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RESENHA

Universidade – criação e produção de conhecimento


Tálison Battistella Tonial1
Em nossa cultura, o processo de aprendizado já passou por várias mudanças até o modelo
atual, baseado no sistema educacional, ao qual se refere as escolas, é compreendida através de
graus. Diante disso, a universidade necessita de uma construção clara e que baseada no
sistema educacional como um todo, necessita ser um recanto onde se cultive a reflexão sobre
a realidade e repasse conhecimentos com bases cientificas
Na Antiguidade Clássica, com enfoque em Roma e principalmente na Grécia, ambas já
haviam de escolas de alto nível para formar especialistas de medicina, filosofia retórica e
direito, além de haver um mestre para cada escola, portanto os alunos se reuniam em torno de
seu respectivo mestre e procuravam aprender seu espelho e modelo de aperfeiçoamentos.
Entretanto devido as várias invasões barbaras entre o século V e X, ocasionou a interrupção
do processo de ensino superior. Em vista dessas invasões, o nascimento da universidade
ocorre no final da Idade média, onde a Igreja Católica e seu esforço sobre sua ação política e
religiosa voltadas em torna de verdades da fé, a qual era responsável pela unificação do
ensino superior, a qual fazia uso do professor como vigilante diante das discussões abertas,
debates públicos e disputas. O século XIX teve a inclusão da Universidade Napoleônica afim
de arrematar a necessidade profissional, qual estruturou – se fragmentada em escolas
superiores, sendo cada uma delas isolada de outra, entretanto em 1810 nasce a universidade
de Berlim, a qual enfoca no centro de pesquisa a fim de preparar o homem para descobrir,
formular e ensinar a ciência. E por fim em 1851, Em Dublin fundou-se uma universidade que
visava o ensino do saber universal. Voltando um pouco no tempo, mais precisamente em
1808, com a chegada da família real ao Brasil e com a vinda de D. João VI para a colônia,
nasce a instituição que estabelece o ensino superior, juntamente com as aulas régias, os
cursos, academias ás necessidade militares da colônia, resultando na faculdade de medicina da
Bahia, na faculdade de Direito de São Paulo e Recife que decorrentes da evolução dos cursos,
além disso após quase um século, ocorre o ajuntamento de três ou mais faculdades, a qual traz
o nome até os dias de hoje como universidade. Com a chegada da Ditadura e a implementação
do estado novo em 1937 acaba com a ideia de uma universidade como centro de debates
livres de ideias, a qual era defendida pelo “profeta” Anísio Teixeira, já que decorrente de uma
ditadura a incompatibilidade com esses debates não seria bem vinda para essa época, além de
possivelmente ocasionar problemas adicionais ao contrariar esse sistema. Entretanto em 1964,
Darcy Ribeiro2 junto com sua equipe, elabora um projeto e convence os governantes na
fundação da universidade de Brasília, mas as forças contrarias de renovação de ideias
impedem o desenvolvimento da universidade brasileira, o que desencadeou a quase totalidade
da equipe, emigrar e engrandecer o pensamento da humanidade em países estrangeiros, já que
no Brasil não haveria espaço para eles. Mesmo após a independência política, a absorção,
aplicação e difusão do saber humano, continuavam a serem frutos da Universidade Brasileira,
1
Aluno de direito da universidade de Passo Fundo(UPF) campus casca; 182771 – 182771@upf.br

2
Antropólogo, escritor e político brasileiro, conhecido por seu foco em relação aos indígenas e à educação no
país.
além disso, tendo por base a perspectiva de participar e interferir, a universidade necessita o
abandono de seu papel tradicional de receptora e transmissora de culturas, afim de assumir
uma luta pela conquista da cultura com interesses nacionais, para assim, assumir uma
personalidade brasileira em diálogo de igualdade com os demais centros do saber e da cultura.
Ao relatar como a universidade brasileira está nos dias de hoje, ocasiona pensamentos
que giram em torno da mesma e leva a questionar quais são os tipos de universidade que não
queremos. Ou seja não há possibilidade que seja uma universidade escola, onde se faça
apenas o ensino e não permitam e incentivem a pesquisa, no ensino repetitivo verbalístico que
são constituídas por falações dos professores e audições de alunos, ocasionando uma
desmotivação para a continuação do aprendizado do estudante, já que a memorização
repetidas nunca são debatidas, refletidas ou analisadas, ou seja, ler a matéria a fim de se
preparar e fazer uma prova, carregará consigo o anuncio de pós prova que se encerará com o
anuncio da nota obtida. Em síntese o professor aparece como único sujeito e seu aluno
aparece com um ser ouvinte inferior. Entretanto as questões também se antepõem e devem ser
em relevantes a melhorias para uma universidade que queremos. Portanto a necessidade
começa em que seu corpo seja constituída por pessoas de porte adulto que possuem um
conhecimento vasto, portanto esses são capazes de refletir, são abertos a reflexão, ao
intercâmbio de ideias, à participação em iniciativas construtivas, além de ser necessário para
permitir que todo o corpo universitário comprometa-se com a reflexão para conquistar
espaços de liberdade, com ao menos um clima de liberdade. Portanto ao ter se isso em vista, a
formação de profissionais de alto nível tecnológico se dará de forma superior a uma forma
negativa, bem como o cultivo do espirito de saber será diferente. Para uma boa universidade,
deve se levar em conta também a responsabilidade de formar os quadros superiores exigidos
pelo desenvolvimento do país, a reflexão da realidade histórico-geográfica nos níveis sociais,
políticos, econômicos e culturais, a consciência crítica da sociedade, através da realidade
vivida e não em critérios estereotipados e pré-definidos. Ou seja é necessário uma
universidade democrática e voltada inteiramente sobre as lutas democráticas, com
responsabilidade no que faz, enquanto pensa, questiona e avalia livremente
A universidade teve suas dificuldades para se inserir no Brasil por uma série de fatores,
entretanto hoje a inserção se dá de forma diferente, já que o interesse se passa em pôr seus
prós e contras, através de perguntas para que a mesma seja moldada em uma forma superior a
outros métodos de ensino, a qual já possui destaque e se aprimora a cada mudança. Portanto
pode-se concluir que, a universidade está sempre se desenvolvimento de uma forma
igualitária entre o professor e o aluno, para ambos serem transmissores e ouvintes de
conhecimento, a fim de trazer bons profissionais para seu país de origem ou estrangeiro.

REFERENCIA
Cipriano Carlos Luckesi...(et al.). Fazer universidade uma proposta metodológica – 6.ed. –
São Paulo: Cortez, 1991

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