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DIREITO ADMINISTRATIVO

PONTO 1: Princípios administrativos


DIREITO
- Princípios explícitos:
ADMINISTRATIVO
- Princípio da Eficiência – continuação.

1) PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS:

► Princípios explícitos:

- Princípio da Eficiência – continuação:

A CF para realizar o princípio da eficiência foi bastante modificada, o que pode ser
exemplificado nos seguintes artigos: 37, §8º1; 39, caput2, §2º3, §3º4, §7º5; 416; 1697; e 338 na
E.C.19/98 e art. 279 na E.C 19/98.

1 Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

2 Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único
e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

3 Art. 39, § 2º- A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
4Art. 39, § 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,
XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a
natureza do cargo o exigir.

5 Art. 39, § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de
programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço
público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

6 Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público.

7 Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder
os limites estabelecidos em lei complementar.
8 Art. 33. Consideram-se servidores não estáveis, para os fins do art. 169, § 3º, II, da Constituição Federal aqueles admitidos na
administração direta, autárquica e fundacional sem concurso público de provas ou de provas e títulos após o dia 5 de outubro de 1983.

9 Art. 27. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação desta Emenda, elaborará lei de defesa do usuário de
serviços públicos.
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- Art. 39, caput da CF:


Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e
das fundações públicas.

O texto de 1988 exigia na administração direta autarquias e fundações o regime jurídico


único para os servidores públicos.

A partir da emenda 19/98 desaparece do art. 39, caput, a expressão regime jurídico
único, ou seja, passa-se a admitir na administração direta, autarquias e fundações a presença de
estatutários (cargos) e celetistas (empregados públicos).

Para completar a Emenda Constitucional 32/01 indicou no art. 84, VI10, CF, que o
Presidente da República por decreto poderia extinguir cargos públicos quando vagos.

Contudo, a ADI 2135, desde 2007, determinou o retorno do texto original de 1988 até
o julgamento definitivo da ação. Logo, no presente momento exige-se regime jurídico único na
administração direta, autarquias e fundações.

Obs: art 198 CF – refere a questão dos agentes comunitários da saúde. Nesse artigo há
uma confusão, nos §5º e §6º11 não resta claro se os agentes são celetistas ou estatutários.
Dependendo do recurso federal determinará a escolha do regime jurídico, o que causa um
problema aos Municípios após 3 anos de efetivo exercício (estatutário).

10 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

11 Art. 198, § 5º - Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de
Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos
termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do
referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento

Art, 198, § 6º- Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que
exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de
descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício.
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- Art. 39, §2º c/c §7º, CF:

Art. 39, § 2º- A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a
promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

Art. 39, § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação,
para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio
de produtividade.

Em nome do princípio da eficiência obriga-se a União, os Estados e o Distrito Federal


a criação de ESCOLAS DE GOVERNO, ou seja, cursos de qualificação para os servidores.

Porém, diante da existência de recursos todos os entes da federação (inclui


Municípios), tem o compromisso de qualificar os servidores e por Lei criar adicionais ou
prêmios por produtividade (Art. 39, §7º).

- Art. 39, §3º, CF:


Art. 39, § 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX,
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

A CF no art. 39, §3º, não garante para o servidor estatutário o direito de receber fundo
de garantia. Mas, tem garantia de receber o 13º salário e hora extra.

Porém, não tem o direito de receber o adicional de insalubridade, periculosidade e


penosidade. Já, a Lei 8112/90, art. 6112 e 6813, garante ao servidor federal esse adicionais. Logo,

12 Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições,
gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;
II - gratificação natalina;
III - adicional por tempo de serviço; (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
VI - adicional noturno;
VII - adicional de férias;
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
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o estatutário federal pode ter o direito ao adicional de periculosidade, insalubridade e
penosidade, ainda tem problema na regulamentação.

- Art. 41 e art. 169, CF:


Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

A E.C 19/98 tornou mais difícil alcançar a estabilidade, pois agora exige, no art 41, três
anos de efetivo serviço e avaliação.

A ampliação do tempo para alcançar a estabilidade produziu uma dúvida com relação
ao tempo do estágio probatório.

O STF, na STA 310, relator ministro Gilmar Ferreira Mendes, entenderam que estágio
probatório e estabilidade estão ligados uma a outra. Portanto, a exigência é de 36 meses para
ambas.

No âmbito federal, são requisitos do estágio probatório a assiduidade, disciplina, a


capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade (Lei 8112/90, art. 2014). No âmbito
estadual (Lei 10.098/94, art. 2815), exclui-se o item capacidade de iniciativa e incluindo
eficiência.

13 Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas,
radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.
14 Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por

período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo,
observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19)
I - assiduidade;
II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa;
IV - produtividade;
V- responsabilidade.

15 DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
Art. 28 - Estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado
em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não
de sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos: (Vide art. 6º da
Emenda Constitucional Federal nº 19/98)
I - disciplina;
II - eficiência;
III - responsabilidade;
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No art. 41 e no art. 169, CF, estão discriminadas as hipóteses que poderão implicar na
perda da estabilidade e algumas surgem com a Emenda 19/98:

1) decisão judicial civil ou criminal transitada em julgada (art. 9216, CP);

2) processo administrativo disciplinar (PAD), no âmbito federal se divide em ordinário (art.


15117, Lei 8112/90) e sumário (art. 13318 e 14019, Lei 8112/90);

Obs: A absolvição criminal em razão da inexistência do fato ou negativa de autoria anula o


efeito do PAD e reintegra o servidor (Lei 8112/90, art. 12720). Não é o caso da absolvição por
falta de provas, pois se condenado no PAD e demitido, não é readmitido.

IV - produtividade;
V - assiduidade.
16 Art. 92 - São também efeitos da condenação:

I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:


a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou
violação de dever para com a Administração Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos
contra filho, tutelado ou curatelado;
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.

17 Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:


I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
III - julgamento.
18 Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o
art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias,
contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata,
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente
indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração;
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
III – julgamento
19 Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se
refere o art. 133, observando-se especialmente que:
I - a indicação da materialidade dar-se-á:
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta
dias;
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a
sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze meses;
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em
que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a
intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamento.

20Art. 127. São penalidades disciplinares:


I - advertência;
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3) A avaliação de desempenho do servidor estável com direito a ampla defesa e nos termos de
uma Lei Complementar (decorre art. 41, CF).

4) O corte de gasto também pode exonerar o servidor estável (decorre do art. 169, §3º21, CF).
Lista de exonerados:
- primeiro são exonerados - 20% dos cargos e funções de confiança;
- após, os servidores em estágio probatório;
- por último, os servidores estáveis.

Obs1:
Quem posso considerar não estável para o corte de gasto do art. 169, CF?
Fundamento da resposta: art. 169, CF; ADCT, art. 1922; E.C.19/98, art. 3323.
A CF/88 atribui a estabilidade extraordinária (ADCT) aqueles que entraram no serviço
público até 05/10/83.
Após essa data até o ano de 1988 a CF foi omissa, havendo diferentes interpretações.
A condição hoje desses funcionários foi regulada pela E.C. 19/98 como não estáveis para o
corte de gastos do art. 169, CF, para as demais condições são considerados estáveis.

Obs2: Lei 9962/00 – empregados públicos no âmbito federal, das pessoas jurídicas de direito
público.
TST, OJ-390. TST OJ-247, SDI-I

II - suspensão;
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.
21 Art. 169, § 3º - Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar
referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II - exoneração dos servidores não estáveis.
22 Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta,
autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e
que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.

23Art. 33. Consideram-se servidores não estáveis, para os fins do art. 169, § 3º, II, da Constituição Federal aqueles admitidos na
administração direta, autárquica e fundacional sem concurso público de provas ou de provas e títulos após o dia 5 de outubro de 1983.
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5) Hipótese do art. 198, CF, §5º24 e §6º:


Referem-se aos agentes comunitários de saúde e agentes de endemia.
Art. 198, § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal,
o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às
endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu
exercício.

A CF, neste parágrafo, está abrindo novas possibilidades de perda do cargo, além das
hipóteses da perda de estabilidade do art. 41 da CF, sendo o rol apenas exemplificativo.

24 Art. 198, § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de
Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos
termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do
referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento

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