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Tema:
Reformas moçambicanas do sector público (passado e presente)
Código do Estudante:000103197082000188338
NAMPULJULHO DE 2021
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Índice
Introducao ...................................................................................................................................3
Considerações finais..................................................................................................................17
Referencias Bibliográficas........................................................................................................18
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Introdução
O presente trabalho tem como tema Reformas moçambicanas do sector público (passado e
presente). A questão da reforma do Estado é, na actualidade, um dos temas que se coloca aos
governantes em muitos países em desenvolvimento como um grande desafio. Constitui,
portanto, um dos principais assuntos nas agendas face à necessidade redefinição das suas
instituições e revisão dos procedimentos administrativos.
Assim, estas reformas pressupõem também uma reforma administrativa que tem implicações na
reestruturação do País, pois, busca-se com elas a redução da interferência do Estado na
economia, a redução do déficit público e, naturalmente, a melhoria na qualidade e eficiência dos
serviços públicos e prováveis alterações nos mecanismos de controlo dos recursos públicos com
a modernização das instituições.
Essa geração das reformas moçambicanas visou o escangalhamento do aparelho estatal colonial,
implantação do regime monopartidário e do Sistema de Economia de Planificação Centralizada.
4ª - Geração: 2001-2011.
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Começa com o lançamento da Estratégia Global da Reforma do Sector Público, no dia 25 de Junho
de 2001, que seria implementado até 2011.
Neste período o Estado moçambicano meteu-se ao lado das suas principais funções de
assistência (segurança social, ajuda ou apoio social...), passando, mais do que nunca, a ser
banqueiro, segurador, transportador, construtor, montador, importador, distribuidor,
comerciante, agricultor, carpinteiro, mecânico, pescador, etc.
Enquanto na mesma época, outros países davam o exemplo contrário e a tendência geral foi mais
refluxo. A senhora Margaret Thatcher no Reino Unido, o senhor Ronald Reagan nos Estados
Unidos, confiaram apenas nos mecanismos do mercado, lutaram por desregulamentação e
reduzir ao mínimo estrito as prestações asseguradas, indo na limitação de esforço de
solidariedade a favor dos mais desfavorecidos.
Com o início, em 1986, da segunda geração das reformas moçambicanas novos discursos e
tendências aparecem. O unilateralismo do Estado deixou de ser credível e o «tudo Estado»,
sobretudo após o desmoronamento dos regimes comunistas da
Europa do Leste, não era mais defensável. Um consenso parece que se impõe para se ultrapassar
a alternativa de mais ou de menos intervenção. «Melhor fazer», diga, tudo nele se acordando
sobre a necessidade do recuo do Estado produtor e da necessidade da sua centragem nas
missões essenciais de protecção, regulação e solidariedade.
Nas cinco áreas temáticas diagnosticadas os resultados não foram surpreendentes, uma vez que
apenas confirmaram aquilo que em si já era bastante evidente.
C. 4..Desconcentração e Descentralização
Persistência do princípio da “dupla subordinação” que faz com que os órgãos locais se
subordinem directamente à estruturas centrais e, indirectamente, aos governos
provinciais;
E. Gestão Financeira
A contabilidade pública não integra na totalidade dos fundos utilizados no sector público.
Analisando estes resultados podemos, muito facilmente, podemos concluir que as coisas
chegaram e este estado do facto de ter havido reformas sem Estratégia.
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G. Uma Estratégia:
Face a essa situação foi elaborada e lançada a Estratégia Global da Reforma do Sector Público
Aquilo que até ao ano de 2011, se podia chamar do presente das reformas moçambicanas,
começou com o lançamento da Estratégia Global da Reforma do Sector Público, no dia 25 de
Junho de 2001, que seria implementado até 2011.
Nestes instrumentos podem ser visualizados, entre outros aspectos, o contexto, objectivo, as
componentes, as prioridades, as actividades estratégicas e os resultados da Reforma.
A reforma da quarta geração, das reformas moçambicanas (Reforma do Sector Público) foi
definida como um conjunto de acções de carácter transversal e horizontal e processos de
mudanças que devem ser empreendidos para que os serviços públicos prestados nos diferentes
sectores sejam melhorados.
A Reforma desejada vai para além das simples mudanças nas estruturas do Aparelho de Estado
a no fluxo de papéis.
O principal desafio da reforma, refere-se à mudança da função dos serviços públicos e sobretudo
à mudança da cultura, da atitude e do comportamento dos funcionários públicos perante o seu
trabalho.
Com ela se pretende que os serviços públicos sejam mais operacionais, orientados para
resultados e com enfoque para o cidadão. O cidadão deverá estar no centro das atenções, pelo
que o sector público deverá estar mais voltado para fora e não para dentro de si mesmo.
Necessidade de adequar o conjunto das organizações que integram o sector público para
fazer face aos desafios que se colocam ao Estado moçambicano;
A permanente legitimação do Estado de Direito nas suas relações com a sociedade como
factor de garantia da soberania, da moçambicanidade, da cidadania e do progresso
nacional.
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Empresas Públicas, Institutos Públicos e outras Agências do Estado. Quer dizer, a reforma
incide sobre todo o conjunto de instituições e agências que sendo directa ou indirectamente
financiadas pelo Estado tem como objectivo final a provisão de bens e de serviços, necessários
para a satisfação de necessidades de carácter colectivo.
Coerência;
Resultados concretos;
Abordagem selectiva;
Agenda dinâmica;
Continuidade;
Programas e actividades que possam concorrer na criação do novo papel do Estado, o de:
Calamidades;
Para reduzir o impacto dos riscos acima apontados a gestão dos processos da sua implementação
exige agilidade, credibilidade e competência da capacidade instalada para a gestão do processo
da reforma, nos níveis: central, provincial, distrital, posto administrativo, localidade, sectorial,
institucional, etc., refere-se, sobretudo, as Lideranças, os Assessores, as Chefias intermédias, os
Funcionários e Agentes do Estado, os Sectores e instituições, Núcleos distritais ou sectoriais e os
Pontos Focais.
Liderar o processo;
Dar visão e estratégia territorial ou sectorial e/ou institucional;
Assegurar a coordenação;
Promover e garantir a participação integrada;
Fornecer orientações estratégicas;
Patrocinar o processo;
Dirigir a realização dos objectivos;
Articular com os outros actores;
Reportar;
etc
Os Chefias Intermediárias são executivos das lideranças e actuam nos níveis técnico e
operacional e os Funcionários e Agentes do Estado, juntamente com as lideranças e as chefias
intermédias, são actores ou agentes implementadores da reforma, actuando no nível operacional.
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Através, de seis componentes e quatro prioridades (ver na unidade sobre RSP) treze
resultados são visados, a saber:
No final dos anos 1980 e início de 1990 passou-se a associar centralização a práticas não
democráticas de decisão, à ausência de transparência das decisões, à impossibilidade de controle
sobre as ações de governo e à ineficácia das políticas públicas. As expectativas postas sobre a
descentralização e a visão negativa das formas centralizadas de gestão implicariam, por essa via,
a necessária redução do escopo de atuação das instâncias centrais de governo.
Nesse contexto, como salienta Plank (1993:410), nasceram as ideias a favor da autonomização e
da partilha de poder entre as esferas governamentais como uma forma de transformação do
Estado monolítico norteado pelo modelo típico burocrático centralista constituído em 1975 e da
institucionalização de um sistema político e administrativo alicerçado em princípios
democráticos baseados na liberalização e no pluralismo político dentro da sociedade
moçambicana.
Essas novas concepções, diga-se, eram parte das exigências do pacote de ajuste estrutural
designado Programa de Reabilitação Econômica (PRE), financiado desde 1987 pelas instituições
financeiras internacionais, o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). O
PRE tinha como sua ênfase a redução de custos e a racionalização da burocracia pública e, como
assinalam Macamo e Neubert (2003), foi implementado sob o argumento da necessidede de
realização de reformas econômicas importantes para viabilização do Estado e a revisão do
modelo de planejamento centralizado.
No que se refere ao AGP, este foi determinante para o fim da guerra civil que durou 16 anos
(1976-92), como referido anteriormente. Desta feita, a nova CRM e o AGP constituíram-se nos
pilares fundamentais (Brito, 2009:22) para o desenvolvimento do sistema democrático e o
estabelecimento da unidade nacional. Nesses termos, a estabilidade social proporcionada pela
ausência de guerra permitiu o início da reestruturação sociopolítica do Estado e a afirmação de
novos objetivos que orientariam o processo de mudanças na sua administração pública.
Com essas reformas políticas, por um lado, novos valores relacionados com a participação
popular nos assuntos públicos, o exercício pleno da cidadania através de mais direitos e
liberdades foram enfatizados, contribuindo de forma decisiva para a instauração das concepções
políticas e sociais da sociedade democrática. Por outro, as transformações sociopolíticas
implicaram o estabelecimento de novas relações entre o Estado e os diferentes atores sociais.
Mazula (1998) afirma que o Prol iniciou um quadro de reformas institucionais e de iniciativas
legislativas descentralizadoras que estavam orientadas para a devolução de poderes para as
comunidades locais, a criação de municípios e a melhoria do processo de tomada de desisões.
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Assim, a descentralização passou a ser encarada como um mecanismo que permite a autonomia
política e administrativa das esferas locais com vistas ao aprofundamento da democracia e a
ampliação dos espaços para a gestão das políticas públicas locais. Segundo a afirmação de Soiri
(1999), esses princípios marcaram a ruptura com o centralismo do Estado e da administração
pública e se impuseram como as alavancas para o desenvolvimento da democracia participativa
e a partilha do poder de decisão pelos diferentes níveis de governo, isto é, entre os órgãos
centrais, provinciais, distritais e os órgãos do "poder local".
Considerações finais
Contudo, a apreciação dos pressupostos e práticas que têm estado a ser adotadas indica que a
implementação dessa reforma tem sido marcada por algumas limitações de natureza estrutural e
funcional que são, na prática, impostas pelo próprio modelo adotado. Os grandes dilemas se
colocam em relação às metas de eficiência e ao alcance de resultados e processos participativos.
Referencias Bibliográficas
Mazula, A. (1998). Quadro institucional dos distritos municipais. In: MAZULA, Aguiar et
al. Autarquias locais em Moçambique: antecedentes e regime jurídico. Lisboa; Maputo: UEM,
Plank, D. (1993). Aid, debt, and the end of sovereignty: Mozambique and its donors. The
Journal of Modern African Studies, v. 31, n. 3, p. 407-430, set. 1993.
Soiri, L. (1999). Moçambique: aprender a caminhar com uma bengala emprestada? Ligações
entre descentralização e alívio à pobreza. Maastricht: European Centre for Development Policy
Management, 1999.
Legislações