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DA
EDUCAÇÃO
Introdução
A Psicologia Educacional é um campo de atuação da Psicologia, que
tem como objetivo a investigação e a pesquisa sobre os mecanismos de
aprendizagem em crianças e adultos, as táticas e estratégias educacionais
e o funcionamento da instituição escolar. Os psicólogos educacionais,
segundo a Resolução nº 13/2007 do CFP (Conselho Federal de Psicologia),
estudam cientificamente o processo de ensino- aprendizagem, atuando
na educação formal, no diagnóstico e na intervenção preventiva ou
corretiva em grupo e individual. A análise e intervenção abrangem todos
os segmentos do sistema educacional que se envolvem no processo
de ensino-aprendizagem. Juntamente com os educadores, contribui
na elaboração, implantação, avaliação e reformulação de currículos,
projetos pedagógicos e políticas educacionais, na realização de novos
procedimentos educacionais, alcançando, também, a parte de design
instrucional e tecnologia educacional. Valida e utiliza instrumentos e
testes psicológicos adequados e fidedignos para proporcionar subsídios
para replanejamento e formulação do plano escolar, ajustes e orientações
à equipe escolar e avaliação da eficiência dos programas educacionais.
Neste capítulo, você conhecerá os antecedentes históricos da Psi-
cologia Educacional com seus precursores e princípios teóricos ligados
à educação e à aprendizagem, as principais abordagens psicológicas e
suas estratégias de ensino no campo educacional e as competências
requeridas dos educadores para este século XXI.
2 Psicologia Educacional
Antecedentes históricos da
Psicologia Educacional
A Psicologia Educacional teve um longo processo de desenvolvimento até
adquirir uma relevância e se tornar uma disciplina no campo da Psicologia.
No desenvolvimento de suas concepções teóricas e definição de seu objeto
de estudo, teve a influência principalmente da Filosofia. Para entendermos
os seus constructos, necessitamos conhecer os seus precursores e princípios
teóricos ligados à educação e à aprendizagem. Desde Aristóteles e Platão, que
abordaram questões transcendentais, como os fins da educação, a natureza
da aprendizagem e a relação professor-aluno, a Descartes, que defendia as
ideias inatas como base do conhecimento. Já no século XVI, destacou-se Juan
Vives (1492–1540), que enfatizou a importância da percepção e memória no
processo educativo. No século XVIII e XIX, tivemos a contribuição de Johann
Pestalozzi (1745–1827) e Johann Herbart (1776–1841). Pestalozzi, influenciado
por Rousseau, fundou numerosas escolas com a preocupação de “formar
pessoas”, revolucionando os conceitos de sua época ao enfatizar a aprendiza-
gem por observação e a aprendizagem experimental, dando menos ênfase à
aprendizagem memorística, como também delineou a relação professor-aluno
como um dos aspectos críticos na educação das crianças. Herbart, filósofo,
psicólogo e pedagogo alemão, influenciado por Kant, propôs que, dentro do
processo instrucional, deveriam ser apresentados os conhecimentos novos de
maneira que cheguem a tomar parte do conteúdo mental, adotando a Psicologia
Aplicada como eixo central da educação, tendo como princípio que a doutrina
pedagógica, para ser científica, necessita ser comprovada experimentalmente
(ARANCIBIA; HERRERA; STRASSER, 2008).
O século XIX foi, sem dúvida, um dos mais importantes no desenvol-
vimento da Psicologia como ciência, como também no início da Psicologia
Educacional. Na Inglaterra, tivemos Francis Galton (1822–1911), que inventou
os primeiros testes psicológicos para medição e avaliação da inteligência por
meio da discriminação sensorial, mas foi Alfred Binet (1857–1920), psicólogo
e pedagogo, que desenvolveu o primeiro teste de inteligência individual, em
1905, quando surge a Escala de Inteligência Binet-Simon. Para Arancibia,
Herrera e Strasser (2008), Stanley Hall (1844–1924) fundou a primeiro la-
boratório americano de Psicologia, o verdadeiro pioneiro da Psicologia da
Educação foi aluno de Wilhelm Wundt (que fundou o primeiro laboratório
experimental em Psicologia, em Leipizg, em 1879), Hall considerava que era
Psicologia Educacional 3
de 1 a 2 anos — sensório-motor;
de 2 a 7 anos — pré-operatório;
de 7 a 12 anos — operações concretas;
de 12 anos em diante — operações formais.
[...] a pesquisa com adultos indica que o foco de Piaget na lógica formal como
o ápice do desenvolvimento cognitivo é por demais estreito. Não explica a
emergência de habilidades maduras como a resolução de problemas práticos,
a sabedoria e a capacidade de lidar com situações ambíguas.
Psicologia Educacional 9
um novo perfil profissional das pessoas que estão no mercado de trabalho, que
necessitam estar em constante aperfeiçoamento e atualização para enfrentar
um mercado altamente competitivo e garantir a sua empregabilidade.
Zona de
desenvolvimento proximal
Zona de Zona de
desenvolvimento Distância entre desenvolvimento
real potencial
Competências
Competências específicas
de referência
(Continua)
Psicologia Educacional 13
(Continuação)
Competências
Competências específicas
de referência
(Continua)
14 Psicologia Educacional
(Continuação)
Competências
Competências específicas
de referência
Ensino a distância
O ensino a distância está sendo uma modalidade de com grande potencial de
desenvolvimento, sendo considerada por alguns especialistas como a educação
do futuro, pois está possibilitando o acesso à educação de pessoas que estavam
excluídas desse processo tão importante para o desenvolvimento humano, da
sociedade e do país. Além de aspectos tecnológicos, plataformas virtuais de
aprendizagem, chats e redes sociais, a mediação pedagógica dessa modalidade
se concretiza na relação tutor-aluno.
Nesse cenário da EAD, o papel do professor no ensino tradicional se
transforma no de tutoria no ensino a distância, que tem como função básica
a responsabilidade de conduzir o processo de ensino-aprendizagem por meio
Psicologia Educacional 15
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