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O valor referente aos dois títulos totaliza R$ 88.180,00 (oitenta e oito mil, cento e oitenta
reais) representado pelos seguintes cheques: Cheque nº 852138, c.c nº 25466-9, agência
1422 do Banco do Brasil, no valor de R$ 6.180,00 (seis mil, cento e oitenta reais) emitido
por Nelson Oliveira; Cheque nº 568966, c.c nº 3315-9, agência 665 do Banco Santander,
no valor de R$ 82.000,00 (oitenta e dois mil reais), emitido por Teresa Marques Oliveira.
1. Dos Fatos
O autor firmou com os réus Nelson Oliveira e Teresa Marques Oliveira um negócio
jurídico para fins de compra e venda de um imóvel no valor de R$ 524.301,40 (quinhentos
e vinte e quatro mil, trezentos e um reais e quarenta centavos), a ser pago da seguinte
forma:
- Sinal de negócio no valor de R$ 9.960,00 (nove mil, novecentos e sessenta reais);
- 36 (trinta e seis) parcelas mensais e consecutivas no valor unitário de R$ 2.752,25 (dois
mil, setecentos e cinquenta e dois reais e vinte e cinco centavos), vencendo a primeira em
10 de outubro de 2018 e a última no dia 09 de setembro de 2021 [valores estes que
totalizam R$ 99.081,00 (noventa e nove mil e oitenta e um reais)]; todas as parcelas
encontram-se pagas, exceto aquela que se vencerá no próximo dia 09 de setembro. Estes
valores foram pagos mediante boletos bancários.
- 07 (sete) parcelas trimestrais e consecutivas (balões) no valor unitário de R$ 6.180,00
(seis mil, cento e oitenta reais), vencendo a primeira em 10 de fevereiro de 2020 e a
última em 10 de agosto de 2021 [valores que totalizam R$ 43.260,00 (quarenta e três
mil, duzentos e sessenta reais)];
- Parcela única no valor de R$ 82.000,00 (oitenta e dois mil reais) (novo balão), com
vencimento em 10 de setembro de 2021;
- Parcela de financiamento, no valor de R$ 290.000,00 (duzentos e noventa mil reais),
para pagamento na data da entrega das chaves do imóvel, cujo crédito foi negociado
junto ao Banco Bradesco.
O autor da atual peça recursal cumpriu com sua parte do acordo, onde cumpriu com a
clausula 5.1 do contrato celebrado entre as partes, onde a filha dos réus já se encontra
residindo no imóvel, que fora recebida dentro do prazo estabelecido.
Todavia, o pagamento das parcelas não fora efetuado de maneira correta, pois o
pagamento das parcelas de vencimento nas datas de 10/08/2021 e 10/09/2021 foram
efetuados com cheques sem os devidos fundos para quitar as mesmas, assim tendo
quebrado com sua parte no contrato.
2. Dos direitos
Trata-se de uma necessária medida de aplicação da lei, uma vez que fora firmado um
contrato entre as partes. Onde do descumprimento da parte, não resta outra alternativa
senão o imediato pagamento do débito, protegido pelo direito.
Cabe ressaltar que não reconhecer aqui tal direito, resulta no ENREQUICIMENTO SEM
CAUSA, devido ao fato de ter sido demonstrado o enriquecimento indevido do devedor,
vez que fora cumprido a entrega do imóvel para o mesmo pelo credor, devendo ser
ressarcido nos termos do código civil:
Para alguns doutrinadores enriquecimento sem causa pode ser considerado fonte
autônoma das obrigações. Neste sentido é o posicionamento de ORLANDO GOMES,
quando diz:
"Não é a lei que, direta ou indiretamente, faz surgir a obrigação de restituir. Não é a
vontade do enriquecido que a produz. O fato condicionante é o locupletamento injusto.
Evidentemente, o locupletamento dá lugar ao dever de restituir, porque a lei assegura ao
prejudicado o direito de exigir a restituição, sendo, portanto, a causa eficiente da
obrigação do enriquecimento, mas assim é para todas as obrigações que se dizem
legais".
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, REQUER:
1. A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código
de Processo Civil;
2. O deferimento da medida liminar/antecipação de tutela;
3. A citação do Réu para responder, querendo;
4. A inversão do ônus da prova, uma vez que houve quebra contratual,
com a exigência ao Réu que apresente as demais provas sobre os
cheques sem fundo emitidos pelos mesmos e demais alegações acerca
do caso;
5. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a da
emissão de cheque sem fundos;
6. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos
parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC.