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Aluno: Fabio Ramos Lacerda de Oliveira e Felipe Avila Janz

Pontifícia Universidade Católica


6° Período A – Noturno

TDE de Contratos da Sociedade Contemporânea, Execução e Cumprimento


de Sentença

AO JUIZO DA VARA CIVEL


DA COMARCA DE CURITIBA
LM - Empreendimentos Imobiliários Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ sob nº 0000000, email@gmail.com, com sede na Rua Pedro Viriato Parigot de
Souza nº 5000, Ecoville, na Cidade de Curitiba/PR vem respeitosamente, por meio do seu
Advogado, infra assinado, ajuizar

AÇÃO DE COBRANÇA C/C PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

O Autor é LM - Empreendimentos Imobiliários Ltda e objetiva a ação de cobrança


referente as parcelas que além de não terem sido pagas, houve ato ilícito.
Na data de vencimento das parcelas estabelecidas no contrato os réus emitiram cheques
sem fundos, causando graves danos ao Autor.

O valor referente aos dois títulos totaliza R$ 88.180,00 (oitenta e oito mil, cento e oitenta
reais) representado pelos seguintes cheques: Cheque nº 852138, c.c nº 25466-9, agência
1422 do Banco do Brasil, no valor de R$ 6.180,00 (seis mil, cento e oitenta reais) emitido
por Nelson Oliveira; Cheque nº 568966, c.c nº 3315-9, agência 665 do Banco Santander,
no valor de R$ 82.000,00 (oitenta e dois mil reais), emitido por Teresa Marques Oliveira.

1. Dos Fatos

O autor firmou com os réus Nelson Oliveira e Teresa Marques Oliveira um negócio
jurídico para fins de compra e venda de um imóvel no valor de R$ 524.301,40 (quinhentos
e vinte e quatro mil, trezentos e um reais e quarenta centavos), a ser pago da seguinte
forma:
- Sinal de negócio no valor de R$ 9.960,00 (nove mil, novecentos e sessenta reais);
- 36 (trinta e seis) parcelas mensais e consecutivas no valor unitário de R$ 2.752,25 (dois
mil, setecentos e cinquenta e dois reais e vinte e cinco centavos), vencendo a primeira em
10 de outubro de 2018 e a última no dia 09 de setembro de 2021 [valores estes que
totalizam R$ 99.081,00 (noventa e nove mil e oitenta e um reais)]; todas as parcelas
encontram-se pagas, exceto aquela que se vencerá no próximo dia 09 de setembro. Estes
valores foram pagos mediante boletos bancários.
- 07 (sete) parcelas trimestrais e consecutivas (balões) no valor unitário de R$ 6.180,00
(seis mil, cento e oitenta reais), vencendo a primeira em 10 de fevereiro de 2020 e a
última em 10 de agosto de 2021 [valores que totalizam R$ 43.260,00 (quarenta e três
mil, duzentos e sessenta reais)];
- Parcela única no valor de R$ 82.000,00 (oitenta e dois mil reais) (novo balão), com
vencimento em 10 de setembro de 2021;
- Parcela de financiamento, no valor de R$ 290.000,00 (duzentos e noventa mil reais),
para pagamento na data da entrega das chaves do imóvel, cujo crédito foi negociado
junto ao Banco Bradesco.
O autor da atual peça recursal cumpriu com sua parte do acordo, onde cumpriu com a
clausula 5.1 do contrato celebrado entre as partes, onde a filha dos réus já se encontra
residindo no imóvel, que fora recebida dentro do prazo estabelecido.
Todavia, o pagamento das parcelas não fora efetuado de maneira correta, pois o
pagamento das parcelas de vencimento nas datas de 10/08/2021 e 10/09/2021 foram
efetuados com cheques sem os devidos fundos para quitar as mesmas, assim tendo
quebrado com sua parte no contrato.

2. Dos direitos

A legislação brasileira, em especial o código civil, prevê a possibilidade de o credor


buscar a satisfação de seu credito mediante a oposição de ação pertinente.
No caso em questão, houve o ato ilícito no momento em que os réus tentaram realizar o
pagamento das parcelas mediante cheques sem fundos. Assim não cumprindo com as
exigências devidas mediante o contrato de compra e venda dos mesmos, que se
enquadra no código civil de tal jeito:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e


danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

No presente caso, existe a ilicitude inequívoca, no momento em que os réus deixaram de


pagar a quantia de referente aos dois títulos totaliza R$ 88.180,00 (oitenta e oito mil,
cento e oitenta reais), nos termos do Art. 186 do CC, sendo inexigível qualquer outro meio
de prova, conforme precedentes acerca do tema.
(apelação cível N° 70080145311, décima sétima câmara cível, Tribunal
de justiça do RS, Relator: Giovanni Conti, julgado em 21/02/2021).

Trata-se de uma necessária medida de aplicação da lei, uma vez que fora firmado um
contrato entre as partes. Onde do descumprimento da parte, não resta outra alternativa
senão o imediato pagamento do débito, protegido pelo direito.

Cabe ressaltar que não reconhecer aqui tal direito, resulta no ENREQUICIMENTO SEM
CAUSA, devido ao fato de ter sido demonstrado o enriquecimento indevido do devedor,
vez que fora cumprido a entrega do imóvel para o mesmo pelo credor, devendo ser
ressarcido nos termos do código civil:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custas de


outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários.

Para alguns doutrinadores enriquecimento sem causa pode ser considerado fonte
autônoma das obrigações. Neste sentido é o posicionamento de ORLANDO GOMES,
quando diz:
"Não é a lei que, direta ou indiretamente, faz surgir a obrigação de restituir. Não é a
vontade do enriquecido que a produz. O fato condicionante é o locupletamento injusto.
Evidentemente, o locupletamento dá lugar ao dever de restituir, porque a lei assegura ao
prejudicado o direito de exigir a restituição, sendo, portanto, a causa eficiente da
obrigação do enriquecimento, mas assim é para todas as obrigações que se dizem
legais".

DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, REQUER:
1. A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código
de Processo Civil;
2. O deferimento da medida liminar/antecipação de tutela;
3. A citação do Réu para responder, querendo;
4. A inversão do ônus da prova, uma vez que houve quebra contratual,
com a exigência ao Réu que apresente as demais provas sobre os
cheques sem fundo emitidos pelos mesmos e demais alegações acerca
do caso;
5. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a da
emissão de cheque sem fundos;
6. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos
parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC.

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