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KEITH L. MOORE | T.V.N. PERSAUD STOR ORCI CRUG CCL ECR CSCC CRUSOE aa Me ay sooo TRADUGAO DA 8? EDICAD roducao a Ivimento Etapas do Desenvolvimento, 2 Terminologia Embriolégica, 2 ignificado da Embriologia, 6 Um Pouco de Histéria, 8 Visées Antigas da Embriologla Humana, 8 A Embriologia na Idade Média, 9 ARenascenca, 9 Genética e Desenvolvimento Humano, 11 Biologia Molecular do Desenvolvimento Humano, 13 Termos Descritivos em Embriologia, 13 Questées de Orientacao Clinica, 13 2 m Embriologia Clinica desenvolvimento bumano € am processo continuo que se i cia quando um ovécito (Svulo) de uma fémea é fecunda- do por um espermatozéide de um macho. A divisio celular, a migragio celular, a morte celular programada, a diferenciacio, 0 crescimento e 0 rearranjo celular trans- formam 0 ovécito fecundado, 0 zigoto, uma célula alta~ mente especializada ¢ totipotente, em um organismo humano multicelular. Embora a maior parte das mudan- gas no desenvolvimento se realize durante os periodos embrionirios ¢ fetais, ocorrem mudancas importantes nos periodos posteriores do desenvolvimento: infincia, ado- lescéncia e inicio da idade adulta. O desenvolvimento no termina ao nascimento, Depois dele, ocorrem mudangas importantes além do crescimento (p. ex., 0 desenvolvi- mento dos dentes ¢ das mamas, nas fémeas). ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO E costume dividir 0 desenvolvimento humano nos perio dos pré-natal (antes do nascimento) e pés-natal (apés 0 nas- ‘cimento). As principais alteragées que ocorrem antes do nascimento estio ilustradas na Cronologia do Desenvolvi- ‘mento Pré-natal Humano (Figs. 1-1 e 1-2). Os estudos da cronologia mostram que a maioria dos avangos visiveis ocorrem no perfodo entre a terceira ¢ a oitava semana. Durante o periodo fetal, ocorrem a diferenciacio e 0 cres- cimento dos tecidos e drgios. A taxa de crescimento cor- poral aumenta durante esse periodo. TERMINOLOGIA EMBRIOLOGICA Os termos que se seguem so comumente usados em dis- cussdes sobre desenvolvimento humano; virios deles sio usados na Crnolagia do Desenvolvimento Pré-natal Humano, € a maioria origina-se do Latim (L.) ou do Grego (Gr). Ovécito (L, ovum, ovo). Célula germinativa ou sexual feminina produzida nos ovdrias. Quando maduro, 0 ové- cito € denominado ovécito secundirio ou ovécito maduro. Espermatoz6ide (Gr. sperma, semente). Refere-se 3 célula germinativa masculina produzida nos testiculos. Numerosos espermatoz6ides sio expelidos da uretra masculina durante a ejaculacio, Zigoto. Esta célula resulta da unio do ovécito a0 espermatozdide durante a fecundaco. Um zigoto ou em- brido € 0 inicio de um noyo ser humano. Idade Gestacional. F dificil determinar exatamente quando a fecundacio (concepeao) ocorre porque 0 proces so nio pode ser observado in vivo (no interior do corpo vivo). Os médicos calculam a idade do embriio ou do feto a partir do primeiro dia do ultimo periodo menstrual nor- mal. A idade gestacional tem cerca de 2 semanas a mais que a idade de fecundagio, porque 0 ovécito s6 € fecundado 2 semanas depois da menstruagio precedente (Fig. 1-1). Clivagem. E a série de divisies celulares mititicas do zigoto que resultam na formacao das primeiras células embrio- nirias — 0 Hlastémeras. © tamanho do zigoto em cliva- gem permanece inalterado porque, a cada divisio que se sucede, os blastémeros tornam-se menores, ‘Morula (L. morus, amora). Esta massa sélida com cer ca de 12 a 32 blastmeros é formada pela clivagem do zigoto. Os blast6meros mudam sua forma e se juntam uns a0s outros para formar uma bola compacta de células. Este fenémeno — compactagao — provavelmente € me- diado por glicoprotesnas. O estigio de mérula ocorte 3 a 4 dias apés a fecundacio, coincidindo com a entrada do embrito no titero. Blastocisto (Gr. blastos, germe + kystis, vesicula). Apés 2 ow 3 dias, a mérula entra no titero, a partir da tuba uterina (tuba de Falépio), Rapidamente, uma cavidade preenchi: da por liquide — a arvidade blastocistica — se desenvolve no seu interior. Esta mudanea converte a mérula em blastocisto. Suas células localizadas centralmente — a ‘massa celular interna ow embrioblasto — formam o pri- mérdio do embrio. Implantagao. Proceso durante 0 qual o blastocisto adere a0 endoméirio — membrana mucosa ou revestimen- to do titero — ¢ posteriormente se implanta nele. O perio- do de pré-implantagio do desenvolvimento embriondrio —em torno de 6 dias — corresponde ao tempo entre a fe- cundagao € 0 inicio da implantagio. Gastrula (Gr, gaster, estomago). Durante a gastrulagio (transformagio do blastocisto em géstrula), forma-se um disco embrionério trilaminar (terceira semana). As trés camadas germinativas da gastrula (ectoderma, mesoderma ¢ endoderma) mais tarde se diferenciam nos tecidos ¢ 6r- ios do embriao. Néurula (Gr. newrvn, nervo). O embrifo durante a ter- ceira e a quarta semana, quando 0 tubo neural se desenvolve a partir da placa neural (Fig. 1-1). F o primeiro indicio do sistema nervoso e o préximo estigio apés a gistrula, Embriio (Gr. embryon). O ser humano em desenvolvi- mento durante os estigios iniciais. O periodo embriondvio estende-se até o final da oitava semana (56 dias), quando 0s primérdios de todas as principais estruturas ja esto presentes, O tamanho dos embrides é medido do vértice do cranio (topo da cabeca) até as nadegas. Estagios do Desenvolvimento Pré-natal. O desen- volvimento embrionario inicial & deserito em estigios em razio do intervalo de tempo varifvel que o embrido leva para desenvolver certas caracteristicas morfolégicas (Fig. 1-1). O estdgio I do desenvolvimento inicia-se na fecund: ‘glo, ¢ 0 desenvolvimento embrionério termina no estdgio 23, que ocorre no 56: dia. O periado fetal comeca no 572 dia ¢ termina quando o feto esta fora do corpo da mie. Concepto (L. conceptio, derivados do zigoto). O em- brio e seus anexos (L. apéndices ou partes adjuntas) ou membranas associadas (i e., os pradutos da concepeao). O concepto inclui todas as estruturas embriondrias ¢ extra~ embrionérias que se desenvolvem a partir do zigoto. Por- tanto, inclui o embriso ¢ também a parte embriondria da placenta ¢ suas membranas associadas — amni coriénico (gestacional) ¢ saco vitelino (Capitulo 7). Primérdio (L.. primus, primeiro + ordior, comecat). Este termo refere-se a0 inicio ou a primeira indicagio notivel de um érgio ou estrutura. Os termos primérdio ¢ rudimentar apresentam significados semelhantes. O pri- mérdio do membro superior surge como um broto no dia 26 (Fig. 1-1). CRONOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO PRE-NATAL HUMANO 1! A 6! SEMANA Flicuos primavios Towel DES ENVOLVIMIENTO INSTAL Me Ta TG Tn) (2 1 a do timo ciclo menstrual normal Raeo Faveuio acu, eae Tm = FOLICULO ow aaa aR DDS sat (eemanes)]7] Estigot [2] Wnclodo eclagos [apie doenao5 [5] trocuacw [5] Esgo® —|7] ilo do eatigos el nce 1 es Focundagso | Ozigot vo dite wera Blasossio nia! | Blastoco taro cat aan ey a iT iC i APP pe sea id a z De aa ce leer a 2 Disco plat Disco blaminar —Vesicula vidina primi Jembrionato ré-cordal Fiouna ‘-. Estégio iniciais do desenvolvimento. Estdo ilustrados o desenvolvimento de um fliculo ovariano contendo um ovérito, @ ovviagdo e as fases do ciclo menstrual. O desenvolvimento hhumano iniciase na fecundagdo, cerca de 14 dias apds 0 inicio do ultimo periodo menstrual normal. S30 mostrades também a clivagem do zigoto na tuba uterina, a implantagdo do blastooisto no ‘endométrio (revestimento) do ero e Inicio do desenvolvimento do embrido. Os estudantes nao devem se ater a memorizar essas tabolas Ou 0s estaglos(p. ex, qUe 0 estégio 3 inciase no 4° «dia e 0 estagio 5, no T* da). Cont por ovdny € m OUEUINY OOUNAJOAUESeg oF 19 eIBO|OUqWZ = [15] Primeira [16] Inicio do. jo? J17) Embriao trilaminar Inicio do estagio 8 [19] [20] inicio do estagio9 [21] Sulco [ST oerso [= ee dice 908 TT pacaveu ee FAT se ‘nao ocorrida een need < Primeiros - cerebro sub00 patos de ae aad ssc neural Somos 5 3 primi i Econo una 3 j prt seta indicam a Inco do ‘ opto i rmigragdo de células | Migragio de células | Comprimento: . desenvowvimento | Pediculo i Linha pemitva | mesenauimals dita primi metiment 5 | Lina pita’ ote toconexdo [linite do ea TO EST Noucpero oar [ie dessa TTI] roson aus [2H] Inbw oo ena 127] Rg dessa [5] lion oo ean TS Proennsce loécve Ccoraga did comoga Oneuropre eae 4 )| se 4 | avater coral oo cour Ale branguils cause, 2pares dearcos | Spared de arcos nea canoes eatin ‘anrgece tear? | umarnoreat —- B| icc Mere [eT [i] onan FT co co eniga ta [a] ince coenaga Tee] Venous scrape el Tecan ds FS memro| super eo 5 nasal oe ree Fosseta do eistalino, <7 40 pé Jats | Son pine I oa 57] nico do esto 16 ]98] — Capeca grant ne cane aa ass 6 al Flos digtais 9% Vista vera Ccavidades oral 9 nasal coiiventes Labio superior cenare tormados | oR: 10mm Le Fauna 4. Contiuagao. a (CRONOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO PRE-NATAL HUMANO 7 4.388 SEMANA pave (oma [23] [ia] nico do estago 18 [45] FS] Parese _ 5800 sy] res) [amano reat outer note Tamanto rea Acabega é grande, |Cavidade “Membrana mas bua e” | Ueing urogenital simon 7 Os sulcos entre os ‘alos digitais indicam Mere * Primera ven na crténm — fpaas ne Qadg Co: 18 mm [Bol aco do tagio 20 [57] [sa ico do stage [say] ]ea] nico do estagio Be hog Ocha TTuoereulo Memos superores ental tras ongos 6 conta exteme | Sujeo ono. dobro no ctovelo sirdaemesado | Sie, 8 Nari assexuado,mas |“ Puri Dedos nitidos, ‘tendo iniciado & dooihg ‘mas unidos Dedos diferenciacao. ‘Aus por membrana Deveson ee Testa grand QF | ascaae 7 [se] [59] Placenta’ [60] Genitaia (1) [se] Fao oe Fao a Prega 7 vi ao ee abel 9 erode feta | pum a oa Loan labioeseroa tbioesroa . Perineo Doles os 2 R45. a fir fea] [es] [a7] canons (68) [ea] [70 Glande Ace tem Lito A getiatam pert rumane menor eStneruen | _copénis Soudmas | Suto 10 | otsenes silo Cacicesa | ta crescimento do _ totalmente formada, cuca comparado Lio Esco soda 44. Orethas ainda mais | maior baas do quo o normal 2 Co ites Ficura 4-1. Continuseso. g = oUEWNY oWeUIAJoAUESEG oe oRSNPO!IUT 6 m Embriologia Clinica Feto (L. prole nio nascida). Apés 0 periodo embrions- rio (8 semanas) ¢ até 0 nascimento, 0 ser humano em de- senvolvimento é chamado feto. Durante o periodo feval (da ona semana até 0 nascimento), ocorrem a diferenciacio € 0 crescimento dos tecidos e Srgios. Essas mudangas no desenvolvimento nfo sio expressivas, ‘As mudangas no desenvolvimento que ocorrem durante © perfodo embriondrio sio muito importantes porque tornam possivel o fancionamento dos tecidos ¢ drgios. A taxa de crescimento corporal é notivel, especialmente du- rante 0 terceiro ¢ 0 quarto més (Fig. 1-2), e ganho de peso é acentuado durante os iltimos meses. ‘Aborto (L. aboriri, abortar). Interrupgio prematura do desenvolvimento e expulsio do concepto do titero, ou ex- pulsio de um embrigo ou de um feto antes de se tornar vidvel — capaz de viver fora do ttero. O feto abortado é ‘0 produto de um aborto (i. e., 0 embrio/feto e suas mem= branas). Existem diferentes tipos de abortamento: ‘+ Ameaca de aborto (sangramento com a possibilidade de ‘aborto) 6 uma camplicagao em cerca de 25% das gestagées clinicamente aparentes. Apesar do esforco na prevencao do aborto, cerca da metade desses conceptos € por fim abortada, + Aborto esponténeo 6 0 que ocorre naturaimente e € mais ‘comum durante a terceira semana apds a fecundagao. Cer ca de 15% das gestagdes terminam em aborto espontaneo, freqiientemente durante as primeiras 12 semanas. ‘+ Aborto freqiente é a expulsao espontanea de um emiriéo ‘ou de um feto, morto ou ndowigvel, em trés ou mais gesta- es consecutivas, + Aborto induzido & o nasclmento induzido antes de 20 sema- has (|. ., antes de o feto ser vidvel). Esse tipo de aborto re- fere-se 8 expulsdo de um embriao ou de um feto que ocorre intencionaimente pelo uso de medicamentos ou de meios mecénicos. ‘+ Aborto completo 6 aquele no qual todos 08 produtos da con Cepedo séo expelidos do dtero. + Aborto acuito 6 a reten¢ao do concepto no Gero apés a mor te do embriao ou do feto. + Um aborto 6 a perda esponténea do feto @ suas membranas antes da metade do segundo trimestre (em torno de 135 dias) ‘Trimestre. © periodo de trés meses do calendario durante a gestacio. Os obstetras freqiientemente divide 0 perio- do de 9 meses da gestacao em trés trimestres. Os estigios mais eriticos do desenvolvimento ocorrem durante o pri- meiro trimestre (13 semanas), quando estio ocorrendo 0 desenvolvimento embrionério e o inicio do desenvolvi- mento fetal. Periodo Pés-natal. O periodo apés 0 nascimento. As explicagdes dos termos ¢ perfodos do desenvolvimento freqiientemente usados sio apresentadas a seguir, Primeira infincia é 0 termo referente ao primeiro pe- riodo da vida extra-uterina; basicamente, 0 primeira ano ‘apés 0 nascimento. Uma crianga com idade de 1 més ou menos é chamada de recém-nascido ow neonato. A transicio da vida intra-uterina para extra-uterina requer mudangas ccruciais, especialmente nos sistemas cardiovascular e res- piratério. Se criancas recém-nascidas sobrevivem as pri- meiras horas cruciais apés 0 nascimento, suas chances de sobreviver freqiientemente sio boas. O corpo como um todo cresce rapidamente durante este periodo; 0 compri- ‘mento total aumenta cerca da metade e 0 peso triplica. Em torno de 1 ano de idade, a maioria das criancas possi Ge seis a oito dentes. Infancia € o periodo que se inicia por volta dos 13 me ses ¢ vai até a puberdade. Os dentes primérios (decides) continuam a aparecer e mais tarde so substituidos pelos secundérios (permanentes). No inicio da infincia, ocorr= uma ossificagio (formagio de osso) ativa, mas, 3 medida que a crianga adquire mais idade, a taxa de crescimento corporal diminui, Entretanto, imediatamente antes da pe beriade, o crescimento se acelera — pico de crescimento pre puberal. Puberdade freqiientemente compreende o periode entre os 12 e 15 anos de idade nas meninas € os 13 € 16 anos nos meninos, durante 0 qual se desenvolvem as ca ‘racteristitas sexuais secundérias ea capacidade de reproda~ io sexual é atingida. Os estagios do desenvolvimento da puberdade seguem um padrio individual e sio definidos pelo desenvolvimento das caracteristicas sexuais primé~ rias e secundérias (p. ex., surgimento de pélos pubianos € mamas nas meninas e erescimento da genitélia exter na nos meninos). Nas meninas, a puberdade termina com 0 primeiro perfodo menstrual ou menarca, inician- do 0s ciclos ou perfodos menstruais. Nos meninos, a pu berdade termina quando espermatozdides maduros produzidos. ‘A adolescéncia é 0 periodo compreendido entre 11 © 19 anos de idade, caracterizado pela répida mavuragio & sica e sexual. Esse periodo se estende dos primeiros sinais de maturidade sexual — puberdade — até 0 alcance da maturidade fisica, mental e emocional. A capacidade de re= produsio é alcancada durante a adolescencia. A taxa de cres- ‘cimento geral desacelera quando esse periodo terming, mas o crescimento de algumas estruturas se acentua (B- ex., mamas femininas e genitélia masculina). Idade adulta (L. adults, crescido), realizacio do eres ‘cimento completo e da maturidade, é alcancada geral- mente entre as idades de 18 e 21 anos. A ossificacio © @ crescimento sio completados praticamente durante e= primeiros anos de vida adulta (21 a 25 anos). Apés esse | idade, as mudangas no desenvolvimento ocorrem muito vagarosamente. SIGNIFICADO DA EMBRIOLOGIA Literalmente, embriologia significa o estudo de entretanto, 0 termo refere-se, geralmente, 20 mento pré-natal de embrides e fetos. ‘A anatomia do desenvolvimento é 0 campo: embriologia relacionado as mudangas sofridas por las, tecidos, érgios e pelo corpo como um todo a ‘uma eélula germinativa de cada genitor, © que ‘um adulto, O desenvolvimento pré-natal € mais ‘que 0 pés-natal e resulta em mudancas mais amples ‘Teratologia (Gr. teratos, monstro) € = dis embriologia e da patologia que trata do anormal (defeitos do nascimento). Esse namo @ logia estd relacionado a varios fatores Seneca bientais que prejudicam o deseavolrimesss produzindo os defeitos de — ae Décima Primeira Semana Ww 120 «16 20 24 28 32 36 38 ATermo Foun 1.2.0 perodoenbvionéi termine o final da altava semane; esse ova, ese PeSe SS pvimotios de todos as estrus essenciis. © period fotal que se ston 2 ne Fo eS reectment,e crecterzdo plo crescimento e deserovimerto das ST, Nes ste tingivel na 12 semana, Os fets so vavls 22 semanas ems 6 seman oe oe canoes de sckyevnecie no So boas et via semanas mais ce 50 sexo 6 clare mo, doi 8a sernona,epresentam cera de metade do tenn a Para nals informagdes, ver 0 Capitulo 6. a ouewiny oueWN}AyoAUuaseg oF CBdNPONU me 8 m Embriologia Clinica Embriologia ‘+ Integra o desenvolvimento pré-natal com a obstetticia, a ‘medicina perinatal, a pediatria e a anatomia clinica, + Desenvoive o conhecimento relatvo ao inicio da vida humana e {as mudangas que ocorem durante o desenvovimento prémnatal. * Ede valor prético, ajudando o entendimento das causas de alteragdes na estrutura humana. *+ Esclarece a anatomia © explica como se desenvolvem as re- lagdes normais e anormais. O conhecimento que os médicos tém do desenvolvi- mento normal ¢ das causas de anomalias é importante para dar ao embriio e ao feto as maiores chances possiveis de se desenvolverem normalmente. Muitas das modernas priticas da obstetricia envolvem a embriologia aplicada. Os t6picos embriolégicos de interesse especial para os obstetras so a ovulacio, o transporte do ovécito e do espermatozéide, a fecundacao, a implantagio, as rela- ges maternofetais, a circulacio fetal, os periodos eriticos do desenvolvimento e as causas das anomalias congénitas. Além de cuidar da mae, os obstetras cuidam da satide do embriao ¢ do feto. O significado da embriologia € pronta- mente percebido pelos pediatras porque alguns de seus pacientes apresentam anomalias resultantes do mau de- senvolvimento, por exemplo, a hérnia diafragmatica, a es- pinha bifida ¢ as doencas congénitas do coracio. As anomalias do desenvolvimento causam a maioria das mor- tes durante o primeiro ano de vida. O conhecimento do de- senvolvimento da estrutura e da fungio € essencial para 0 entendimento das mudangas fisioldgicas que ocorrem du- rante 0 periodo neonatal € para auxiliar fetos e bebés em sofrimento. Os progressos na cirurgia, especialmente nos grupos de idade pedidtrica, perinatal e fetal, tornaram 0 conhecimento do desenvolvimento humano ainda mais significativo do ponto de vista clinico. O tratamento cirtir- ‘ico do feto é agora possvel. A compreensio ¢ a correcio da maioria das anomalias congénitas dependem, sobretudo, do conhecimento do desenvolvimento normal e dos des- vios que podem ocorrer. A compreensio das anomalias congénitas mais freqiientes ¢ de suas causas também ca pacita médicos, dentistas e outros profissionais de satide a explicar as bases do desenvolvimento das anormalidades, afastando, freqtientemente, o sentimento de culpa dos pais. Os médicos ¢ outros profissionais da satide que estejam atentos js anomalias comuns ¢ as suas bases embrio- ogicas abordam situagdes extraordindrias com mais con- fianga do que surpresa. Por exemplo, quando se sabe que a artéria renal representa apenas um dos virios vasos que originalmente suprem o rim durante 0 seu desenvolvi- mento, as freqiientes variagdes em mimero e disposigao dos vasos renais sio compreensfveis, e nao inesperadas. UM POUCO DE HISTORIA “Se vi mais longe, foi porque me apoiei em ombros de gigantes.” — Sir Isaac Newton, ‘matemético inglés, 1643-1727 Esta afirmagio, feita hi mais de 300 anos, enfatiza que cada novo estudo de um problema reside na base do co nhecimento estabelecida por pesquisadores anteriores. AS teorias de todas as épocas fornecem explicagdes baseadas no conhecimento ¢ na experiéncia dos investigadores do periodo. Embora nio devamos consideré-las definitivas, devemos aprecid-las em vez de despreza-las. As pessoas sempre se interessaram em saber como foram originadas, como se desenvolveram, como nasceram e por que alguns individuos se desenvolvem anormalmente. Os povos an- tigos, cheios de curiosidade, chegaram 2 muitas respostas para essas perguntas. Visdes Antigas da Embriologia Humana Os egipcios do Reino Antigo, cerca de 3000 a.C., conhe- ciam métodos para incubar ovos de péssaros, mas eles no deixaram registros. Akbnaton (Amensfis IV) glorificava 0 tei-sol, Aton, como o criador do germe na mulher e da se~ ‘mente no homem, ¢ doador da vida para o filho no corpo de sua mae. Os antigos egipcios acreditavam que a alma entrava na crianga a0 nascimento, através da placenta. Acredita-se que um breve iratado Sanscrito sobre antiga embriologia indiana tenha sido escrito em 1416 a.C. Esse texto dos Hindus, denominado Garbha Upanishad, des- cereve idéias antigas relacionadas a0 embriio. Ele afirma: Da conjugacéo de sangue ¢ sémen 0 embriio comeca sua existéncia, Durante o periodo favoravel para a coneepcio, ap6s o intercurso sexual, torna-se um Kalada (embrizo de um dia). Apés sete noites, ele se torna uma vesicula. Ap6s uma quinzena, ele se torna uma massa esférica. Apds 1 més, ele se transforma em uma massa firme, Depois de 2 meses, a cabega é formada, Apés 3 meses, surgem as regides dos membros. Os sabios gregos fizeram importantes contribuigées para a ciéncia da embriologia. Os primeiros estudos embriol6gicos registrados estio nos livros de Hipécrates de Cos, 0 famoso médico grego (cerca de 460-377 a.C.) conhecido como o Pai da Medicina. A fim de se compre- ender como o embrido humano se desenvolve, ele reco- mendou: Pegue vinte ou mais ovos e os ponha para chocar por dduas ou trés galinhas. A cada dia, a partir do segundo dia de incubagao, retire um ovo, quebre-o € 0 examine. Vocé descobrira exatamente 0 que eu digo, a natureza da ave pode ser comparada a do homem. Aristételes de Estagira (cerca de 384-322 a.C), filé~ sofo ¢ cientista grego, escreveu um tratado de embrio~ logia no qual descreveu o desenvolvimento do pinto e de outros embrides. Aristételes € reconhecido como 0 Fum- dador da Embriologia, apesar de ter difundido a idéia de que 0 embrido se desenvolve a partir de uma massa amorfa, descrita por ele como uma “semente pouco mis- turada com uma alma nutritiva ¢ todas as partes corpo reas”. Esse embrido, acreditava ele, surgia do sangue menstrual apés ativac3o pelo sémen masculino. Claudius Galeno (cerca de 130-201 a.C.), médico grego e cientista em Roma, escreveu um livro intitulado Sobre a Formagio do Feto, no qual descreven 0 desenvolvi- mento € a nutrigio dos fetos e as estruturas que hoje co- nhecemos como alant6ide, amnio ¢ placenta. O Talmude contém referéncias 2 respeito da forma- io do embrido. O médico judeu Samuel-el-Yebudi, que viveu durante o segundo século d.C., descreven seis esti- gios na formacio do embrido a partir de uma “coisa amorfa, enroscada”, até uma “crianes eujos meses foram: completados”. Os sibios do Talmude acreditaram que os ‘ossos € tendées, as unhas, a medula ¢ © branco do olho eram derivados do pai, “o qual semeia o branco™, mas 2 pele, a carne, o sangue € 0 cabelo eram derivados da mic, “a qual semeia o vermelho”. Essas verses estavam de acordo com os ensinamentos de Aristételes ¢ Galeno (Needham, 1959). A Embriologia na Idade Média desenvolvimento da cigncia foi lento durante o perio- do medieval; poucos pontos altos da investigagio embrio- logica realizada durante aquela época sto conhecidos. Esti citado no Corio, o Livro Sagrado dos mugulmanos (6écalo VII d.C.), que 0s seres humanos sio produzidos a partir de uma mistura de secregdes do homem e da mu- Iher. Sao feitas varias referéncias 4 criagao do ser huma- no a partir de uma nutfa (pequena gota). Ble também afirma que 0 organismo resultante se fixa no titero como, ‘uma semente, 6 dias apds 0 inicio de seu desenvolvim to, E feita também uma referéncia 2 aparéncia do embrifo inicial, semelhante a uma sanguessuga. Posteriormente, 0 embriao se assemelharia a uma “substincia mastigada”. Constantinus Africanus de Salerno (cerca de 1020- 1087 d.C,) escreveu um tratado conciso intitulado De Hu- mana Natura, Ele deu ao Ocidente muitos ensinamentos clissicos em latim através de suas traducdes de investiga~ dores gregos, romanos e arabes. Africanus descreveu a composigio e'a seqiiéncia do desenvolvimento do embrito em relagdo aos planetas ¢ a cada més durante a gestacio, tum conceito desconhecido na Antiguidade. Os investiga- dores medievais se desviaram muito da teoria de Aris- toteles, que postulava ser o embrio derivado de sangue menstrual e sémen. Por causa da escassez. de conhecimen- 10, 08 desenhos de fetos no titero exibem sempre uma cri- anca pré-formada, totalmente desenvolvida, brincando no iitero Fig. 1-3). ‘A Renascenga Leonardo da Vinei (1452-1519) fez desenhos precisos de disseegdes de ritero grivido contendo um feto (Fi 1-4). Ele introduziu parametros quantitativos na embi logia através da realizagio de medidas do crescimento pré-natal. “Tem-se afirmado que a revolugio embriolégica come cou com a publicacao do livro de William Harvey, De Generation Animalium, em 1651. Harvey acreditava que a semente masculina ou esperma, apés a entrada no tite- Introducao ao Desenvolvimento Humano = 9 Fioura 1-3. tustragées de Jacob Ruetf no De Concepty et Generatione Hominis (1554), mostrando 0 feto se desenvolvenso no Atero 8 partir de um coagulo de sangue e sémen. Essa teora baseaver se nos ensinamantos de Aristoteles e sobreviveu até o final do século XVIIL (Segundo Needham J: A History of Embriology. Cambridge, University Press, 1834; com permissao de Cambridge University Press, Inglaterre,) Ficuna 4-4. Reprodugéo de desenno de Leonardo de Vine! feito no ‘século XV, mostrando um feto em Gtero aberto. 10 = Embriologia Clinica ro, softia metamorfose, transformando-se em uma subs- ‘ancia semelhante a um ovo, a partir da qual o embrizo se desenvolvia. Harvey (1578-1657) foi grandemente in- fluenciado por um de seus professores na Universidade de Padua, Fabricius de Aquapendente, um anatomista e embriologista italiano que foi o primeiro a estudar em- brides de diferentes espécies de animais. Harvey examinou embrides de pinto com lentes simples e fez varias obser- vacdes. Ele também estudou 0 desenvolvimento do gamo; entretanto, como no conseguiu observar os estigios ini- ciais do desenvolvimento, concluiu que os embrides eram secretados pelo titero. Girolamo Fabricius (1537-1619) escreveu dois grandes tratados embriolégicos, um deles intitulado De Formato Foetu (O Feto Formado), que con- tinha muitas ilustragdes de embrides ¢ fetos em diferen- tes estaigios de desenvolvimento. Os primeiros microseépios eram simples, mas abriram um novo ¢ excitante campo de observacio. Em. 1672, Regnier de Graaf observou pequenas cimaras em titeros de coelha concluiu que elas nio podiam ter sido secretadas pelo ‘itero, mas que deviam ter vindo de drgios que ele chamou de ovdrias. Indubitavelmente, as pequenas cimaras que Graaf descreveu eram os blastocistos (Fig. 1-1). Ele tam- bém descreveu os foliculos ovarianos vesiculares, ainda chamados de folfculos de Graaf. Marcello Malpighi, em 1675, estudando o que ele acre- ditava serem ovos nio-fecundados de galinha, observou os embrides em estigio inicial. Como resultado, ele pensou que 0 ovo contivesse um pinto em miniatura. Em 1677, Johan Ham van Arnheim, um jovem estudante de me~ dicina em Leiden, e seu conterraneo, Anton van Leeu- wenhoek, usando um microse6pio improvisado (Fig. 1-5), Fioura 4-5. A, Fotografia de um microsc6alo de Leeuwenhoek, 1673. B, Desenho de vista lateral iustrando o uso deste microscpio Brimitiv. O abjeto ere mantido a frente da lente em um ponto oo bbastdo curto e um dispositive de rosca era usado para qustar 9 objeto 0b a lente. observaram, pela primeira vez, o espermatozdide huma- no. No entanto, eles se equivocaram quanto ao papel do espermatozdide na fecundacio. Pensaram que 0 esper- ‘matozéide contivesse uma miniatura do ser humano pré- formado e que este cresceria quando fosse depositado no trato genital feminino (Fig. 1-6). ‘Caspar Friedrich Wolf, em 1759, contestou ambas as versdes da reoria da pré-formacio apés observat partes do embrito se desenvolvendo a partir de “glébulos” (peque- nos corpos esféricos). Ele examinou ovos nio-incubados, mas nio péde ver os embrides descritos por Malpighi. Wolff propés 0 conceito das camadas, pelo qual a divisio do que chamamos de zigoto produz. camadas de células (ago- ra denominadas disco embrionario), a partir das quais 0 embrido se desenvolve. Suas idéias formaram a base da teoria da epigénese, a qual afirma que o desenvolvimento resulta do crescimento e diferenciacio de células espe- cializadas, Essas importantes descobertas foram descritas na tese de doutorado de Wolff, Theoria Generationis. Ble também observou massas de tecido que contribuem par- cialmente para o desenvolvimento dos sistemas urinario € genital — os corpos de Wolff e os ductos de Wolff — agora conhecidos como mesonéfron e ductos meso- néfricos, respectivamente (Capitulo 12). As controvérsias da pré-formagio terminaram em 1775, quando Lazaro Spallanzani demonstrou que tan- to 0 6vulo quanto o espermatozdide eram necessérios ao desenvolvimento de um novo individuo. A partir de seus expetimentos, incluindo a inseminagio artificial em cies, ele concluiu que o espermatozdide era o agente fertilizante que iniciava 0 processo de desenvolvimento. Figura 1-6, Copia de um desenho de Hartsoeker, século XVI, ‘mostrando um espermatozbide. Acreitava-se que 0 sex humano em ‘miniatura no seu Interior aumentava apds & entrada do espermatozside no éwuo, Nessa époce, outros embriologistas screditavam que 0 ‘v6eito contivesse um ser humano em miniatura que aumentava ‘quando 0 ovécito era estimulado pelo espermatozbide Heinrich Christian Pander descobriu as trés camadas sgerminativas do embrido, que ele denominou blastoderma. Ele descreven esta descoberta em 1817 em sua tese de doutorado. ‘Etienne Saint Hilaire ¢ seu filho Isidore Saine Hi- laire, em 1818, fizeram os primeiros estudos sigmificati- vos do desenvolvimento anormal. Eles realizaram experiéncias em animais planejados para produzir noms lias de desenvolvimento, iniciando o que agora conbese- ‘mos como teratologia. ‘Karl Ernst Von Baer, em 1827, descreven © ovscito no foliculo ovariano de uma cadela, cerea de 150 anos de- pois da descoberta do espermaroadide. Ele observos tam bém zigotos em divisio ma tuba tterina ¢ blastocistos no iitero. Também contribuim com novos conbecimentos so- © Pai da Embriologia Moderna. “Mattias Schleiden ¢ Theodor Schwann foram os veils por grandes avancos na embriologia quan- Go, em 1839, formularam a teoria celular, que afirmava jque o corpo & composto de eélulas e produtos celulares. ‘A teoria celular logo levou a0 entendimento de que 0 fembriio é desenvolvido a partir de uma nica eélula, 0 sigoto, que sofre vérias divisGes celulares para formar te- cidos e Srgios. Wilhelm His (1831-1904), um anatomista e embrio- Jogista sufgo, aperfeigoou técnicas para fixagio, corte € coloracio dos tecidos e reconstrugio de embrides. Seu ‘método de reconstrugio grifica formou a base para a atval producao de imagens de embrides tridimensionais, es- rereoscépicas ¢ geradas por computador. ‘Franklin P, Mall (1862-1917), inspirado pelo traba- Iho de His, coletou embrides humanos para estudo cien- tifico. A colegio de Mall é parte da Colegdo Carnegie de embrives, conhecida em todo o mundo. Atualmente ela se fencontra no Museu Nacional de Medicina ¢ Saiide, no Tnstituto de Patologia das Forgas Armadas, em Washing- ton, DC. ‘Wilhelm Roux (1850-1924) foi o pioneiro dos estu- dos experimentais analiticos na fisiologia do desenvolvi- mento de anfibios, posteriormente continuados por Hans ‘Speman (1869-1941). Por sua descoberta do fenémeno | drinduefo priméria — como um tecido determina o des- tino de outro — Spemann recebeu o Prémio Nobel em 1935. Ao longo de décadas, os cientistas tém se esforca- do para isolar substincias que sio transmitidas de um te- ‘ido 2 outro, promovendo @ indugio. Robert G. Edwards e Patrick Steptoe foram 0s pio~ ‘neiros de um dos mais revoluciondrios desenvolvimentos de reprodugio humana — a técnica de fecundagao in vitro. ‘Esces estudos resultaram no nascimento de Louise Brown ‘em 1978, 0 primeiro “bebé de proveta”. Desde entio, em ‘todo o mundo, quase um milhdo de casais antes conside~ inférteis experimentaram o milagre do nascimento 'o auxilio dessa nova tecnologia reprodutiva. Introdugdo a0 Desenvolvimento Humano = 14, GENETICA E DESENVOLVIMENTO HUMANO Em 1859, Charles Darwin (1809-1882), bidlogo e evo- lucionista inglés, publicou seu livro Sobre @ Origem das Expéces, no qual enfatizava 0 caréter hereditério da varia- bilidade entre membros de uma espécie como um impor- tante fator na evoluggo. Gregor Mendel, um monge gustriaco, deseavolves, em 1865, os principios da heredi- . é i ‘médicos ¢ bidlogos minativas maduras exibiam um mimero reduzido de cro- mossomos. Ele também descrevee alguns aspectos da meiose, o processo pelo qual o mimeo de cromossomos é reduzido nessas células. ‘Walter Sutton (1877-1916) © Theodor Boveri (1862- 1915), em 1902, declararam, independentemente, que 0 comportamento dos cromossomes durante a formacso da Célula germinativa e na fecunda¢so concardava com os principios da hereditariedade de Mendel. No mesmo ano, Sir Archibald Garrod (1857-1936) relatou = akaptomtiria (ama doenga genética do metabolisme da fenilalanina- Hirosina) como primeiro exemplo de Iheranca mendeliana em seres humanos. Muitos geneticistas o eonsideram 0 Pai da Genética Médica. Logo se percebeu que © zigoto con- tinha todas as informagdes genéticas mecessarias para direcionar o desenvolvimento de um novo ser humano- Felix von Winiwarter relatou as primeiras observa Bes em cromossomos humanos, em 1912, afirmando Gue havia 47 cromossomos nas célalas do corpo. Theo- philus Shickel Painter conchuiu, em 1923, que 48 era © nimero correto, uma conclusio que foi amplamente geeita até 1956, quando Joe Hin Tjio ¢ Albert Levan elataram ter achado apenas 46 cromossomos nas célu- las embrionatias. "James Watson ¢ Francis Crick decifraram a estrutura molecular do DNA em 1953, e em 2000 o genomia buma- no foi seqiienciado. A natureza bioguimica dos genes dos 46 cromossomos humanos foi decodificada. (Os estudos dos cromossomos logo foram usados de virias maneiras em medicina, por exemplo, nos diagn6s- ticos elinicos, no mapeamento dos cromossomos ¢ no diagnéstico pré-natal. Uma vez que o padrio cromos- smico foi estabelecido, logo tornou-se evidente que al- jgumas pessoas com anomalias congénitas possufam um frimero anormal de cromossomos. Uma nova era na me- dicina genética resultou de uma demonstragio, em 1959, de Jérome Jean Louis Marie Lejeune e colaboradores dle que criangas com mongolismo (sindrome de Down) possuem 47 cromossomos em suas células, em vez dos 46 Rormais, Atualmente, € sabido que as aberragdes cro~ mossOmicas constituem uma importante causa de anoma- lias congénitas e de morte embriondria (Capftulo 20). ‘Em 1941, Sir Norman Gregg reportou um “niime- ro atipico de casos de catarata” e outras anomalias em recém-nascidos cujas mies haviam contraido rubéola 12 m Embriologia Clinica no inicio da gestacio. Pela primeira vez, uma evidéncia concreta havia sido apresentada mostrando que o desen- volvimento do embrido humano podia ser afetado de for- ma adversa por um fator ambiental, Vinte anos depois, Widukind Lenz ¢ William McBride relataram defici éncias raras nos membros e outras anomalias congés i Plano sagital ° 4 Corte mediano Corte transversal Foun 4-7. Desenhos ilustrando os termos descritives de posigao, drepdo e planes do corpo. A, ‘anatémica. B, Vista lateral de embrido de 5 semanas. € e D, Vistas ventrais, tas graves em bebés ou recém-nascidos cujas mies ha- viam ingerido o sedativo talidomida. A tragédia pablica do uso da talidomida alertou o piblico ¢ os profissionais de satide sobre os riscos potenciais de drogas, produtos quimicos ¢ outros fatores ambientais durante a gestacio (Capitulo 20). Dorsal Caudal Corte frontal (coronal) Vista lateral de um scusto em posieso de embrides de 6 semanas. E, Vista lateral de emoriao de 7 semanes. Na desoriedo do desenvolvimento, trna-se necessério o uso de palavras que indlquem a posieSo de uma parte om selaese @ gure, ou ao Corpe como um todo. Por exemplo, acoluna vertebral se desenvolve na parte parte ventral do embrigo. ‘orsal do embrio e 0 esterno se desemalve wentrimente 2 cia he BIOLOGIA MOLECULAR DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Os ripidos avangos no campo da biologia molecular levaramn a aplicacio de técnicas sofisticadas (p. ex., a tecnologia do DNA recombinante, 05 modelos de quimeras, os camundon- gos transgénicos ¢ a manipulacio de células-tronco). Bssas técnicas sio largamente utilizadas em laborat6rios de pesquisa para estudar problemas diversos, como 2 regulagio genética da morfogénese, a expressfo regional ¢ temporal de genes especificos € Como as cétulas esto empenhadas para formar as varias partes do embciSo. Pela primeira vez, estamos comecando 2 entender como, quan- do e onde genes selecionados S30 ativadlos e expressos no embrigo durante 0 desenvolvimento normal ¢ anormal (Capitulo 21). (© primeiro mamifero, 2 ovelha Dolly, foi clonado em 1997 por Ian Wilmut e seus colaboradores através do uso da técnica de transferéneia nuclear de célula somstica. Desde entio, outros animais tém sido clonados com su- cesso a partir de culturas de células adultas diferenciadas. O interesse na clonagem bumana tem gerado debates con- sideraveis por causas das implicagdes sociais, éticas ¢ le- gais. Além disso, hé uma preocupagio de que a clonagem possa fazer com que criangas nasgam com anomalias © doengas graves. As células-tronco embriondrias bumanas sao pluripotentes € capazes de se auto-renovarem e de se desenvolverem em diversos tipos celulares. O isolamento e cultivo de célu- las-tronco embrionérias humanas possuem um grande potencial para o tratamento de doencas degenerativas, ialignas e genéticas (ver Lerou e colaboradores, 2005). TERMOS DESCRITIVOS EM EMBRIOLOGIA Em portugués, as formas equivalentes-padrio em latim sio usadas em alguns casos, por exemplo, esperma (espermatoz6ide). Os epdnimos freqiientemente usados em clinica aparecem em parénteses, tais como tuba uterina (tuba de Falépio). Em anatomia e embriologia, so usa- dos virios termos relacionados 8 posigio ¢ 3 direcio, € se faz referéncia a virios planos do corpo. Todas as descri- aes do adulto so baseadas na suposicio de que © corpo esteja ereto, com os membros superiores ao lado do cor- po e as palmas direcionadas para frente (Fig. 1-7). Essa € a posigio anatimica. Os termos anterior ou ventral ¢ pos terior ou dorsal sio usados, respectivamente, para des- crever as partes dianteira e traseira do corpo ou dos membros ¢ as relagdes entre estruturas internas. Os ter~ sos dorsal e ventral sio usados quando se deserevem em- brioes (Fig.1-7B). Os termos superior e inferior sio ‘usados para indicar os niveis relativos de diferentes estru- turas (Fig. 1-7). Para embrides, os termos cranial e cau di sio usados, respectivamente, para indicar as posigdes ‘em relacio A cabega e 3 extremidade caudal (Fig. 1-78). As distancias do local de insercio de uma estrutura sio sgnadas como proximal e distal. Por exemplo, no mem- “aferior, o joelho € proximal a0 tornozelo € 0 torno- € distal ao joelho. i Introdugao ao Desenvolvimento Humano m 13 plano mediano é um plano de corte vertical imagind- rio que passa longitudinalmente pelo corpo. Os cortes medianos dividem 0 corpo em metades direita e esquer- da Fig. 1-70). Os termos lateral e medial referem-se a ¢s- truturas que esto, respectivamente, mais afastadas ou mais préximas 20 plano mediano do corpo. Um plano sagital € qualquer plano vertical que passa pelo corpo € que € paralelo 20 plano mediano (Fig. 1-70). Um plano sranszerso (axial) refere-se a qualquer plano que esteja em 4ngulo reto tanto com o plano mediano quanto com 0 pla- no coronal (Fig. 1-7D). Um plano frontal (coronal) é qual- ‘quer plano vertical que intercepta 0 plano mediano em um Angulo reto (Fig. 1-7) ¢ divide o corpo em partes ante- rior ou ventral e posterior ou dorsal. QUESTOES DE ORIENTAGAO CLINICA 1, Como é chamado 0 embrido humano no inicio do seu desenvolvimento? 2. Qual a diferenga entre os termos aborto e con- cepto? 3. Que seqiiéncias de eventos ocorrem na puberdade? Elas so as mesmas no sexo masculino e no sexo feminino? Quais sio as idades da puberdade presu- mivel nos dois sexos? 4. Qual a diferenga entre os termos embriologia € teratologia? [As respostas a essas questdes encontram-se no final do livro. 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