Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
PSICOLOGIA APLICADA À
ENFERMAGEM
A psicologia é uma ciência comprovada que tem suas origens na filosofia. Tem-se afirmado
que a psicologia é uma ciência com um longo passado, mas com uma curta história, pois os povos
desde a antiguidade sempre manifestaram a preocupação com os problemas da alma e da vida
humana.
Vários pesquisadores afirmam que o primeiro manual de psicologia vem da Grécia (390
A.C.), onde Aristóteles escreveu sobre a alma. É sua a tese de que o todo vem antes das partes e
é, portanto mais que a somatória das suas partes.
Outros filósofos e cientistas marcaram sua importância como Santo Agostinho em 354
(método da auto-observação e o da descrição da experiência interior), John Looke (papel das
impressões sensoriais no desenvolvimento das experiências), etc.
No século XIX, com o desenvolvimento do capitalismo, destaca-se o papel da ciência, e seu
avanço torna-se necessário para dar respostas e soluções praticas no campo da técnica industrial.
O conhecimento torna-se independente da fé, a racionalidade do homem aparece. A noção da
verdade passa a contar com o aval da ciência. Os problemas e temas da psicologia passam a
serem investigados pela fisiologia e neurofisiologia, pois era necessário compreender o
funcionamento da maquina de pensar humana: o cérebro.
A partir daí, a psicologia passa a definir seus objetos de estudo, delimitar seu campo,
formular métodos e teorias.
Em que consiste a Psicologia? A Psicologia é derivada de palavras gregas que significam
"estudo da mente ou da alma". Hoje em dia é comumente definida como a ciência que estuda o
comportamento humano.
Os psicólogos estudam os mais variados assuntos entre eles: o desenvolvimento, as bases
fisiológicas do comportamento, a aprendizagem, a percepção, a consciência, a memória, o
pensamento, a linguagem, a motivação, a emoção, a inteligência, a personalidade, o ajustamento,
o comportamento anormal, o tratamento do comportamento anormal, as influências sociais, o
comportamento social, etc.
A psicologia é frequentemente aplicada na indústria, na educação, na engenharia, na
saúde, em assuntos de consumo e em muitas outras áreas. Você é um profissional da área da
saúde e, portanto, lidará com pessoas e irá se interagir com o ser humano. O profissional de
saúde deve sentir-se bem consigo mesmo se pretende fazer alguém sentir-se bem.
Ele não é um robô, nem tampouco o são as pessoas com quem trabalham, pacientes,
médicos, supervisores, enfermeiras, auxiliares de enfermagem e familiares dos pacientes, cada
um é um ser humano, semelhante e ao mesmo tempo diferente dos demais seres humanos.
Qualquer pessoa que queira ingressar na área da saúde precisa conhecer as pessoas e
antes de tudo, a si próprio. Não está você ingressando nesta carreira porque se interessa pelas
pessoas e deseja auxiliá-las quando estão doentes?
PSICOLOGIA DO SENSO COMUM X PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
Todos nós usamos o que poderia ser chamado de psicologia de senso comum em nosso
cotidiano. Observamos e tentamos explicar o nosso próprio comportamento e o dos outros.
Tentamos predizer quem fará o que, quando e de que maneira. E muitas vezes sustentamos
opiniões sobre como adquirir controle sobre a vida (Ex: o melhor método para criar filhos, fazer
amigos, impressionar as pessoas e dominar a cólera).
Entretanto, uma psicologia construída a partir de observações casuais tem algumas
fraquezas críticas. O tipo de psicologia do senso comum que se adquire informalmente leva a um
corpo de conhecimentos inexatos por diversas razões. O senso comum não proporciona diretrizes
sadias para a avaliação de questões complexas. As pessoas geralmente confiam muito na intuição,
Psicologia Aplicada à Enfermagem - 2
na lembrança de experiências pessoais diversas ou nas palavras de alguma autoridade (como um
professor, um amigo, uma celebridade da TV).
A ciência proporciona diretrizes lógicas para avaliar a evidência e técnicas bem
raciocinadas para verificar seus princípios. Em consequência, os psicólogos geralmente confiam
no método científico para as informações sobre o comportamento e os processos mentais.
Perseguem objetivos científicos, tais como a descrição e a explicação. Usam procedimentos
científicos, inclusive observação e experimentação sistemática, para reunir dados que podem ser
observados publicamente. Tentam obedecer aos princípios científicos. Esforçam-se, por exemplo,
por escudar seu trabalho contra suas distorções pessoais e conservar-se de espírito aberto.
Ainda assim, os cientistas do comportamento não estão de acordo quanto aos
pressupostos fundamentais relacionados aos objetivos, ao objeto primeiro e aos métodos ideais.
Como outras ciências, a psicologia está longe de ser completa. Existem muitos fenômenos
importantes que não são ainda compreendidos. As pessoas não devem esperar uma abordagem
única do objeto da psicologia ou respostas para todos os seus problemas.
AS 3 PRINCIPAIS TEORIAS DA PSICOLOGIA MODERNA
Æ Funcionalismo: procura compreender como funciona a consciência através do seu modo
de adaptar-se ao meio;
Æ Estruturalismo: procura entender a consciência através do sistema nervoso central;
Æ Associacionismo: todo o comportamento tende a se repetir, se nos o recompensamos
assim que nos o emitimos.
Surgem as primeiras escolas de psicologia
Os seres humanos como conhecemos hoje, apareceram na Terra há cerca de 100.000 anos
atrás. Desde então têm estado provavelmente tentando compreender-se a si mesmo.
Aristóteles (384-322 a.C.), o filósofo grego, e considerado o Pai da Psicologia. Entretanto, a
especulação sobre assuntos psicológicos não começou com este pensador grego. Centenas de
anos antes de Aristóteles, os primeiros filósofos de que se tem notícia já lidavam com esses
assuntos.
Behaviorismo ou Comportamentalismo
Em 1912, o psicólogo americano John B. Watson fundou um novo
movimento que mudou o enfoque da psicologia. Ele acreditava que em seus
estudos do consciente, ambos estruturalistas e funcionalistas divergiram demais
da ciência objetiva. Processos mentais internos não deveriam ser estudados,
porque estes não podiam ser observados; ao invés, Watson preconizou que a
psicologia enfocasse no estudo do comportamento (behavior) e, portanto, o
movimento de Watson ficou conhecido como behaviorismo, ou
comportamentalismo em português.
Conforme Watson interpretou, o comportamento não era o resultado de processos
mentais internos, porém, no entanto, o resultado de uma resposta automática a um estímulo do
meio ambiente.
Behaviorismo tornou-se enfocado em como as condições do meio ambiente afetam o
comportamento, e especificamente, como os seres humanos aprendem novos comportamentos
por intermédio do meio ambiente.
Este movimento firmou-se veementemente nos Estados Unidos, e foi à escola de
pensamento dominante por aproximadamente quarenta anos. O sucessor de Watson, como o
líder do behaviorismo foi B. F. Skinner, quem desenvolveu uma visão de influência que afirmava
que o condicionamento operante era o mecanismo de aprendizado.
CONSCIENTE, PRÉ-CONSCIENTE, INCONSCIENTE
Psicologia Aplicada à Enfermagem - 4
CONSCIENTE
É somente uma pequena parte da mente, inclui tudo do que estamos cientes num dado
momentos. Embora Freud estivesse interessado nos mecanismos da consciência, seu interesse
era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que
denominava pré-consciente e inconsciente.
INCONSCIENTE
A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais.
Quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e
sentimentos que o precedem, as conexões estão no inconsciente. Uma vez que estes elos
inconscientes. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade
está resolvida. "Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja existência somos
obrigados a supor - devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos - mas do qual
nada sabemos" (1933, livro 28, p.90 na ed. bras.).
No inconsciente estão elementos instintivos, que nunca foram conscientes e que não são
acessíveis à consciência. Além disso, há material que foi excluído da consciência, censurado e
reprimido. Este material não é esquecido ou perdido, mas não lhe é permitido ser lembrado. O
pensamento ou a memória ainda afetam a consciência, mas apenas indiretamente.
Há uma vivacidade e imediatismo no material inconsciente. Memórias muito antigas
quando liberadas à consciência, não perderam nada de sua força emocional. "Aprendemos pela
experiência que os processos mentais inconscientes são em si mesmos 'intemporais'. Isto significa
em primeiro lugar que não são ordenados temporalmente, que o tempo de modo algum os altera,
e que a ideia de tempo não lhes pode ser aplicada" (1920, livro 13, pp. 41-42 na ed. bras.).
A maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os principais determinantes da
personalidade, as fontes da energia psíquica, e pulsões ou instintos.
Não há necessidade de caracterizar o que chamamos de "consciente": é o mesmo que a
consciência dos filósofos e do senso comum (1940, livro 7, p.32, na ed. bras.).
Certas inadequações de nosso funcionamento psíquico e certas ações que são
aparentemente involuntárias demonstram ser bem motivadas quando submetidas à investigação
psicanalítica (Freud, 1901).
PRÉ-CONSCIENTE
Estritamente falando, o pré-consciente é uma parte do inconsciente, mas uma parte que
pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que são acessíveis fazem parte
do pré-consciente. Estas podem incluir lembranças de tudo o que você fez ontem, seu segundo
nome, todas as ruas nas quais você morou, a data da conquista da Normandia, seus alimentos
prediletos, o cheiro de folhas de outono queimando, o bolo de aniversário de formato estranho
que você teve quando fez 10 anos, e uma grande quantidade de outra.
ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE (ID, EGO E SUPEREGO)
ID – É uma instância totalmente inconsciente. Nele localiza-se uma espécie de “arquivo”
de impressões que recebemos ao longo da vida. Ali ficam guardadas as impressões de desprazer
ou “evitação”, que são recalcadas.
O id funciona na busca do prazer e evitando o desprazer, assim ele necessita de uma
imediata satisfação e não aceita a frustração. Ele desconhece ética ou moral, se expressa sob uma
própria realidade e não conhece inibições.
Nas crianças o id é um exemplo de maior manifestação. Dada à condição de
desenvolvimento da personalidade da criança, o id ainda não se encontra sob forte contenção
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
Para Freud um conteúdo mental pode estar em um dos 3 (três) níveis de consciência:
consciente, pré-consciente e inconsciente.
Consciente – inclui tudo aquilo que estamos conscientes em um determinado tempo.
Pré-consciente (ou subconsciente) – se constitui nas memórias que podem se tornar
acessíveis a qualquer momento para o perfeito funcionamento da mente.
Inconsciente – são elementos instintivos e material reprimido, inacessíveis á
consciência e que podem vir à tona num sonho, num ato falho. O tempo não altera
tudo o que está guardado no inconsciente.
SONHOS
A análise dos sonhos e dos atos falhos também pode ser considerada métodos da teoria
psicanalítica, constituindo-se em rica fonte de informações sobre a dinâmica da personalidade.
TEMPERAMENTO, CARATER E PERSONALIDADE
A pessoa neurótica reconhece que está doente, embora não possa associar seus sintomas
com um conflito emocional óbvio. Ele permanece em contato com a realidade. Pode continuar a
adaptar-se socialmente porque a pessoa neurótica não gosta da realidade que vive, mas se
adapta a ela da sua maneira. O neurótico sofre de reminiscências, quer dizer, o que ele passou no
passado, ele sofre no presente, atualiza no presente, o que significa um sofrimento inútil. Como
exemplos de distúrbios neuróticos temos a:
a Neurose Obsessiva-Compulsiva
a Neurose Histérica
a Neurose Fóbica / Síndrome Do Pânico
a Neurose Hipocondríaca
Psicologia Aplicada à Enfermagem - 14
NEUROSE OBSESSIVA-COMPULSIVA
A pessoa com personalidade obsessiva é excessivamente asseada, pontual e de confiança.
Ela costuma conferir tudo o que faz muitas vezes (rituais). Não gosta de mudança e fica
contrariada com qualquer alteração em sua rotina. Tem atividades compulsivas, como por
exemplo: gastar dinheiro demais ou ser muito avarento, comer demais e ser obeso, ser muito
organizado no sentido de ser perfeccionista. Gosta de sentir que tem o completo controle de si
mesmo e de seu mundo. Mantém suas emoções sob controle e raramente perde a calma. Seu
senso de humor é limitado. Parece que precisa controlar completamente seu meio ambiente ou
então não fazer nenhuma tentativa neste sentido, nenhum meio-termo é possível. Possui a moral
muito rígida principalmente com relação a regras e horários. Tem medo exagerado que pode
chegar a uma paranoia. É muito bom para os outros, mas pensa pouco em si mesmo, sendo às
vezes auto agressivo e possuindo auto exigência (perfeccionismo). Sacrifica-se pelos outros. Tudo
tem que ter sacrifício, tem que complicar as coisas mais simples.
NEUROSE HISTÉRICA
A pessoa com personalidade histérica é diferente. Ela precisa sentir que é o centro das
atenções. Um pequeno desprezo será encarado como um insulto mortal, uma palavra impensada
tornar-se-á uma declaração de amor ou prova de que não é mais amada. É perfeccionista no
sentido estético, pois gosta de se sentir bonito para seduzir as pessoas. É um bom "ator", faz
"teatro" em várias situações para dar a visão que está tudo bem. É muito bom consigo mesmo,
pensando mais em si do que nos outros, não sacrifica pelos outros por isso se permite viver mais.
É decidido, seguro de si. Pacientes assim nunca são monótonos. Não é de estranhar a
possibilidade de que as personalidades histéricas e obsessivas sejam atraídas umas pelas outras!
NEUROSE FÓBICA/ SÍNDROME DO PÂNICO
A neurose é um conjunto de conflitos, que conduzem a uma inibição das condutas sociais.
É a intermediária entre a normalidade e a psicose. A pessoa neurótica tenta superar seus conflitos
e ansiedades usando mecanismos inadequados. Ex. mania de limpeza, objetos que quando
utilizados dão sorte, etc.
A neurose se manifesta por muitos sintomas, onde os mais comuns são os seguintes:
ü Estado de Angustia – são momentos de inquietação, ansiedade na qual a pessoa fica em
alerta psíquico diante de uma ameaça indeterminada (algumas vezes não sabe explicar
por que está sentindo tal sensação).
Uma das principais angústias do homem é o medo de ficar só, o medo da solidão. O
que significa estar só? Para ser só a pessoa tem que entrar em contato consigo mesma, ser
independente e para isso ela deve ter uma boa autoestima e saber lidar com os próprios
sentimentos. A neurose fóbica se caracteriza pelo medo excessivo e levitação de algum
objeto normalmente inofensivo.
ü Físicos: palpitações, taquicardia, falta de ar, tremores, dormência no corpo, sudorese,
tontura, medo de perder o controle, medo de ficar louco, medo de morrer (medo de o
coração parar), etc.
ü Psicológicos: sensação de vazio, sensação de desamparo, medo de ficar sozinho, culpa
pelo fracasso, fragilidade, perda da identidade, baixa resistência à frustração, medo da
morte, necessidade da mentira, vira escrava do próprio medo, etc.
NEUROSE HIPOCONDRÍACA
É uma doença afetiva causada por alterações químicas no cérebro, que afeta seus
pensamentos, sentimentos, saúde e comportamento. Pode ser causada por fatores biológicos e
por fatores psicológicos. É uma doença afetiva ou do humor.
A depressão ocorre quando um dos neurotransmissores químicos chamados serotonina
(molécula responsável pela transmissão de impulsos nervosos) que regula o humor, o sono, o
apetite, a memória, a agressividade, estão em desequilíbrio. O indivíduo apresenta sintomas de
generalizar situações de forma negativa.
Entre os fatores desencadeadores da depressão, estão: doenças físicas, medicamentos,
drogas e álcool genéticos e história familiar, personalidade.
Percebe-se que uma pessoa está deprimida quando permanece apática, tristonha,
chorando por qualquer motivo, sem vontade de realizar alguma atividade, etc.
Psicologia – busca de causas e trabalho com as mesmas, ou auxilio para que a pessoa
estabeleça objetivos em sua vida, recuperando o entusiasmo em viver.
Entre os medicamentos estão:
A. Tranquilizantes – que acalmam os sintomas dolorosos, como angustia perturbações
sexuais, perturbações do apetite, do sono, etc.. São os tratamentos de apoio ao
tratamento antidepressivo.
B. Antidepressivos – ajudam a restaurar o equilíbrio das substâncias químicas no cérebro.
ESTRESSE
REGRAS PARA FACILITAR A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
1. O tom de voz deve ser moderado, nem muito alto, nem muito baixo.
2. A velocidade da fala deve também ter um bom tempo, ritmo e fluência.
3. Evitar erros de sintaxe, linguagem imprópria, palavras ambíguas, inadequadas ou
incorretas.
4. Falar com clareza.
5. Tentar despertar o interesse do paciente.
6. Escutar atenta e ativamente o paciente, lembrando-se que escutar é mais que ouvir. Eis
aqui alguns comportamentos que o profissional de saúde deve desenvolver a fim de
escutar o paciente:
ü Manter o olhar atento enquanto o paciente fala,
ü Não ficar o tempo todo pensando só no que vai ser respondido,
ü Mostrar atitude calma e receptiva,
ü Fazer com que a comunicação (tanto verbal como não verbal) assegure ao outro
que se está acompanhando o que ele diz,
ü Tolerar sem ansiedade os silêncios do paciente,
ü Se o silêncio tornar-se embaraçoso para o paciente, procurar reformular a última
frase dita, para que ele possa retomar a conversa,
Psicologia Aplicada à Enfermagem - 23
ü Depois de fazer uma pergunta é importante silenciar. Se o paciente não responder
de imediato, é melhor evitar o impulso de preencher o silêncio com comentários.
Ele deve ter a oportunidade de pensar na questão,
ü Não interromper para retificar o que o outro está dizendo, mesmo que se discorde
do que ele diz. É melhor esperar que termine o enunciado, não contradizer o que o
outro está dizendo por considerar conhecido, desconhecido ou trivial,
ü Demonstrar respeito e aceitação mesmo que haja grandes diferenças entre você e
o seu paciente,
ü Abster-se de fazer julgamentos numa comunicação,
ü Admitir que o paciente tivesse crenças, ideias e valores diferentes dos seus,
ü Criar condições para que o paciente possa expressar suas ideias, seus sentimentos
e seus valores. Isso não significa que se deve concordar com tudo nem impede de
dizer que não se compartilha dessa posturas.
Quando em equipe multiprofissional, fazer comentários descritivos e não avaliativos, pois
os primeiros geram um comportamento receptivo. Os avaliativos predispõem ao comportamento
defensivo.
o O feedback descritivo explica de maneira específica um fato, uma atividade ou um
processo,
o O feedback avaliativo é de natureza crítica e tende a apresentar uma conclusão por
parte de quem o emite,
o Os comentários descritivos são mais fáceis de aceitar e descrevem o comportamento
sem atacar a outra pessoa.
TÉCNICAS BÁSICAS PARA UM BOM ATENDIMENTO AO PACIENTE
COMO O PACIENTE E A FAMÍLIA REAGEM FRENTE A UMA DOENÇA
Psicologia Aplicada à Enfermagem - 27
A Família e o paciente quando estão sob atendimento na hospitalização vivem em um
primeiro momento a necessidade e a possibilidade do diagnóstico. Querem saber o que tem,
saber sobre a doença, as consequências, sequelas, tratamento e cura. Em seguida podem
apresentar uma variedade de respostas emocionais por conta do diagnóstico que nem sempre é
favorável. Dessa forma apresentam sentimentos e comportamentos com reações à confirmação
da doença: Incerteza, ansiedade, preocupação, vulnerabilidade, falta de esperança.
Numa fase posterior, podendo ser trabalhada as questões desfavoráveis e inadaptativas
acontecem um processo de reconstrução da realidade com a doença que envolve mudanças de
planos futuros, manejo das limitações, aceitação.
Conseguem projetar uma vida normal durante o tratamento com maior aceitação,
reorganização, manejo o regime terapêutico, avaliação das novas prioridades.
O trabalho interdisciplinar visa o manejo das situações e o fortalecimento em equipe dos
fatores positivos que proporcionem a adesão, a adaptação e colaboração do paciente e familiar
para lidarem com as limitações e o enfrentamento de doenças crônicas ou graves no contexto
hospitalar.
O Protocolo Class propõe a sistematização da intervenção médica com o sentido de
informar e dar apoio focando:
1. Conhecer os sentimentos do paciente
└ Expressando respostas empáticas que facilitem a expressão e acolhimento
2. Considerar como suas as preocupações do paciente
└ Com atitudes que mostrem o quanto você está prestando atenção, mostrando que
o que ele trás é pertinente, mostrando que entende as preocupações e que estas
serão consideradas
3. Fazer um plano para o problema
└ Com envolvimento do paciente e familiares, fortalecendo o vínculo e a
confiabilidade.
Alguns diagnósticos são de difíceis aceitações, pois trazem a confirmação de uma doença
grave ou crônica que irá modificar intensamente a vida do paciente.
Quando os profissionais da saúde se veem diante da comunicação de um diagnóstico
desfavorável, na maioria das vezes, ficam perdidos, não sabem como faze essa comunicação e se
sentem despreparados para a tarefa Buckman et al (1993) elaboraram um roteiro com passos
para a relação médico-paciente que visa sistematizar um procedimento, ou pelo menos,
demonstrar aspectos que devem ser considerados numa comunicação diagnóstica de uma doença
grave ou terminal.
O Protocolo proposto pelos autores é chamado Protocolo “CLASS” as quais as letras em
inglês possuem os significados abaixo:
C = contexto físico (contest)
L = habilidade em escutar e perceber (listening)
A = conhecimento das emoções e como explorá-las (acknowledge)
S = estratégia (strategy)
S = síntese (summary)
Cada item acima transcreve condições a serem consideradas na comunicação e no
preparo do profissional para esta tarefa.
Psicologia Aplicada à Enfermagem - 28
O TRABALHO DE EQUIPE
Já não se vive o luto como em épocas passadas e, na maioria das vezes, os enlutados
vivenciam a dor da perda na solidão, já que as pessoas ao redor, preferem afastar de si o medo da
morte. Atualmente o que se exige é o recalcamento da dor da perda, em lugar das manifestações
outrora usuais. Mannoni (1995) nos fala deste processo: "Hoje não se trata mais tanto de honrar
os mortos, mas de proteger o vivo que se confronta com a morte dos seus.”.
Os ritos, tão essenciais, tornaram-se inconvenientes em nossa sociedade higienizada,
assim como a própria morte. Hoje, os funerais são rápidos e despojados. Os símbolos são
eliminados, como se fosse possível eliminar a realidade da morte ou banalizá-la. Mas não há
como apagar a presença do ser ausente, nem o necessário processo de luto. Para que a morte de
um ente querido não assuma formas obsessivas no inconsciente é necessário ritualizar essa
passagem.
Segundo Freud (1916), "O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à
perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o
ideal de alguém, e assim por diante." E segue dizendo que o luto normal é um processo longo e
doloroso, que acaba por resolver-se por si só, quando o enlutado encontra objetos de
substituição para o que foi perdido.
Para Mannoni (1995), seguindo a interpretação de Freud, "o trabalho de luto consiste,
assim, num desinvestimento de um objeto, ao qual é mais difícil renunciar na medida em que
uma parte de si mesmo se vê perdida nele”.
Segundo Parkes (1998), o luto pela perda de uma pessoa amada “envolve uma sucessão de
quadros clínicos que se mesclam e se substituem... o entorpecimento, que é a primeira fase, dá
lugar à saudade, e esta dá lugar à desorganização e ao desespero, e é só depois da fase de
desorganização que se dá a recuperação.”.
O autor segue dizendo que “o traço mais característico do luto não é a depressão
profunda, mas episódios agudos de dor, com muita ansiedade e dor psíquica.”.
Diante da morte, o consciente sabe quem perdeu, mas ainda não dimensiona o que
perdeu. Por que um luto não realizado leva à melancolia, um estado patológico capaz de durar
anos e anos?
Para Freud, (1916) algumas pessoas, ao passar pela mesma situação de perda, em vez de
luto, produzem melancolia, o que provocou em Freud a suspeita de que essas pessoas possuem
uma disposição patológica. Para justificar essa premissa, o autor fez uma série de comparações
entre o luto e a melancolia, tentando mostrar o que ocorre psiquicamente com o sujeito em
ambos os casos.
No luto, há uma perda consciente; na melancolia, a pessoa sabe quem perdeu, mas não o
que perdeu nesse alguém. "A melancolia está de alguma forma relacionada a uma perda objetal