operações estruturadas para empresas. Tais
operações podem envolver participação acionária ou societária de caráter temporário em
empresas ou financiamentos, a médio e longo prazos, para suprimento de capital fixo ou
de giro, mediante a aplicação de recursos próprios ou captados junto ao público.
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de
recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles
administrados. Além de instituirem, organizarem e administrarem fundos de
investimentos, administram carteiras de títulos e valores mobiliários, assessoram negócios,
realizam lançamentos de ações de empresas e prestam outros serviços do gênero.
Corretoras de Valores
São instituições financeiras com múltiplas funções e, até o início de março de 2009 com a
edição da Decisão-Conjunta BACEN/CVM Nº 17 (conforme mencionado no item abaixo),
eram as únicas autorizadas a operar em bolsas de valores. Necessitam de autorização
prévia do Banco Central do Brasil para serem constituídas, estando sujeitas à fiscalização
da própria bolsa de valores, da CVM e do Banco Central. Sua principal atividade é a
execução de ordens de compra e de venda de ativos para seus clientes. Podem auxiliar o
investidor na medida em que disponibilizam para seus clientes informações provenientes
de seus departamentos técnicos ou de análises de terceiros. Podem também administrar
Fundos de Investimentos. Em geral, cobram taxas e comissões por seus serviços.
Distribuidoras de Valores
São instituições financeiras também autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e
pela CVM, atuando na intermediação de títulos e valores mobiliários.
Até o início de março de 2009, as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
Mobiliários não estavam autorizadas a operar em bolsas de valores e, quando o faziam,
operavam por meio de uma Corretora de Valores. Contudo, em 02.03.2009, a Decisão-
Conjunta BACEN/CVM Nº 17 estabeleceu que as Sociedades Distribuidoras de Títulos e
Valores Mobiliários ficariam autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de
negociação dos mercados organizados de bolsa de valores.
Da mesma forma que as Corretoras, as Distribuidoras de Valores cobram taxas e
comissões por seus serviços.
Analista de Valores Mobiliários
Profissional que avalia os investimentos nos mercados de capitais, elaborando
recomendações, relatórios de acompanhamento e estudos sobre valores mobiliários para
divulgação ao público.
Seu trabalho é fornecer subsídios para auxiliar o público ou os administradores de
recursos de terceiros no processo de tomada de decisão em suas aplicações em valores
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mobiliários, além de fornecer elementos para o trabalho de aconselhamento dos


consultores de valores mobiliários.
Para exercer sua profissão este profissional deve ser credenciado por entidade autorizada
pela CVM, conforme regras da instrução CVM nº 483, de 06 de julho de 2010.
Consultor de Valores Mobiliários
Profissional ou empresa, credenciado pela CVM, com experiência em atuação no mercado
de valores mobiliários, que presta consultoria aos investidores interessados em fazer
aplicações diretamente nesse mercado.
Possui conhecimentos técnicos e práticos para assessorar seu cliente na busca do produto
que irá melhor atender a seus objetivos e necessidades pessoais.
Agente Autônomo de Investimento
Profissional com experiência no mercado de valores mobiliários. Exerce unicamente a
função de representante da instituição integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários com a qual está vinculado contratualmente.
Em suas atividades diárias não pode receber recursos diretamente de clientes e nem
administrá-los. Deve apenas executar as ordens dadas pelos clientes.
Administrador de Carteira de Valores Mobiliários
Pessoa física ou jurídica, autorizada pela CVM, para atuar como responsável pela
administração profissional de carteira de valores mobiliários, sujeita à fiscalização da CVM.
Os administradores também são responsáveis por manter seus clientes de carteiras
administradas ou fundos de investimento informados sobre o andamento dos
investimentos.
Para mais informações sobre as funções de:

• Analista de Valores Mobiliários


• Consultor de Valores Mobiliários
• Agente Autônomo de Investimento
• Administrador de Carteira de Valores Mobiliários

• Analista de Valores Mobiliários

ATENÇÃO! As normas emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passam por
revisões e atualizações periódicas, para acompanhar a evolução e a dinâmica do mercado.
Portanto, esteja sempre atento às normas vigentes (que podem ser pesquisadas
diretamente no site da CVM), antes de investir ou de prestar qualquer serviço no mercado
de valores mobiliários.
Os analistas de valores mobiliários são profissionais que elaboram relatórios de análise
destinados à publicação, divulgação ou distribuição a terceiros, ainda que restrita a
clientes. Tais relatórios podem estar na forma de textos, relatórios de acompanhamento,
estudos ou análises sobre valores mobiliários específicos ou sobre emissores de valores
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mobiliários determinados que possam auxiliar ou influenciar investidores no processo de


tomada de decisão de investimento, segundo definição da Instrução CVM nº 483/10, que
regula a atividade.
Esse tipo de opinião envolve um aprofundamento técnico e o exercício da atividade, pela
sua importância, é objeto de regulação pela Comissão de Valores Mobiliários, bem como
da autorregulação do próprio mercado, neste caso por meio da APIMEC Nacional, que
desde 2010 exerce a função de autorreguladora dos analistas de valores mobiliários. O
Analista, além de ser aprovado na prova de qualificação técnica, deve obedecer ao código
de conduta profissional da entidade que o credenciou, evitando situações de conflito de
interesse, buscando informações idôneas e fidedignas, para usar como base de suas
análises e recomendações, e mantendo independência em relação à pessoa ou instituição
a qual estiver vinculado. Pessoas condenadas por certos crimes, como lavagem de
dinheiro ou contra o sistema financeiro nacional, não podem ser credenciados.
O analista de valores mobiliários deve agir com integridade e ética profissional. Para isso,
é vedado ao analista as seguintes atuações:
1) Emitir relatórios de análise visando obter, para si ou para outrem, vantagem indevida;
2) Omitir informação sobre conflitos de interesse;
3) Negociar, direta ou indiretamente, em nome próprio ou de terceiros, valores mobiliários
objeto dos relatórios de análise que elabore ou derivativos lastreados em tais valores
mobiliários por um período de trinta dias anteriores e cinco dias posteriores à divulgação
do relatório de análise sobre tal valor mobiliário ou seu emissor; e
4) Negociar, direta ou indiretamente, em nome próprio ou de terceiros, valores mobiliários
objeto dos relatórios de análise que elabore ou derivativos lastreados em tais valores
mobiliários e sentido contrário ao das recomendações ou conclusões expressas nos
relatórios de análise que elaborou por:
a) Seis meses contados da divulgação de tal relatório; ou
b) Até a divulgação de novo relatório sobre o mesmo emissor ou valor mobiliário.
Obs.: As vedações 3 e 4 não se aplicam às negociações com cotas de fundos de
investimento, exceto se:
i) O analista puder influenciar, direta ou indiretamente, a administração ou gestão do
fundo; ou
ii) O fundo concentre seus investimentos em setores ou empresas cobertos pelos
relatórios produzidos pelo analista.
A atividade de analista de valores mobiliários pode ser exercida nas seguintes
modalidades:
(1) Autônoma;
(2) Vinculada a instituição integrante do sistema de distribuição ou a pessoa natural ou
jurídica autorizada pela CVM a desempenhar a função de administrador de carteira ou de
consultor de valores mobiliários; ou
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(3) Vinculada a pessoa jurídica que tenha em seu objeto social exclusivamente a atividade
de análise de valores mobiliários.

• Consultor de Valores Mobiliários

Consultor de valores mobiliários é a pessoa física ou jurídica que presta serviços de


orientação, recomendação e aconselhamento, de forma profissional, independente e
individualizada, sobre investimentos no mercado de valores mobiliários, cuja adoção e
implementação sejam exclusivas do cliente.
A atividade do consultor tem foco no cliente, na identificação de suas necessidades,
interesses, objetivos, preferências e perfil de risco, de modo a oferecer um
aconselhamento mais adequado e personalizado, orientando melhor os clientes sobre
investimentos no mercado de valores mobiliários, as classes de ativos e valores mobiliários
(como mercado de ações, debêntures, fundos de investimentos, COE entre outros) ou
títulos e valores mobiliários exclusivos, ou mesmo no que se refere aos prestadores de
serviços no âmbito do mercado de valores mobiliários (como a seleção de gestores) e
outros aspectos relacionados.
A atividade de consultoria de valores mobiliários, porém, não envolve a adoção e nem a
implementação das recomendações oferecidas. É o cliente quem decide se irá efetivar as
recomendações e de que forma. No entanto, o consultor, as entidades integrantes
do sistema de distribuição de valores mobiliários (corretoras, distribuidoras ou bancos) e
seus clientes em comum podem estabelecer canais de comunição e ferramentas que
permitam executar as orientações e recomendações com maior agilidade e segurança.
Por isso é importante o investidor compreender a diferença entre o papel do consultor e o
de outros profissionais que atuam nesse mercado, como o agente autônomo de
investimentos. O consultor de valores mobiliários pessoa física e/ou o diretor responsável
pela consultoria de valores mobiliários pessoa jurídica não podem obter ou manter registro
como agente autônomo de investimento.
O consultor, por trabalhar ao lado e para o cliente, precisa desempenhar as suas
atividades de forma independente e fundamentada, sempre buscando evitar situações que
configurem potencial conflito de interesses.
Nesse sentido, o consultor deve colocar os interesses de seus clientes acima dos seus,
desempenhar suas atribuições de modo a buscar atender aos objetivos de investimento de
seus clientes, levando em consideração a sua situação financeira e o seu perfil, e verificar
se os produtos, serviços e operações estão adequados a esses objetivos e perfil. Deve
transferir ao cliente qualquer benefício ou vantagem que possa alcançar em decorrência
de sua condição de consultor de valores mobiliários, e deve cumprir fielmente o contrato
firmado com o cliente, que deve conter as características dos serviços prestados.
Ao prestar informações a seus clientes, os consultores devem utilizar linguagem clara,
objetiva, concisa, e as informações devem ser verdadeiras, completas, consistentes e não
induzir o investidor a erro.
O consultor de valores mobiliários não pode assegurar a seus clientes a existência de
garantia de resultados futuros ou a isenção de risco para o investidor. Não pode omitir
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informações sobre conflito de interesses e riscos relativos ao objeto da consultoria


prestada, nem receber qualquer remuneração, benefício ou vantagem, direta ou
indiretamente por meio de partes relacionadas, que potencialmente prejudique a
independência ao prestar os seus serviços.
A consultoria de valores mobiliários só pode ser exercida por profissionais registrados na
CVM, que para isso precisam atender aos critérios exigidos na regulamentação.
O consultor pessoa física deve ser graduado em curso superior, ter reputação ilibada, ser
aprovado em exame de certificação aprovado pela CVM, entre outros requisitos. A pessoa
jurídica, entre outras exigências, deve ter sede no Brasil, ter em seu objeto social o
exercício de consultoria em valores mobiliários, e atribuir a responsabilidade dessa
atividade a um diretor estatutário registrado na CVM como consultor de valores
mobiliários.
Os investidores podem consultar a relação de consultores de valores mobiliários
registrados na CVM diretamente no site da autarquia, www.cvm.gov.br, em acesso rápido
(Consulta – Cadastro geral CVM/Regulados), e pesquisar pela razão social/nome, pelo
CNPJ/CPF ou acessando a base completa escolhendo o tipo de participante desejado
(Consultor de Valores Mobiliários).
A consultoria de valores mobiliários é regulada pela Instrução CVM 592/17.

• Agente Autônomo de Investimento

Os agentes autônomos de investimento são pessoas físicas que atuam como prepostos, e
sob a responsabilidade, dos integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários,
especialmente as corretoras. Como opção, podem também exercer as suas atividades sob
a forma de sociedade ou firma individual, desde que constituídas exclusivamente para
esse fim. Entretanto, somente agentes autônomos registrados podem participar da
sociedade.
As suas atividades são eminentemente comerciais: de prospecção e captação de clientes;
de recebimento e registro de ordens; e de prestação de informações acerca dos produtos
e serviços oferecidos pelas corretoras.
Nesse sentido, eles apresentam o mercado para os investidores, explicam as principais
características dos produtos, cadastram os clientes, recebem e executam as ordens e as
transmitem para os sistemas de negociação, tiram dúvidas operacionais, entre outros. Em
um mercado em franca expansão, como o brasileiro, o papel dos agentes é tido como
fundamental para o crescimento da base de investidores no mercado de capitais, ao
constituírem um importante elo entre os investidores e os produtos e serviços disponíveis.
Porém, os investidores devem estar atentos aos limites de atuação desses profissionais,
que não podem extrapolar as atividades a eles permitidas. As normas atualmente em vigor
proibem aos agentes: atuar em nome do cliente, como administradores de carteiras; dar
recomendações sobre produtos, como analistas de valores mobiliários; e atuar como
consultores de valores mobiliários.
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

Essas vedações estão elencadas em diversos artigos da ICVM 497/2011 que regulamenta
a atividade dos agentes autônomos de investimento. Merece destaque, nesse sentido, o
parágrafo primeiro do artigo 13 da referida norma, em que a CVM exige que o agente
autônomo, para exercer a atividade de administração de carteiras, de consultoria e análise
de valores mobiliários, e que seja registrado para isso, requeira à entidade credenciadora
a suspensão de seu credenciamento como agente autônomo de investimento. Ou seja,
mesmo que um agente seja registrado na CVM como, por exemplo, administrador de
carteira, terá que optar por uma das duas profissões. A norma proíbe também,
expressamente, aos agentes usar senhas ou assinaturas eletrônicas de seus clientes.
Para exercer suas atividades, os agentes autônomos devem ser credenciados por entidade
credenciadora autorizada pela CVM. Essas entidades devem comprovar estrutura
adequada e capacidade técnica, além de estrutura de autorregulação, adotando, por
exemplo, código de conduta profissional para os agentes autônomos. Para o
credenciamento, as entidades devem garantir que os agentes se enquadrem no perfil
mínimo exigido pela norma.
Atualmente, a instituição que realiza esse credenciamento é a ANCORD – Associação
Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e
Mercadorias. O registro para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento
é concedido automaticamente pela CVM à pessoa natural e à pessoa jurídica credenciadas.
A CVM mantém em sua página na internet uma relação dos agentes autônomos de
investimento, com a inscrição dos nomes dos profissionais, como forma de comprovação
do registro, para que os investidores possam averiguar se os agentes responsáveis pelo
seu atendimento estão regularmente credenciados.

• Administrador de Carteira de Valores Mobiliários

ATENÇÃO! As normas emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passam por
revisões e atualizações periódicas, para acompanhar a evolução e a dinâmica do mercado.
Portanto, esteja sempre atento às normas vigentes (que podem ser pesquisadas
diretamente no site da CVM), antes de investir ou de prestar qualquer serviço no mercado
de valores mobiliários.
 
A administração de carteira de valores mobiliários consiste na gestão profissional de
recursos ou valores mobiliários, sujeitos à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários,
entregues ao administrador, com autorização para que este compre ou venda títulos e
valores mobiliários por conta do investidor.
Estes profissionais se responsabilizam pela gestão dos recursos de seus clientes, e podem
assumir, por exemplo, a gestão da carteira de fundos ou clubes de investimentos. Eles são
responsáveis, entre outras coisas, pelas decisões sobre os tipos de ativos financeiros que
farão parte da carteira que administram, e em que proporção, considerando, entre outros
fatores, os riscos e as políticas de investimentos pré-definidas.
A atividade de administração de carteiras é uma profissão na qual se estabelece um
vínculo forte de confiança entre o gestor e o investidor, uma vez que este confia àquele a
administração de sua poupança. Em virtude disso, e considerando o tamanho da indústria,
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

no que se refere ao patrimônio total, a atividade é regulamentada e fiscalizada pela


Comissão de Valores Mobiliários, através instrução CVM 306, de 05 de maio de 1999, que
estabelece diversas regras a serem cumpridas pelos administradores. Algumas delas serão
comentadas aqui.
Registro e cancelamento
Com respeito aos requisitos para registro, a administração de carteira só pode ser exercida
por pessoa natural ou jurídica autorizada pela CVM. Essa autorização somente é concedida
à pessoa natural domiciliada no País que tiver:

• Graduação em curso superior, em instituição reconhecida oficialmente, no País ou no


exterior;
• Experiência profissional de, pelo menos, três anos em atividade específica
diretamente relacionada à gestão de recursos de terceiros no mercado financeiro ou
no mínimo cinco anos no mercado de capitais, em atividade que evidencie sua
aptidão para gestão de recursos de terceiros; e
• Reputação ilibada.

A CVM pode dispensar o requisito da graduação, desde que comprovada experiência


profissional no mercado de capitais, em atividade que evidencie sua aptidão para gestão
de recursos de terceiros, de no mínimo sete anos. Além disso, a CVM pode também
dispensar o requisito da experiência profissional, caso o interessado possua notório
saber e elevada qualificação em área do conhecimento que o habilite para o exercício da
atividade de administração de carteira de valores mobiliários.
A autorização para o exercício da atividade de administração de carteira de valores
mobiliários somente é concedida à pessoa jurídica domiciliada no País que:

• Tenha como objeto social o exercício da administração de carteira de valores


mobiliários e esteja regularmente constituída e registrada no CNPJ;
• Atribua a responsabilidade pela administração de carteira de valores mobiliários a
um diretor, gerente-delegado ou sócio-gerente autorizado a exercer a atividade pela
CVM; e
• Constitua e mantenha departamento técnico especializado em análise de valores
mobiliários ou, caso queira, contratar terceiros devidamente autorizados pela CVM
para a prestação desse serviço.

O que se busca, ao restringir a autorização para profissionais e empresas que


atendam aos requisitos acima listados é assegurar que os administradores de carteira
tenham as competências mínimas necessárias para o desempenho da função. Além
disso, são observados também critérios de reputação que, junto com outras
exigências, tentam minimizar as chances de uma atuação mal intencionada.A CVM
pode, independentemente de inquérito administrativo, cancelar a autorização de
administrador de carteira pessoa física ou jurídica nas seguintes hipóteses: (i) se
constatada a falsidade dos documentos ou de declaração apresentada pelo
administrador para obter o credenciamento; ou (ii) se, em razão de fato
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

superveniente devidamente comprovado, ficar evidenciado que a pessoa autorizada


pela CVM não mais atende a quaisquer dos requisitos e condições, estabelecidos na
instrução, para a concessão da autorização; ou (iii) se o administrador de carteira de
valores mobiliários não encaminhar as informações requeridas pela regulamentação
por dois anos consecutivos.
Além disso, os próprios administradores podem solicitar o cancelamento do seu
registro. A CVM disponibiliza para consulta, em sua página na rede mundial de
computadores, relação completa dos administradores de carteira, com detalhes da
data do registro, situação do cadastro e outras informações pertinentes.
Informações
Outro aspecto importante na regulamentação da atividade é a transparência das
informações prestadas. Assim, o administrador de carteira de valores mobiliários,
pessoa natural ou jurídica, deve encaminhar à CVM, até o dia 31 de maio de cada
ano, informações relativas às carteiras que administre, com base nas posições de 31
de março do mesmo ano. Além disso, sempre que divulgar publicamente dados com
base em desempenho histórico das carteiras administradas ou de valores mobiliários e
índices de mercado de capitais, o administrador de carteira de valores mobiliários
deve acrescentar, com destaque, a seguinte mensagem: "A ADMINISTRADORA
ALERTA QUE RESULTADOS OBTIDOS NO PASSADO NÃO ASSEGURAM RESULTADOS
FUTUROS". O material de divulgação de desempenho deve incluir informações sobre
todas as carteiras que o administrador tenha sob sua gestão e não apenas sobre
algumas delas, englobando, no mínimo, os últimos seis meses.
Segregação de atividades
Ainda com vistas à proteção do investidor, especialmente o pequeno, e objetivando a
redução dos potenciais conflitos de interesse que podem surgir das atividades de
administração de carteira concomitantemente com outras atividades, como por
exemplo a consultoria de valores mobiliários, exige-se uma completa segregação de
atividades. A norma diz que na administração de carteira de valores mobiliários deve
ser assegurado o afastamento das demais atividades exercidas pela pessoa jurídica,
devendo ser adotados procedimentos operacionais, dentre outros, objetivando:
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

• A segregação física de instalações entre áreas responsáveis por diferentes atividades


prestadas relativas ao mercado de capitais, ou definição clara e precisa de práticas
que assegurem o bom uso de instalações, equipamentos e arquivos comuns a mais
de um setor da empresa;
• A preservação de informações confidenciais por todos os seus administradores,
colaboradores e funcionários, proibindo a transferência de tais informações a
pessoas não habilitadas ou que possam vir a utilizá-las indevidamente, em processo
de decisão de investimento, próprio ou de terceiros;
• A implantação e manutenção de programa de treinamento de administradores,
colaboradores e funcionários que tenham acesso a informações confidenciais e/ou
participem de processo de decisão de investimento;
• O acesso restrito a arquivos, bem como à adoção de controles que restrinjam e
permitam identificar as pessoas que tenham acesso às informações confidenciais; e
• O estabelecimento de políticas relacionadas à compra e venda de valores mobiliários
por parte de funcionários, diretores e administradores da entidade.

Responsabilidades do administrador
É importante registrar que a pessoa natural ou jurídica, no exercício da atividade de
administração de carteira de valores mobiliários, é responsável, civil e
administrativamente, pelos prejuízos resultantes de seus atos dolosos ou culposos e
pelos que infringirem normas legais, regulamentares ou estatutárias, sem prejuízo
de eventual responsabilidade penal e da responsabilidade subsidiária da pessoa
jurídica de direito privado que a contratou ou a supervisionou de modo inadequado.
Da mesma forma, os integrantes de comitê de investimento, ou órgão assemelhado,
que tomem decisões relativas à aplicação de recursos de terceiros, têm os mesmos
deveres do administrador de carteira.
Mudanças a caminho
A CVM estuda algumas alterações, debatidas em audiência pública, nas normas que
regem a atividade de administrador de carteiras. Uma das mudanças propostas, diz
respeito aos requisitos para obtenção da autorização, que poderá exigir a aprovação
em exame de certificação em lugar da experiência atualmente exigida. Uma das
vantagens dessa possível mudança é o fato de que o critério é mais objetivo. Além
disso, será exigido uma manutenção periódica da certificação, o que garantirá a
constante atualização e especialização profissional dos administradores.
Outra proposta diz respeito à gestão de riscos. Nas regras atuais não há exigência
de informação da política de gestão de riscos do administrador. A nova proposta
pretende introduzir uma seção específica sobre o assunto, estabelecendo requisitos
mínimos, como os procedimentos para identificar e acompanhar a exposição das
carteiras aos variados tipos de riscos, os métodos de precificação dos ativos, os
profissionais envolvidos e a periodicidade de revisão da política.
Ainda, considerando o tamanho da indústria de fundos e o fato de que grande parte
dos administradores de carteiras estão vinculados a essa indústria, a CVM pretende
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

introduzir nas regras capítulo com atribuições adicionais ao administrador de


carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, que também atua na administração
de fundos de investimento.
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

PRESTADORES DE SEVIÇO
Introdução
No mercado de capitais, além da presença dos emissores, das instituições integrantes do
sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários, e dos próprios investidores,
há também a participação de outros agentes que prestam serviços diversos ao mercado.
Conheça abaixo um pouco mais sobre alguns desses participantes, como os
administradores de carteira, os analistas de valores mobiliários, os consultores de valores
mobiliários, os prestadores de serviços de ações escriturais e os agentes fiduciários dos
debenturistas:
 
Administradores de carteira
Analistas de valores mobiliários
Consultores de valores mobiliários
Prestadores de serviços de ações escriturais
Agentes fiduciários

Administradores de carteira
ATENÇÃO! As normas emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passam por
revisões e atualizações periódicas, para acompanhar a evolução e a dinâmica do mercado.
Portanto, esteja sempre atento às normas vigentes (que podem ser pesquisadas
diretamente no site da CVM), antes de investir ou de prestar qualquer serviço no mercado
de valores mobiliários.
 
A administração de carteira de valores mobiliários consiste na gestão profissional de
recursos ou valores mobiliários, sujeitos à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários,
entregues ao administrador, com autorização para que este compre ou venda títulos e
valores mobiliários por conta do investidor.
Estes profissionais se responsabilizam pela gestão dos recursos de seus clientes, e podem
assumir, por exemplo, a gestão da carteira de fundos ou clubes de investimentos. Eles são
responsáveis, entre outras coisas, pelas decisões sobre os tipos de ativos financeiros que
farão parte da carteira que administram, e em que proporção, considerando, entre outros
fatores, os riscos e as políticas de investimentos pré-definidas.
A atividade de administração de carteiras é uma profissão na qual se estabelece um
vínculo forte de confiança entre o gestor e o investidor, uma vez que este confia àquele a
administração de sua poupança. Em virtude disso, e considerando o tamanho da indústria,
no que se refere ao patrimônio total, a atividade é regulamentada e fiscalizada pela
Comissão de Valores Mobiliários, através instrução CVM 306, de 05 de maio de 1999, que
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

estabelece diversas regras a serem cumpridas pelos administradores. Algumas delas serão
comentadas aqui.
Registro e cancelamento
Com respeito aos requisitos para registro, a administração de carteira só pode ser exercida
por pessoa natural ou jurídica autorizada pela CVM. Essa autorização somente é concedida
à pessoa natural domiciliada no País que tiver:

• Graduação em curso superior, em instituição reconhecida oficialmente, no País ou no


exterior;
• Experiência profissional de, pelo menos, três anos em atividade específica
diretamente relacionada à gestão de recursos de terceiros no mercado financeiro ou
no mínimo cinco anos no mercado de capitais, em atividade que evidencie sua
aptidão para gestão de recursos de terceiros; e
• Reputação ilibada.

A CVM pode dispensar o requisito da graduação, desde que comprovada experiência


profissional no mercado de capitais, em atividade que evidencie sua aptidão para gestão
de recursos de terceiros, de no mínimo sete anos. Além disso, a CVM pode também
dispensar o requisito da experiência profissional, caso o interessado possua notório
saber e elevada qualificação em área do conhecimento que o habilite para o exercício da
atividade de administração de carteira de valores mobiliários.
A autorização para o exercício da atividade de administração de carteira de valores
mobiliários somente é concedida à pessoa jurídica domiciliada no País que:

• Tenha como objeto social o exercício da administração de carteira de valores


mobiliários e esteja regularmente constituída e registrada no CNPJ;
• Atribua a responsabilidade pela administração de carteira de valores mobiliários a
um diretor, gerente-delegado ou sócio-gerente autorizado a exercer a atividade pela
CVM; e
• Constitua e mantenha departamento técnico especializado em análise de valores
mobiliários ou, caso queira, contratar terceiros devidamente autorizados pela CVM
para a prestação desse serviço.

O que se busca, ao restringir a autorização para profissionais e empresas que


atendam aos requisitos acima listados é assegurar que os administradores de carteira
tenham as competências mínimas necessárias para o desempenho da função. Além
disso, são observados também critérios de reputação que, junto com outras
exigências, tentam minimizar as chances de uma atuação mal intencionada.A CVM
pode, independentemente de inquérito administrativo, cancelar a autorização de
administrador de carteira pessoa física ou jurídica nas seguintes hipóteses: (i) se
constatada a falsidade dos documentos ou de declaração apresentada pelo
administrador para obter o credenciamento; ou (ii) se, em razão de fato
superveniente devidamente comprovado, ficar evidenciado que a pessoa autorizada
pela CVM não mais atende a quaisquer dos requisitos e condições, estabelecidos na
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

instrução, para a concessão da autorização; ou (iii) se o administrador de carteira de


valores mobiliários não encaminhar as informações requeridas pela regulamentação
por dois anos consecutivos.
Além disso, os próprios administradores podem solicitar o cancelamento do seu
registro. A CVM disponibiliza para consulta, em sua página na rede mundial de
computadores, relação completa dos administradores de carteira, com detalhes da
data do registro, situação do cadastro e outras informações pertinentes.
Informações
Outro aspecto importante na regulamentação da atividade é a transparência das
informações prestadas. Assim, o administrador de carteira de valores mobiliários,
pessoa natural ou jurídica, deve encaminhar à CVM, até o dia 31 de maio de cada
ano, informações relativas às carteiras que administre, com base nas posições de 31
de março do mesmo ano. Além disso, sempre que divulgar publicamente dados com
base em desempenho histórico das carteiras administradas ou de valores mobiliários e
índices de mercado de capitais, o administrador de carteira de valores mobiliários
deve acrescentar, com destaque, a seguinte mensagem: "A ADMINISTRADORA
ALERTA QUE RESULTADOS OBTIDOS NO PASSADO NÃO ASSEGURAM RESULTADOS
FUTUROS". O material de divulgação de desempenho deve incluir informações sobre
todas as carteiras que o administrador tenha sob sua gestão e não apenas sobre
algumas delas, englobando, no mínimo, os últimos seis meses.
Segregação de atividades
Ainda com vistas à proteção do investidor, especialmente o pequeno, e objetivando a
redução dos potenciais conflitos de interesse que podem surgir das atividades de
administração de carteira concomitantemente com outras atividades, como por
exemplo a consultoria de valores mobiliários, exige-se uma completa segregação de
atividades. A norma diz que na administração de carteira de valores mobiliários deve
ser assegurado o afastamento das demais atividades exercidas pela pessoa jurídica,
devendo ser adotados procedimentos operacionais, dentre outros, objetivando:
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

• A segregação física de instalações entre áreas responsáveis por diferentes atividades


prestadas relativas ao mercado de capitais, ou definição clara e precisa de práticas
que assegurem o bom uso de instalações, equipamentos e arquivos comuns a mais
de um setor da empresa;
• A preservação de informações confidenciais por todos os seus administradores,
colaboradores e funcionários, proibindo a transferência de tais informações a
pessoas não habilitadas ou que possam vir a utilizá-las indevidamente, em processo
de decisão de investimento, próprio ou de terceiros;
• A implantação e manutenção de programa de treinamento de administradores,
colaboradores e funcionários que tenham acesso a informações confidenciais e/ou
participem de processo de decisão de investimento;
• O acesso restrito a arquivos, bem como à adoção de controles que restrinjam e
permitam identificar as pessoas que tenham acesso às informações confidenciais; e
• O estabelecimento de políticas relacionadas à compra e venda de valores mobiliários
por parte de funcionários, diretores e administradores da entidade.

Responsabilidades do administrador
É importante registrar que a pessoa natural ou jurídica, no exercício da atividade de
administração de carteira de valores mobiliários, é responsável, civil e
administrativamente, pelos prejuízos resultantes de seus atos dolosos ou culposos e
pelos que infringirem normas legais, regulamentares ou estatutárias, sem prejuízo
de eventual responsabilidade penal e da responsabilidade subsidiária da pessoa
jurídica de direito privado que a contratou ou a supervisionou de modo inadequado.
Da mesma forma, os integrantes de comitê de investimento, ou órgão assemelhado,
que tomem decisões relativas à aplicação de recursos de terceiros, têm os mesmos
deveres do administrador de carteira.
Mudanças a caminho
A CVM estuda algumas alterações, debatidas em audiência pública, nas normas que
regem a atividade de administrador de carteiras. Uma das mudanças propostas, diz
respeito aos requisitos para obtenção da autorização, que poderá exigir a aprovação
em exame de certificação em lugar da experiência atualmente exigida. Uma das
vantagens dessa possível mudança é o fato de que o critério é mais objetivo. Além
disso, será exigido uma manutenção periódica da certificação, o que garantirá a
constante atualização e especialização profissional dos administradores.
Outra proposta diz respeito à gestão de riscos. Nas regras atuais não há exigência
de informação da política de gestão de riscos do administrador. A nova proposta
pretende introduzir uma seção específica sobre o assunto, estabelecendo requisitos
mínimos, como os procedimentos para identificar e acompanhar a exposição das
carteiras aos variados tipos de riscos, os métodos de precificação dos ativos, os
profissionais envolvidos e a periodicidade de revisão da política.
Ainda, considerando o tamanho da indústria de fundos e o fato de que grande parte
dos administradores de carteiras estão vinculados a essa indústria, a CVM pretende
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

introduzir nas regras capítulo com atribuições adicionais ao administrador de


carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, que também atua na administração
de fundos de investimento.

Analistas de valores mobiliários


ATENÇÃO! As normas emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passam por
revisões e atualizações periódicas, para acompanhar a evolução e a dinâmica do mercado.
Portanto, esteja sempre atento às normas vigentes (que podem ser pesquisadas
diretamente no site da CVM), antes de investir ou de prestar qualquer serviço no mercado
de valores mobiliários.
Os analistas de valores mobiliários são profissionais que elaboram relatórios de análise
destinados à publicação, divulgação ou distribuição a terceiros, ainda que restrita a
clientes. Tais relatórios podem estar na forma de textos, relatórios de acompanhamento,
estudos ou análises sobre valores mobiliários específicos ou sobre emissores de valores
mobiliários determinados que possam auxiliar ou influenciar investidores no processo de
tomada de decisão de investimento, segundo definição da Instrução CVM nº 483/10, que
regula a atividade.
Esse tipo de opinião envolve um aprofundamento técnico e o exercício da atividade, pela
sua importância, é objeto de regulação pela Comissão de Valores Mobiliários, bem como
da autorregulação do próprio mercado, neste caso por meio da APIMEC Nacional, que
desde 2010 exerce a função de autorreguladora dos analistas de valores mobiliários. O
Analista, além de ser aprovado na prova de qualificação técnica, deve obedecer ao código
de conduta profissional da entidade que o credenciou, evitando situações de conflito de
interesse, buscando informações idôneas e fidedignas, para usar como base de suas
análises e recomendações, e mantendo independência em relação à pessoa ou instituição
a qual estiver vinculado. Pessoas condenadas por certos crimes, como lavagem de
dinheiro ou contra o sistema financeiro nacional, não podem ser credenciados.
O analista de valores mobiliários deve agir com integridade e ética profissional. Para isso,
é vedado ao analista as seguintes atuações:
1) Emitir relatórios de análise visando obter, para si ou para outrem, vantagem indevida;
2) Omitir informação sobre conflitos de interesse;
3) Negociar, direta ou indiretamente, em nome próprio ou de terceiros, valores mobiliários
objeto dos relatórios de análise que elabore ou derivativos lastreados em tais valores
mobiliários por um período de trinta dias anteriores e cinco dias posteriores à divulgação
do relatório de análise sobre tal valor mobiliário ou seu emissor; e
4) Negociar, direta ou indiretamente, em nome próprio ou de terceiros, valores mobiliários
objeto dos relatórios de análise que elabore ou derivativos lastreados em tais valores
mobiliários e sentido contrário ao das recomendações ou conclusões expressas nos
relatórios de análise que elaborou por:
a) Seis meses contados da divulgação de tal relatório; ou
b) Até a divulgação de novo relatório sobre o mesmo emissor ou valor mobiliário.
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

Obs.: As vedações 3 e 4 não se aplicam às negociações com cotas de fundos de


investimento, exceto se:
i) O analista puder influenciar, direta ou indiretamente, a administração ou gestão do
fundo; ou
ii) O fundo concentre seus investimentos em setores ou empresas cobertos pelos
relatórios produzidos pelo analista.
A atividade de analista de valores mobiliários pode ser exercida nas seguintes
modalidades:
(1) Autônoma;
(2) Vinculada a instituição integrante do sistema de distribuição ou a pessoa natural ou
jurídica autorizada pela CVM a desempenhar a função de administrador de carteira ou de
consultor de valores mobiliários; ou
(3) Vinculada a pessoa jurídica que tenha em seu objeto social exclusivamente a atividade
de análise de valores mobiliários.

Consultores de valores mobiliários


Consultor de valores mobiliários é a pessoa física ou jurídica que presta serviços de
orientação, recomendação e aconselhamento, de forma profissional, independente e
individualizada, sobre investimentos no mercado de valores mobiliários, cuja adoção e
implementação sejam exclusivas do cliente.
A atividade do consultor tem foco no cliente, na identificação de suas necessidades,
interesses, objetivos, preferências e perfil de risco, de modo a oferecer um
aconselhamento mais adequado e personalizado, orientando melhor os clientes sobre
investimentos no mercado de valores mobiliários, as classes de ativos e valores mobiliários
(como mercado de ações, debêntures, fundos de investimentos, COE entre outros) ou
títulos e valores mobiliários exclusivos, ou mesmo no que se refere aos prestadores de
serviços no âmbito do mercado de valores mobiliários (como a seleção de gestores) e
outros aspectos relacionados.
A atividade de consultoria de valores mobiliários, porém, não envolve a adoção e nem a
implementação das recomendações oferecidas. É o cliente quem decide se irá efetivar as
recomendações e de que forma. No entanto, o consultor, as entidades integrantes
do sistema de distribuição de valores mobiliários (corretoras, distribuidoras ou bancos) e
seus clientes em comum podem estabelecer canais de comunição e ferramentas que
permitam executar as orientações e recomendações com maior agilidade e segurança.
Por isso é importante o investidor compreender a diferença entre o papel do consultor e o
de outros profissionais que atuam nesse mercado, como o agente autônomo de
investimentos. O consultor de valores mobiliários pessoa física e/ou o diretor responsável
pela consultoria de valores mobiliários pessoa jurídica não podem obter ou manter registro
como agente autônomo de investimento.
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

O consultor, por trabalhar ao lado e para o cliente, precisa desempenhar as suas


atividades de forma independente e fundamentada, sempre buscando evitar situações que
configurem potencial conflito de interesses.
Nesse sentido, o consultor deve colocar os interesses de seus clientes acima dos seus,
desempenhar suas atribuições de modo a buscar atender aos objetivos de investimento de
seus clientes, levando em consideração a sua situação financeira e o seu perfil, e verificar
se os produtos, serviços e operações estão adequados a esses objetivos e perfil. Deve
transferir ao cliente qualquer benefício ou vantagem que possa alcançar em decorrência
de sua condição de consultor de valores mobiliários, e deve cumprir fielmente o contrato
firmado com o cliente, que deve conter as características dos serviços prestados.
Ao prestar informações a seus clientes, os consultores devem utilizar linguagem clara,
objetiva, concisa, e as informações devem ser verdadeiras, completas, consistentes e não
induzir o investidor a erro.
O consultor de valores mobiliários não pode assegurar a seus clientes a existência de
garantia de resultados futuros ou a isenção de risco para o investidor. Não pode omitir
informações sobre conflito de interesses e riscos relativos ao objeto da consultoria
prestada, nem receber qualquer remuneração, benefício ou vantagem, direta ou
indiretamente por meio de partes relacionadas, que potencialmente prejudique a
independência ao prestar os seus serviços.
A consultoria de valores mobiliários só pode ser exercida por profissionais registrados na
CVM, que para isso precisam atender aos critérios exigidos na regulamentação.
O consultor pessoa física deve ser graduado em curso superior, ter reputação ilibada, ser
aprovado em exame de certificação aprovado pela CVM, entre outros requisitos. A pessoa
jurídica, entre outras exigências, deve ter sede no Brasil, ter em seu objeto social o
exercício de consultoria em valores mobiliários, e atribuir a responsabilidade dessa
atividade a um diretor estatutário registrado na CVM como consultor de valores
mobiliários.
Os investidores podem consultar a relação de consultores de valores mobiliários
registrados na CVM diretamente no site da autarquia, www.cvm.gov.br, em acesso rápido
(Consulta – Cadastro geral CVM/Regulados), e pesquisar pela razão social/nome, pelo
CNPJ/CPF ou acessando a base completa escolhendo o tipo de participante desejado
(Consultor de Valores Mobiliários).
A consultoria de valores mobiliários é regulada pela Instrução CVM 592/17.

Prestadores de serviços de ações escriturais


O que são ações escriturais?
Ações escriturais são ações mantidas apenas em contas de depósito, sem emissão de
certificado, em nome de seus titulares, em uma instituição devidamente autorizada pela
CVM a prestar esse tipo de serviço.
Na prática, quando uma pessoa adquire pela primeira vez ações escriturais de uma
empresa, uma conta eletrônica (Conta de Valores Mobiliários) individualizada é aberta em
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

seu nome, na qual são inseridas as informações relativas à titularidade das ações, com os
dados do comprador e a quantidade das ações.
A partir daí, quando um investidor vende ou transfere suas ações a outro investidor, essa
transferência é registrada eletronicamente nessas contas, subtraindo a quantidade
negociada da conta do vendedor e somando à conta do comprador.
Da mesma forma, sempre que ocorrem eventos corporativos, como bonificações de ações,
desdobramentos ou grupamentos, eles também são registrados nessas contas.
A propriedade da ação escritural presume-se pelo registro na conta de depósito das ações,
aberta em nome do acionista, nos livros eletrônicos da instituição depositária.
A atividade de manter os registros eletrônicos nas contas de valores mobiliários dos
investidores é chamada de escrituração de valores mobiliários.
 
Os prestadores de serviço de escrituração de ações
Os prestadores de serviço de escrituração de ações são instituições contratadas pelas
companhias, para abrir e manter, de forma eletrônica, o livro de registro de ações
escriturais.
A legislação brasileira estabelece que esse serviço deva ser prestado por pessoa jurídica
autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários.
Essas instituições funcionam como um elo entre a companhia e os investidores (ou
a central depositária), sendo responsáveis por controlar, em sistemas informatizados, o
livro de registro de acionistas, por registrar e tratar as ordens de movimentações
recebidas do titular, como a venda ou transferência das ações, e por providenciar o
tratamento dos eventos incidentes sobre as ações, como o recebimento de dividendos,
bonificações, grupamentos e desdobramentos de ações.
As instituições que realizam a escrituração de ações para uma determinada companhia
assumem a obrigação, perante os investidores, de disponibilizar e enviar, periodicamente,
informações relativas à sua posição como acionista, como também sobre as
movimentações ocorridas.
Entre as principais informações disponibilizadas estão: mensalmente, quando houver
movimentação, o extrato da conta, ou sempre que solicitado; anualmente, até o final do
mês de fevereiro, o saldo existente ao final do ano anterior; e, sempre que solicitado, as
informações relativas aos eventos.
 
A instrução CVM nº 543/13 dispõe sobre a prestação de serviços de escrituração de
valores mobiliários e de emissão de certificados de valores mobiliários.
Aprenda também sobre os serviços de custódia e central depositária. 
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

Agentes fiduciários
A Lei 6404/76 estabelece que a escritura de emissão, por instrumento público ou
particular, de debêntures distribuídas ou admitidas à negociação no mercado, terá
obrigatoriamente a intervenção de agente fiduciário dos debenturistas. A lei 9514/97
dispõe que a companhia securitizadora poderá instituir regime fiduciário sobre créditos
imobiliários, a fim de lastrear a emissão de certificados de recebíveis imobiliários,
sendo agente fiduciário uma instituição financeira ou companhia autorizada para esse fim
pelo BACEN. E o artigo 39, da Lei 11076/04 estabelece que as companhias securitizadoras
de direitos creditórios do agronegócio podem instituir regime fiduciário sobre direitos
creditórios oriundos do agronegócio, o qual será regido, no que couber, pelas disposições
expressas na lei 9514/76.
Essas são hipóteses em que a lei determina ou prevê a atuação do chamado agente
fiduciário, profissional que representa a comunhão dos debenturistas ou dos beneficiários
de direitos creditórios, a depender do caso, com deveres e poderes específicos para
defender os direitos e interesses dos representados, assumindo também outras
responsabilidades e atribuições determinadas em lei e na regulamentação.
Como exemplo, os agentes fiduciários dos debenturistas possuem poderes próprios
atribuídos pela Lei para, na hipótese de inadimplência da companhia emissora, declarar,
observadas as condições da escritura de emissão, antecipadamente vencidas as
debêntures e cobrar o seu principal e acessórios, executar garantias reais ou, se não
existirem, requerer a falência da companhia, entre outros.
O agente fiduciário de emissão de Certificado de Recebíveis Imobiliários, em outro
exemplo, pode adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais necessárias à defesa dos
interesses dos beneficiários, bem como à realização dos créditos afetados ao patrimônio
separado, caso a companhia securitizadora não o faça, ou ainda exercer, na hipótese de
insolvência da companhia securitizadora, a administração do patrimônio separado.
A atuação desse profissional, quando nomeado para exercer a sua função em relação a
valores mobiliários distribuídos publicamente ou admitidos à negociação em mercado
organizado, ou ainda quando contratados para exercer a função de agente fiduciário em
ofertas públicas de distribuição de notas promissórias com prazo de vencimento superior a
360 (trezentos e sessenta) dias, é regulamentada pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
Nesse sentido, a CVM determina que somente as instituições financeiras previamente
autorizadas pelo Banco Central do Brasil, que tenham por objeto social
a administração ou a custódia de bens de terceiros, podem ser nomeadas como agente
fiduciário. Entretanto, a função de agente fiduciário também pode ser exercida por outras
entidades autorizadas para esse fim pelo Banco Central do Brasil, quando previsto em lei
específica.
A regulamentação desses profissionais estabelece que a nomeação do agente fiduciário e
sua aceitação para o exercício da função devem constar da escritura de emissão, do termo
de securitização de direitos creditórios ou do instrumento equivalente. Esses documentos
devem prever também os deveres e responsabilidades do agente fiduciário, sua
remuneração, condições de substituição, entre outros, mas não podem restringir os
deveres, atribuições e responsabilidades previstas em lei ou na regulamentação.
PRIMEIROS PASSOS - Investindo

A norma da CVM dispõe ainda sobre requisitos e impedimentos para o exercício da função,
os deveres do agente fiduciário, hipóteses e procedimentos para substituição, além de
elencar as obrigações em relação à prestação de informações, periódicas ou eventuais.

A regulamentação da CVM que dispõe sobre o exercício da função de agente fiduciário é


a Instrução CVM 583/16.

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