Você está na página 1de 4

PRÁTICA TRABALHISTA

Profa. Dra. Olívia Pasqualeto

CASO 2

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DO TRABALHO DE SÃO


PAULO - SP.
PULAR 10 LINHAS

PROCESSO nº 1234/2021.

JARDIM FLORIDO LTDA, reclamada, empresa regularmente inscrita no


CNPJ/MF sob o número ______, com endereço na Rua ______, nº 00,
Bairro______, São Paulo - SP, CEP ______, onde receberá as notificações e
intimações futuras, vem respeitosamente, à presença da Vossa Excelência
apresentar
CONTESTAÇÃO
com fundamento no artigo 847 CLT, combinando com o artigo 335 do CPC, nos
autos da Reclamação Trabalhista que lhe move Amanda Santos, reclamante,
consubstanciados nos motivos de fato e de direito a seguir articulados:

DO RESUMO DA INICIAL

A requerente foi empregada da Jardim Florido LTDA de 10/05/2010 a


29/01/2021, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária,
em 15/02/2021, requerendo o pagamento de indenização por dano moral,
alegando ser vítima de doença ocupacional, já que o mobiliário da empresa,
segundo diz, não respeitava as normas da NR17 de ergonomia. Alega, ainda,
que a empresa fornecia plano médico gratuitamente, requerendo, então, a sua
integração, para todos os fins, como salário in natura.
Relata que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os
empregados, um benefício educacional para a realização de cursos de
aperfeiçoamento, suprimido a partir de 1º de agosto de 2020, violando direito
adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto de 2020 a
janeiro de 2021.
No ano de 2020, permanecia, às sextas-feiras, por mais uma hora na sede da
empresa para participar de encontros sobre midfulness, caracterizando tempo
à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que
requereu. Ela reclama que foi coagida a pedir demissão, pelo que requer o
pagamento de danos morais e o pagamento das verbas trabalhistas devidas
em caso de dispensa sem justa causa. Assim, requer a anulação do pedido de
demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa
causa.
Por fim, formulou um pedido de adicional de periculosidade, pois entendia que
seu trabalho era perigoso em razão dos espinhos das plantas vendidas pela
empresa, juntou também, com a petição inicial, os laudos de tomografia da
região lombar, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão
do plano de assistência médica, que lhe foi entregue pela empresa na
admissão. Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho
de 2018 a julho de 2020, na qual consta a obrigação de os empregadores
fornecerem um benefício educacional aos empregados a cada mês, e, como
não foi entabulada nova convenção desde então, advoga que a anterior se
prorrogou automaticamente. Por fim, juntou a circular da empresa que
informava a todos os empregados que eles poderiam participar de encontros
sobre mindfulness, que ocorreria todos os dias ao fim do expediente.

DA PRELIMINAR DE INÉPCIA AO PEDIDO DE ADICIONAL DE


PERICULOSIDADE
Requer o reconhecimento da inépcia ao pedido de adicional de periculosidade,
com a extinção do processo sem resolução do mérito em relação a esse pleito,
na forma do Art. 330, § 1º, inciso I, e do Art. 485, inciso I, ambos do CPC.

DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
A reclamante trabalhou para reclamada no período de 10/05/2010 a
29/01/2021, tendo distribuído a presente ação aos 15/02/2021. A reclamada
arguiu nessa oportunidade a prescrição quinquenal declinada no artigo 7º,
inciso XXIX, da CF em relação a qualquer direito anterior a 15/02/2013.
Assim, se algum valor for devido ao reclamante, o que se admite em
observância ao princípio da eventualidade, somente poderá ser deferido
relativamente ao período imprescrito.

DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS


Podemos verificar que a doença degenerativa não é considerada doença
profissional, nem ao menos doença do trabalho, conforme o artigo 20, § 1º,
alínea a, da Lei nº 8.213/91, não sendo devido o pagamento da indenização
por danos morais.

DO PLANO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA


Com relação ao plano de assistência médica não se caracteriza salário
utilidade por expressa vedação legal, na forma do Art. 458, § 2º, inciso IV e §
5º, da CLT, daí porque não poderá ser integrado ao salário.

DO BENEFÍCIO EDUCACIONAL
Ao analisarmos o pedido do benefício educacional, vemos que a norma coletiva
juntada findou em julho de 2020 e não possui ultratividade, na forma do Art.
614, § 3º, da CLT.

PRATICAS RELIGIOSAS DENTRO DA EMPRESA


A empresa convidou todos os empregados para participarem voluntariamente
das práticas religiosas que ocorreriam dentro da empresa e, não o caracteriza,
por explícita vedação legal, na forma do Art. 4º, § 2º, inciso I, da CLT.

A CARTA DE DEMISSÃO
Não houve nenhum tipo de coação no pedido de demissão e o ônus de provar
o alegado vício de consentimento pertence à autora, na forma do Art. 818,
inciso I, da CLT e do Art. 373, inciso I, do CPC. Será aceita a tese de negar a
prática de qualquer ato ilícito capaz de provocar danos, conforme Artigos 186 e
927 CCB.

DA COMPENSAÇÃO E DEDUÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS


Em caso de ocorrência da condenação da Reclamada, que sejam os valores já
pagos devidamente compensados a títulos fiscais e previdenciários.

DOS REQUERIMENTOS FINAIS


Sendo posto, aguarde-se o acolhimento das preliminares arguidas, ou no
mérito deve a reclamação trabalhista ser julgada IMPROCEDENTE,
condenando o reclamante ao pagamento de todas as custas processuais.
Provará o alegado por todos os meios de provas em Direito admitidos,
principalmente depoimento pessoal do reclamante, sob pena de confissão,
inquirição de testemunhas, perícias.
Nestes temos,
Pede deferimento.

São Paulo, _, ____.


Advogado.
OAB - SP

Você também pode gostar