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A poluição sonora está cada vez mais presente em nosso cotidiano, e ela, nas últimas décadas, passou a

ser considerada como a terceira forma de poluição que mais atinge pessoas. A escola, como não poderia
deixar de ser, como veículo de comunicação, está de sobremaneira afetada pela poluição sonora, sendo
transformada em vilã do aprendizado e os professores dentre os profissionais mais sujeitos às alterações
de saúde devido ao ambiente de trabalho inadequado, como constata o Informe Técnico do Centro de
Referencia em Saúde do Trabalhador CRST-SP - (2006), pois estão comumente expostos ao estresse
elevado, devido aos diversos fatores relacionados à organização de seu trabalho, aos riscos físicos e às
condições salariais, assim como à violência e extensivas jornadas de trabalho. E com um ambiente
desconfortável acusticamente a situação se agrava cada vez mais.
Para Vieira et al (2004), os professores sofrem as consequências de ambientes desfavoráveis em sala de
aula, como: ruídos ambientais (de alunos, da rua, de ventiladores, ar condicionado), salas grandes com
acústica ruim, muitos alunos em sala de aula, competição sonora com os próprios alunos, etc..., gerando
o estresse e cansaço físico e mental.

Desde o Congresso Mundial sobre a poluição sonora realizado na Suécia em 1989, a questão da poluição
sonora passou a ser considerada como questão de saúde pública. Alguns órgãos de grande importância
mundial como A Organização Mundial da Saúde (OMS) vêm se preocupando mais com esse tema. A
OMS tem publicado padrões de recomendação para exposição humana ao ruído nos quais as legislações
de diversos países se utilizam para definir seus níveis de admissibilidade.
No Brasil existem leis que dispõem sobre a política nacional do meio ambiente, como a Lei Federal Nº
6.938, de 31 de agosto de 1981, já alterada pela Lei Nº 7804 de 18 de julho de 1989, onde o termo
poluição representa degradação da qualidade ambiental que prejudiquem a saúde e o bem-estar da
população, assim como lancem energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos art. 3º
da Lei Federal Nº 6.938, 1981. E o artigo 54 da Lei 9.605/98 que trata dos Crimes Ambientais. Dispomos
no país, também, de alguns órgãos que vêm estabelecendo padrões de confortabilidade acústica e
controle da poluição sonora como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com as Normas
Brasileiras Regulamentares (NBR), de 10 de junho de 2000, reedição. Temos a NBR 10.151Avaliação do
ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade e 10.152 – que mede os níveis de ruído
para conforto acústico. Temos o Conselho Nacional do Meio ambiente/CONAMA, com a Resolução nº 1,
8 de março de 1990:
I – A emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais,comerciais,
sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política, obedecerão, no interesse da saúde e do
sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos nesta Resolução;
II - São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os fins do item anterior, os ruídos
com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela Norma NBR-10.151;
III - Na execução dos projetos de construção ou de reformas de edificaçõespara
atividades heterogêneas, o nível de som produzido por uma delas não poderá ultrapassar os níveis
estabelecidos pela NBR-10.152.
Fontes específicas de emissão de poluição sonora são regulamentadas pelo Conselho Nacional de
Trânsito/CONTRAM e por normas do Instituto Nacional de Metrologia- INMETRO, entre outros. Para
níveis sonoros admissíveis com o tempo de exposição ocupacional do trabalhador, as normas são
definidas e regulamentadas pelo Ministério do Trabalho.
É importante ressaltar que o nível sonoro avaliado pelos instrumentos de medição através de níveis de
depressão é uma propriedade de estudo da acústica, que se relaciona com alguns fenômenos como
intensidade sonora, frequência, entre outros fenômenos do som e da ondulatória, que são de suma
importância para a compreensão e um entendimento mais amplo da poluição sonora.
Em sala de aula, o principal recurso utilizado pelo professor é a sua voz, como fonte de condução de
conhecimento. Em ambientes ruidosos este recurso acaba por competir com sons provenientes do
ambiente interno e externo, sofrendo distorções, prejudicando os alunos quanto à recepção destes
sons, acarretando em interpretações errôneas conhecimento que está sendo transmitido. Logo, em
ambientes com níveis sonoros acima do recomendável, o professor em sala acaba tendo que aumentar
seu tom de voz por um período maior de tempo, podendo causar sérios danos às suas cordas vocais,
entre outros problemas de saúde. Tanto o professor quanto os alunos podem sofrer efeitos fisiológicos,
distúrbios na audição e distúrbios psicológicos, que serão vistos com mais detalhes no decorrer deste
trabalho.

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