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Conceitos importantes
• Risco de Mercado - decorre das condições da economia, que podem fazer os juros, o
câmbio, o preço das ações etc, variar, para mais ou para menos, influenciando seu
investimento de forma positiva ou negativa. Além disso, a capacidade de pagamento do
emissor do título (ou o lucro desse emissor) também pode variar por conta das condições da
economia, prejudicando seu investimento.
• Risco de Crédito - quando você investe, está emprestando dinheiro a alguém ou aplicando
uma quantia em determinado empreendimento e, certamente, correndo o risco de que o
tomador dos recursos não honre a obrigação, ou não pague os juros combinados, ou o que
empreendimento não renda o esperado.
• Risco de Liquidez - está diretamente relacionado com a facilidade de você resgatar ou
transferir seu investimento. Se houver pouca liquidez, haverá menos pessoas interessadas
em negociar com você, isto baixará o valor do seu investimento. Se o contrário ocorrer, ou
seja, se muitas pessoas estiverem interessadas em adquirir o seu investimento, o valor dele
aumentará. Lei da Oferta X Procura.
• Risco Legal - está relacionado com eventuais questões legais que poderão causar
problemas no cumprimento das condições pactuadas. O título ou contrato pode ter defeitos
jurídicos que impeçam ou dificultem o exercício dos direitos nele estabelecidos, permitindo
ao devedor ou tomador não honrar as obrigações assumidas. Por isso é muito importante
somente aplicar em investimentos regulamentados, nos quais o risco legal diminui bastante.
• Risco Operacional - reflete as falhas ocorridas no decorrer do investimento que poderão
ser provenientes de problemas nos equipamentos de uma companhia, falhas humanas no
controle de custos e gerenciamento das quantias aplicadas, má administração dos recursos
do emissor etc.
fazer com que o retorno realmente obtido no resgate de um investimento seja diferente
do retorno esperado no momento da aplicação. Ou seja, sempre há alguma incerteza
quando vamos realizar um investimento. O risco de um investimento pode ser
considerado como a medida dessa incerteza. Ou seja, a probabilidade de o retorno
obtido em um investimento ser diferente do esperado.
A relação Risco x Retorno
A questão é: será que existe alguma relação entre o risco e o retorno esperado de um
investimento? Vamos imaginar que existam dois tipos de investimento no mercado.
Ambos possuem exatamente o mesmo risco, porém o retorno esperado de um é maior
do que do outro. Espera-se, evidentemente, que todos invistam no que oferece a
melhor rentabilidade. Dessa forma, ou apenas o título de maior retorno esperado seria
negociado no mercado, ou o outro título passaria a oferecer uma rentabilidade maior
até o ponto em que alguns investidores demonstrassem interesse por ele. Na prática,
encontramos no mercado diversos títulos e valores mobiliários sendo negociados com
retornos esperados diferentes. Dessa forma, há que se esperar que os riscos sejam
também diferentes. Ou seja, quanto maior for o risco de um investimento, maior deverá
ser o seu retorno esperado. Ou, de outra forma, quanto maior o retorno esperado de
um investimento, maior, provavelmente, será o seu risco.
Por essa razão, quando for investir procure sempre analisar o retorno e o risco
conjuntamente. A análise apenas do retorno pode levá-lo a realizar investimentos com
risco superior ao que estaria disposto a correr. E desconfie sempre de investimentos que
prometam retornos milagrosos ou muito fora da realidade do mercado, pois os riscos
inerentes podem ser muito altos. Em alguns casos, podem ser até mesmo uma fraude.
LEMBRE-SE: Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura
Diversificação
Diversificar é a prática de dividir o dinheiro entre diferentes investimentos para reduzir o
risco. Uma expressão que resume muito bem essa estratégia é: “Não ponha todos os
ovos em uma única cesta”.
Historicamente, observou-se que alguns tipos diferentes de investimento podem oscilar
de forma também diferente. No momento em que uns registram queda, os outros
acumulam ganhos ou permanecem inalterados, ou vice-versa. Imaginem, por exemplo,
se uma empresa do setor de alimentos é fiscalizada pelos agentes reguladores de
saúde, que descobrem que tal empresa não está seguindo os padrões mínimos exigidos
de higiene. É muito provável que o mercado entenda que as vendas dessa empresa
cairão e, consequentemente, os preços de negociação de suas ações também.
Entretanto, esse fato não impacta a maioria das outras empresas negociadas no
mercado. Algumas podem até ter um impacto oposto.
Concorrentes dessa hipotética empresa, por exemplo, podem vir a se beneficiar desse
fato. Assim, temos um exemplo de um fato que impacta negativamente uma empresa,
positivamente algumas e não tem qualquer impacto nas demais. A isso chamamos de
risco específico ou diversificável. Um investidor que detiver apenas ações da empresa
afetada terá uma perda muito maior do que outro que tenha uma carteira diversificada
com mais ações. É claro que o contrário pode acontecer. Um fato positivo, que afete
apenas uma empresa, pode fazer com que suas ações subam, enquanto outras caiam
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
Tipos de Investimentos
Ações
Ação é um valor mobiliário, emitido por sociedades anônimas, que representa uma
parcela do seu capital social.
O proprietário de ações emitidas por uma companhia é chamado de acionista e tem status
de sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das ações adquiridas.
Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente
as ações que forem emitidas por companhias de capital aberto, as quais possuem registro
na CVM, poderão ser negociadas publicamente.
A propriedade da ação é representada por um "Certificado de Ações" ou pelo "Extrato de
Posição Acionária" emitidos, respectivamente, pela companhia e por uma instituição
contratada pela sociedade para o atendimento aos acionistas. Em qualquer caso, no
documento deverá constar, dentre outras informações, o número de ações possuídas e o
nome do acionista.
O investimento em ações pode ser individual ou coletivo. Ao optar por investir
individualmente o interessado contrata os serviços de uma Corretora que intermediará as
negociações através das ordens do cliente ou permitindo que ele realize as operações
diretamente pela internet. Já no investimento coletivo, os interessados adquirem cotas de
clubes de investimento ou de fundos de ações.
Debêntures
A debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo
de dívida, que assegura a seus detentores o direito de crédito contra a companhia
emissora.
Consiste em um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais, que as
empresas utilizam para financiar seus projetos. É uma forma também de melhor gerenciar
suas dívidas.
Ao disponibilizar seus recursos para serem utilizados pela empresa, o comprador (ou
debenturista, debenturista Proprietário, Titular de debênture, como é chamado) faz jus a
uma remuneração.
Desta forma, a debênture é um título de crédito privado em que os debenturistas são
credores da empresa e esperam receber juros periódicos e pagamento do principal,
correspondente ao valor unitário da debênture, no vencimento do título ou mediante
amortizações nas quais se paga parte do principal antes do vencimento.
Como a emissão das debêntures envolve altos valores, é obrigatória a elaboração de um
documento chamado "Escritura de Emissão", onde são especificados os direitos e deveres
dos debenturistas e da emissora
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
Fundos de investimento
Fundo de Investimento é uma comunhão de recursos, captados de pessoas físicas
ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação em
títulos e valores mobiliários. Isto é: os recursos de todos os investidores de um
fundo de investimento são usados para comprar bens (títulos) que são de todos os
investidores, na proporção de seus investimentos.
CDB's e RDB's
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de Depósito Bancário (RDB)
são títulos de renda fixa emitidos por bancos, onde o investidor “empresta” dinheiro
para o banco e recebe em troca o pagamento de juros desse empréstimo. Ou seja,
esses tipos de investimento envolvem uma promessa de pagamento futuro do valor
investido, acrescido da taxa pactuada no momento da transação.
A diferença entre o CDB e o RDB é que o primeiro pode ser negociado antes do
vencimento enquanto o segundo é inegociável e intransferível.
No caso do CDB, a negociação antes do vencimento implica a perda de parte da
remuneração (devolução com deságio). Já o RDB pode ser rescindido em caráter
excepcional desde que haja concordância com a instituição depositária. Nesse caso o valor
investido é devolvido sem os juros.
Títulos Públicos
Os Títulos Públicos são emitidos pelo Governo Federal com o objetivo de captar
recursos para o financiamento da dívida pública e das atividades governamentais
(educação, saúde etc).
O órgão responsável pela emissão e controle dos títulos, e pela administração da dívida
mobiliária federal, é a Secretaria do Tesouro Nacional.
Há uma grande variedade de títulos públicos, cada um com características próprias em
termos de prazos (vencimentos) e rentabilidade.
Atualmente, o investidor conta com o serviço Tesouro Direto através do qual é possível
comprar diretamente, pela internet, Títulos Públicos Federais do Tesouro Nacional. Basta
ser residente no Brasil, possuir Cadastro de Pessoa Física (CPF) e estar cadastrado em
alguma das instituições financeiras habilitadas a operar no Tesouro Direto.
Quem pode me ajudar a investir?
Atualmente, graças à Internet, o que não falta é informação, só precisamos buscá-la. O
mercado de capitais brasileiro também evoluiu na mesma velocidade, e hoje , apresenta
transparência na divulgação das informações, seja das empresas, dos administradores de
mercado, ou dos órgãos reguladores.
Na hora de investir você pode contar com várias instituições e profissionais de
competência que conhecem os serviços e produtos financeiros que melhor se adaptam às
suas necessidades. Para saber se uma instituição financeira ou profissional é credenciado
pela CVM clique aqui.
Bancos Comerciais
Administram uma rede de agências bancárias e operam no mercado de varejo junto ao
público em geral. Contam com serviço de atendimento ao cliente para o esclarecimento de
possíveis dúvidas, oferecendo informações sobre seus diversos produtos e serviços.
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
Vale ressaltar que os gerentes de contas possuem diferentes metas de venda, como
também o banco possui diferentes remunerações em seus produtos. Portanto, procure
saber se é realmente vantajoso para você aceitar quaisquer produtos bancários oferecidos
pelo seu gerente.
Bancos de Investimento
Instituições financeiras especializadas em operações estruturadas para empresas. Tais
operações podem envolver participação acionária ou societária de caráter temporário em
empresas ou financiamentos, a médio e longo prazos, para suprimento de capital fixo ou
de giro, mediante a aplicação de recursos próprios ou captados junto ao público.
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de
recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles
administrados. Além de instituirem, organizarem e administrarem fundos de
investimentos, administram carteiras de títulos e valores mobiliários, assessoram negócios,
realizam lançamentos de ações de empresas e prestam outros serviços do gênero.
Corretoras de Valores
São instituições financeiras com múltiplas funções e, até o início de março de 2009 com a
edição da Decisão-Conjunta BACEN/CVM Nº 17 (conforme mencionado no item abaixo),
eram as únicas autorizadas a operar em bolsas de valores. Necessitam de autorização
prévia do Banco Central do Brasil para serem constituídas, estando sujeitas à fiscalização
da própria bolsa de valores, da CVM e do Banco Central. Sua principal atividade é a
execução de ordens de compra e de venda de ativos para seus clientes. Podem auxiliar o
investidor na medida em que disponibilizam para seus clientes informações provenientes
de seus departamentos técnicos ou de análises de terceiros. Podem também administrar
Fundos de Investimentos. Em geral, cobram taxas e comissões por seus serviços.
Distribuidoras de Valores
São instituições financeiras também autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e
pela CVM, atuando na intermediação de títulos e valores mobiliários.
Até o início de março de 2009, as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
Mobiliários não estavam autorizadas a operar em bolsas de valores e, quando o faziam,
operavam por meio de uma Corretora de Valores. Contudo, em 02.03.2009, a Decisão-
Conjunta BACEN/CVM Nº 17 estabeleceu que as Sociedades Distribuidoras de Títulos e
Valores Mobiliários ficariam autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de
negociação dos mercados organizados de bolsa de valores.
Da mesma forma que as Corretoras, as Distribuidoras de Valores cobram taxas e
comissões por seus serviços.
Analista de Valores Mobiliários
Profissional que avalia os investimentos nos mercados de capitais, elaborando
recomendações, relatórios de acompanhamento e estudos sobre valores mobiliários para
divulgação ao público.
Seu trabalho é fornecer subsídios para auxiliar o público ou os administradores de
recursos de terceiros no processo de tomada de decisão em suas aplicações em valores
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
ATENÇÃO! As normas emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passam por
revisões e atualizações periódicas, para acompanhar a evolução e a dinâmica do mercado.
Portanto, esteja sempre atento às normas vigentes (que podem ser pesquisadas
diretamente no site da CVM), antes de investir ou de prestar qualquer serviço no mercado
de valores mobiliários.
Os analistas de valores mobiliários são profissionais que elaboram relatórios de análise
destinados à publicação, divulgação ou distribuição a terceiros, ainda que restrita a
clientes. Tais relatórios podem estar na forma de textos, relatórios de acompanhamento,
estudos ou análises sobre valores mobiliários específicos ou sobre emissores de valores
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
(3) Vinculada a pessoa jurídica que tenha em seu objeto social exclusivamente a atividade
de análise de valores mobiliários.
Os agentes autônomos de investimento são pessoas físicas que atuam como prepostos, e
sob a responsabilidade, dos integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários,
especialmente as corretoras. Como opção, podem também exercer as suas atividades sob
a forma de sociedade ou firma individual, desde que constituídas exclusivamente para
esse fim. Entretanto, somente agentes autônomos registrados podem participar da
sociedade.
As suas atividades são eminentemente comerciais: de prospecção e captação de clientes;
de recebimento e registro de ordens; e de prestação de informações acerca dos produtos
e serviços oferecidos pelas corretoras.
Nesse sentido, eles apresentam o mercado para os investidores, explicam as principais
características dos produtos, cadastram os clientes, recebem e executam as ordens e as
transmitem para os sistemas de negociação, tiram dúvidas operacionais, entre outros. Em
um mercado em franca expansão, como o brasileiro, o papel dos agentes é tido como
fundamental para o crescimento da base de investidores no mercado de capitais, ao
constituírem um importante elo entre os investidores e os produtos e serviços disponíveis.
Porém, os investidores devem estar atentos aos limites de atuação desses profissionais,
que não podem extrapolar as atividades a eles permitidas. As normas atualmente em vigor
proibem aos agentes: atuar em nome do cliente, como administradores de carteiras; dar
recomendações sobre produtos, como analistas de valores mobiliários; e atuar como
consultores de valores mobiliários.
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
Essas vedações estão elencadas em diversos artigos da ICVM 497/2011 que regulamenta
a atividade dos agentes autônomos de investimento. Merece destaque, nesse sentido, o
parágrafo primeiro do artigo 13 da referida norma, em que a CVM exige que o agente
autônomo, para exercer a atividade de administração de carteiras, de consultoria e análise
de valores mobiliários, e que seja registrado para isso, requeira à entidade credenciadora
a suspensão de seu credenciamento como agente autônomo de investimento. Ou seja,
mesmo que um agente seja registrado na CVM como, por exemplo, administrador de
carteira, terá que optar por uma das duas profissões. A norma proíbe também,
expressamente, aos agentes usar senhas ou assinaturas eletrônicas de seus clientes.
Para exercer suas atividades, os agentes autônomos devem ser credenciados por entidade
credenciadora autorizada pela CVM. Essas entidades devem comprovar estrutura
adequada e capacidade técnica, além de estrutura de autorregulação, adotando, por
exemplo, código de conduta profissional para os agentes autônomos. Para o
credenciamento, as entidades devem garantir que os agentes se enquadrem no perfil
mínimo exigido pela norma.
Atualmente, a instituição que realiza esse credenciamento é a ANCORD – Associação
Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e
Mercadorias. O registro para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento
é concedido automaticamente pela CVM à pessoa natural e à pessoa jurídica credenciadas.
A CVM mantém em sua página na internet uma relação dos agentes autônomos de
investimento, com a inscrição dos nomes dos profissionais, como forma de comprovação
do registro, para que os investidores possam averiguar se os agentes responsáveis pelo
seu atendimento estão regularmente credenciados.
ATENÇÃO! As normas emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passam por
revisões e atualizações periódicas, para acompanhar a evolução e a dinâmica do mercado.
Portanto, esteja sempre atento às normas vigentes (que podem ser pesquisadas
diretamente no site da CVM), antes de investir ou de prestar qualquer serviço no mercado
de valores mobiliários.
A administração de carteira de valores mobiliários consiste na gestão profissional de
recursos ou valores mobiliários, sujeitos à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários,
entregues ao administrador, com autorização para que este compre ou venda títulos e
valores mobiliários por conta do investidor.
Estes profissionais se responsabilizam pela gestão dos recursos de seus clientes, e podem
assumir, por exemplo, a gestão da carteira de fundos ou clubes de investimentos. Eles são
responsáveis, entre outras coisas, pelas decisões sobre os tipos de ativos financeiros que
farão parte da carteira que administram, e em que proporção, considerando, entre outros
fatores, os riscos e as políticas de investimentos pré-definidas.
A atividade de administração de carteiras é uma profissão na qual se estabelece um
vínculo forte de confiança entre o gestor e o investidor, uma vez que este confia àquele a
administração de sua poupança. Em virtude disso, e considerando o tamanho da indústria,
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
Responsabilidades do administrador
É importante registrar que a pessoa natural ou jurídica, no exercício da atividade de
administração de carteira de valores mobiliários, é responsável, civil e
administrativamente, pelos prejuízos resultantes de seus atos dolosos ou culposos e
pelos que infringirem normas legais, regulamentares ou estatutárias, sem prejuízo
de eventual responsabilidade penal e da responsabilidade subsidiária da pessoa
jurídica de direito privado que a contratou ou a supervisionou de modo inadequado.
Da mesma forma, os integrantes de comitê de investimento, ou órgão assemelhado,
que tomem decisões relativas à aplicação de recursos de terceiros, têm os mesmos
deveres do administrador de carteira.
Mudanças a caminho
A CVM estuda algumas alterações, debatidas em audiência pública, nas normas que
regem a atividade de administrador de carteiras. Uma das mudanças propostas, diz
respeito aos requisitos para obtenção da autorização, que poderá exigir a aprovação
em exame de certificação em lugar da experiência atualmente exigida. Uma das
vantagens dessa possível mudança é o fato de que o critério é mais objetivo. Além
disso, será exigido uma manutenção periódica da certificação, o que garantirá a
constante atualização e especialização profissional dos administradores.
Outra proposta diz respeito à gestão de riscos. Nas regras atuais não há exigência
de informação da política de gestão de riscos do administrador. A nova proposta
pretende introduzir uma seção específica sobre o assunto, estabelecendo requisitos
mínimos, como os procedimentos para identificar e acompanhar a exposição das
carteiras aos variados tipos de riscos, os métodos de precificação dos ativos, os
profissionais envolvidos e a periodicidade de revisão da política.
Ainda, considerando o tamanho da indústria de fundos e o fato de que grande parte
dos administradores de carteiras estão vinculados a essa indústria, a CVM pretende
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
PRESTADORES DE SEVIÇO
Introdução
No mercado de capitais, além da presença dos emissores, das instituições integrantes do
sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários, e dos próprios investidores,
há também a participação de outros agentes que prestam serviços diversos ao mercado.
Conheça abaixo um pouco mais sobre alguns desses participantes, como os
administradores de carteira, os analistas de valores mobiliários, os consultores de valores
mobiliários, os prestadores de serviços de ações escriturais e os agentes fiduciários dos
debenturistas:
Administradores de carteira
Analistas de valores mobiliários
Consultores de valores mobiliários
Prestadores de serviços de ações escriturais
Agentes fiduciários
Administradores de carteira
ATENÇÃO! As normas emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passam por
revisões e atualizações periódicas, para acompanhar a evolução e a dinâmica do mercado.
Portanto, esteja sempre atento às normas vigentes (que podem ser pesquisadas
diretamente no site da CVM), antes de investir ou de prestar qualquer serviço no mercado
de valores mobiliários.
A administração de carteira de valores mobiliários consiste na gestão profissional de
recursos ou valores mobiliários, sujeitos à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários,
entregues ao administrador, com autorização para que este compre ou venda títulos e
valores mobiliários por conta do investidor.
Estes profissionais se responsabilizam pela gestão dos recursos de seus clientes, e podem
assumir, por exemplo, a gestão da carteira de fundos ou clubes de investimentos. Eles são
responsáveis, entre outras coisas, pelas decisões sobre os tipos de ativos financeiros que
farão parte da carteira que administram, e em que proporção, considerando, entre outros
fatores, os riscos e as políticas de investimentos pré-definidas.
A atividade de administração de carteiras é uma profissão na qual se estabelece um
vínculo forte de confiança entre o gestor e o investidor, uma vez que este confia àquele a
administração de sua poupança. Em virtude disso, e considerando o tamanho da indústria,
no que se refere ao patrimônio total, a atividade é regulamentada e fiscalizada pela
Comissão de Valores Mobiliários, através instrução CVM 306, de 05 de maio de 1999, que
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
estabelece diversas regras a serem cumpridas pelos administradores. Algumas delas serão
comentadas aqui.
Registro e cancelamento
Com respeito aos requisitos para registro, a administração de carteira só pode ser exercida
por pessoa natural ou jurídica autorizada pela CVM. Essa autorização somente é concedida
à pessoa natural domiciliada no País que tiver:
Responsabilidades do administrador
É importante registrar que a pessoa natural ou jurídica, no exercício da atividade de
administração de carteira de valores mobiliários, é responsável, civil e
administrativamente, pelos prejuízos resultantes de seus atos dolosos ou culposos e
pelos que infringirem normas legais, regulamentares ou estatutárias, sem prejuízo
de eventual responsabilidade penal e da responsabilidade subsidiária da pessoa
jurídica de direito privado que a contratou ou a supervisionou de modo inadequado.
Da mesma forma, os integrantes de comitê de investimento, ou órgão assemelhado,
que tomem decisões relativas à aplicação de recursos de terceiros, têm os mesmos
deveres do administrador de carteira.
Mudanças a caminho
A CVM estuda algumas alterações, debatidas em audiência pública, nas normas que
regem a atividade de administrador de carteiras. Uma das mudanças propostas, diz
respeito aos requisitos para obtenção da autorização, que poderá exigir a aprovação
em exame de certificação em lugar da experiência atualmente exigida. Uma das
vantagens dessa possível mudança é o fato de que o critério é mais objetivo. Além
disso, será exigido uma manutenção periódica da certificação, o que garantirá a
constante atualização e especialização profissional dos administradores.
Outra proposta diz respeito à gestão de riscos. Nas regras atuais não há exigência
de informação da política de gestão de riscos do administrador. A nova proposta
pretende introduzir uma seção específica sobre o assunto, estabelecendo requisitos
mínimos, como os procedimentos para identificar e acompanhar a exposição das
carteiras aos variados tipos de riscos, os métodos de precificação dos ativos, os
profissionais envolvidos e a periodicidade de revisão da política.
Ainda, considerando o tamanho da indústria de fundos e o fato de que grande parte
dos administradores de carteiras estão vinculados a essa indústria, a CVM pretende
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
seu nome, na qual são inseridas as informações relativas à titularidade das ações, com os
dados do comprador e a quantidade das ações.
A partir daí, quando um investidor vende ou transfere suas ações a outro investidor, essa
transferência é registrada eletronicamente nessas contas, subtraindo a quantidade
negociada da conta do vendedor e somando à conta do comprador.
Da mesma forma, sempre que ocorrem eventos corporativos, como bonificações de ações,
desdobramentos ou grupamentos, eles também são registrados nessas contas.
A propriedade da ação escritural presume-se pelo registro na conta de depósito das ações,
aberta em nome do acionista, nos livros eletrônicos da instituição depositária.
A atividade de manter os registros eletrônicos nas contas de valores mobiliários dos
investidores é chamada de escrituração de valores mobiliários.
Os prestadores de serviço de escrituração de ações
Os prestadores de serviço de escrituração de ações são instituições contratadas pelas
companhias, para abrir e manter, de forma eletrônica, o livro de registro de ações
escriturais.
A legislação brasileira estabelece que esse serviço deva ser prestado por pessoa jurídica
autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários.
Essas instituições funcionam como um elo entre a companhia e os investidores (ou
a central depositária), sendo responsáveis por controlar, em sistemas informatizados, o
livro de registro de acionistas, por registrar e tratar as ordens de movimentações
recebidas do titular, como a venda ou transferência das ações, e por providenciar o
tratamento dos eventos incidentes sobre as ações, como o recebimento de dividendos,
bonificações, grupamentos e desdobramentos de ações.
As instituições que realizam a escrituração de ações para uma determinada companhia
assumem a obrigação, perante os investidores, de disponibilizar e enviar, periodicamente,
informações relativas à sua posição como acionista, como também sobre as
movimentações ocorridas.
Entre as principais informações disponibilizadas estão: mensalmente, quando houver
movimentação, o extrato da conta, ou sempre que solicitado; anualmente, até o final do
mês de fevereiro, o saldo existente ao final do ano anterior; e, sempre que solicitado, as
informações relativas aos eventos.
A instrução CVM nº 543/13 dispõe sobre a prestação de serviços de escrituração de
valores mobiliários e de emissão de certificados de valores mobiliários.
Aprenda também sobre os serviços de custódia e central depositária.
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
Agentes fiduciários
A Lei 6404/76 estabelece que a escritura de emissão, por instrumento público ou
particular, de debêntures distribuídas ou admitidas à negociação no mercado, terá
obrigatoriamente a intervenção de agente fiduciário dos debenturistas. A lei 9514/97
dispõe que a companhia securitizadora poderá instituir regime fiduciário sobre créditos
imobiliários, a fim de lastrear a emissão de certificados de recebíveis imobiliários,
sendo agente fiduciário uma instituição financeira ou companhia autorizada para esse fim
pelo BACEN. E o artigo 39, da Lei 11076/04 estabelece que as companhias securitizadoras
de direitos creditórios do agronegócio podem instituir regime fiduciário sobre direitos
creditórios oriundos do agronegócio, o qual será regido, no que couber, pelas disposições
expressas na lei 9514/76.
Essas são hipóteses em que a lei determina ou prevê a atuação do chamado agente
fiduciário, profissional que representa a comunhão dos debenturistas ou dos beneficiários
de direitos creditórios, a depender do caso, com deveres e poderes específicos para
defender os direitos e interesses dos representados, assumindo também outras
responsabilidades e atribuições determinadas em lei e na regulamentação.
Como exemplo, os agentes fiduciários dos debenturistas possuem poderes próprios
atribuídos pela Lei para, na hipótese de inadimplência da companhia emissora, declarar,
observadas as condições da escritura de emissão, antecipadamente vencidas as
debêntures e cobrar o seu principal e acessórios, executar garantias reais ou, se não
existirem, requerer a falência da companhia, entre outros.
O agente fiduciário de emissão de Certificado de Recebíveis Imobiliários, em outro
exemplo, pode adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais necessárias à defesa dos
interesses dos beneficiários, bem como à realização dos créditos afetados ao patrimônio
separado, caso a companhia securitizadora não o faça, ou ainda exercer, na hipótese de
insolvência da companhia securitizadora, a administração do patrimônio separado.
A atuação desse profissional, quando nomeado para exercer a sua função em relação a
valores mobiliários distribuídos publicamente ou admitidos à negociação em mercado
organizado, ou ainda quando contratados para exercer a função de agente fiduciário em
ofertas públicas de distribuição de notas promissórias com prazo de vencimento superior a
360 (trezentos e sessenta) dias, é regulamentada pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
Nesse sentido, a CVM determina que somente as instituições financeiras previamente
autorizadas pelo Banco Central do Brasil, que tenham por objeto social
a administração ou a custódia de bens de terceiros, podem ser nomeadas como agente
fiduciário. Entretanto, a função de agente fiduciário também pode ser exercida por outras
entidades autorizadas para esse fim pelo Banco Central do Brasil, quando previsto em lei
específica.
A regulamentação desses profissionais estabelece que a nomeação do agente fiduciário e
sua aceitação para o exercício da função devem constar da escritura de emissão, do termo
de securitização de direitos creditórios ou do instrumento equivalente. Esses documentos
devem prever também os deveres e responsabilidades do agente fiduciário, sua
remuneração, condições de substituição, entre outros, mas não podem restringir os
deveres, atribuições e responsabilidades previstas em lei ou na regulamentação.
PRIMEIROS PASSOS - Investindo
A norma da CVM dispõe ainda sobre requisitos e impedimentos para o exercício da função,
os deveres do agente fiduciário, hipóteses e procedimentos para substituição, além de
elencar as obrigações em relação à prestação de informações, periódicas ou eventuais.