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V Simpósio

Pernambucano de
Ecologia

resumos
ANA CAROLINA BORGES LINS E SILVA (coordenadora)

resumos

Simpósio Pernambucano
de Ecologia
5º edição

Recife
UFRPE
2021

1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sistema Integrado de Bibliotecas da UFRPE
Biblioteca Central, Recife-PE, Brasil

S612c Simpósio Pernambucano de Ecologia (5 : 2021 : Recife, PE).


Conservação da biodiversidade no mundo pós-2020: resumos [do]
5. Simpósio Pernambucano de Ecologia, 01 a 05 de março de 2021,
Recife, PE / [coordenação]: Ana Carolina B. Lins e Silva; [comissão
organizadora] Alesson Antonio Silva Soares ... [et al.]. - Recife :
EDUFRPE, 2021.
48 p. : il.

E-book: PDF
Acesso: http://www.editora.ufrpe.br/catalogo-download
ISBN: 9786586547238.

1. Ecologia - Congressos 2. Biodiversidade - Conservação I. Lins


e Silva, Ana Carolina B., coord. II. Soares, Alesson Antonio Silva, et al.
III. Título

CDD 574.5
V Simpósio
Pernambucano de
Ecologia

COORDENAÇÃO:
ANA CAROLINA BORGES LINS E SILVA

COMISSÃO ORGANIZADORA:
ALESSON ANTONIO SILVA SOARES
ANDRINE DA SILVA FERNANDES
DANILO DEYWID PEREIRA DANTAS
JOEL FRANCOLINO DA SILVA JUNIOR
JOÃO MATHEUS FERREIRA DE SOUZA
JOSIVAN WASHINGTON M. DOS SANTOS
JÚLIO CÉSAR MARTINS BARBOSA
LIDIANE SOARES DA CONCEIÇÃO
MATEUS HENRIQUE GUIMARÃES MELLO
MIRELLY GONZAGA DOS SANTOS
SOFIA TENÓRIO DE V. NEVES CAVALCANTI
WARLEY WILK ÂNGELO DA SILVA
WILIANE MARINHO FEITOSA

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V Simpósio
Pernambucano de
Ecologia

COMISSÃO AVALIADORA DOS RESUMOS:


DRA. ANA VIRGÍNIA DE LIMA LEITE
DRA. BETÂNIA CRISTINA GUILHERME
DRA. EDNILZA MARANHÃO DOS SANTOS
DR. GILMAR BESERRA DE FARIAS
DR. GUSTAVO RIBEIRO DE OLIVEIRA
DRA. JOZÉLIA MARIA DE SOUSA CORREIA
DRA. JULIANA RAMOS DE ANDRADE
DRA. KARINE MATOS MAGALHÃES
DRA. LADIVÂNIA MEDEIROS DO NASCIMENTO
DRA. MARIA JESUS NOGUEIRA RODAL
DR. MAURO DE MELO JÚNIOR
DRA. MÔNICA LÚCIA BOTTER CARVALHO
DRA. PATRÍCIA BARBOSA LIMA
DRA. PAULA BRAGA GOMES
DRA. RITA PARADEDA MUHLE

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Apresentação

V SIMPECO - CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO MUNDO


PÓS-2020

O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL EM ECOLOGIA DA UFRPE


TEVE O PRAZER DE REALIZAR A 5º EDIÇÃO DO SIMPÓSIO
PERNAMBUCANO DE ECOLOGIA (V SIMPECO). O EVENTO
ACONTECEU ENTRE OS DIAS 1º E 5 DE MARÇO DE 2021,
PROMOVENDO A TROCA DE CONHECIMENTO ENTRE ESTUDANTES E
PROFISSIONAIS DA CIENCIA ECOLÓGICA, ALÉM DE DIVULGAR
PESQUISAS, ATUANDO DESSA FORMA NA FORMAÇÃO
COMPLEMENTAR EM DIVERSOS TEMAS EM ECOLOGIA E
CONSERVAÇÃO.

O LIVRO DE RESUMOS CONTA COM DIVERSAS PESQUISAS


DESENVOLVIDAS NA ÁREA DA ECOLOGIA, SEPARADAS EM TRÊS
EIXOS TEMÁTICOS: ECOLOGIA TERRESTRE (FAUNA E FLORA),
ECOLOGIA MARINHA (FAUNA E FLORA) E ECOLOGIA HUMANA E
EDUCAÇÃO AMBIENTAL.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

SUMÁRIO
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

@DIARIO.AMBIENTAL DIVULGANDO CIÊNCIA EM TEMPOS DE “NOVO


NORMAL”................................................................................................…..…………………….10

A APLICAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE DISTRIBUIÇÃO AO MAPEAMENTO DE


SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS DE MASSA NO MUNICÍPIO DE JAQUEIRA-
PE……………………………………………..................................…...……………….…………11

A ECOLOGIA HUMANA DA JUVENTUDE DO CAMPO: TRANSITORIEDADE ENTRE O


CAMPO E O URBANO………………...............................…………………………….………….12

A ESCOLA INDIGENA X EDUCAÇÃO AMBIENTAL….........…….……………..…………….13

ABORDAGEM SOBRE O ENSINO DA QUÍMICA E QUÍMICA AMBIENTAL NO


CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL INTERDISCIPLINAR POR MEIO
DO MAPEAMENTO BIBLIOGRAFICO…...…………….................................………....……….14

ÁREAS VERDES E SEUS EFEITOS ASSOCIADOS À SAÚDE MENTAL……....................….15

ECOLOGIA HUMANA SOB A ÓTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA RESERVA


ECOLÓGICA AMADEU BOTELHO…………………………..………............………………….16

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS SOB O OLHAR DA


COMUNIDADE………………………………………………....………………............………….17

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, QUALIDADE DE VIDA E SUSTENTABILIDADE O USO DE


ATIVIDADES LÚDICAS NA TEORIA E NA PRÁTICA...…………………...................……….18

INFLUÊNCIA DO USO DE AGROTÓXICOS NA SAÚDE MENTAL DE TRABALHADORES


RURAIS………………………………….……………………................................................…….19

METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS PARA CONSERVAÇÃO DA DIVERSIDADE


GENÉTICA DE VARIEDADES CRIOULAS…………............…….…………………………….20

O RECURSO AUDIOVISUAL COMO INSTRUMENTO FACILITADOR PARA A EDUCAÇÃO


AMBIENTAL……………………………………………..................................…………………...21

PRODUÇÃO CIENTÍFICA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO SUBSÍDIOS PARA O


MANEJO E CONSERVAÇÃO DE ÁREAS COSTEIRAS DO MUNICÍPIO DO IPOJUCA-
PE………………………………………………………...............................……………………….22

SATISFAÇÃO DOS CONSUMIDORES EM UM VAREJO SUSTENTÁVEL ESTUDO DE


CASO NA PERSPECTIVA DA QUALIDADE DE CONSUMO VERDE………..........................23

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

ECOLOGIA MARINHA

CRESCIMENTO RELATIVO E LATERALIDADE DO QUELÍPODO DO CAMARÃO


ESCAVADOR Neocallichirus maryae (DECAPODA, AXIIDEA) NA PRAIA DE MANGUE
SECO, PERNAMBUCO………………………………………................................……………....25

DENSIDADE POPULACIONAL DO GOLFINHO NARIZ DE GARRAFA Tursiops truncatus NA


PLATAFORMA CONTINENTAL NORTE DO BRASIL A PARTIR DA ANÁLISE NÃO
PARAMÉTRICA DE KERNEL………………………….......................................……………….26

ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE Chelonia mydas sp……….................………...……………27

NOVAS OCORRÊNCIAS DE ESPÉCIES EM ANGIOSPERMAS MARINHAS: EXPANSÃO DE


DISTRIBUIÇÃO OU NÃO ESTÁVAMOS PROCURANDO NO LOCAL
CERTO?.……………………………………………………...........................………………….....28

REVISÃO SISTEMÁTICA: COMO O ÓLEO DERRAMADO EM ACIDENTES COSTEIROS


IMPACTA AS COMUNIDADES DE ANGIOSPERMAS MARINHAS?.......................................29

SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DA RARA ANGIOSPERMAS MARINHA Halophila baillonii:


O QUE SABEMOS?..........................................................................................................................30

VULNERABILIDADE DAS ESPÉCIES DE PEIXES DA PRAIA DE PORTO DE GALINHAS


SEGUNDO AS LISTAS DE ESPÉCIES AMEAÇADAS………………....................................….31

ECOLOGIA TERRESTRE

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL COMO PROPOSTA PARA MITIGAR A OCORRÊNCIA DE


SURTOS ZOONÓTICOS EPIDÊMICOS E PANDÊMICOS UMA
REVISÃO…………………………………………............………………………………………...33

AVALIAÇÃO DA ASSEMBLEIA ARBÓREA EM UM CORREDOR RIPÁRIO DE MATA


ATLÂNTICA RESTAURADO HÁ 11 ANOS, NA ZONA DA MATA NORTE DE
PERNAMBUCO…………………………………………...........………………………………….34

BREVE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE PRODUÇÕES ACADÊMICAS SOBRE MORCEGOS


NO TERRITÓRIO PARAENSE ATÉ O ANO DE 2019…….......................................…………...35

ECOLOGIA DA POLINIZAÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL…............……………………....….36

ESTOQUE DE CARBONO ARBÓREO NA FLORESTA ATLÂNTICA BRASILEIRA: UMA


META-ANÁLISE DOS DADOS PRODUZIDOS ENTRE 2010 E 2020……….............................37

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE ARANHAS SOBRE A FREQUÊNCIA DE VISITANTES


FLORAIS………………………………………………….....................................………………...38

MORCEGOS DO SUDESTE DO BRASIL: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA


PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS ÚLTIMOS DEZ ANOS………………………..............……….39

MORFOLOGIA POLÍNICA DE ESPÉCIES DE ALISMATACEAE…………………..................40

O USO DE ISCAS NA AMOSTRAGEM DE MAMÍFEROS EM UMA ÁREA DE SAVANA


AMAZÔNICA, ESTADO DO AMAPÁ, AMAZÔNIA ORIENTAL……...........................……....41

OCORRÊNCIA DE BESOUROS-DE-AMBROSIA EM PLANTIO DE EUCALIPTO NA


CHAPADA DO ARARIPE…………………………….............…………………………………...42

PROPORÇÃO ENTRE DROSOFILÍDEOS (INSECTA, DIPTERA) NATIVOS E EXÓTICOS NO


NORTE DA FLORESTA ATLÂNTICA DO BRASIL…........................................……………….43

VARIAÇÃO ESPACIAL DAS COMUNIDADES DE HELMINTOS ASSOCIADAS AO


LAGARTO TEIIDEO Ameivula ocellifera………………..............………………………………..44

O conteúdo dos textos dos resumos é de inteira responsabilidade dos respectivos autores.

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Módulo 1

Ecologia humana e
educação ambiental
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

@DIARIO.AMBIENTAL: DIVULGANDO CIÊNCIA EM TEMPOS DE


“NOVO NORMAL”
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Joel Francolino da Silva Júniora, Ana Maria da Costa de Souzaa & Karine Matos Magalhãesa

a. Graduandos em Bacharelado em Ciências Biológicas (Bolsista PET) e Engenharia de Pesca (Bolsista BEXT);
Professora do Departamento de Biologia - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: joel.francolino.12@gmail.com

Desde dezembro de 2019 convivemos com a COVID-19, doença causada por um novo vírus, o
SARS- CoV-2. Devido à sua novidade, virulência e rápida propagação, a COVID-19 se espalhou
mundialmente e em março de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou essa
doença como uma pandemia. Diante do elevado número de infecções e mortes em todo mundo,
uma das principais medidas protetivas adotadas foi a suspensão de atividades consideradas não
essenciais e, em alguns casos, a quarentena. De repente nos vimos diante de um “novo normal”,
onde contato físico e atividades presenciais foram reduzidos ao mínimo possível, dando espaço
às atividades remotas. Algumas consequências foram sentidas no meio ambiente, como as
condições atmosféricas urbanas que melhoraram pela menor produção de poluentes, mas, por
outro lado, o crime ambiental de 2019, o derramamento de petróleo no litoral brasileiro caiu no
esquecimento. Diante da impossibilidade de seguir com atividades de ensino, pesquisa e
extensão, que passaram a atuar em atividades remotas on-line, surgiu a necessidade de divulgar e
alertar a população em geral sobre a combinação dos efeitos da COVID-19 no meio ambiente,
surgindo assim o @diario.ambiental. O projeto foi desenvolvido por discentes de diferentes
cursos da UFRPE, biólogos e professores com o apoio da PROEXC para a criação de um perfil
em uma plataforma acessível a todos os públicos (Instagram) acompanhado de um site próprio
para a divulgação de publicações elaboradas a partir de pesquisas em revistas científicas e
reportagens, tudo em uma linguagem descontraída e em três idiomas (Português, Inglês e
Francês). Entre o período de agosto e dezembro de 2020 já haviam sido publicadas um total de
26 postagens autorais, descartando os stories semanais pelo qual a equipe mantinha um contato
maior com o público. No período analisado, as postagens abordaram temas ambientais como o
impacto da COVID-19 nas emissões de carbono, dificuldades e expectativas sobre o impacto do
petróleo nos tempos atuais, além de entrevistas com especialistas convidados. Desta forma,
apesar da pandemia, houve a necessidade se continuar a divulgar o ensino e pesquisa e as
plataformas digitais se mostraram uma excelente alternativa para atingir a sociedade e não deixar
temas importantes serem esquecidos. Com a retomada das atividades a partir de uma vacina ou
diminuição das infecções, nossa equipe pretende adaptar os conteúdos do @diario.ambiental
para continuar trazendo a público conteúdo ligado ao meio ambiente.

Palavras-chave: ensino remoto, meio ambiente, pandemia.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

A APLICAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE DISTRIBUIÇÃO AO


MAPEAMENTO DE SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS DE MASSA NO
MUNICÍPIO DE JAQUEIRA-PE

ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Bárbara Gabrielly Silva Barbosaa*, Thiago Breno de Medeiros Carmoa & Carlos de Oliveira Bispob

a. Graduandos em Licenciatura em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.


b. Professor da SEECT/PB; Doutorando em Geografia – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE,
Brasil.
*E-mail: barbara236@live.com

Os movimentos de massa são processos primariamente naturais associados à dinâmica externa da


terra, podendo ser intensificado pela atividade antrópica. O município de Jaqueira encontra-se na
Zona da Mata Sul Pernambucana e caracteriza-se por mares de morros que antecedem o planalto da
Borborema, além de uma unidade de superfície bem retrabalhada com vales profundos e dissecados.
A morfoescultura de topo plano, vertentes íngremes e vales estreitos, parcialmente justificam os
episódios de inundação e acidentes geomorfológicos sofridos pelo município ao longo dos anos,
sendo o mais recente em 2015. Devido aos históricos recorrentes desastres naturais, foi promulgada
a Lei Federal n° 12.608 que estabeleceu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil a partir da
qual é previsto aos estados e municípios a adoção de medidas e obras mitigatórias para conter os
perigos que geram risco. O monitoramento técnico das áreas suscetíveis aos desastres naturais e a
sensibilização da população às peculiaridades do seu espaço, permitem a melhor gestão do meio e
sobretudo, as cobranças dos moradores ao poder público por ações mitigatórias garantidas por lei. A
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais-CPRM embasados na necessidade de mitigações,
realizou em 2018 o mapeamento de suscetibilidade do município. Assim, visando a espacialização
do mapeamento das áreas suscetíveis a desastres ambientais, o presente trabalho aplica o cálculo de
𝑛º 𝑑𝑒 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒
Frequência de Distribuição, equação FD = 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑑𝑎 á𝑟𝑒𝑎 ∗ 100 proposto por Gao (1993)
ao mapeamento de suscetibilidade realizado pela a CPRM, onde foram obtidos os seguintes
resultados. O território de Jaqueira possui uma extensão de 87,344 km², as áreas de baixa
suscetibilidade somaram 29,45% e as regiões de média suscetibilidade 36,86%. O setor de maior
suscetibilidade ocupa 33,68% do município. Através dos resultados da frequência de distribuição,
percebemos o alto grau de suscetibilidade do município, onde apenas 0,01% da área total do
município não se especializam em área suscetível a movimentos de massa. Na perspectiva técnica,
depreende-se a necessidade do monitoramento das áreas suscetíveis, levando em consideração que
99,99% da área total do município de Jaqueira está inserida em diferentes níveis a suscetibilidade
ambiental, de acordo com o mapeamento realizado pela CPRM. Os resultados contribuem para uma
possível sensibilização da população às limitações ambientais do seu espaço, ajustes no uso da terra
e embasamento material para realização das cobranças ao Estado que deve gerir o território,
garantindo o direito à vida com condições mínimas de sobrevivência.

Palavras-chave: frequência de distribuição, movimento de massa, suscetibilidade.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

A ECOLOGIA HUMANA DA JUVENTUDE DO CAMPO:


TRANSITORIEDADE ENTRE O CAMPO E O URBANO
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Alexandre Junior de Souza Menezesa*, Ricardo José Rocha Amorimb & Adelson Dias de Oliveiraa

a. Doutorando em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial; Professor Adjunto do Departamento de Ciências


Sociais - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro, BA, Brasil.
b. Professor Titular, Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina, Petrolina, PE, Brasil.
*E-mail: alexandrejuniorsm@hotmail.com

O conhecimento adquirido o provoca a repensar suas intervenções no meio ambiente e quais as


consequências destas para a sua vida. Há um declínio da população jovem, o que requer desta
maneira uma formação que garanta a harmonização entre a sociedade e o meio ambiente. É nesse
sentido que a ecologia humana ganha espaço no debate, uma vez que estabelecer este diálogo entre
sociedade e meio ambiente de maneira harmoniosa torna-se aspecto fundante na
contemporaneidade. A escolha do tema para esta pesquisa se dá exatamente pela necessidade de
ampliar o olhar para as discussões que circundam a área ambiental, de maneira particular ao que diz
respeito às práticas ambientais sustentáveis e que considere uma relação harmoniosa entre a
natureza e a sociedade (o ser humano), o interesse por esta temática localiza-se na observância do
envolvimento de jovens que vivem em comunidades do campo, em fase de escolarização, dispondo
da agricultura familiar, inseridos nos movimentos sociais e nas novas perspectivas de geração de
renda em áreas rurais, numa busca da continuidade de sua formação. A pesquisa trata-se de uma
investigação qualitativa, utilizando-se de um estudo de caso; utilizando das narrativas dos jovens,
como instrumento de recolha das informações narrativas desses jovens foi utilizado o diário de
experiência de formação, memoriais, entrevistas narrativas/profundidade e a análise de conteúdo. O
presente resumo é um extrato da pesquisa de mestrado que aborda “formação técnica de jovens do
campo e sua relação com a Ecologia Humana”, tem por tema de interesse a formação de jovens
técnicos em agropecuária e gestão ambiental e sua relação com o contexto do semiárido. Como
objetivo investigar e compreender a relação ambiente, sociedade e sujeito presente no processo
formativo dos jovens estudantes do curso técnico em agropecuária e/ou gestão ambiental que fazem
parte da república do IRPAA (Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada) e sua
vinculação com sua prática pessoal e profissional (uma vez que recebem duas formações, uma
contemplando o agronegócio e outra a agricultura familiar). Após a análise dos resultados, conclui-
se o permanecer ou voltar para campo, não está relacionado ao fracasso ou derrota deste sujeito
jovem, mas pode ser resultado de uma escolha motivada pelo desejo de manter um padrão de vida
possibilitado pelo fato de morar com a família, compartilhando códigos, saberes e valores, mas
ainda ter acesso à apurados bens materiais e simbólicos que, até recentemente, só eram disponíveis
nas cidades.

Palavras-chave: subjetividade humana, ecologia dos saberes, territorialidade, identidade, jovens.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

A ESCOLA INDÍGENA X EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE


DOCUMENTAL DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Nattan Ádler Tavares dos Santos a* & Alexandre Junior de Souza Menezesb

a. Mestrando em Ciências Florestais, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
b. Doutorando em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial, Universidade Federal do Vale do São Francisco,
Juazeiro, BA, Brasil.
* e-mail: nattantavares@gmail.com

Com base na constituição de 1988, as comunidades indígenas têm direito a educação básica,
fundamentada em suas diversidades e características, valorizando a interculturalidade, ideologias e
a multilíngue, balizando o currículo nacional e tais especificidades desses povos. Tais direitos estão
estruturados nas bases legais que regem a educação brasileira e principalmente nas Diretrizes
Curriculares Nacionais - DCN. Entre as temáticas, a Educação Ambiental - EA é uma destas que
deve seguir a sua estrutura curricular e o contexto local e da realidade da comunidade escolar. Este
trabalho tem como objetivo analisar o conteúdo documental com ênfases na EA nos diferentes
contextos presentes no Projeto Político Pedagógico - PPP da Escola Estadual Indígena José Pedro
Pereira localizada na aldeia Massapê (Povo ATIKUM) no II distrito Conceição das Crioulas
pertencente ao município de Salgueiro – PE. A pesquisa tem caráter qualitativo, de abordagem
documental, onde foi utilizada a perspectiva do estudo comparativo, onde as fontes utilizadas foram
os documentos públicos da escola estudada e relacionada aos documentos legais em vigência no
território brasileiro, por fim, a análise seguiu o padrão comparativo e reflexível com base na análise
documental. É visto que o PPP apresenta mudanças significativas que divergem do modelo
conservacionista e que as outras áreas de conhecimento e seus componentes curriculares necessitam
abraçar EA conservando a identidade indígena e as especificidades de cada povo. Também é
observado que a EA está inserida em diversos contextos e nas diversas formas de se trabalhar, o que
nos mostra a importância e a ligação do povo Atikum com o mesmo. No entanto, só é abordada em
poucas disciplinas, o que pode ser bem preocupante devido às escolas indígenas estarem dentro de
ambientes rurais, nos quais se consegue proporcionar um maior contato com a natureza, além de
possuírem um contexto cultural e de sobrevivência que estão ligados diretamente. Conclui-se que o
PPP não segue o modelo conservacionista, é importante que na próxima atualização deste
documento, permita uma atenção maior nos usos dos termos durante o documento, além disso, é
ressaltada a necessidade de revisões feitas por profissionais que possuam um entendimento maior
sobre a elaboração do PPP, corroboram assim, para que haja consciência e acima de tudo um
comportamento ambiental qualificado no espaço em que vivem. Assim, a EA seja abraçada por em
todas as suas áreas de conhecimento e seus componentes curriculares sem perder de vista a
identidade indígena e as especificidades de cada povo, aproveitando que a comunidade já está
inserida neste contexto, assim, contribuindo para aprimoramento e/ou desenvolvimento de algumas
práticas de uso sustentável.

Palavras-chave: pesquisa documental, povos tradicionais, análise comparativa, meio ambiente.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

ABORDAGEM SOBRE O ENSINO DA QUÍMICA E QUÍMICA AMBIENTAL


NO CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
INTERDISCIPLINAR POR MEIO DO MAPEAMENTO BIBLIOGRÁFICO
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Carla Valéria Correia Fontesa* & Alexandre Junior de Souza Menezesa

a. Especialista em Educação Ambiental Interdisciplinar; Doutorando em Agroecologia e Desenvolvimento


Territorial - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro, BA, Brasil.
*e-mail: carla.educadora@hotmail.com

Nas últimas décadas, a temática meio ambiente, tem ganhado foco nos cenários políticos,
econômico, acadêmico e educacional, onde deve-se ser tratado e abordado no contexto escolar de
modo transversal e interdisciplinar, onde todas as disciplinas devem abordar o tema meio ambiente
de diversas maneiras, afim de contribuir para a sensibilização e posteriormente a conscientização
ambiental, objetivando no desenvolvimento pessoal e social das gerações. As ciências da natureza –
química, física e biologia, têm um papel fundamental neste processo, uma vez que contempla em
seus conteúdos, alguns aspectos. Um dos ramos da química é a química ambiental, responsável por
estudar e compreender todos os processos e fenômenos vinculados ao meio ambiente, tais como a
composição do ar, chuva ácida, efeito estufa, mudanças climáticas, entre outros. Este artigo tem o
objetivo verificar a presença ou não de artigos voltados ao ensino da química e educação ambiental,
realizando um mapeamento bibliográfico nos COBEAI realizados. O trajeto metodológico está
fundamentado na pesquisa qualitativa, a abordagem metodológica/epistemológica que também se
converte em ferramenta/técnicas, é o mapeamento bibliográfico (MENEZES; OLIVEIRA;
AMORIM, 2018; MENEZES, AMORIM & OLIVEIRA, 2018), que indicam um balanço nas bases
de dados, evidenciando as pesquisadas até então realizados, além de identificar os que já foram
desenvolvidos. O locus e sujeitos da pesquisa, são os anais do Congresso Brasileiro de Educação
Ambiental – COBEAI, onde trabalhou-se com as quatros primeiras edições. Para tanto, foi feita
uma pesquisa no site do referido Congresso, analisando os artigos, bem como uma revisão
bibliográfica sobre o ensino da química, química ambiental e educação ambiental. Após aplicação
das etapas do método e os critérios de inclusão e exclusão, chegou-se a um resultado de nove
trabalhos, sendo que sete sobre Química Ambiental – 4 (III COBEAI) e 3 (IV COBEAI) e dois
sobre Ensino de Química – 1 (II COBEAI) e 1 (IV COBEAI). Verificou-se a ausência de artigos de
química ambiental e ensino de química, apesar da grande relevância da química no estudo da
educação ambiental, que tem caráter interdisciplinar. Conclui-se que, dar espaço a química, é
oportunizar a criação de práticas de Educação Ambiental em que as atividades pedagógicas
desenvolvidas aliadas ao conhecimento da química, possibilitam aos alunos o desenvolvimento de
conhecimentos e procedimentos práticos para solucionar problemas do dia-a-dia existentes. Além
disto, os eventos de cunho acadêmico voltados para as temáticas ambientais devem potencializar a
discussão interdisciplinar e a inclusão da química.

Palavras-chave: pesquisa bibliográfica, levantamento de dados, evento científico e acadêmico, meio


ambiente.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

ÁREAS VERDES E SEUS EFEITOS ASSOCIADOS À SAÚDE MENTAL

ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Sérgio Batista Ramosa*, Maria Margarida Gonçalves Dinizb & Athaline Gonçalves Dinizc

a. Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE,
Brasil.
b. Residente em Saúde Coletiva com Ênfase em Gestão de Redes de Saúde, Escola de Governo em Saúde Pública
de Pernambuco, Serra Talhada, PE, Brasil.
c. Doutoranda em Biologia de Fungos, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
*E-mail: sergiobaptistaramos@gmail.com

O contexto ambiental no qual o indivíduo está inserido possui grande influência nos níveis de
qualidade de vida. Estudos apontam que, a existência de áreas verdes (parques, jardins, praças,
bosques e ruas arborizadas) proporciona sensações de relaxamento e bem-estar, possibilitando
também a prática de atividades físicas, o que favorece a promoção da saúde mental na população.
Esta pesquisa é um trabalho de revisão bibliográfica, que teve como objetivo avaliar os efeitos de
áreas verdes sobre a saúde mental das pessoas, em trabalhos publicados em revistas científicas
nacionais. O levantamento bibliográfico foi realizado a partir de buscas no banco de dados da
Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS). Durante a busca foram encontrados 16 artigos, porém apenas 7 foram
selecionados. Os critérios para seleção incluíram o período de tempo do material, datados a partir
dos últimos quatro anos, de 2016 a 2020, e publicados nos bancos de dados citados, com o idioma
em língua portuguesa, que retratassem a temática tratada. A partir da leitura dos artigos, foi
identificada uma elevada prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em áreas urbanas no
país. Estes transtornos são caracterizados pela presença de sintomas como ansiedade, depressão e
estresse. Há evidências de que indivíduos com status socioeconômico mais baixo apresentam mais
dependência do entorno e possuem piores condições de saúde de forma geral. Medidas que tragam a
ampliação de áreas verdes nos centros urbanos podem favorecer condições climáticas mais
agradáveis, assim como fazer com que as pessoas passem mais tempo fora de casa e sejam
fisicamente mais ativas, potencializando a sensação de relaxamento, reduzindo o estresse e
melhorando a capacidade de raciocínio e atenção. Áreas verdes em ambientes urbanos são de
extrema importância para a saúde mental das pessoas. Além de proporcionarem diversos benefícios,
os espaços verdes viabilizam a realização de exercícios físicos, assim como momentos de lazer e
recreação. Tais atividades são consideradas “antiestresse” e trazem relaxamento. Ao entrar em
contato com os elementos naturais, as pessoas estão propícias a estabelecer relações sociais que
ajudam a lidar melhor com a ansiedade, estresse e o medo, vivenciando a sensação de
pertencimento a um determinado grupo. A interação com o outro, também gera motivação para
projetos futuros e possibilita o compartilhamento de sentimentos e vivências.

Palavras-chave: áreas verdes, população, saúde mental.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

ECOLOGIA HUMANA SOB A ÓTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


NA RESERVA ECOLÓGICA AMADEU BOTELHO
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Keila Camila da Silvaa* & Jefferson Cesar Padrin Filhob

a. Mestra em Ciências, Universidade de São Paulo, São Carlos, SP, Brasil.


b. Graduado em Engenharia Ambiental, Universidade do Sagrado Coração, Bauru, SP, Brasil.
*keila_ambiental@hotmail.com

Na atualidade tem-se buscado alternativas de conexão entre o ser humano e o meio natural. Nesse
contexto, o desenvolvimento de práticas em unidades de conservação surge como um caminho na
busca dessa aproximação. A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma unidade de
conservação de uso sustentável criada em área privada, gravada em caráter de perpetuidade. Essa
pesquisa é fruto de duas vivências realizadas no ano de 2019 com base no roteiro metodológico de
atividades do Projeto Curumim de educação ambiental da Reserva Ecológica Amadeu Botelho,
localizada no município de Jaú, São Paulo, que prioriza a preservação do meio ambiente e
aproximação da vida natural. Na primeira vivência participaram 30 alunos dos 6º anos e na segunda,
30 alunos dos 8º anos das escolas EMEF Profº Valdomiro Casagrande, EMEFEI Oscar Novakoski e
EMEFEI Profª Laura Rebouças de Abreu do município de Dois Córregos, São Paulo. O objetivo foi
levá-los à reflexão da importância dos espaços protegidos por meio do contato direto com a floresta.
As atividades na reserva foram fundamentadas em uma roda de conversa sobre unidade de
conservação, a ida dos alunos ao Centro de Educação Ambiental Curumim onde os mesmos
participaram de uma palestra ministrada pelo gestor da RPPN, sendo apresentado um breve relato
histórico do local e a exposição de sementes, frutos, rochas, esqueletos e fotos da fauna e flora que
são encontradas na mata. Em seguida, experienciaram uma atividade de uso dos sentidos que os
levou a observar, sentir, experimentar, questionar e descobrir fatos sobre os grupos característicos
da região. A atividade monitorada dispôs de aproximadamente quatro horas cada. Por fim, foi
realizado um quiz rápido com os alunos visando à avaliação da visita com as seguintes questões: “O
que você achou da vivência de educação ambiental na reserva ecológica?” e “Você achou mais fácil
assimilar o conteúdo através da atividade prática? O resultado demonstrou alunos interessados e
fixação de conteúdos, comprovando que as RPNNs são ferramentas eficientes para a sensibilização
ambiental, uma vez que a vivência serviu para reforçar os conteúdos das aulas e levou os alunos à
reflexão de que todos são parte integrante da natureza. Destaca-se a importância de estimular
atividades que envolvam ecologia, educação e ser humano em reservas ecológicas, uma vez que
estas se apresentam como um laboratório natural de aprendizagem e em muitos casos, uma
realidade pouco conhecida, porém acessível à população.

Palavras-chave: ecologia, educação ambiental, reserva particular de patrimônio natural.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS SOB O OLHAR


DA COMUNIDADE
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Marina e Silva Limaa* & Talitha Lucena de Vasconcelosa

a. Graduanda em Licenciatura em Geografia; Professora do Departamento de Ciências Geográficas -


Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: marina.slima@ufpe.br.

É imprescindível destacar a importância do debate e integração da Educação Ambiental para uma


reconfiguração do cenário atual que segue de forma insustentável para o planeta Terra. Nesse
sentido, tentar buscar novos horizontes para a intensiva conscientização da importância da temática
supracitada vem sendo cada vez mais recorrente e, o seguinte resumo tem como objetivo principal
tentar entender como a Educação Ambiental é manifestada em um âmbito mais vulnerável e carente
até do básico, a periferia. O trabalho foi desenvolvido tomando como base a comunidade
popularmente conhecida como Roda de Fogo, que faz parte do bairro dos Torrões em Recife – PE.
A metodologia aplicada, primeiramente, decorreu das observações realizadas no bairro, buscando
localizar os tipos de práticas sustentáveis e sociais organizadas na área pela população; foi aplicada
uma entrevista semi estruturada aos moradores abordados, para entender sobre essas práticas e as
motivações que os levaram a realizá-las. Os moradores que se disponibilizaram a participar da
pesquisa relataram que o lixo é um problema recorrente no local, contando com ajuda
governamental para coletar apenas o lixo das ruas pavimentadas, excluindo as áreas sem
saneamento básico e pavimentação. A partir disso, os moradores se organizaram para fazer uma
campanha de intervenção ao lixo, apesar de não compreenderem claramente sobre a questão
ecológica que envolve a sustentabilidade, os residentes da roda de fogo tinham em mente as
problemáticas que o lixo estava causando à comunidade, a aparição de insetos e doenças,
principalmente em crianças eram intensas, como também as enchentes decorrentes do aumento de
índice pluviométrico. Junto à associação de moradores do bairro, as medidas tomadas envolveram
placas de indicação, mostrando onde pode ou não descartar o lixo, além da aplicabilidade de multa
pelos próprios moradores. É interessante salientar que as comunidades e periferias das grandes
cidades abrangem um cenário desprovido de acesso à infraestrutura e serviços básicos e que sofrem
não só com a falta de informação, mas também por carência de orientação a partir da Educação
Ambiental. É essencial que as pesquisas sobre Educação Ambiental contemplem buscar entender a
dinâmica desses lugares, buscando formas alternativas de emergir nas comunidades, com práticas
sustentáveis viáveis, a partir do que eles possuem.

Palavras-chave: educação ambiental, comunidade, roda de fogo.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, QUALIDADE DE VIDA E


SUSTENTABILIDADE: O USO DAS ATIVIDADES LÚDICAS NA TEORIA E
NA PRÁTICA
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Maria Isabela Carvalho dos Santos Limaa*, Ellen Emmanuelle Miranda da Horaa, Aguinalda Alves Teixeira
Filhab & Iunaly Sumaia da Costa Ataíde Ribeirob

a. Graduandas em Bacharelado em Agronomia, Instituto Federal de Pernambuco, Vitória, PE, Brasil.


b. Professoras do Instituto Federal de Pernambuco, Vitória, PE, Brasil.
*E-mail: isabelacarvalho_123@hotmail.com

A educação ambiental permeia todas as áreas do conhecimento nos diversos níveis do ensino e
práticas que contemplem a preservação do ambiente podem ser inseridas no processo de
aprendizado de cada cidadão. O ensino voltado à educação ambiental, através de temas relacionados
à sustentabilidade, reflete na qualidade de vida e estimula a adoção de práticas que irão refletir na
manutenção da vida no planeta. Realizar atividades lúdicas sobre a educação ambiental é
importante, pois torna o processo de construção de conhecimento atrativo para o público envolvido.
O objetivo do presente trabalho é relatar atividades e apresentar resultados obtidos no projeto de
extensão “Educação ambiental e qualidade de vida: aprendendo com os jogos didáticos”,
desenvolvido nas cidades de Pombos e Vitória, em Pernambuco, tendo como público alvo
estudantes de escolas municipais desses mesmos municípios. O projeto foi desenvolvido entre os
anos de 2018 e 2020, contando com atividades voltadas a temas de cunho ambiental, tendo como
principal metodologia o uso de jogos didáticos adaptados à temática. Foram utilizados instrumentos
de cunho diagnóstico, em forma de pergunta com alternativa “sim” ou “não” para entender o
engajamento do público sobre temas como: sustentabilidade, conservação, alimentos orgânicos e
qualidade de vida. As perguntas procediam da seguinte forma: “Você sabe o que significa
desmatamento? Sim ou não?”. Caminhadas em ambientes verdes, palestras e dinâmicas sensoriais
também serviram como meio de inteirar o público alvo à temática proposta. Ressaltamos que houve
um esforço da equipe do projeto para que nas práticas o público se tornasse parte integrante da
atividade, tornando-o protagonista do seu próprio processo de ensino – aprendizagem. Avaliando o
resultado do questionário diagnóstico, através da análise descritiva dos dados, percebemos o baixo
nível de conhecimento nas áreas propostas. Seguimos as demais atividades ancoradas nos resultados
do questionário, podendo trabalhar da melhor forma a problemática encontrada. Os resultados
devem ser considerados de forma qualitativa, visto que foram resultados advindos de prática
extensionista. Sobre os resultados do projeto, podemos citar: artigos e resumos aceitos em
congressos, jogos didáticos criados a partir de material reciclável, um documentário criado e
disponível aos professores e alunos envolvidos no projeto, eventos realizados na área de educação
ambiental, cartazes, folhetos e uma cartilha didática e adaptada ao ensino ambiental. É importante
comentar que os resultados de uma ação extensionista estão, principalmente, na experiência
vivenciada e nos diálogos compartilhados, e, para a equipe do projeto, esse foi o resultado de maior
valor qualitativo.
Palavras-chave: educação ambiental; qualidade de vida; jogos didáticos; sustentabilidade.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

INFLUÊNCIA DO USO DE AGROTÓXICOS NA SAÚDE MENTAL DE


TRABALHADORES RURAIS

ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Maria Margarida Gonçalves Diniza*, Sérgio Batista Ramosb & Athaline Gonçalves Dinizc

a. Residente em Saúde Coletiva com Ênfase em Gestão de Redes de Saúde, Escola de Governo em Saúde Pública
de Pernambuco, Serra Talhada, PE, Brasil.
b. Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE,
Brasil.
c. Doutoranda em Biologia de Fungos, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: margaridadiniz17@hotmail.com

O aumento na produção de alimentos para suprir a demanda da população mundial contribui para a
comercialização de agrotóxicos e o seu uso indiscriminado. De acordo com a ANVISA, o Brasil é
líder mundial no consumo de agrotóxicos, que além de causar danos ao meio ambiente no que se
refere à contaminação de solo, água e ar, afeta também a saúde animal e humana. Os prejuízos à
saúde humana são inúmeros, como doenças cardiovasculares, morbidade respiratória, doença de
Parkinson, câncer, dentre outros. Além dos problemas físicos, a saúde mental de trabalhadores
rurais que estão em contato direto com os agrotóxicos é extremamente afetada. Estudos destacam o
surgimento de transtornos mentais ansiosos e depressivos, irritabilidade, dores de cabeça,
esquecimento e falta de concentração. Essa pesquisa teve como objetivo analisar estudos acerca do
uso de agrotóxicos e sua repercussão na saúde mental de trabalhadores rurais por meio do
levantamento bibliográfico de publicações em revistas científicas brasileiras. Para realização do
estudo foram feitas buscas no Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e
Portal de Periódicos CAPES/MEC. Na análise emergiram 18 artigos, porém apenas 7 foram
selecionados. Os critérios para seleção incluíram o período de tempo do material, datados a partir
dos últimos nove anos, de 2011 a 2020, e publicados nos bancos de dados citados, com o idioma em
língua portuguesa, que retratassem a temática tratada. Os resultados demonstram que o contato
direto ou indireto de trabalhadores rurais com agrotóxicos, ocasiona o aparecimento de doenças
neurológicas. Da mesma forma que existe uma intensidade de sintomas físicos, também são
notórios os sintomas emocionais, tais como insônia, agitação, dificuldade de concentração e
irritabilidade. Há uma prevalência de transtornos mentais com as variáveis de baixa escolaridade,
problema de saúde, e carga horária de trabalho semanal. A utilização de agrotóxicos compromete a
saúde física e mental de trabalhadores rurais. Os agrotóxicos que aparentam ser uma solução exitosa
para o alcance de uma grande produção agrícola, trazem consigo muitos perigos. É preciso que os
órgãos fiscalizadores não sejam negligentes quanto ao manejo e uso de agrotóxicos, sendo
indispensável o acompanhamento médico e psicológico. Além disso, a realização de ações de
promoção à saúde do agricultor que ofereçam orientações quanto ao uso de equipamento de
proteção individual e a manipulação adequada dos agrotóxicos é de extrema necessidade.

Palavras-chave: agrotóxicos, saúde mental, saúde pública.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS PARA CONSERVAÇÃO DA


DIVERSIDADE GENÉTICA DE VARIEDADES CRIOULAS
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Elmir Bezerra de Limaa*, Moisés Oliveira Cantoa & José Carlos da Costaa

a. Graduandos em Bacharelado em Agronomia; Professor titular do Departamento de Ensino - Instituto Federal


de Pernambuco, Vitória de Santo Antão, PE, Brasil.
*E-mail: elmirlins@gmail.com

No âmbito das ciências agrárias, a agrobiodiversidade é compreendida como o resultado da


interação entre as pessoas que manejam os agroecossistemas e a biodiversidade, manejada ou
natural, que resulta em diversidade de sistemas de manejo em unidades de produção de alimento. As
sementes crioulas são sementes selecionadas e mantidas por várias décadas através dos agricultores
tradicionais por via do manejo da agrobiodiversidade local e não possuem restrição para a sua
multiplicação. Essas sementes compõem a identidade cultural das populações e integra a história
social de cada família, além de serem adaptadas às condições climáticas de cada região, são rústicas
e não exigem uso de agrotóxicos e fertilizantes, comparadas aos híbridos ou cultivares
geneticamente modificadas que necessitam de pacotes tecnológicos específicos para se manterem
produtivas. Portanto, ações de incentivo à conservação das sementes crioulas são de suma
importância para a manutenção da agrobiodiversidade. O presente trabalho objetivou difundir
conhecimentos de forma participativa sobre sementes crioulas e sua importância para manter a
diversidade genética vegetal em comunidades rurais de base familiar na Zona da Mata Sul e Norte
do estado de Pernambuco. As atividades desenvolvidas se fundamentaram em uso da ferramenta
“Lista da agrobiodiversidade”, que auxiliou a identificação de variedades únicas, comuns e raras,
para evidenciar a diversidade disponível nas unidades de produção familiar e práticas participativas
que são definidas como avaliação e aplicação de práticas que contribuem para o fortalecimento da
conservação local da biodiversidade cultivada. A partir disto, ações de manejo e imersões nas
unidades de produção familiar, por meio de mutirões pedagógicos, foram desenvolvidos junto aos
agricultores em comunidades rurais das cidades de Bom Jardim-PE, Araçoiaba-PE e Tracunhaém-
PE. As ações resultaram na identificação e propagação de material vegetal, com uso de sementes
crioulas de milho, feijão e ramas de batata-doce cultivadas nas comunidades a aproximadamente 12
anos; intercambio de material genético entre integrantes das comunidades, que resultou na troca de
sementes de Amendoim que é cultivado em uma das comunidades a mais de 15 anos; além da troca
de informações de agricultor a agricultor sobre quais características morfológicas que cada
variedade possui e influencia na seleção ao longo de anos de cultivo. Conclui-se que o
conhecimento básico sobre sementes crioulas e a importância de sua conservação nos
agroecossistemas de base familiar pode ser incentivado com o uso de metodologias participativas
junto aos agricultores, contribuindo, assim, para manutenção do referido patrimônio genético e
cultural que integra as sementes crioulas.

Palavras-chave: sementes crioulas, agrobiodiversidade, agricultura familiar.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

O RECURSO AUDIOVISUAL COMO INSTRUMENTO FACILITADOR


PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Jéssika Sabryna Gomes da Silvaa* & Anderson Tafarel de Brito Férrera

a. Graduanda e Graduado em Licenciatura em Geografia, Universidade de Pernambuco, Nazaré da Mata, PE,


Brasil.
*E-mail: jessikasabryna@gmail.com

A Educação Ambiental visa construir uma população inquieta frente às atitudes praticadas pelo ser
humano, bem como consciente e sensível para com o ambiente e com a consequência de seus atos.
Sendo assim, o Ministério do Meio Ambiente, em 27 de abril de 1999 define em Lei (9-795) que a
“Educação Ambiental é um processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do
meio ambiente”. A partir dessa conceituação, passamos a compreender que a Educação Ambiental
não pode ser encarada como uma disciplina dentro da grade curricular de ensino na educação
básica, mas com teor interdisciplinar a partir da introdução de temas transversais aos componentes
curriculares, podendo ser estudada no contexto de todas as disciplinas com tanto que produza a
construção de valores e mudança de comportamento. Sendo assim, este trabalho tem por base
material o cinema e a utilização de filmes que possam trabalhar de maneira lúdica, mas enfática a
Educação Ambiental. Busca-se compreender o cinema como um elemento que atua na formação
cultural do ser humano, não podendo ser ignorada pela Educação, assim apresentaremos a análise
de alguns recursos áudio visuais (filmes, curta metragens, documentários e afins) como recurso
didático para a abordagem da Educação Ambiental. A fim de convalidar o estudo, apresentamos
como exemplo os filmes infantis animados “Os Sem Florestas”, “Procurando Nemo” e “A Era do
Gelo” que podem ser abordados à luz da Educação Ambiental. Os Sem Florestas vêm retratando a
perda de hábitat, desmatamento e migração de animais para meios urbanos, Procurando Nemo
aborda a pesca exacerbada bem como a criação de peixes em aquários, já A Era do Gelo levanta a
discussão para o derretimento das geleiras. Com a utilização de tal metodologia, favorecerá o aluno
à reflexão do que foi visto, trazendo um debate crítico para o espaço escolar, mas autônomo ao
aluno. Reconhecemos que além de ser uma metodologia inovadora introduz a tecnologia da
informação dentro do ambiente escolar, constatando efeito positivo na utilização de filmes frente a
aquisição de conhecimento, mudança de atitudes e valores frente ao meio ambiente. Contudo é
necessário aproximar o conteúdo do filme com a matéria de ensino, pois tal recurso não deve ser
utilizado como simples exibição sem problematização, não atendendo aos requisitos educativos e
críticos que a Educação Ambiental visa promover através da promoção e efetivação de
conhecimento.

Palavras-chave: educação ambiental, ensino, recursos audiovisuais.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

PRODUÇÃO CIENTÍFICA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO


SUBSÍDIOS PARA O MANEJO E CONSERVAÇÃO DE ÁREAS COSTEIRAS
DO MUNICÍPIO DO IPOJUCA/PE
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Cláudio Henrique Gomes Fialhoa, Camilla Silva de Oliveirab, Amanda Lucena dos Santosa, João Antônio da
Silvaa & Paula Braga Gomesa

a. Graduandos de Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas; Professora do Departamento de Biologia -


Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
b. Mestranda em Biologia Animal, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: cfialho.bio@gmail.com

Os ecossistemas costeiros são muito importantes e diversos, sendo utilizados por inúmeras espécies
na obtenção de alimento, reprodução e como abrigo. Além disso, fornecem serviços ecossistêmicos
variados para as populações humanas, como a pesca de subsistência e o ecoturismo. O município do
Ipojuca está localizado no litoral sul do estado de Pernambuco e conta com a exploração turística
dos ambientes costeiros como umas de suas principais fontes de arrecadação. Porém, o crescimento
desse setor de forma desordenada, atrelado a outros fatores antrópicos como poluição crônica, pode
levar esses ambientes a estados de degradação, sendo necessárias ações preventivas e mitigatórias,
tanto dos gestores públicos, como da iniciativa privada. Nesse contexto, este trabalho apresenta os
resultados de uma das etapas do projeto de extensão “A universidade vai à praia: conhecimento
científico aplicado na conservação recifal”, que visou disponibilizar à Secretaria de Meio Ambiente
do Ipojuca uma síntese da produção científica em seus ecossistemas costeiros. Para isso, foram
realizadas pesquisas em plataformas de periódicos e repositórios de monografias, dissertações e
teses, utilizando um intervalo temporal do ano 2010 a 2020, e buscando por palavras-chave como
coral reefs, Ipojuca, Porto de Galinhas, recifes de corais, ecologia, conservação, entre outras. Foram
encontrados 99 trabalhos, sendo 47 artigos publicados em periódicos, 39 dissertações de mestrado,
11 teses de doutorado e 4 monografias. Dos quais foram extraídos a autoria e os principais objetivos
e resultados, sendo esses dados posteriormente organizados em um documento para entregar aos
gestores do município. Os trabalhos na área de ecologia representaram 67,7% do total (oito
tratavam especificamente do impacto do turismo nos ecossistemas), seguidos pelas áreas de
taxonomia (13,5%), bioquímica (9,4%), etnoecologia (3,1%), geografia (2,1%) e outras com menos
de 1%. Em relação aos ecossistemas estudados, foi predominante os estudos realizados em
ambientes recifais (65,6%), seguidos por estuários (10,8%), praias arenosas (11,8%), zonas
oceânicas costeiras (8,6%) e naufrágios (3,2%). Os grupos biológicos mais estudados foram,
cnidários (corais e zoantídeos) somando 22,9% dos trabalhos publicados, peixes e crustáceos ambos
com 15,2%, seguidos por tartarugas com 8,6% e os outros com menos de 8% de representatividade.
Apesar dos vários estudos já realizados, as informações obtidas estavam dispersas, dificultando sua
aplicabilidade na gestão desses ecossistemas pelos órgãos responsáveis. Dessa forma, a
possibilidade de uma análise conjunta dos dados gerados pelos trabalhos, poderá fornecer subsídios
para a conservação e o manejo das áreas estudadas no município.

Palavras-chave: turismo desordenado, recifes de corais, mitigação, ecossistemas costeiros.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

SATISFAÇÃO DOS CONSUMIDORES EM UM VAREJO SUSTENTÁVEL:


ESTUDO DE CASO NA PERSPECTIVA DA QUALIDADE DE CONSUMO
VERDE
ECOLOGIA HUMANA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Renata Carolina Maria da Cruza*; Regina Célia Macêdo do Nascimentob & Vinicius Perez Dictorob

a. Graduada em Bacharelado em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE,
Brasil.
b. Doutorandos em Ciências Ambientais, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil.
*E-mail: rcm.cruz.20@gmail.com

Um dos grandes desafios da atualidade para um desenvolvimento sustentável é a diminuição


significativa do consumo de artigos confeccionados com material plástico, principalmente os de uso
único (descartáveis). Dessa forma, iniciativas em todas as escalas relacionadas ao varejo
sustentável, são fundamentais para disseminação de materiais que possam substituir o plástico,
facilitando seu acesso e conhecimento das novas práticas à população. Sendo assim, este trabalho
teve como objetivo analisar a satisfação dos consumidores da Loja BeGreen, um varejo sustentável
localizado na cidade do Recife (Pernambuco), na perspectiva da qualidade do consumo verde. Para
alcançar o objetivo foi feita uma pesquisa exploratória, proporcionando uma maior familiaridade
com o problema, utilizando o estudo de caso com clientes da loja, a fim de identificar e analisar as
percepções sobre os produtos e sobre a troca do plástico por materiais reutilizáveis. Os resultados
indicaram que os clientes estão satisfeitos e adeptos ao consumo verde, com a troca de itens
plásticos comuns em seu dia-dia por materiais sustentáveis e reutilizáveis. Os canudos feitos de aço
inoxidável e vidro borossilicato foram os de maior aceitação do público, seguidos de copos retráteis
feitos de silicone. Essa aceitação se deu devido às informações lançadas pela marca relacionadas
aos prejuízos ambientais acarretados pelo plástico, junto com a qualidade, praticidade e
higienização dos produtos. Além das iniciativas do poder público com os estabelecimentos de leis
que proíbem a comercialização de plástico de uso único na cidade, os consumidores sentiram-se
seguros e satisfeitos em realizar a mudança de hábito. A sensibilização quanto a necessidade de
mudança e segurança na credibilidade da loja fizeram com que usuários da marca ao adquirirem um
artigo sustentável passassem a ideia adiante, facilitando a formação de uma rede do bem com
quantidades significativas de redução de plástico, o qual corrobora para um desenvolvimento
sustentável.

Palavras-chave: impacto ambiental, plástico, sustentabilidade.

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Módulo 2

Ecologia Marinha
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

CRESCIMENTO RELATIVO E LATERALIDADE DO QUELÍPODO DO


CAMARÃO ESCAVADOR Neocallichirus maryae (DECAPODA, AXIIDEA)
NA PRAIA DE MANGUE SECO, PERNAMBUCO.

ECOLOGIA MARINHA

Maria Eduarda Kusuky de Albuquerquea* & Mônica Lúcia Botter Carvalhoa

a. Graduanda em Bacharelado em Ciências Biológicas; Professora do Departamento de Biologia - Universidade


Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: eduardakusuki3@gmail.com

Camarões escavadores, ou camarões-fantasma, são animais fossoriais bioturbadores de sedimentos


marinhos e estuarinos, reconhecidos como engenheiros ecossistêmicos. Assim como os demais
crustáceos, apresentam crescimento diferenciado de algumas partes do corpo em relação a outras,
variando ao longo da ontogenia e em função do sexo. O estudo do crescimento relativo busca
elucidar padrões diferenciais de crescimento entre estruturas corporais que podem ser empregadas
na determinação do estágio de maturidade e dimorfismo sexual. O objetivo deste estudo é fornecer
as primeiras informações acerca do crescimento relativo e lateralidade do quelípodo do camarão
escavador Neocallichirus maryae. Os animais foram coletados na praia de Mangue Seco (Igarassu –
PE) entre setembro/2018 e outubro/2019, com auxílio de bombas de sucção manual. Em campo,
foram acondicionados individualmente e fixados em formol salino a 4%. Em laboratório foram
sexados e, com auxílio de paquímetro digital, foram tomadas as medidas do comprimento do
cefalotórax (CF), comprimento total (CT) e comprimento do propódio do quelípodo maior (CP). A
existência de padrão de lateralidade do quelípodo também foi investigada (Direito – D e Esquerdo –
E). Foi aplicada a equação alométrica Y=aX^b considerando o CF como variável independente para
determinar o padrão de crescimento relativo, sendo alométrico negativo se a taxa de crescimento
relativo b for menor que 0,90, isométrico se o valor de b encontra-se entre 0,90 e 1,10 e alométrico
positivo se b for maior que 1,10. Dos 557 animais analisados, os maiores tamanhos de CF e CT
foram alcançados por fêmeas e os maiores tamanhos de CP por machos. Na relação entre CF e CT,
adultos de ambos os sexos apresentaram crescimento isométrico e, entre os juvenis, os machos
mostraram alometria negativa e fêmeas alometria positiva (p<0,05). Os machos juvenis
apresentaram isometria entre CF e CP, enquanto os machos adultos e fêmeas em ambas as fases de
desenvolvimento apresentaram alometria positiva (p<0,05). Não foi verificado um padrão de
lateralidade do quelípodo maior para ambos os sexos (p<0,05). Fêmeas apresentando maiores
valores de CF e CT e machos exibindo maiores valores de CP são padrões observados entre os
axiídeos, devido às características fisiológicas e comportamentais do grupo. O crescimento
alométrico positivo do CP em fêmeas é incomum em axiídeos. As informações obtidas no presente
estudo serão aplicadas à estimativa do tamanho de maturidade morfológica desta espécie.

Palavras-chave: crustacea, ecologia, crescimento.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

DENSIDADE POPULACIONAL DO GOLFINHO NARIZ DE GARRAFA


Tursiops truncatus (Montagu, 1821) (CETARTIODACTYLA: DELPHINIDAE)
NO LITORAL NORTE DO BRASIL

ECOLOGIA MARINHA

Lucas Garcia Martinsa*, Vinicius da Silva Borges b, Wesley Assunção da Costac, Valdo Sena Abreua &
Wagner César Rosa dos Santosd
a. Graduando e Graduado em Bacharelado em Engenharia de Pesca, Universidade Federal Rural da Amazônia,
Belém, PA, Brasil.
b. Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Pará, Belém, PA, Brasil.
c. Graduando de Bacharelado em Oceanografia, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil.
d. Doutorando em Biodiversidade e Evolução, Museu Emílio Goeldi, Belém, PA, Brasil.
*E-mail: lucas@pesca.pet

O golfinho-nariz-de-garrafa Tursiops truncatus (Montagu, 1821) é uma espécie de distribuição


cosmopolita encontrada em zonas tropicais e temperadas. São animais de altíssima plasticidade
comportamental e apresentam variação genética e morfológica em diferentes áreas do planeta,
denunciando a variedade de ecótipos. No Brasil, possui distribuição da região Norte ao Sul, no
entanto os estudos acerca da densidade e estrutura populacional dessa espécie ainda são restritos a
poucas partes do país. Portanto, objetivou-se criar um modelo de densidade populacional de T.
truncatus a partir de avistamentos realizados em plataformas de oportunidade na Plataforma
Continental Norte do Brasil (PCNB), utilizando uma análise espacial não-paramétrica. Os
avistamentos ocorreram na PCNB nos anos de 2017 a 2019, a bordo de embarcações pesqueiras.
Foi criado um protocolo de esforço de observação de 12 horas diárias com troca de observadores,
dentro do qual foram realizados registros fotográficos e vídeos dos avistamentos oportunos dos
animais e realizado georreferenciamento em aparelho GPS. Adicionamos dados (entre 2015 e 2017)
de avistamentos de T. truncatus disponibilizados na plataforma online do Sistema de Apoio ao
Monitoramento de Mamíferos Marinhos – SIMMAM. Para criação dos mapas de localizações e
densidade, utilizou-se o software Q.gis versão 3.14. Para estimar a densidade populacional dos
animais, os pontos georreferenciados dos avistamentos passaram pelo tratamento estatístico no
Q.gis 3.14 utilizando o algoritmo Estimador de Densidade de Kernel Univariada, aplicando uma
função uniforme para criar um modelo que pondera todos os pontos dentro do círculo igualmente.
Durante o período de coleta de dados embarcados, foi realizado um esforço de observação total de
2.688 horas, onde foram realizados 22 avistamentos de T. truncatus. Os registros adicionados a
partir do SIMMAM representaram um número total de 47 avistamentos. O total de avistamentos
(N=69), após tratamento geoestatístico, denunciou uma área próxima ao Amapá com grande
densidade de avistamentos, nas regiões mais a sudeste a partir da área mais densa, os avistamentos
foram menos numerosos denunciando menor densidade naquela região. Áreas de maior densidade
populacional de espécies de topo são vitais para conservação dos indivíduos e organismos dos
níveis mais baixos. Assim, identificar estas áreas é vital para compreensão da ecologia e dinâmica
populacional da espécie e, sobretudo, geração de planos de gestão e manejo dos animais e recursos
da área.

Palavras-chave: cetáceos, mamíferos, geoestatística, ecologia populacional.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE Chelonia mydas sp.


ECOLOGIA MARINHA

Vitória Maria Soares dos Santos Carlosa*, Juliana Kelly Macena Alves Feitoza a, Yasmim Victória Santos
Pereiraa, Raphaella Maria Amorim Silvaa & Maria José de Holanda Leitea

a. Graduandas em Medicina Veterinária; Professora do Departamento de Ecologia - Universidade Federal de


Alagoas – CECA, Rio Largo, AL, Brasil.
*E-mail: vitoria.carlos@ceca.ufal.br

As tartarugas marinhas são répteis da Ordem Testudines e podem ser divididas em duas famílias:
Cheloniidae e Dermochelyidae. A tartaruga-verde (Chelonia mydas sp.) que será abordada neste
trabalho, pertence à família Cheloniidae, sendo geralmente encontrada em zonas tropicais,
subtropicais, áreas costeiras, ilhas, baías, lagoas rasas e em alto mar, podendo ser encontrada em
toda a costa brasileira e que atualmente encontra-se ameaçada de extinção. O presente trabalho teve
como principal objetivo avaliar o conhecimento comum de estudantes do curso de Medicina
Veterinária da Universidade Federal de Alagoas e do ensino médio do Instituto Federal de Alagoas
sobre a ecologia e conservação da Chelonia m. Para responder a nossa hipótese de trabalho,
produziu-se um questionário com auxílio de uma ferramenta do Google (Google Forms) sobre a
ecologia e conservação da tartaruga-verde. No total 69 alunos de graduação e 16 do ensino médio,
onde 53,6% eram do sexo feminino e 46,4% do sexo masculino. Os seguintes resultados foram
obtidos: 66,7% não tinha conhecimento que C. mydas sp. pode ser encontrada em todo o litoral
brasileiro, do mesmo modo que 69,6% não sabiam que a tartaruga-verde é um animal
predominantemente herbívoro. Vale destacar que, 37 dos 69 entrevistados não conheciam ou não
tinham certeza se a espécie era ou não ameaçada de extinção. Quando foram indagados sobre ter
conhecimento dos órgãos responsáveis e ou projetos vigentes de conservação, 5,52% não
conheciam nenhum órgão ou projeto de conservação. Por outro lado, 10,1% acreditam que o único
fator que torna as diversas espécies de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção é o consumo de
detritos gerados pela poluição dos mares. Além disso, 58 dos entrevistados sugeriram programas de
fiscalização, conscientização e conservação como soluções para a preservação da espécie em
estudo, entretanto, apenas 12 souberam responder a importância das tartarugas marinhas para o
ecossistema marinho. Diante disso, observou-se que, dentre os entrevistados, as pessoas que
demonstraram maior entendimento sobre o tema foram os alunos do ensino superior. Com a
conclusão desta pesquisa, cabe destacar que é de suma importância a criação de mais políticas
públicas com a finalidade de conscientizar a população quanto ao estado de vulnerabilidade das
tartarugas marinhas e de demais espécies oceânicas, como baleias, peixes, águas-vivas, tendo em
vista seu papel singular junto ao ecossistema que vivem.

Palavras-chave: meio ambiente, preservação, mar.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

NOVAS OCORRÊNCIAS DE ESPÉCIES EM ANGIOSPERMAS MARINHAS:


EXPANSÃO DE DISTRIBUIÇÃO OU NÃO ESTÁVAMOS PROCURANDO
NO LOCAL CERTO?

ECOLOGIA MARINHA

Ana Maria da Costa de Souzaa*, Ruan Monte da Silva a & Karine Matos Magalhães

a. Graduandos em Bacharelado em Engenharia de Pesca e Licenciatura em Ciências Biológicas; Professora do


Departamento de Biologia - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: viegasmao@gmail.com.l

As angiospermas marinhas são plantas vasculares adaptadas à vida submersa que ocorrem em zonas
costeiras de todo mundo, com exceção do continente Antártico. Formam prados que atuam na
redução da erosão costeira, ciclagem de nutrientes, estocagem de carbono, abrigo e alimento para
fauna, entre outros serviços ecossistêmicos. Entre as espécies consideradas raras e vulneráveis
(IUCN, 2010) está a Halophila baillonii Ascherson, angiosperma cujos registros no Brasil eram de
fragmentos levantados entre 1934 e 1983 e que, recentemente, tiveram 2 novas populações
descritas. Com novas populações também sendo registradas na América Latina e mais uma em
Pernambuco, levantamos a hipótese de que essas novas populações não são realmente novas
ocorrências, mas sim que não estávamos identificando corretamente as angiospermas marinhas.
Para responder nossa pergunta, realizamos uma revisão sistemática sobre a espécie (palavra-chave:
“Halophila bailloni*”) a fim de revisar sua distribuição atual e passada e a caracterização de seus
prados. Foram utilizadas as bases de dados Web of Science, Scopus e Google acadêmico, com
último acesso em 29 de dezembro de 2020. Houve o total de 51 registros, dos quais 37 foram
selecionados após triagem, sendo 10 considerados para nosso estudo. A espécie tem distribuição em
regiões do mar do Caribe e costa do Pacífico da América Central, além da costa brasileira, com
registros recentes de 4 países desde 2014: Belize, Brasil, Costa Rica e Honduras. Um fato
preocupante é que apenas 3 registros se localizavam em Área de Proteção Ambiental, deixando as
populações dessa espécie rara mais expostas a pressões antrópicas. As populações têm sido
encontradas em profundidades que variam de 0 a 30 metros em prados de ~100 a 900.000 m². Esses
prados podem ser tanto monoespecíficos ou prados multiespecíficos ocorrendo com as
angiospermas Halodule emarginata, H. wrightii e H. decipiens. Alguns trabalhos apontam que a
espécie é confundida com Halophila decipiens em trabalhos mais antigos da mesma área, indicando
que nossa hipótese de que as populações da espécie estejam sendo mal identificadas ou mal
amostradas pode ser confirmada. Verificamos poucos detalhes sobre a fragmentação do habitat,
fauna associada e morfologia da espécie, comprovando que, apesar dos novos registros, Halophila
baillonii continua sendo pouco estudada. Novas análises para levantamento de requerimento de
habitat e características morfológicas serão realizadas a fim de aprofundarmos nosso conhecimento
sobre sua ecologia, contribuindo para a conservação da espécie.

Palavras-chave: angiosperma marinha, Halophila baillonii, ocorrência.

28
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

REVISÃO SISTEMÁTICA: COMO O ÓLEO DERRAMADO EM


ACIDENTES COSTEIROS IMPACTA AS COMUNIDADES DE
ANGIOPERMAS MARINHAS?

ECOLOGIA MARINHA

Lidiane Soares da Conceiçãoa, Maria Cecília Santana de Lima a & Karine Matos Magalhães a

a. Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas (Bolsista PET); Doutoranda em Botânica; Professora do


Departamento de Biologia - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: soareslid.c@gmail.com

Em agosto de 2019, manchas de óleo bruto com propriedades geoquímicas da bacia sedimentar da
Venezuela, espalharam-se por cerca de 3000 km da costa brasileira, principalmente na região
Nordeste. Cerca de 6 mil toneladas de óleo foram retiradas da costa, afetando 55 áreas marinhas
protegidas e ecossistemas ameaçados, como recifes de corais, manguezais, prados de angiospermas
marinhas e áreas de estuário. Entre estes ecossistemas, os efeitos iniciais observados nos prados de
angiospermas marinhas foram a destruição de habitat pela retirada de plantas junto com a limpeza
das praias, morte de animais associados aos prados e a retenção de óleo junto ao sedimento.
Contudo, devido à pandemia causada pelo SARS-COV2 o trabalho de campo foi suspenso e os
efeitos seguintes não foram possíveis de ser observados. Assim, para dar prosseguimento as
investigações sobre os impactos do desastre de 2019 sobre as angiospermas marinhas, foi realizada
esta revisão sistemática para o levantamento dos impactos já registrados em acidentes prévios ao
redor do planeta, observando-se, também, as formas de remediação implantadas. Uma pesquisa
utilizando as palavras-chave: (seagrass* OR “marine angiosperm*” OR “marine plant*” OR
“SAV” OR “marine phanerogam*” OR halodule OR ruppia OR halophila) AND (petro* OR
“HPA*” OR oil*) foi realizada nas bases de dados Scopus e Web of Science (acesso em
01/02/2021). A combinação das palavras escolhidas permitiu a inclusão de estudos que usaram até
termos genéricos mais amplos, como “derramamento de óleo”. Com a lista de trabalhos gerada, o
software Mendeley®,foi utilizado para a exclusão das duplicatas e triagem do material que foi feita
em duas etapas: na primeira, os trabalhos foram selecionados apenas pelo título e resumo, excluindo
artigos que não encaixassem no tema proposto; na segunda etapa, os textos selecionados foram lidos
por completo, excluindo trabalhos que não se encaixaram nos critérios de inclusão. Foram
encontrados 347 artigos no Scopus e 213 no Web of Science. Com a exclusão das duplicatas
obtivemos 440 artigos para triagem. Os 440 trabalhos ainda estão sendo triados e vão ser
classificados de acordo com espécies, tipo de observação (experimental ou observação em campo),
se houve a utilização de dispersante e tipo de óleo. Os resultados preliminares indicam que há
impactos tanto pelo óleo derramado quanto pelos dispersantes e trabalhos manuais utilizados na
limpeza. Dentre impactos mais significativos, estão a perda de abundância, diminuição da taxa
fotossintética e queima da região foliar, além do “efeito cascata” sobre a biodiversidade dos locais
atingidos.

Palavras-chave: seagrass, revisão sistemática, derramamento de óleo.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DA RARA ANGIOSPERMAS MARINHA


Halophila baillonii: O QUE SABEMOS

ECOLOGIA MARINHA

Ruan Monte da Silvaa*, Ana Maria da Costa de Souza a, Joel Francolino da Silva Júniora & Karine Matos
Magalhãesa

a. Graduandos em Licenciatura em Ciências Biológicas, Bacharelado em Engenharia de Pesca, Bacharelado em


Ciências Biológicas; Professora do Departamento de Biologia - Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Recife, PE, Brasil.
*E-mail: ruan2409@hotmail.com

Serviços ecossistêmicos são processos ou componentes naturais que beneficiam direta ou


indiretamente o homem. Esse conceito tem sido utilizado para divulgar a importância e a
conservação dos ecossistemas, contudo, para alguns ecossistemas marinhos, como os de
angiospermas marinhas, ainda há pouca informação e serviços descritos. Dentre estas, algumas
populações de Halophila baillonii, espécie considerada rara e vulnerável, têm sido recentemente
descritas no Brasil. Com base em sua importância, o presente trabalho tem como objetivo revisar os
serviços ecossistêmicos de H. baillonii já descritos em literatura, para guiar e auxiliar nossas futuras
pesquisas sobre a espécie. Uma revisão sistemática foi realizada nas bases de dados Web of Science
e Scopus usando-se de dois grupos de palavras-chaves (“ecosystem services” AND “Halophila
bailloni*”) e, em seguida, pelo baixo número de retornos apenas com “Halophila bailloni*”, para o
período entre 1945 e 2021 (última procura 8/01/2021). Foram encontrados, respectivamente, 6 e 42
artigos, destes, apenas 8 apontam serviços ecossistêmicos para a espécie. Os serviços descritos
foram: Regulação, por meio da estocagem de carbono; Suporte, por ser fontes de alimentos para
animais em extinção, como o peixe-boi (Trichechus manatus), além de servir como abrigo para
diversos animais marinhos. Com base em nossa análise, observamos que existe uma lacuna no
conhecimento sobre a espécie H. baillonii em relação as demais espécies do grupo ecológico de
angiospermas marinhas. Desta forma, o levantamento desses serviços é sugerido dentre as pesquisas
que tem início no Brasil, com a descrição de novas populações, a fim de incluí-las nos planos de
gestão e conservação dos ecossistemas marinhos brasileiros.

Palavras-chave: espécie rara, populações aquáticas, conservação.

30
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

VULNERABILIDADE DAS ESPÉCIES DE PEIXES DA PRAIA DE PORTO


DE GALINHAS SEGUNDO AS LISTAS DE ESPÉCIES AMEAÇADAS

ECOLOGIA MARINHA

Suzana Pereira Limaª & Dráusio Pinheiro Vérasª

a. Graduanda em Bacharelado em Engenharia de Pesca; Professor Adjunto - Universidade Federal Rural de


Pernambuco – UAST, Serra Talhada, PE, Brasil.
*E-mail: suzanalima1997@gmail.com

A conservação da biodiversidade é uma preocupação mundial, a identificação das espécies que


estão em risco de extinção e dos fatores que as ameaçam é essencial para a aplicação de planos para
a conservação. O presente trabalho teve por finalidade avaliar o risco de extinção das espécies de
peixes da praia de Porto de Galinhas-PE de acordo com a Red List da IUCN e o Livro vermelho da
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. O estudo foi realizado na praia de Porto de Galinhas, que
está localizada no município de Ipojuca, litoral sul do estado de Pernambuco, a cerca de 70 km de
Recife, e as espécies de peixes foram consultadas a partir de uma Checklist da ictiofauna da região.
Através da lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN e do livro vermelho de peixes
ameaçados no Brasil foi possível classificar as espécies de peixes quanto ao seu estado de
conservação. As espécies, segundo as listas, podem ser classificadas como pouco preocupante,
quase ameaçada, vulnerável, em perigo, em perigo crítico, extinta na natureza, extinta, dados
insuficientes e não avaliada. Tais categorias são definidas através de critérios que incluem a taxa de
declínio, o tamanho e a distribuição de uma população. Na Checklist foi observada a ocorrência de
166 espécies de peixes, distribuídas em 62 famílias em Porto de Galinhas. De acordo com a IUCN,
1,2% dessas espécies são classificadas como ameaçadas de extinção, sendo 0,6% categorizada
como em perigo e 0,6% categorizada como vulnerável. 4,2% das espécies são classificadas como
quase ameaçadas, 6% como não avaliadas, 6,6% possuem dados insuficientes e 82% são dadas
como pouco preocupantes. De acordo com o livro vermelho, 5,4% das espécies se encaixam na
classificação de ameaçadas, sendo 4,2% das espécies vulneráveis, 0,6% em perigo e 0,6%
criticamente ameaçada. Para as demais espécies o livro não traz uma classificação mais detalhada,
pois o foco principal do livro é categorizar as espécies ameaçadas de extinção como vulneráveis, em
perigo ou em perigo crítico. Os resultados demonstram que apesar de poucas espécies da checklist
utilizada terem sido analisadas, elas são importantes em relação à pesca e a aquariofilia. Outro
ponto de destaque foi o grande número de espécies que não constam em nenhuma das duas listas,
mesmo algumas delas sendo capturadas pela pesca artesanal.

Palavras-chave: extinção, categorias, conservação, red list.

31
Módulo 3

Ecologia terrestre
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

AGRICULTURA SUSTENTÁVEL COMO PROPOSTA PARA MITIGAR A


OCORRÊNCIA DE SURTOS ZOONÓTICOS EPIDÊMICOS E
PANDÊMICOS: UMA REVISÃO

ECOLOGIA TERRESTRE

João Matheus Ferreira de Souza a* & Marina Isabel Lima de Oliveira Reis a
a. Graduando em Bacharelado em Engenharia Floresta (Bolsista PET); Graduada em Bacharelado em Ciências
Biológicas - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: joao.matheus19@gmail.com

A destruição de habitats naturais por ações humanas provoca o aumento do contato de animais
silvestres com animais domésticos e humanos. Algumas pesquisas, em diferentes habitats,
demonstram que a interferência humana, associada ao desmatamento e aos modelos de produção
convencionais, está diretamente associada com a ocorrência de zoonoses, mostrando que há uma
correlação positiva entre as modificações no ambiente de floresta natural e estas doenças.
Objetivou-se fazer uma revisão de artigos sobre os fatores envolvidos na ocorrência de doenças
infecciosas emergentes, para investigar o potencial da agrossilvicultura sustentável como possível
ferramenta de redução da ocorrência de zoonoses epidêmicas e pandêmicas, a partir dos valores de
conservação da fauna nos sistemas agroflorestais. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica de
artigos científicos com foco na relação entre conservação de biodiversidade em agroflorestas e a
causa do surgimento de doenças infecciosas emergentes. O procedimento metodológico aplicado
baseou-se na busca por palavras-chave: zoonoses, conservação de sistemas agroflorestais e
agrossilvicultura. Para este trabalho foram encontrados 30 artigos relacionados com os temas
selecionados. Dentre esses, 53% apontaram que os principais hospedeiros e transmissores das
doenças infecciosas emergentes são os morcegos, roedores, aves, macacos e artrópodes, que perdem
seus habitats para atividades relacionadas com o uso indevido da terra, modificando seus hábitos e
entrando em contato com humanos. 37% apresentaram que diversas práticas de agricultura
sustentável, em associação com espécies arbóreas, demonstram potencial na conservação de
assembleias de aves e morcegos, além de outros vertebrados, assim como o aumento na diversidade
de artrópodes, que podem servir de alimento para estes animais. Entretanto, a efetividade da
conservação desse sistema, depende principalmente do modelo agroflorestal escolhido para o local,
devido aos fatores edafoclimáticos. Com a conservação e diversificação de fauna em sistemas
agroflorestais, é possível que se intensifique a abundância de espécies hospedeiras. 10% dos artigos
indicam que uma alta diversidade de animais hospedeiros, não competentes para alguns patógenos,
pode diminuir a probabilidade de infecção das espécies vetoras, resultando no “efeito diluição”,
diminuindo a chance de transmissão dessas zoonoses. Assim, comunidades mais diversas compondo
ecossistemas equilibrados, podem diminuir simultaneamente a prevalência de infecções e aumentar
a densidade populacional da fauna, fornecendo aos vetores mais oportunidades de alimentação, a
partir de animais reservatórios ineficientes de doenças, do que teriam em comunidades pobres em
espécies. A revisão feita por este estudo dá suporte a hipótese de que as agroflorestas podem ser
utilizadas como forma de mitigar surtos de doenças zoonóticas.

Palavras-chave: zoonoses, ecologia de doenças, sistemas agroflorestais, conservação.


33
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

AVALIAÇÃO DA ASSEMBLEIA ARBÓREA EM UM CORREDOR RIPÁRIO


DE MATA ATLÂNTICA RESTAURADO HÁ 11 ANOS, NA ZONA DA MATA
NORTE DE PERNAMBUCO

ECOLOGIA TERRESTRE

Marina Isabel Lima de Oliveira Reis a*, Nathan Castro Fonsêca a, Jéssica Stéfane Alves Cunhaa &
Ana Carolina Borges Lins e Silva a

a. Graduada em Bacharelado em Ciências Biológicas; Doutorandos em Ciências Florestais; Professora do


Departamento de Biologia - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: marireis98@hotmail.com

A supressão e a fragmentação das florestas vêm causando uma perda sem precedentes da
biodiversidade e dos benefícios que a natureza provém. Entretanto, é notável o aumento de
iniciativas de restauração desses ecossistemas para recuperação dos serviços perdidos, sendo
necessária a avaliação da efetividade destes processos por indicadores da biodiversidade. Objetivou-
se fazer uma análise da assembleia arbórea em um corredor ripário-CR de Mata Atlântica após onze
anos de restauração ativa, de forma a avaliar a efetividade das estratégias de recuperação do
ecossistema florestal. O trabalho foi realizado na usina São José Agroindustrial, localizada no
município de Igarassu, em Pernambuco. Foram selecionados um CR restaurado e uma floresta
ripária-FR no interior de um fragmento em bom estado de conservação, como referência. Nas duas
áreas, foram alocadas dez parcelas de 10 x 10 m, sendo cinco em cada um dos lados do rio
(totalizando 20 parcelas), distanciadas 10 m uma da outra e 10 m do rio. Em cada parcela, os
indivíduos com DAP ≥ 5 cm foram mensurados e identificados. Posteriormente, calculou-se o
índice de diversidade inverso de Simpson (ISimp). No CR restaurado, foram encontrados 90
indivíduos, distribuídos em cinco famílias e sete espécies, sendo a família Fabaceae a predominante.
Na FR conservada, foram inventariados 216 indivíduos, distribuídos em 18 famílias e 26 espécies,
sendo a família Annonaceae a predominante. Para DAP e altura, foram registrados valores médios
de 20 cm e 8,5 m em CR, contra 11 cm e 10,5 m em FR. Os valores do CR tiveram influência das
árvores presentes antes do início da restauração. Pachira aquatica Aubl., Samanea tubulosa
(Benth.) Barneby & J.W Grimes e Inga edulis Mart. foram as espécies abundantes no CR,
representando 91% do total de indivíduos, e riqueza de 1,84 (ISimp.). Das espécies mencionadas, as
duas primeiras não são nativas da Mata Atlântica e a primeira tem grande potencial invasor.
Symphonia globulifera L.f., uma morfoespécie e Rinorea guianensis Aubl. foram as espécies
abundantes na FR, representando 63% dos indivíduos, sendo as duas identificadas nativas da Mata
Atlântica. Foi obtido o valor de 5,44 para o ISimp, indicando que há diversidade muito inferior e
com alta dominância oligárquica na área restaurada, encontrada na mesma paisagem. Conclui-se
que são necessárias iniciativas de restauração ativa complementares, como manutenção da
vegetação e monitoramento, fazendo o uso de mais espécies próprias do domínio fitogeográfico da
Mata Atlântica, para que a floresta siga efetivamente seus estágios de sucessão.

Palavras-chave: restauração, mata atlântica, diversidade, fitogeografia.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

BREVE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE PRODUÇÕES ACADÊMICAS


SOBRE MORCEGOS NO TERRITÓRIO PARAENSE ATÉ O ANO DE 2019

ECOLOGIA TERRESTRE

Dion Leno Benchimol da Silvaa.b* & Rodrigo de Souza Magalhães a

a. Graduado em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Instituto Federal Ciências e Tecnologia do Pará,
Tucuruí, PA, Brasil.
b. Graduando em Licenciatura em Química, Instituto Federal Ciências e Tecnologia do Maranhão, São João dos
Patos, MA, Brasil.
*E-mail: d.benchimol01@gmail.com

Atualmente os morcegos estão inseridos na ordem Chiroptera, proveniente do grego cheir (mão)
pteron (asa), sendo os únicos mamíferos capazes de voar. Os quirópteros constituem um dos grupos
mais diversificados, ocupando cerca de 20% do total das espécies mamíferos do mundo, com 18
famílias, 202 gêneros e mais de 1300 espécies descritas. Comunidades de morcegos estão entre as
mais ricas e ecologicamente diversas entre todas as comunidades de mamíferos. No Brasil os
quirópteros correspondem à segunda maior ordem em riqueza de espécies, sendo superada somente
pela ordem Rodentia, que possui 235 espécies registradas. De acordo com Baucells et al. (2016),
das 18 famílias de morcegos registradas, nove destas famílias estão presentes na Amazônia
Brasileira, sendo elas (Phyllostomidae, Thyropteridae, Furipteridae, Noctilionidae, Mormoopidae,
Emballonuridae, Vespertilionidae, Molossidae e Natalidae). Esta riqueza está distribuída em 68
gêneros e 178 espécies, sendo que dois gêneros e 10 espécies são endêmicos do Brasil. Esse
trabalho foi elaborado a partir de revisões na literatura, realizadas entre outubro de 2018 a março de
2019. Para tanto realizou-se uma consulta por livros e trabalhos de conclusão de curso presentes no
acervo da biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará
(IFPA) – Campus Tucuruí, além de pesquisas por artigos científicos selecionados através de busca
no banco de dados do Scielo e Google Acadêmico. Logo, foram utilizadas as palavras chave
‘‘Morcegos no Estado do Pará’’, ‘‘Diversidade de Morcegos’’ e ‘‘Distribuição de Morcegos’’. Os
critérios para a inclusão dos estudos encontrados foram trabalhos dos últimos 20 anos que
apresentavam quaisquer registros de morcegos ao longo de todo o território do Estado do Pará.
Foram excluídos estudos que não compreendem registros de morcegos no território paraense. A
partir das pesquisas, buscou-se estudar e compreender as diversidades e distribuição de táxons
ocorrentes ao longo do território paraense para se criar uma tabela contendo os táxons registrados.
Os resultados apresentaram a existência de registros em 18 Municípios paraenses. Foram
registradas 128 espécies, 60 gêneros e 09 famílias. Com isto, o estado do Pará apresenta 8 novos
registros, além de conter representantes das 09 famílias já descritas para o Brasil. Pouco se conhece
sobre a distribuição de quirópteros no estado do Pará, pois foram encontrados registros em apenas
18 municípios, ou seja, 13% do total, logo faz-se necessário que estudos desta categoria se tornem
mais frequentes, tendo em vista o eficaz potencial ecológico que esses táxons desempenham em seu
habitat.

Palavras-chave: ecologia, quirópteros, pará.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

ECOLOGIA DA POLINIZAÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL

ECOLOGIA TERRESTRE

Agrícia Gabriella Estevam Barros Correia Vasques a*, Karine de Matos Costab & Ana Virgínia Leitea

a. Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas; Professora do Departamento de Biologia - Universidade


Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
b. Doutoranda em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: agriciagv@gmail.com.

Em 2020, a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos publicou um


relatório temático sobre a polinização para auxiliar os tomadores de decisão nas medidas
relacionadas à produção agrícola no Brasil. No entanto, os trabalhos ainda são escassos diante da
diversidade apresentada pelos diferentes domínios brasileiros. Apesar de várias espécies cultivadas
apresentarem produção de frutos por reprodução assexuada e/ou polinização artificial, a polinização
biótica é o mecanismo que gera frutos de melhor qualidade e consequente lucratividade para a área
agrícola. O objetivo deste trabalho foi descrever aspectos relacionados à ecologia de polinização de
espécies agrícolas no Brasil. Foi realizada uma busca na plataforma Periódico CAPES no período
de outubro a novembro de 2020 considerando publicações dos últimos 20 anos. Foram utilizadas as
palavras-chave em português e inglês: cultivo agrícola e polinização. Informações adicionais foram
consultadas na plataforma Flora do Brasil. Consideramos a morfologia floral observada em
fotografias e registros de observação empírica nas publicações para definir a síndrome de
polinização e classificar as flores em generalistas, fácil acesso ao recurso e especialistas, acesso
restrito ao recurso floral. Foram encontrados 144 registros em português e 5.184 em inglês, a
análise dos dados está em andamento por projeto vinculado ao Programa de Iniciação Científica
(PIC). Porém, para os 31 registros analisados até então, foram contabilizadas 17 famílias, 24
gêneros e 30 espécies, com destaque para Passiflora L. com cinco espécies. Apesar do amplo
registro de polinização por abelhas Xylocopa sp. para passifloráceas, outras espécies de abelhas
podem visitar a flor e realizar a polinização mesmo que de forma menos eficiente.Assim, esse
gênero de planta consiste em uma fonte de recurso importante para polinizadores locais. Quanto à
origem, 37% das espécies vegetais são nativas, 37% cultivadas, 26% naturalizadas e apenas 10%
são endêmicas do Brasil. Os domínios Caatinga e Cerrado possuem alto índice de endemismo e
cultivos de subsistência não são incluídos em estudos de levantamento no âmbito agrícola, gerando
dados relacionados subestimados. Quanto à morfologia, 67% das flores são generalistas e 33%
especialistas. Das 30 espécies, 20 se enquadram na síndrome de melitofilia, duas em cantarofilia e
uma em esfingofilia. Flores generalistas de cultivo agrícola são visitadas principalmente por
abelhas. Dessa forma, as abelhas são extremamente importantes para a reprodução de cultivadas
agrícolas, por isso, a manutenção dos locais de nidificação e demais medidas para conservação são
necessárias para continuidade do serviço prestado por esse grupo de polinizadores.

Palavras-chave: polinizadores, síndromes de polinização, sistema generalista.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

ESTOQUE DE CARBONO ARBÓREO NA FLORESTA ATLÂNTICA


BRASILEIRA: UMA META-ANÁLISE DOS DADOS PRODUZIDOS ENTRE
2010 E 2020
ECOLOGIA TERRESTRE

Nathan Castro Fonsêcaa*, Jéssica Stéfane Alves Cunhaa & Ana Carolina Borges Lins
e Silvaa

a. Doutorandos em Ciências Florestais; Professora do Departamento de Biologia - Universidade Federal Rural de


Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
*E-mail: nathanflorestal@hotmail.com

Sintetizar conhecimento que demonstre o potencial da Floresta Atlântica em estocar carbono e os


fatores que influenciam a quantidade armazenada é uma questão fundamental e necessária. Todavia,
devido às diferenças metodológicas e heterogeneidade das florestas, tem havido dificuldade em
sistematizar as informações. Sínteses adequadas facilitam tomadas de decisões na busca por
medidas mitigatórias das mudanças climáticas e podem subsidiar efetivações de programas de
pagamento por serviços ambientais-PSA (por exemplo, PSA-carbono), bem como, incentivos ao
reflorestamento de áreas degradadas. Baseado nisso, realizou-se uma busca de artigos em
plataformas digitais (SCIELO, Google Acadêmico e Portal da CAPES) no período de 2010 a 2020.
Objetivou-se responder os seguintes questionamentos: i) Como está distribuído o carbono nos
ecossistemas de Floresta Atlântica? ii) Quais fatores influenciam a quantidade do carbono estocado
nos ecossistemas florestais? A partir dos artigos, as seguintes informações foram anotadas: altitude,
idade da florestal (Floresta Madura-FM e Floresta Secundária-FS), tamanho da floresta, tipo
climático (precipitação e temperatura média), estoque de carbono na biomassa (DAP ≥ 5 cm) e na
necromassa: liteira fina (diâmetro < 2 cm) e liteira grossa (diâmetro > 2 cm). Realizou as seguintes
análises: ANOVA; teste de Tukey a 5% e Análise de Componentes Principais-PCA. Reuniu dados
de 32 artigos (22 de biomassa e 10 de necromassa). Os estudos demonstram que os fragmentos de
Floresta Atlântica representam sumidouros de carbono. A biomassa arbórea variou de 38,9 a 431,4
Mg.ha-1 (média de 226,22 Mg.ha-1). As FM exibiram maior estoque de biomassa se comparadas às
FS (p = 0,0314). O estoque de carbono na biomassa variou de 19,5 a 202,8 MgC.ha -1, com as FS
apresentando estoque médio de 90 MgC.ha -1 e FM de 124,7 MgC.ha-1. A necromassa estoca até
10% do carbono acima do solo. A liteira fina apresentou em média 10,61 Mg.ha -1 e carbono de 4,7
MgC.ha-1 e a liteira grossa de 10,5 Mg.ha -1 e carbono de 5 MgC.ha-1. Os compartimentos
necromassa (Liteira fina e grossa) não diferiram no estoque (p = 0,988). Para a Floresta Atlântica,
observou por meio da PCA que a altitude, a idade, o tamanho do fragmento e a precipitação
explicam o estoque de carbono. Os fragmentos de Floresta Atlântica apresentam o maior estoque de
carbono na biomassa (90%) e 10% na necromassa. O carbono na Floresta Atlântica segue um
padrão de aumento em função da precipitação, da idade, da altitude e do tamanho dos fragmentos,
reforçando a necessidade de conservação dos remanescentes florestais com essas características.

Palavras-chave: floresta tropical, matéria orgânica, mudança climática, sumidouro de carbono.

37
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

INFLUÊNCIA DA PRESENÇA DE ARANHAS SOBRE A FREQUÊNCIA DE


VISITANTES FLORAIS

ECOLOGIA TERRESTRE

Letícia Menezes Camurçaa*, Cibele Cardoso de Castrob, André Mauricio Melo Santos c & Ana Virgínia Leitea

a. Mestranda (CNPq) em Botânica; Professora do Departamento de Biologia - Universidade Federal Rural de


Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
b. Professora da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco, Garanhuns, PE, Brasil.
c. Professor Adjunto, Universidade Federal de Pernambuco – CAV, Vitória de Santo Antão, PE, Brasil.
*E-mail: leticiamenezesc@hotmail.com

As flores possuem características que tem como função a atração de polinizadores. Por essa razão,
muitos predadores, como mantídeos e aracnídeos, utilizam flores como sítio de forrageamento. Um
desses predadores são as aranhas da família Thomisidae, que possuem estratégia de caça do tipo
senta-e-espera e ficam nas flores à espera de seus visitantes. A presença dessas aranhas nas flores
pode ter um efeito benéfico, quando caçam principalmente antagonistas, como herbívoros e
pilhadores de néctar, ou maléfico, quando se alimentam de polinizadores ou, indiretamente,
reduzem a frequência de visitas, impactando o fitness reprodutivo da planta. Também podem
apresentar efeito neutro, quando a densidade de aranhas é muito baixa e não causa efeito a nível
populacional. O presente estudo objetivou quantificar o efeito que aranhas Thomisidae exercem
sobre os visitantes florais. Foi realizada uma revisão sistemática na base de dados Periódicos da
Capes, com as palavras-chave *pollinat*, *plant reproduction*, *flower* e *plant fitness*
associadas, através do operador booleano "AND", com as palavras-chave *spider* e *predation
risk*. As informações foram armazenadas em uma planilha do Excel, contendo informações acerca
da espécie vegetal, família, número de flores com e sem aranhas e a frequência de visitantes florais,
onde os dados foram analisados. Foram inseridos na planilha 17 artigos que discutiam a presença de
aranhas em 19 espécies vegetais, dos quais foram observados efeitos benéficos (21%), maléficos
(79%) e não foram relatados efeitos neutros. A presença de aranhas provocou uma redução de 19%
(t = 0,14545, P = 0,8847) na frequência de visitas dos visitantes florais, sendo Apis mellifera e as
abelhas dos gêneros Bombus sp. e Trigona sp. as espécies mais atacadas. Essa diminuição na
frequência de visitas ocasiona uma redução dos serviços de polinização, o que impacta diretamente
no fitness reprodutivo da planta, além da qualidade dos frutos e capacidade de germinação das
sementes. Isso pôde ser observado em alguns artigos (70,6%) onde, além da predação, os visitantes
florais apresentaram comportamento de refugo ao perceber a presença do predador, muitas vezes
sem sequer pousar na flor, resultando em uma redução de até 22% do sucesso reprodutivo de
algumas espécies, como a Alstroemeria aurea Graham. Com isso, pode-se concluir que embora a
presença de aranhas, em alguns casos específicos, tenha efeito benéfico ou neutro, a maior parte dos
trabalhos demonstra um efeito negativo dessa interação para as plantas.

Palavras-chave: Thomisidae, frequência de visitas, flores.

38
Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

MORCEGOS DO SUDESTE DO BRASIL: UMA ANÁLISE


BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS ÚLTIMOS DEZ
ANOS

ECOLOGIA TERRESTRE

Maria Stela Marrelli Caldas Leite Lucas a*, Álvaro Doria dos Santosb & Edmaykon Rafael Gaias Ribeiroc

a. Bacharel em Ciências Biológicas, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP, Brasil.
b. Doutorando em Sistemática, Taxonomia Animal e Biodiversidade, Museu de Zoologia da Universidade de São
Paulo, São Paulo, SP, Brasil
c. Mestrando em Ciências Ambientais, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo, PR, Brasil.

*E-mail: mariamsmcll@gmail.com

A ordem Chiroptera (Mammalia), composta pelos morcegos, possui cerca de 180 espécies no
Brasil. Aproximadamente metade das espécies ocorre na região sudeste, a qual abriga importantes
biomas brasileiros. Com o objetivo de observar o estado da arte dos estudos com morcegos nesta
região, foi realizada uma análise bibliométrica dos últimos dez anos de pesquisa no portal de
periódicos Web of Science. As seguintes palavras-chave foram utilizadas (em diferentes
combinações) para a análise: bats, brasil, brazil, espírito santo, minas gerais, morcegos, rio de
janeiro, são paulo, southeast, sudeste. Os dados encontrados foram extraídos e tabulados conforme a
combinação de palavras-chave utilizadas. A seguir as referências foram cruzadas e refinadas. Todas
as referências foram categorizadas conforme a sua temática. Dados de localidades foram
extraídos para a confecção de mapas com o auxílio do software QGIS 3.16. No total foram
encontrados 250 artigos publicados em periódicos. Observou-se uma grande quantidade de estudos
focados no estado de São Paulo (90 artigos). O ano com o maior número de registros foi o de 2018 e
o com o menor registros foi o ano de 2012. Os estudos encontrados foram separados em 13 tópicos
de pesquisa, sendo os mais estudados: parasitologia (46 artigos), sendo representado principalmente
com pesquisas com o vírus da Raiva; morfologia (42), principalmente relacionado aos órgãos
sexuais masculinos (incluindo artigos de histologia) e ecologia (40). Artigos voltados a taxonomia,
inventários de fauna e distribuição foram representados por cerca de 16% dos artigos encontrados.
Os dados obtidos sugerem uma média de 25 artigos por ano com um leve crescimento na literatura
nos últimos três anos, indicando um maior interesse no estudo deste clado.

Palavras-chave: chiroptera, estado da arte, sudeste.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

MORFOLOGIA POLÍNICA DE ESPÉCIES DE ALISMATACEAE


ECOLOGIA TERRESTRE

Jakelline Santos Alves a & Ana Virgínia de Lima Leitea

a. Graduanda em Bacharelado em Ciências Biológicas; Professora do Departamento de Biologia - Universidade


Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
*E-mail: jakealves700@gmail.com

Alismataceae está representada por 11 gêneros e 75 espécies distribuídas pelo mundo, constituindo
uma família subcosmopolita de plantas aquáticas com ocorrência em rios, lagos e lagunas. O
presente trabalho objetivou catalogar a diversidade polínica de espécies de Alismataceae
disponíveis no acervo dos herbários Vasconcelos Sobrinho (PEUFR/UFRPE), Geraldo Mariz
(UFP/UFPE) e Dárdano de Andrade Lima (IPA), juntamente com dados da literatura sobre o pólen
e o tipo de polinizador. A acetólise foi feita para as espécies Hydrocleys parviflora, Limnocharis
flava, Echinodorus subalatus, Echinodorus grandiflorus e E. lanceolatus. A coleta de informações
na literatura foi feita no Google scholar, Science direct, Scielo, Springer link, Reflora e Rede de
Catálogos Polínicos Online (RCPol). Nos herbários estão disponíveis um total de 29 espécies, sendo
nove no PEUFR, seis no UFP e 11 no IPA. Foi possível verificar que a as espécies de Echinodorus
possuem grãos de pólen quase sempre pantoporados e esféricos, Limnocharis e Sargitaria são
pouco vistas na literatura e mesmo assim apresentam variações; já Hydrocleys é descrita em sua
maioria com pólens espiculados. A família no geral é bem definida entre seus gêneros quanto à
morfologia polínica e suas respectivas ornamentações que é predominantemente pantoporada com
grãos esféricos, tendo em vista que alguns gêneros poderiam ser definidos previamente a partir da
classificação do pólen, como Hydrocleys e Limnocharis. Entre as abelhas, foram registrados os
gêneros Protodiscelis (com 38,9% de ocorrência), Trigona (16% de ocorrência), Apis (16% de
ocorrência), Augochlora, Dialictus (11,11% de ocorrência), Exomalopsis, Pseudoaugochloropsis,
Thygater, Xylocopa (11,11% de ocorrência), Plebeia, Analis, Pereirapis, Augohlora, Halictus,
Polybia, Episyrphus e Syrphid. Dentre as espécies registradas, o gênero Protodiscelis spp. é
formado por abelhas oligoléticas, as quais mantêm uma relação especializada com as plantas que
visitam e são consideradas as principais espécies polinizadoras da família.

Palavras-chave: palinologia, plantas aquáticas, abelhas.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

O USO DE ISCAS NA AMOSTRAGEM DE MAMÍFEROS EM UMA ÁREA


DE SAVANA AMAZÔNICA, ESTADO DO AMAPÁ, AMAZÔNIA
ORIENTAL

ECOLOGIA TERRESTRE

Lucas Silva Santos Júniora*, Mauricio Souza dos Santosa, Ronalt Santana Macielb & José Policarpo Miranda
Júnior c

a. Graduando de Bacharelado em Engenharia Ambiental, UNIASSELVI - Centro Universitário Leonardo Da


Vinci, Macapá, AP, Brasil.
b. Graduando em Bacharelado em Engenharia Ambiental, Universidade Estadual do Amapá, Macapá, AP, Brasil.
c. Diretor Executivo Ambiex Industria, Comercio e serviços Ltda, Macapá, AP, Brasil.
*E-mail: lucasjunior.bio@gmail.com

As savanas amazônicas são de grande importância para a conservação, sendo o lar de várias
espécies endêmicas da flora e fauna brasileira, entre os grupos faunísticos presentes nas savanas
amazônicas, os mamíferos possuem um importante papel no equilíbrio ecológico. Conhecer a fauna
de uma determinada região é de grande importância em estudos de conservação, uma vez que estes
permitem detectar qualquer sinistro que envolva as comunidades faunísticas. Para inventários e
monitoramento da mastofauna terrestre, o uso de armadilhas fotográficas associadas a outras
metodologias é uma das melhores opções de coleta de dados. O emprego de iscas é comumente
aplicado em estudos que envolvam o uso de armadilhas fotográficas, sendo um meio bastante
eficiente para atrair os animais pertencentes à mastofauna para frente das câmeras, favorecendo
desta forma, o registro das espécies faunísticas que compõem a diversidade da savana amazônica. O
presente estudo foi realizado no município de Santana, Estado do Amapá, compreendendo o período
entre junho e novembro de 2018, contemplando a estação chuvosa e seca. A área de estudo foi
dividida em 10 pontos distanciados em linha reta e igualmente em 1 km, sendo em cada ponto
instalada uma armadilha fotográfica, totalizando uma bateria de 10 armadilhas, onde estas ficaram
ativas durante 10 dias consecutivos no início de cada mês. Dentre as armadilhas instaladas, 5 foram
armadas sem iscas, enquanto que as demais tiveram iscas depositadas em frente às câmeras. Como
atrativo foram usados abacaxi, manga, banana e proteína animal bovina. Para o período de
amostragem registrou-se 9 indivíduos nas armadilhas sem atrativos, enquanto que as que
apresentaram iscas obtiveram 21 indivíduos registrados, mostrando assim maior eficiência para as
armadilhas com atrativo alimentar. Dentre os registros realizados pelas armadilhas com atrativos
alimentares observou-se que o período seco representou 66,66% dos registros, podendo-se inferir
que a maior abundância para este período é decorrente da escassez de alimento para a mastofauna.

Palavras-chave: iscas, armadilha fotográfica, savana amazônica.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

OCORRÊNCIA DE BESOUROS-DE-AMBROSIA EM PLANTIO DE


EUCALIPTO NA CHAPADA DO ARARIPE

ECOLOGIA TERRESTRE

Maurício Mateus Rios de Souzaª, Karina Maria da Silvaª & Maria da Penha Moreira Gonçalvesª

a. Graduandos em Engenharia Florestal; Professora do Departamento de Ciências Florestais - Universidade


Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
*E-mail: mau.mat.rios@gmail.com

Os insetos podem conter uma grande diversidade de espécies pragas para o setor florestal,
principalmente quando atuam como brocas no interior das árvores. O grupo de Coleoptera
conhecido como besouros-de-ambrosia, está entre os principais causadores de prejuízos em
florestas, podendo levar a morte do vegetal. Com isto, o presente estudo teve como objetivo
verificar a ocorrência de besouros-de-ambrosia em um plantio de Eucalipto em ambiente de
carrasco na Chapada do Araripe. As coletas foram realizadas em janeiro de 2019, em área de
reflorestamento de eucalipto com 18 anos e área de mata nativa conservada, como controle,
localizado na estação experimental do IPA, em Araripina – PE. O modelo de armadilha etanólica
utilizada foi a Carvalho 47. Os insetos foram classificados até subfamília. De acordo com os
resultados, foram registrados 30 insetos do grupo dos besouros-de-ambrosia, sendo 24 indivíduos na
área de plantio de eucalipto e apenas 06 na área de mata. Na área de eucalipto os indivíduos
capturados foram representados pelas subfamílias Scolytinae (23) e Platypodinae (1). Na área de
mata, foram encontrados apenas indivíduos da subfamília Scolytinae (6). Assim, foi registrada
maior riqueza de espécies de besouros-de-ambrosia no eucalipto, em comparação com a mata
nativa, isto pode estar relacionada aos fatores microclimáticos mais favoráveis no plantio adensado
de eucalipto em relação à área de mata de carrasco mais aberta e à maior disponibilidade de
recursos alimentares, já que na área de eucalipto foram observadas várias plantas nestas condições e
sob estresse, sendo essa uma condição favorável para a colonização de besouros-de-ambrosia em
um povoamento florestal. A partir da constatação da presença de besouros-de-ambrosia na área de
eucalipto, recomenda-se o monitoramento dessa população para tomada de decisão sobre possíveis
medidas de controle dos insetos na área, antes que atinjam nível de dano econômico .

Palavras-chave: Scolytinae, pragas, semiárido, coleobrocas, madeira.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

PROPORÇÃO ENTRE DROSOFILÍDEOS (INSECTA, DIPTERA) NATIVOS


E EXÓTICOS NO NORTE DA FLORESTA ATLÂNTICA DO BRASIL

ECOLOGIA TERRESTRE

Vinícius Alcântara Carvalho Lima Santos a*, Júlia Isabelle Freire Peres Quintasb, Carlos Henrique Campos
Bezerra Neves c, Ana Cristina Lauer Garcia b & Martín Alejandro Montes a

a. Graduando em Bacharelado em Ciências Biológicas (Bolsista CNPQ); Professor do Departamento de Biologia


- Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.
b. Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas (Bolsista FACEPE); Professora do Departamento de
Biologia - Universidade Federal de Pernambuco – CAV, Vitória de Santo Antão, PE, Brasil.
c. Doutorando em Ciências Biológicas/Zoologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.
*E-mail: dwadoom@gmail.com

As espécies exóticas são aquelas que conseguiram se estabelecer e prosperar em áreas fora da sua
localização original, a partir do momento que começam a causar problemas socioeconômicos,
sanitários ou ecológicos nas regiões que passou a ocupar; passam a ser classificadas como espécies
invasoras. As espécies invasoras são a segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta,
perdendo apenas para a destruição dos habitats; grande parte dos problemas ecológicos causados
pelas espécies invasoras é decorrente de sua vantagem competitiva ante às nativas. Na família
Drosophilidae, várias espécies já demonstraram algum potencial invasor, inclusive no Brasil, como
por exemplo, as espécies: Drosophila malerkotliana, D. melanogaster, D. nasuta, Zaprionus
indianus, etc. Neste trabalho pretendeu-se avaliar a abundância de drosofilídeos exóticos e nativos
em um fragmento da Floresta Atlântica ao norte do Rio São Francisco. Os drosofilídeos foram
coletados durante o ano de 2019 em um fragmento florestal de 382 hectares na Estação Ecológica do
Tapacurá (São Lourenço da Mata, Pernambuco). Para medir a variação sazonal da abundância foram
feitas duas coletas, uma no período seco e outra no chuvoso. Para a captura dos drosofilídeos foram
utilizadas armadilhas contendo isca de banana, as quais foram penduradas a uma distância de 40 m
umas das outras e distribuídas aleatoriamente no local de estudo, sendo penduradas a 1,5 metros do
solo e permanecendo no campo por três dias. Obteve-se 5.208 moscas pertencentes a 19 espécies de
drosofilídeos. As espécies exóticas atingiram um pouco mais de 73% da abundância total e foram
representadas por seis espécies, sendo elas, seguidas por suas abundâncias relativas: D.
malerkotliana(41%), Drosophila simulans(9,7%), Zaprionus indianus(3%), D. ananassae(2,4%), D.
nasuta(1,1%), Scaptodrosophila latifasciaeformis(0,03%). Em questão à sazonalidade da riqueza, no
período chuvoso (cinco espécies) a riqueza foi um pouco menor que na estação seca (seis espécies).
No quesito abundância, as espécies exóticas foram menos abundantes na estação chuvosa (64%) que
na estação seca (88%). Acredita-se que esses resultados demonstrem o sucesso das espécies exóticas
no local amostrado; e em relação à sazonalidade, o fato de haver mais competição pelos escassos
recursos alimentícios no período seco, faz com que a vantagem competitiva das invasoras tenha mais
peso nesse que no período chuvoso, quando os recursos são mais abundantes.

Palavras-chave: bioinvasão, abundância, riqueza, unidades de conservação.

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Livro de Resumos – V Simpósio Pernambuco de Ecologia

VARIAÇÃO ESPACIAL DAS COMUNIDADES DE HELMINTOS


ASSOCIADAS AO LAGARTO TEIIDEO Ameivula ocellifera EM CINCO
HABITATS DE RESTINGA NO NORDESTE DO BRASIL

ECOLOGIA TERRESTRE

Addinson Díaz Hernández a*, Luciano Alves dos Anjosb, Carlos Frederico Duarte Rochaa & Vanderlaine
Amaral de Menezes c

a. Mestre em Ecologia e Evolução; Professor do Departamento de Ecologia - Universidade do Estado do Rio de


Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
b. Professor do Departamento de Biologia e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista – FEIS, Ilha Solteira, SP,
Brasil.
c. Professora da Unidade de Biologia, Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil.
*E-mail: adhernandez262@gmail.com

Estudos de variação espacial são importantes para o conhecimento da ecologia de comunidades de


parasitas, no entanto os padrões de distribuição das comunidades de parasitas de répteis são pouco
conhecidos. Estudamos a helmintofauna associada ao lagarto Ameivula ocellifera (Spix, 1825) em
cinco áreas de restinga no nordeste do Brasil: Genipabu (RN), Piaçabuçú (AL), Barra dos Coqueiros
(SE), Praia do Porto (SE) e Guarajuba (BA). Cento e oitenta e três espécimes de A. ocellifera foram
coletados com tiras elásticas e examinados para a procura de helmintos. Embora a extensa
distribuição deste lagarto seja bem conhecida, não há padrões descritos de distribuição da
comunidade de helmintos de A. ocellifera. Encontramos sete taxas de helmintos associados a
populações de A. ocellifera: um cestoda (Oochoristica sp.), seis nematóides (Falcaustra sp .;
Contracaecum sp .; Cosmocercidae gen. sp .; Spirurida gen. sp .; Nematoda (larvas); Nematoda gen.
sp.). Spirurida gen. sp., Falcaustra sp., Contracaecum sp. e Cosmocercidae gen. sp. foram novos
registros para a A. ocellifera. Além disso, Oochoristica sp. e Falcaustra sp. são espécies
componentes das comunidades de helmintos associadas a A. ocellifera nas localidades de Guarajuba
e Genipabu, respectivamente. As populações de A. ocellifera tinham comunidades particulares de
helmintos associadas em cada local de restinga estudado. Oochoristica sp. foi a exceção, estando
presente em duas áreas: Praia do Porto e Guarajuba. As populações de A. ocellifera com menor
riqueza de espécies de helmintos corresponderam às restingas com níveis intermediários e altos de
degradação. Novos estudos com outras espécies de lagartos simpátricas e sintópicas com A.
ocellifera nas restingas estudadas seriam importantes para esclarecer os baixos valores médios de
intensidade obtidos.

Palavras-chave: whiptail lizard, nematoda, platyhelminthes, squamata, Teiidae.

44
PET Ecologia

O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL (PET), CRIADO EM 2005


POR MEIO DA LEI FEDERAL 11.180 E REGIDO PELO MEC, POR MEIO
DA PORTARIA 343/2013, É UM PROGRAMA ACADÊMICO
DIRECIONADO A ALUNOS DA GRADUAÇÃO, COM TUTORIA DE UM
DOCENTE E ORGANIZADOS A PARTIR DE GRUPOS DE CURSOS DE
GRADUAÇÃO, TENDO COMO FUNDAMENTO DESENVOLVER AÇÕES
ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO.

NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO, O GRUPO


PET ECOLOGIA É CONSTITUÍDO POR POR ESTUDANTES
PERTENCENTES A SETE CURSOS DE GRADUAÇÃO (SÃO ELES:
AGRONOMIA, BACHARELADO E LICENCIATURA EM CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS, ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL, ENGENHARIA
FLORESTAL, ENGENHARIA DE PESCA E MEDICINA VETERINÁRIA), E
HÁ 10 ANOS VEM PROPORCIONANDO ATIVIDADES QUE ENVOLVEM
O PÚBLICO EXTERNO E INTERNO DA UNIVERSIDADE, ALÉM DE
DESENVOLVER PROJETOS EM ESCOLAS, COMUNIDADES E
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.

45
46
Agradecimentos

O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL EM ECOLOGIA DA UFRPE


CELEBRA A REALIZAÇÃO DE MAIS UM SIMPÓSIO PERNAMBUCANO DE
ECOLOGIA (SIMPECO). NESTES TEMPOS DIFÍCEIS, QUANDO O MUNDO
ENFRENTA UMA PANDEMIA SEM PRECEDENTES, O DESAFIO DE
ORGANIZAR O SIMPÓSIO FOI AINDA MAIOR. PORÉM, COM TODA
COLABORAÇÃO RECEBIDA, O EVENTO FOI VIABILIZADO E
CONSEGUIMOS PROVAR, MAIS UMA VEZ, A FORÇA DO TRABALHO EM
GRUPO.
POR TUDO ISSO, A COMISSÃO ORGANIZADORA AGRADECE À NOSSA
SEGUNDA CASA, A UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO,
EM ESPECIAL AO NOSSO REITOR PROFESSOR MARCELO CARNEIRO
LEÃO, E AOS PRÓ-REITORES DE ENSINO, PROFESSORA SOCORRO
OLIVEIRA, E EXTENSÃO, CULTURA E CIDADANIA, PROFESSOR MOISÉS
DE MELO SANTANA E SUAS RESPECTIVAS EQUIPES, POR TODO
ACOLHIMENTO E SUPORTE.
À EDITORA UNIVERSITÁRIA E À EQUIPE DA BIBLIOTECA CENTRAL
DA UFRPE, AGRADECEMOS O APOIO PARA ELABORAÇÃO E
CATALOGAÇÃO DESTE LIVRO. À ASSESSORIA DE CERIMONIAL DA
UFRPE, POR TODA AJUDA NA PREPARAÇÃO DO ROTEIRO DO EVENTO.
NOSSA GRATIDÃO AOS PARTICIPANTES QUE ESCOLHERAM E
CONFIARAM EM NOSSO EVENTO PARA DIVULGAÇÃO DOS SEUS
TRABALHOS E À COMISSÃO DE EMPENHADOS AVALIADORES, PELAS
DEDICADAS REVISÕES DOS RESUMOS E DE SUAS APRESENTAÇÕES.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS AOS PALESTRANTES DESTE EVENTO,
QUE MAJESTOSAMENTE COMPARTILHARAM UM POUCO DO SEU
CONHECIMENTO COM NOSSA COMUNIDADE ACADÊMICA E COM A
SOCIEDADE, ACEITANDO O DESAFIO DA APRESENTAÇÃO REMOTA.
POR FIM, NOSSO ESPECIAL AGRADECIMENTO AOS PARTICIPANTES
INSCRITOS, PELA PRESENÇA E OPORTUNIDADE DE INTERCÂMBIO DE
IDEIAS.
O SIMPECO SÓ EXISTE PORQUE VOCÊS TODOS EXISTEM!

COMISSÃO ORGANIZADORA DO V SIMPECO


PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL EM ECOLOGIA
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

47
Créditos das fotos

Capa: Alesson Antonio Silva Soares


João Matheus Ferreira de Souza
Júlio César Martins Barbosa
Capítulo 1: Alesson Antonio Silva Soares
Keila Camila da Silva
Capítulo 2: Mateus Henrique Guimarães Mello
Capítulo 3: Alesson Antonio Silva Soares
Júlio César Martins Barbosa
Contracapa: Alesson Antonio Silva Soares
Josivan Washington M. dos Santos

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ALESSON ANTONIO SILVA SOARES
ANA CAROLINA BORGES LINS E SILVA
ANDRINE DA SILVA FERNANDES
DANILO DEYWID PEREIRA DANTAS
JOEL FRANCOLINO DA SILVA JUNIOR
JOÃO MATHEUS FERREIRA DE SOUZA
JOSIVAN WASHINGTON M. DOS SANTOS
JÚLIO CÉSAR MARTINS BARBOSA
LIDIANE SOARES DA CONCEIÇÃO
MATEUS HENRIQUE GUIMARÃES MELLO
MIRELLY GONZAGA DOS SANTOS
SOFIA TENÓRIO DE V. NEVES CAVALCANTI
WARLEY WILK ÂNGELO DA SILVA
WILIANE MARINHO FEITOSA

Pet Ecologia - UFRPE


petecologia.db@ufrpe.br
@vsimpeco
@ecologiapet

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