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03/10/2021 09:00 BepiColombo: missão espacial para Mercúrio divulga as primeiras imagens | Ciência | G1

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BepiColombo: missão espacial para Mercúrio divulga as


primeiras imagens
A espaçonave BepiColombo tem seu primeiro vislumbre do planeta que fica mais próximo do Sol.

Por BBC
02/10/2021 18h23 · Atualizado há 13 horas

A primeira imagem de Mercúrio a ser enviada de volta à Terra pela sonda espacial europeia, a uma altitude de apenas 200 quilômetros — Foto: @BEPICOLOMBO

C O NTINU A D EP O IS D A P U BL IC ID A D E

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03/10/2021 09:00 BepiColombo: missão espacial para Mercúrio divulga as primeiras imagens | Ciência | G1

A missão BepiColombo enviou a sua primeira fotografia de Mercúrio, o planeta mais interno do Sistema Solar.

A sonda fez a imagem logo depois de sobrevoar o pequeno planeta a uma altitude
de apenas 200 quilômetros.

Missão europeia e japonesa divulga primeiras imagens do planeta Mercúrio

Os controladores planejam mais cinco sobrevoos, e querem usar cada vez mais a força da gravidade de Mercúrio
para ajudar a controlar a velocidade da espaçonave.

O objetivo é que a BepiColombo se mova devagar o suficiente para, eventualmente, assumir uma órbita estável ao
redor do planeta. Esse objetivo deve ser alcançado até o final de 2025.

A primeira foto da missão para Mercúrio foi tirada por uma câmera de monitoramento de baixa resolução
localizada na lateral da sonda. No atual estágio, a Bepi ainda não está pronta para implantar e utilizar as suas
câmeras científicas de alta resolução — esses equipamentos estão "escondidos" dentro da estrutura da
espaçonave.

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A Bepi é essencialmente duas espaçonaves em uma.

Ilustração da BepiColombo, que tem mais cinco sobrevoos planejados antes entrar em órbita — Foto: ESA/ATG MEDIALAB

A primeira parte foi desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA). Já a segunda vem da Agência Japonesa de
Exploração Aeroespacial (Jaxa). A forma como esses dois componentes foram "embalados" para a viagem a
Mercúrio obstrui, por ora, as aberturas por onde as câmeras fotográficas principais operam.

Isso significa que as primeiras imagens da missão a Mercúrio foram adquiridas por um par de câmeras de
monitoramento, ou de engenharia, montadas na parte externa da nave — é como se fossem "câmeras de selfie" —
que são boas o suficiente para já detectar algumas características da superfície do planeta.

Essas fotos simples, em preto e branco, começaram a chegar de volta à Terra no sábado (2/10), e a ESA deve liberar
novas imagens ao longo dos primeiros dias de outubro. Na segunda-feira (4/10), é provável que a agência europeia
tenha imagens suficientes para fazer um pequeno vídeo.

Embora a Bepi esteja muito longe de iniciar as operações científicas adequadas, alguns dos instrumentos da sonda
foram ligados para realizar o sobrevôo. Fenômenos como campos magnéticos e algumas partículas já puderam
ser detectados, mesmo na configuração atual da espaçonave.

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No infográfico em inglês divulgado pela ESA, é possível ver as diferentes estruturas da BepiColombo. Da esquerda para a direita: o Módulo de Transferência para
Mercúrio (MTM), Mercury Planetary Orbiter (MPO), da Europa, um escudo solar e, por fim, o Mercury Magnetospheric Orbiter (MMO), do Japão. O MPO e o MMO vão
se separar e terão diferentes 'missões' no planeta — Foto: ESA

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"Vamos analisar os dados", disse Suzie Imber, pesquisadora da Universidade de Leicester, no Reino Unido, "mas o
objetivo do sobrevôo atual, e dos seis outros que serão realizados, é nos ajudar a mudar a trajetória [da
espaçonave] e diminuir a velocidade."

"Eventualmente, até dezembro de 2025, tanto a espaçonave quanto Mercúrio


estarão no mesmo lugar e na mesma direção. A partir daí, finalmente, poderemos
separar nossa espaçonave em duas partes e entrar em órbita", disse a cientista que
integra a missão à BBC.

Mas, mesmo neste estágio inicial da série de sobrevoos, já é possível realizar uma coleta inicial de dados.

Para os cientistas por trás do Espectrômetro de Raios-X Mercury Imaging, ou MIXS na sigla em inglês, do Reino
Unido, essa foi uma oportunidade de entender melhor o desempenho de seus instrumentos.

Os detectores do MIXS captaram um ruído geral de partículas energéticas conhecidas como raios cósmicos.

"À medida que nos aproximamos muito de Mercúrio e parte do céu está bloqueado pelo planeta, devemos ter uma
queda em parte desse ruído que recebemos, e isso nos ajudará a identificar melhor o que são esses raios
cósmicos galácticos que detectamos", explicou Imber.

O exercício irá garantir que a equipe da missão obtenha o máximo do MIXS quando, eventualmente, começar a
observar o planeta no final da década.

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Este primeiro sobrevôo terá colocado a Bepi em uma ressonância de 2-3 com Mercúrio. Em outras palavras, isso
significa que Mercúrio dará três voltas em torno do Sol, enquanto a Bepi dará duas.

Vale destacar aqui que um ano de Mercúrio, ou o tempo que ele leva para dar uma
volta completa em torno do Sol, é o equivalente a 88 dias na Terra.

O próximo sobrevoo, marcado para junho do ano que vem, vai desacelerar essa taxa mais uma vez. Ela ficará,
então, numa ressonância de 3-4: a Bepi vai completar três voltas ao redor do Sol, enquanto Mercúrio fará essa
trajetória quatro vezes.

Os demais sobrevoos, que ocorrerão em junho de 2023, setembro de 2024, dezembro de 2024 e janeiro de 2025,
devem colocar a Bepi finalmente na mesma ressonância de Mercúrio. Assim, será possível iniciar as operações
científicas completas a partir de 2026.

Que investigações a BepiColombo fará em Mercúrio?


As duas estruturas da espaçonave desenvolvidas por europeus e japoneses vão se separar quando entrarem em
órbita no planeta mais próximo do Sol. A partir dali, elas desempenharão funções diferentes.

O Mercury Planetary Orbiter (MPO), da Europa, foi projetado para mapear o terreno de Mercúrio, gerar perfis de
altura da superfície, coletar dados sobre a estrutura e a composição do planeta e detectar o que há no interior dele.

O Mercury Magnetospheric Orbiter (MMO), do Japão, terá como prioridade o estudo do campo magnético de
Mercúrio. Ele investigará o comportamento do campo e sua interação com o "vento solar", a massa ondulante de
partículas que fluem do Sol. Esse vento interage com a atmosfera de Mercúrio, lançando átomos em uma cauda
que se estende pelo espaço.

Espera-se que as observações paralelas dos satélites possam finalmente resolver os muitos quebra-cabeças sobre
este planeta.

Uma das principais questões diz respeito ao núcleo de ferro superdimensionado, que representa 60% da massa de
Mercúrio. A ciência ainda não consegue explicar os motivos que fazem este planeta ter apenas uma fina camada
rochosa.

"Quando entrarmos em órbita, começaremos a estudar o campo magnético e a superfície de Mercúrio, que alcança
temperaturas de até 450 °C (o equivalente a um forno de pizza), e ainda tem água na superfície em alguns lugares",
conta Mark McCaughrean, consultor sênior da ESA para ciência e exploração, à BBC News.

"Mercúrio possui um enorme núcleo de metal. Ele é muito mais denso do que o
esperado para o seu tamanho. Nós simplesmente não entendemos como esse
planeta ficou do jeito que é. Existem enormes mistérios sobre a origem dele e é isso
que a BepiColombo pretende estudar", completa o pesquisador.

O MPO, da Europa, foi montado em grande parte no Reino Unido, pela empresa Airbus.

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