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madeira, cujo nariz cresce à medida que ele conta uma mentira. Nesse sentido, é possível
notar o poder que o personagem tem de comprovar uma verdade e refutar uma falácia. Fora
da ficção, a documentação histórica tem sido o principal elemento capaz de manter a verdade
e evitar distorções e interpretações equivocadas.
A priori, uma sociedade é influenciada por diversos aspectos que moldam e evidenciam sua
formação, como por exemplo a cultura e o posicionamento geográfico. A posteriori, são
construídas histórias que descrevem cada uma dessas sociedades. Segundo o historiador
francês Jacques Le Goff, a documentação é um dos fundamentos do fato histórico. Nesse
aspecto, evidencia-se a necessidade de registrar e preservar elementos, como livros, pinturas e
esculturas que contam a verdade do cotidiano de um povo ou uma nação.
Ademais, é importante permanecer em constante busca por informações confiáveis que são
imprescindíveis na prevenção de interpretações equivocadas. Sob esse viés cabe citar o livro
“Guia politicamente incorreto da História do Brasil” de Leandro Narloch, cujo conteúdo
abordado faz jus ao título. No capítulo “Afinal, o que é o Brasil”, é contada uma história repleta
de distorções sobre a vida de Euclides da Cunha, um importante autor brasileiro pré-
modernista. Em um de seus trechos, Euclides é descrito como um marido que desamparou sua
mulher durante uma viagem. Contudo, segundo o que mostram evidências de diversos
documentos, o que ocorre é o contrário, pois, por mais que estivesse distante, ele continuava
cuidando de sua esposa.