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MPB e TROPICÁLIA

https://www.youtube.com/watch?v=xLVlIJmYaS8

Feitiço da Vila

Quem nasce lá na Vila


Nem sequer vacila
Ao abraçar o samba
Que faz dançar os galhos
Do arvoredo e faz a lua
Nascer mais cedo
Lá, em Vila Isabel
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba
São Paulo da café
Minas da leite
E a Vila Isabel da samba

A vila tem um feitiço sem farofa


Sem vela e sem vintem
Que nos faz bem
Tendo nome de princesa
Transformou o samba
Num feitiço descente
Que prende a gente

O Sol da Vila é triste


Samba nao assiste
Porque a gente implora
Sol, pelo amor de Deus
Não vem agora que as morenas
Vão logo embora

Eu sei tudo o que faço


Sei por onde passo
Paixão não me aniquila
Mas, tenho que dizer
Modéstia a parte
Meu senhores, eu sou o da vila

Vou dizer de novo

Eu sei tudo o que faço


Sei por onde passo
Paixão não me aniquila
Mas, tenho que dizer
Modéstia a parte
Meu senhores, eu sou o da vila

https://www.youtube.com/watch?v=hANOGEao8WQ

Conversa fiada

Wilson Batista
É conversa fiada dizerem que o samba na Vila tem feitiço
Eu fui ver para crer e não vi nada disso
A Vila é tranqüila porém eu vos digo: cuidado!
Antes de irem dormir dêem duas voltas no cadeado
Eu fui à Vila ver o arvoredo se mexer e conhecer o berço dos folgados
A lua essa noite demorou tanto
Assassinaram o samba
Veio daí o meu pranto

https://www.youtube.com/watch?v=X0CARwrZENU

Eu sei que vou te amar


Tom/Vinícius

Eu sei que vou te amar


Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida

Eu sei que vou chorar


A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver


A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

Eu sei o que eu vou chorar


A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver


A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

https://www.youtube.com/watch?v=NfjaFMah7sE

Fado tropical
Chico Buarque/Ruy Guerra

Oh, musa do meu fado


Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril
Mas não sê tão ingrata!
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!
Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem
de lirismo (além da sífilis, é claro). Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar,
esganar, trucidar, o meu coração fecha os olhos e sinceramente chora.
Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebato um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!
Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa
Guitarras e sanfonas
Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre trás-os-montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial!
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial!
Domingo no parque
(Gilberto Gil)

O rei da brincadeira
Ê, José!
O rei da confusão
Ê, João!
Um trabalhava na feira
Ê, José!
Outro na construção
Ê, João!
A semana passada
No fim da semana
João resolveu não brigar
No domingo de tarde
Saiu apressado
E não foi pra Ribeira jogar
Capoeira!
Não foi pra lá
Pra Ribeira, foi namorar
O José como sempre
No fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo
Um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio
Foi no parque
Que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu
Foi que ele viu Juliana na roda com João
Uma rosa e um sorvete na mão
Juliana seu sonho, uma ilusão
Juliana e o amigo João
O espinho da rosa feriu Zé
(Feriu Zé!) (Feriu Zé!)
E o sorvete gelou seu coração
O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Foi dançando no peito
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!
O sorvete e a rosa
Ô, José!
A rosa e o sorvete
Ô, José!
Oi girando na mente
Ô, José!
Do José brincalhão
Ô, José!
Juliana girando
Oi girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
Oi, na roda gigante
Oi, girando!
O amigo João (João)
O sorvete é morango
É vermelho!
Oi, girando e a rosa
É vermelha!
Oi girando, girando
É vermelha!
Oi, girando, girando
Olha a faca! (Olha a faca!)
Olha o sangue na mão
Ê, José!
Juliana no chão
Ê, José!
Outro corpo caído
Ê, José!
Seu amigo João
Ê, José!
Amanhã não tem feira
Ê, José!
Não tem mais construção
Ê, João!
Não tem mais brincadeira
Ê, José!
Não tem mais confusão
Ê, João!
https://www.youtube.com/watch?v=KhdeagStTxk

Alegria Alegria

Caminhando contra o vento


Sem lenço e sem documento
No sol de quase Dezembro
Eu vou

O sol se reparte em crimes


Espaço naves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot

O sol nas bancas de revista


Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou

Por entre fotos e nomes


Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não
Por que não, por que não

Ela pensa em casamento


E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou

Eu tomo uma Coca-Cola


Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou

Por entre fotos e nomes


Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil

Ela nem sabe até pensei


Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou

Sem lenço, sem documento


Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou

Por que não, por que não?


Por que não, por que não?
Por que não, por que não?

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