Você está na página 1de 191

DISCIPULADO BÍBLICO

GUIA DE ESTUDOS BÍBLICOS


Ericson L. Martins

Goiânia

2016
Ficha Técnica

DISCIPULADO BÍBLICO, Guia de Estudos Bíblicos (Vol. 2)

Revisão linguística

Débora Duran

Diagramação

Ana Bandeira

Revisão linguística

Jéferson de Oliveira Del’Arco

Capa

Ericson Martins
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na (CIP)

Biblioteca Pública Estadual Pio Vargas

Martins, Ericson L.

Discipulado Bíblico: Guia de Estudos Bíblicos - Volume

2 / Ericson L. Martins - Goiânia: Editora Cristã, 2014.

196p.; 138mm x 210mm

ISBN: 978-85-916464-1-8

1. Vida Cristã. 2. Teologia Pastoral. 3. Bíblia. I.

Martins, Ericson L. II. Título

CDU: 271
As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada
(ARA) traduzida para a Língua Portuguesa por João Ferreira de Almeida, por
manuscritos em línguas originais disponíveis no Século XVII, revisada e
atualizada por mais de uma década a partir da desco-berta de outros
manuscritos bíblicos em 1993. Publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil.

Publicação em acordo com as orientações do Novo Acordo Ortográfico da


Língua Portuguesa, em vigor desde janeiro de 2009.

1a. Reimpressão

Goiânia-GO, março de 2016

www.facebook.com/ericsonmartins

Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida por


qualquer meio: eletrônico, mecânico, xerográfico, etc, sem a devida
permissão do autor.
Dedicatória

Àqueles que anseiam servir a Deus na missão de evangelizar e discipular


outras pessoas durante a jornada da vida cristã, até que Jesus volte!
Agradecimento especial

À minha esposa Andréa Liberato, aos amigos Fábio Negrão e Débora


Duran, e à Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia
Prefácio

Manter a comunhão dos cristãos entre si e ao mesmo tempo instruí-los na


doutrina de Cristo e dos apóstolos sempre foi – e será – um desafio para a
Igreja Cristã em todas as épocas. Estes dois desafios se tornaram mais
acentuados em tempos recentes com o advento da vida moderna,
a consequente desintegração da família, dos valores morais e espirituais, e do
surgimento de modelos de igrejas focadas em eventos de massa, as quais dão
pouca ou nenhuma atenção ao crente individual em sua formação espiritual
fundamentada nas verdades bíblicas.

O discipulado baseado na proposta dos pequenos grupos tem se mostrado um


método eficaz para atender às necessidades de comunhão e educação cristã.
Contudo, esse método tem sofrido abusos e sido usado em alguns setores,
ditos evangélicos, como ferramenta para condicionamento psicológico de
submissão a líderes totalitários. O Rev. Ericson Martins tem desenvolvido um
método de discipulado para pequenos grupos que promove a comunhão e o
crescimento nas doutrinas das Escrituras, cujo foco recai sobre o estudo
da Bíblia e a pessoa de Jesus Cristo. Ele desenvolveu um currículo de estudos
que inclui não somente as doutrinas centrais do Cristianismo como
também aquelas polêmicas que demandam respostas.

O livro que o leitor tem em mãos foi projetado como guia de estudos
semanais a ser usado nos grupos pelo discipulador e pelos que estão
sendo orientados na vida cristã. A perspectiva teológica desses estudos é a
cristã reformada, comprometida com a infalibilidade das Escrituras e com
uma vida de piedade.

Sinto-me honrado em prefaciar esta obra que certamente será uma ferramenta
útil nas mãos do Senhor Jesus Cristo para edificar a sua Igreja.

Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes

Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Re-cife-PE), mestre em


Novo Testamento pela North-West University (Potchefstroom, África do Sul), doutor em
Interpretação Bíblica pelo Westminster Theological Seminary (EUA), com estudos na
Protestant Theological University em Kampen (Holanda). Fez pós-doutorado em 2013 no
Westminster Theological Seminary.
Introdução

“Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu


coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o
grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos
dependem toda a Lei e os Profetas” - Mateus 22:37-40 (cf. Dt 6:4-5;
Lv 19:18 e 2 Rs 23:25)

Na última semana antes da crucificação, Jesus foi questionado por diversos


grupos religiosos. Os principais sacerdotes e escribas, indignados,
questionaram o fato de Jesus ter sido aclamado honrosamente por numerosas
crianças (Mt 21:15-16 cf. Sl 8:2) quando chegou em Jerusalém. No
templo, outra vez questionaram a autoridade do seu ensino (Mt 21:23-27).
Logo depois, os fariseus e herodianos tentaram pressioná-lo quanto ao
pagamento de tributos, com o intuito de acusá-lo (Mt 22:15-22). Insatisfeitos,
os saduceus também tentaram encontrar algum motivo para acusá-lo no
Sinédrio quanto a assuntos relacionados à ressurreição (Mt 22:23-32), no
entanto, todas as respostas de Jesus levaram as multidões a se maravilharem
com a sua doutrina (Mt 22:33).

Como percebemos, todo o sistema tradicional da falsa religiosidade estava


determinado a se opor à autoridade de Jesus. Foi com esta mesma intenção
que um, entre os fariseus, se levantou para testá-lo novamente, desta vez
quanto aos mandamentos (Mt 22:37-40).

O homem era um escriba, conforme lemos em Marcos 12:28. Esse escriba


não só testou Jesus sobre qual seria o grande ou o maior mandamento,
como tentou discernir qual era o principio que alicerçava a sua crença. Jesus,
poderia ter iniciado a sua resposta falando sobre a circuncisão, os sacrifícios,
as leis cerimoniais, o sábado, etc, mas ele resolveu responder sobre o vínculo
mais profundo com Deus, que é o mandamento de amá-lo acima de todas
as realidades e necessidades humanas, pois é sobre ele que repousa todo o
significado da nossa existência (Sl 103:1). Esse mandamento primordial
corresponde à primeira parte dos dez mandamentos (Êx 20:10-17; Dt 5:1-21),
visto que se o amarmos com toda a nossa vida (coração, alma e
entendimento):

1º . Não cultuaremos nada e ninguém além de Deus;

2º . Não faremos imagens para fins de cultos e apegos idólatras;

3º . Não usaremos o nome de Deus em vão, em profanação;

4º . Não negligenciaremos o sábado como dia santificado ao descanso.

Esse mandamento é a linha vertical da relação do homem para com Deus, a


qual traduz a lei do amor de Deus e no amor a Deus (1 Jo 4:19).

Do mesmo modo, sem diminuir a força das suas palavras quanto ao primeiro
e grande mandamento, Jesus incluiu um princípio que se deriva desse
primeiro mandamento: amar o próximo como a si mesmo. Tal princípio se
monstra incompatível com a nossa devoção a Deus quando violado (Mt 5:21-
26), porque o amor a Deus requer o amor ao próximo (1 Jo 3:15-18, 4:20-21).
Certa vez um escriba perguntou a Jesus: “Quem é o meu próximo?” (Lc
10:29). A resposta de Jesus demonstrou que o próximo é todo aquele que está
ao alcance da misericórdia ilimitada pelas fronteiras étnicas, geográficas ou
religiosas, como demonstrado na parábola do bom samaritano (Lc 10:29-37).
Somente o amor verdadeiro a Deus pode nos instruir a amar o próximo,
tratando-o como uma finalidade, e não como um meio.

A ênfase de Jesus recaiu sobre o próximo, pelopressuposto do amor que já


possuímos por nós mesmos. Jesus, pois, ensinou que esse amor natural por
nós mesmos deve ser transferido a outros, com a mesma naturalidade de
alguém que vê a oportunidade, se aproxima dela e se satisfaz pela a ação
misericordiosa a favor daqueles que lhe estão alheios. Se amarmos o próximo
assim, conforme a segunda parte dos dez mandamentos:

5º . Honraremos os nossos progenitores obedientemente;

6º . Preservaremos a vida dos outros;

7º . Respeitaremos o casamento alheio e negaremos toda forma de


promiscuidade;

8º . Defenderemos os bens e as propriedades dos outros, observando os seus


direitos;

9º . Não mancharemos a reputação dos outros com mentiras e injustiças;

10º . E não desejaremos aquilo que é dos outros e que Deus proíbe para o
nosso bem.

Essa é a linha horizontal da relação do homem para com o seu próximo, a


qual traduz a lei de Cris-to (Gl 6:2) que “tendo amado os seus que estavam
no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13:1).

Em resumo, o mandamento de amar, a Deus acima de todas as coisas e ao


próximo como a si mesmo, é o ponto alto, a significação central das linhas
vertical e horizontal, visto que todos os demais mandamentos são subjacentes
desse mandamento primordial.
Se o nosso objetivo é sermos dignos cidadãos do reino de Deus, verdadeiros
discípulos de Jesus, devemos a amar a Deus, obedecendo os seus
mandamentos (Jo 14:21) e viver uma vida de fé, demonstrada em obras (1 Jo
3:17-18).

Percebemos que as linhas vertical e horizontal criam em nosso imaginário a


figura de uma cruz, que poderia simbolizar toda a lei. Ademais, foi na cruz
que Jesus a cumpriu totalmente, satisfazendo a justiça de Deus em nosso
lugar e destruiu a nossa inimizade com ele (Ef 2:16).

A falsa religiosidade se pauta apenas de assuntos concernentes a uma vida


contemplativa, de fé sem a sua confirmação pelo testemunho das obras, de
discussões doutrinárias insensatas e de cerimô-
nias dominicais vazias. Jesus censurou inúmeras vezes diversos os religiosos
em seus dias porque subscreviam o compromisso de servir ao próximo pelas
prerrogativas do amor a Deus. A vida cristã, entretanto, é guiada pelo
compromisso de amar a Deus e amar o próximo. De amar a Deus sendo
obediente à sua Palavra, e ao próximo de servi-lo como desejamos ser
servidos, “porque esta é a lei os profetas” (Mt 7:12).

Entre os 3 livros da série “Discipulado Bíblico”, este oferece 32 estudos, sob


a observação dos princípios até aqui apresentados, que poderão ser utilizados
pelos discipuladores na orientação de um grupo de discipulado durante 1 ano.
Todos foram desenvolvidos com base na proposta metodológica denominada
de “Cruz do Discipulado”, a qual será descrita na próxima seção.

Que Deus nos abençoe!

Ericson Martins

Goiânia-GO
Método: Cruz do Discipulado

“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim,
a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” - Mateus 16:24

No texto de Mateus 16:24 Jesus ensina aquilo que envolve o discipulado.


Antes, um dos seus discípulos mais notáveis declarou: “Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo” (Mt 16:16). Porém, logo após testificar o caráter
messiânico de Jesus, cha-mando-o de “Cristo”1, tentou reprová-lo na
missão de sofrer, morrer na cruz e ressuscitar ao terceiro dia, dizendo: “Tem
compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá” (Mt 16:22).
Primeiro, Pedro revelou a vontade de Deus (Mt 16:17), depois a vontade de
Satanás, o qual foi severamente repreendido por não cogitar das “coisas de
Deus e sim das dos homens” (Mt 16:23).

A vontade de Deus era que o Cristo se dirigisse à Jerusalém e lá sofresse,


morresse e ao terceiro dia fosse ressuscitado (Mt 16:21), cumprindo a justiça
para a redenção do homem. Essa era a sua missão.

Esse era o seu caminho. A partir daí, Jesus instruiu sobre o que deveria e
deve envolver a vida dos seus seguidores:

Negar a si mesmo

Aqui Jesus se referiu à total submissão a ele. Pois nenhum pecador pode
andar nos árduos caminhos do Cristo sem ter de submeter-se, pela
confiança, à sua condução. Negar a si mesmo é, portanto, negar às
provocações da natureza pecaminosa que atua dentro de nós, sugerindo-nos
alternativas para não vivermos uma vida de entrega total à vontade de Deus.
Ao invés de vivermos de acordo com as nossas inclinações pecaminosas,
obedecendo acima de tudo a nossa vontade, seguir a Cristo exige agir de
acordo com as suas palavras e a atender aos estímulos do Espírito Santo.

Tomar a sua cruz

Jesus havia feito outras referências à cruz para os seus discípulos (Mt 10:38;
Jo 3:14). Em Mateus 16:24, no entanto, ele fez uso do símbolo da cruz com o
intuito principal de ilustrar as experiências que viveriam todos os seus
seguidores. A cruz era o instrumento que os romanos empregavam
para executarem os piores criminosos, e por isso tornou-se símbolo de
sofrimento horrível e vergonhoso. O condenado tinha de carregar a sua
própria cruz até ao local da execução. Do mesmo modo, o seguidor de Cristo
deve levar a sua própria cruz, em seus aspectos de pecado e culpa, para serem
crucificados com Jesus. O verdadeiro discípulo deve entregar-se totalmente
ao serviço do Senhor. Para Jesus, apesar de todas as humilhações e
sofrimentos reservados à cruz, ela simbolizava a vontade de Deus, no plano
de Deus. Ele disse: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!
Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26:39).
Sendo assim, tomar, cada um a sua cruz, é tomar a mesma decisão que Jesus
tomou: a de fazer a vontade de Deus, a qualquer custo e aonde quer que a
essa vontade leve.

Qualquer outro homem, poderia pensar em conforto, autopreservação, poder


político, popularidade, etc (Mt 16:22), mas Jesus estava determinado a
obedecer a Deus, e não permitiria que nada impedisse a sua missão, nem
mesmo a morte de cruz (Fl 2:8). A reprovação de Pedro (“isso de modo
algum te acontecerá”) era um convite, uma tentação, uma alternativa para que
Jesus se afastasse da vontade de Deus. Somente negando a nós mesmos é que
perseveramos contra as tentações. Os discípulos de Jesus não seriam
crucificados como ele, literalmente, mas espiritualmente (Gl 5:24). Eles
teriam que suportar a humilhação, o sofrimento e a morte para o pecado, por
causa da obediência à Cristo, assim como Cristo ao Pai no lugar do homem.
Por isso o mundo, que é inimigo de Deus (Tg 4:4), os odiaria e os perseguiria
(Lc 21:12; Jo 15:17-21).

O discipulado exige que essas orientações sejam observadas e a metodologia


que elaboramos considerou como atendê-las, afetando as áreas da vida com
essas verdades.

A palavra “método” é de origem grega e formada pelas palavras: μετα, meta


(prep. “atrás”, “em seguida”, “junto de”, “com”) + ὁδός, hódos
(subs. “caminho”). Etimologicamente a palavra “método” salienta como se
faz o que deve ser feito.

O método segue o caminho, mas não é o caminho. O método serve a missão,


mas a missão não serve o método, o que seria pragmatismo
absoluto. Pensando nisso, a metodologia proposta neste livro não pretende
apresentar-se como:

• uma forma autoritária de se empreender o discipulado proposto;

• um modelo empresarial a partir de experiências estrangeiras no Brasil;

• nem mesmo uma pretensiosa fórmula de resultados positivos.

Pelo contrário, é uma proposta flexível, simples e sujeita a adequações,


conforme veremos com mais detalhes na próxima seção.

A vida cristã requer amadurecimento nas quatro áreas a seguir, as quais lhes
são vitais:
SABER - Conhecimento: Oséias 6:3

Temas relacionados à Teologia Sistemática, os quais enfatizam o


conhecimento das principais doutrinas reformadas. O objetivo é fortalecer
a convicção pessoal na fé bíblica e prepará-la para o seu firme testemunho no
mundo.

SER - Caráter: Colossenses 3:5-14

Temas relacionados ao caráter cristão. O pecado corrompeu o homem feito à


imagem de Deus, tornando-o distante da santidade e justiças divinas. O
objetivo é auxiliar no amadurecimento do caráter, de modo que o discípulo
viva segundo o exemplo de Cristo.

SENTIR - Motivação: Mateus 15:18; Efésios 6:6

Temas relacionados ao aspecto do coração (sentimentos, motivações). O


homem foi constituído, também, por emoções, as quais, por causa do pecado,
desorganizaram-se, dando lugar à cobiças, iras, ansiedades, estresses, etc. O
objetivo é orientar a conduta cristã a partir de motivações corretas do
coração, à luz das Escrituras.

SERVIR - Obras: Tiago 2:14-17

Temas relacionados ao serviço cristão, como legítimo testemunho da fé. Sem


comprometimento prático com verdades bíblicas apreendidas, a fé é morta.
O objetivo é estimular o testemunho público da fé, a responsabilidade social e
o pastoreio de outras pessoas.

Esta metodologia não se restringe a uma linguagem impessoal, típica da


docência formal. Esses verbos devem ser combinados a cada encontro
do grupo de discipulado e a cada abordagem pastoral de maneira integrada e
integradora, já que não são paralelos, mas relacionáveis. A cada semana
há uma combinação de todos eles, mas com ênfase específica num verbo, por
uma razão didática.

O ensino bíblico que fundamenta o discipulado não pode ser visto como uma
escada ou escalonamento de níveis ou status espiritual cuja premiação é um
diploma, certificado ou ainda cargos elevados na hierarquia do poder
eclesiástico. Não podemos separar os verbos saber, ser, sentir e servir na
jornada do discipulado. Aprende-se e se vive cada um, ao mesmo tempo, e
por toda a vida!
1 . Khristos: “ungido”, título messiânico: Lc 4:18; At 4:26-27, 10:38; Hb 1:9
cf. 2 Samuel 7:12-16; Salmo 89:3-4, 132:11; Isaías 9:6 e 11:1.

Voltar
2 . Impudicícia: relação sexual ilícita: adultério, fornicação,
homossexualidade, relação sexual com parentes próximos, etc (Lv 18; Os
2:2; At 21:25; 1 Co 5:1). Impurezas: imprudência moral, sen-sualidade ou
promiscuidade física (Lm 1:9; 2 Co 12:21). Cobiça: desejo ganancioso de se
ter mais que o necessário, avareza (Rm 1:29; 2 Pd 2:3).

Voltar
3 . Do Hebraico YAWEH, “único existente” ou “se faz existir”: substantivo
próprio, sem gênero, número e estado. Interpretado por Moisés como “EU
SOU O QUE SOU”. “... este é o meu nome eternamente, e assim serei
lembrado de geração em geração” Êx 3:15

Voltar
4 . Etimologia: deriva do Latim COMPASSIO, “piedade, capacidade de
sentir o que outro sente”, de COMPATI, “sentir piedade”, de COM-,
“junto”, mais PATI, “sofrer, aguentar”. Fonte: http://origemdapalavra.com.br

Voltar
5 . Dicionário: Priberam: “Pessoa que sofre tormentos ou a morte por uma
crença, uma ideia ou uma causa”.

Voltar
6 . Verbo ser, indicativo, imperfeito de eimi (grego). Equivale ao pretérito
imperfeito na Língua Portuguesa, o qual indica uma ocorrência no passado,
com ação contínua e sem definição de tempo.

Voltar
7 . Dicionário Priberam

Voltar
8 . BRUCE, F.F.. Comentário Bíblico NVI. São Paulo-SP: Editora Vida,
2009

Voltar
9. COENEN, 2007.

Voltar
10 . A outra palavra hebraica que traduz “arrependimento” no Antigo
Testamento é nacham, e todas as ocorrências estão relacionadas a Deus, pois
tem sentido de “tristeza” pelo o que se vê que resulta numa mudança de
ações, não em uma mudança de si (Gn 6:6; Êx 32:14; 1 Sm 15:35; 1 Cr
21:15; Jr 26:19; Am 7:3 e 6; Jn 3:10).

Voltar
Como Usar os Estudos
“O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a
sabedoria e o ensino” Provérbios 1:7

O ensino bíblico em nossos dias tem sido negligenciado por inúmeras igrejas,
tornando-se superficial e desmotivador. Por um lado, a causa é a indisposição
mental dos ouvintes e a pecaminosidade de recusarem praticar a Palavra de
Deus. Por outro, muitas igrejas elaboram currículos mal planejados, com
temas irrelevantes à vida cristã e com aplicações práticas genéricas demais. E
ainda, não são poucos os pregadores, professores e discipuladores que se
mostram despreparados quanto à didática e ao conhecimento na tarefa de
ensinar, tornando o ensino um fim em si mesmo e não como um meio de
crescimento, maçante e sem inspiração.

O propósito do ensino bíblico é conduzir os crentes, novos ou não, à


maturidade espiritual - no sentido mais amplo da vida cristã - e não apenas ao
conhecimento das informações bíblicas. Isso significa que o ensino bíblico
requer ensinar para a fé em Cristo e fé em Cristo relaciona-se com condutas
cristãs.

O discipulador não pode mudar a vida das pessoas, a Palavra de Deus, pelo
Espírito Santo, sim! É o Espírito Santo quem persuade e transforma os
valores do coração de quem ouve a Palavra de Deus, e ele usa os esforços de
quem a ensina. Portanto, o discipulador deve abordar a responsabilidade
de ensinar como se os resultados dependessem totalmente dele, preparando o
ensino com excelência e antecedência, orando a cada instante. As
pessoas podem e devem interagir com o ensino, mas o discipulador é o
condutor de tudo aquilo que é ensinado no grupo de discipulado e, portanto,
deve prestar contas dessa função tão essencial na Igreja, inclusive do seu
testemunho de devoção e piedade à Deus.

Os estudos aqui apresentados constituem um elemento importantíssimo no


encontro do discipulado. Por isso, dedicamos esta seção para orientar como
eles podem ser usados, de acordo com as suas interações a administração do
tempo.

:15 quinze minutos

RELATÓRIO E ORAÇÃO

Momento para receber e compartilhar a devocional semanal e como cada


um atendeu a orientação prática fornecida pelo discipulador. Encerra
com oração.

:45 quarenta e cinco minutos

ESTUDO BÍBLICO

Momento para exposição dos temas previstos no currículo, os quais


abordam a doutrina bíblica reformada (saber), o caráter cristão (ser), as
motivações do coração / sentimentos (sentir) e o compromisso com as
boas obras, (servir). Esse período poderá ser administrado da seguinte
maneira:

:25 vinte e cinco minutos

EXPOSIÇÃO DO ESTUDO

O ensino é responsabilidade do discipulador. Ele faz uso exclusivo de


material, preparado especificamente, para atender cada tema. Nesse
período o discipulador fala mais.

:20 vinte minutos

INTERAÇÃO

Tempo para interação com o estudo: receber perguntas e tentar


esclarecê-las de acordo com o estudo em questão. Nesse período o
discipulador fala menos.

:15 quinze minutos

COMPARTILHAMENTO

Momento apropriado para as pessoas compartilharem as suas


necessidades pessoais, incluindo expectativas e experiências para serem
apresentadas à Deus através da oração.
:15 quinze minutos

ORAÇÃO

Momento dedicado para interceder uns pelos outros, pelos visitantes, a


conversão de familiares, missionários, conflitos e desastres mundiais,
etc.

:30 trinta minutos

CONFRATERNIZAÇÃO

Momento para bate-papo acompanhado de lanche, cujo propósito é


aproximar os relacionamentos. O lanche poderá ser fornecido por cada
família através de uma escala.

Referências Bíblicas

Os estudos apresentam diversas referências de textos na Palavra de Deus, as


quais foram registradas para demonstrarem a base das suas
principais argumentações, harmonia e confiabilidade bíblica. Sem negar a
importância delas, o discipulador não necessitará solicitar a leitura de todas
no momento do encontro, pois isso exigiria um tempo que o próprio encontro
não dispõe. Como lidar, então, com essa situação?

(1) Selecione, com antecedência, apenas algumas das referências bíblicas


citadas no estudo que deverão ser consultadas no momento do encontro;
(2) E, quanto às demais referências, incentive os discipulandos que, em casa,
consulte as que não forem lidas.

Sendo assim, o discipulador não deixará de consultar as referências bíblicas


necessárias e racionará o tempo da exposição, sem prejudicar as
demais partes que envolvem todo o período do estudo, e de todo o encontro.
Se o tempo reservado para um momento for prejudicado, todos os demais
também serão ou o encontro terá de ser longo, podendo afetar outros
compromissos de rotina na casa que estiver recebendo o grupo.

Interações

Como já vimos, dos 45 minutos reservados ao estudo bíblico, 25 minutos são


reservados à exposição do tema e 20 minutos são reservados para uma
interação com o assunto tratado. É óbvio que essa estrutura de horários
servem apenas como uma base de orientação, pois a prática sempre é mais
dinâmica do que o planejado. O que se observa mais nessa orientação é a
necessidade das pessoas interagirem com o ensino e advertir o discipulador
quanto à tentação de monopolizar todo o tempo falando sozinho. O ensino
eficaz é medido não pelo conhecimento, mas por sua compreensão. E o
medidor desse esforço são as respostas dadas por aqueles que são ensinados.

Como o discipulador poderia provocar essa interação?

(1) Aproximando o conteúdo do ensino à realidade pessoal das pessoas,


demonstrando como ele afeta as suas vidas cotidianamente. Essa
aproximação desperta o interesse ao ensino, e as leva à uma reflexão pessoal;

(2) Fazendo perguntas inteligentes, de modo que os mais distraídos ou


tímidos concentrem a atenção e percebam a liberdade para participarem. Ao
receber uma pergunta, antes de respondê-la imediatamente, volte-se para o
grupo com outra pergunta, como: “Boa pergunta! Como os demais poderiam
respondê-la?” ou “O que vocês pensam sobre essa pergunta?”. Isso
provocaria uma interação entre os demais no grupo, gerando um clima
de discussão direcionada pelo discipulador;

(3) Mantenha o foco no propósito do ensino. A interação é positiva, mas o


seu excesso não. Facilmente o discipulador poderia perder o controle do
tempo e do assunto em foco com o excesso de participações, podendo
comprometer a expectativa com o tema em questão. Além desse risco
real, divergências e polêmicas potenciais poderiam desviar o propósito do
encontro, dando lugar à constrangimentos, ofensas e frustrações.
Aplicações dos Estudos

“Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade,


acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é
poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da
palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se
ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si
mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a
sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita,
lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas
operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” - Tiago
1:21-25

Um dos grandes diferenciais na proposta que essa série “Discipulado”


fornece é a de proporcionar experiências reais. Ela combina teoria e
prática como testemunho de uma vida cristã verdadeiramente comprometida
com o ensino bíblico.

Jesus era bom, por isso fazia o bem. Suas obras revelavam quem ele era (Jo
14:11). Ele não tinha apenas o conhecimento teórico sobre a bondade, ele
demonstrava em ações que a mensagem que pregava era a verdadeira
expressão de quem era. Do mesmo modo, a nossa confissão de fé em
Deus deve ser demonstrada com a nossa vida, com o nosso compromisso,
com o nosso testemunho. Não podemos confessar a Cristo publicamente
pensando que todas os questões eternas estão assim resolvidas, porque o
processo da nossa santificação e transformação é continua (Pv 4:18). Deus
requer que lhe rendamos completamente tudo o que somos e tudo o que
temos para que o seu poder transformador opere em nós (Fl 2:12-13). E se
não houver essa operação, não haverá obras que testifiquem Cristo em nós
(Rm 8:29; 2 Co 3:18), como evidência da nossa salvação (Ef 2:10).

Em Tiago 2:14-26 lemos que a salvação se revela por obras que testificam a
sua realidade. De modo que a ausência dessas mesmas obras revela que a fé
está morta. Porque a fé verdadeira opera juntamente com as obras (Tg 2:22).
É possível ser crente sem ser discípulo, visto que o crente é crente
por acreditar em Jesus, enquanto o discípulo é discípulo por acreditar e seguir
os passos do seu mestre (Lc 6:40).

Todas essas e mais verdades da Palavra de Deus nos convence que o


discipulado exige a combinação da teoria e prática como testemunho de uma
vida cristã verdadeira. Nesse sentido, para cada estudo no grupo de
discipulado, todos são orientados a aplicá-lo por dois modos: devocional
semanal e prática.
Devocional Semanal
Ler a Bíblia e orar são exercícios básicos de todo cristão interessado em
amadurecer a fé e o serviço para Deus.

O relacionamento com Deus requer comunicação; pela Bíblia ele fala


conosco e pela oração nós falamos com ele. Assim, o relacionamento se
fortalece. Portanto, é indispensável a devocional como hábito de leitura da
Bíblia e oração no discipulado cristão.

Em cada estudo semanal, indicamos um texto bíblico relacionado para uso


devocional que, além do aspecto da intimidade com Deus, visa reforçar
o aprendizado recebido no grupo.

A periodicidade da devocional deve ser uma vez por semana, podendo


aumentar para duas vezes se o discipulador perceber que o grupo está
entendendo e obedecendo gradativamente. O importante, inicialmente, é criar
a disciplina.

Tais devocionais precisam ser acompanhadas amorosamente pelo


discipulador, sem perder a firmeza necessária quando omissão e justificativas
se tornam constantes. Ambos, discipulador e discipulandos têm a mesma
responsabilidade semanal.

A seguir, fornecemos um modelo dessas devocionais semanais:


Como representado, a devocional semanal possui algumas questões para
facilitarem ou orientarem a devocional naquilo que ela necessita envolver:

(1) Qual é o ensino central do texto lido?

O objetivo aqui é resumir o texto lido em uma frase. Dê atenção ao contexto,


estrutura do texto, verbos, repetições de palavras, ênfases, fluxo das ideias,
imperativos, etc. A resposta dessa questão controlará as respostas das
questões seguintes.

(2) Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

O objetivo aqui é refletir sobre Jesus. Esta questão é importante porque ele é
centro da história e da revelação bíblica, de modo que não podemos ler a
Bíblia sem considerar a sua pessoa. Suas experiências de alegrias, pressões,
tentações e sofrimentos, seus ensinos, suas virtudes, seus propósitos
redentivos, sua relação com o Pai, os efeitos da sua missão na cruz à Igreja,
etc, servem como pistas para responder essa questão.

(3) Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

Esta questão aponta para a consciência e o compromisso pessoal diante do


ensino apreendido. Use sempre pronomes em primeira pessoa do singular: eu,
me, mim ou comigo.
(4) Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta
semana?

Escreva uma curta oração descrevendo a sua experiência com a devocional.


Por exemplo: peça perdão, suplique pela graça divina, agradeça, confesse a
sua dependência de Deus ou outra necessidade pessoal.

Prática

Em sua Epístola, Tiago exortou: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e


não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22).

A Palavra de Deus não é para ser lida e compreendida apenas, o que seria
uma falsa religiosidade, mas para ser aplicada à vida, afetando as decisões, os
relacionamentos e a rotina diária com ações que expressem o temor e o
arrependimento à Deus, como lemos na história do jovem rico em
Mateus 19:16-22. Pois, pelo conhecimento compreendemos o que fazer, mas
é somente pela prática que nos tornamos o que Deus quer, ou seja,
semelhantes ao seu Filho (Rm 8:29).

Essas práticas, portanto, servem ao propósito da Palavra de Deus, de nos


santificar tratando em nossos corações o pecado em um processo de cura do
caráter pela obediência à verdade. Servem ainda para fins pastorais, pois o
discipulador discernirá melhor o crescimento da maturidade do seu grupo,
detectando os mais fracos na fé e aqueles que resistem atender a Palavra de
Deus. Para cada caso, ele terá razões específicas para exercer melhor as suas
funções de orar, acompanhar, encorajar e advertir.

Além das devocionais semanais, cada pessoa deve deixar o encontro do


grupo de discipulado com uma orientação prática relacionada ao estudo da
semana. Por isso, ele deve preparar antecipadamente que recomendação
fornecerá ao grupo após o estudo, avaliando com cuidado para não exigir das
pessoas além do que podem cumprir, nem menos que isso.

Sem essas orientações práticas, o ensino e propósito do discipulado ficam


deficientes e acomodam as pessoas a ouvirem e a não praticarem a Palavra de
Deus.

Abaixo, fornecemos um modelo para o primeiro e segundo mês:


Como notado, sempre nas semanas em que o estudo é relacionado ao verbo
“saber”, a ênfase prática sugerida é fortalecer o entendimento do tema com
leituras complementares. Essas leituras não podem ser exaustivas. Nem todos
poderiam ler e entender, em meio às rotinas diárias, se assim for. Quanto às
demais semanas, as orientações se voltam para ações no dia-a-dia.
Fornecemos todas as leituras complementares sugeridas, além de outros
arquivos e vídeos de interesse do discipulado através endereço
eletrônico abaixo:
Recursos para Discipulado:

www.editoracrista.info
1 PRIMEIRO MÊS

Semana 1

AS CARACTERÍSTICAS E A IMPORTÂNCIA DA
BÍBLIA

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a


repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra. 2 Timóteo 3:16-17

ESTUDO

A Bíblia possui 66 livros, divididos em dois testamentos, os quais se dividem


em Antigo Testamento (39 livros) e Novo Testamento (27 livros). Os
livros que compõem a Bíblia foram escritos por cerca de 40 autores que
utilizaram 3 línguas distintas - hebraico, aramaico e grego – para apresentar
diferentes narrativas ao longo de 15 séculos. Esses homens viveram em
lugares e épocas diferentes, bem como sob vários governos, tais como o
assírio, babilônico, medo-persa, grego e romano. Ao contrário do que pode
parecer, quando tais escritos são colocados juntos, revela-se uma unidade
espantosa! Temas, fatos e princípios indicam que uma “mente”
estava coordenando seus registros com a intenção de estabelecer uma unidade
coerente e consistente. Por exemplo: Jesus. Toda a Escritura concentra-se
nele, ele é o elo da sua unidade, o “espírito” da profecia (Ap 19:10). Cada
livro da Escritura tem algo relacionado a ele. Deus quis que a convergência
de toda a narrativa bíblica apontasse para a pessoa de seu Filho (Gl 4:4; Ef
1:9-10).

A Bíblia é o meio pelo qual Deus orienta a vida do seu povo (Dt 18:18-22; Jr
1:9; 2 Tm 3:16; 2 Pd 3:16). Ela não é simplesmente verdadeira, ela é a
verdade de Deus (Jo 17:17). Outros argumentos como confiabilidade
histórica e arqueológica, unidade ou harmonia interna, cumprimento das
profecias, influência transformadora sobre pessoas em todos os tempos e
sabedoria elevada apenas reafirmam sua autoridade e inspiração divina.

Sua mensagem central é clara. É fato que algumas partes das Escrituras não
são fáceis de entender; porém, aquilo que é necessário para a conversão de
um incrédulo à fé e obediência é de fácil compreensão e não apresenta
contradições ou caráter duvidoso (Sl 19:7 e 119:130). Embora ordene muitos
deveres específicos, o foco bíblico está no amor redentivo de Deus ao
homem, por meio de Jesus Cristo. É considerável que o
entendimento verdadeiro sofre influência da condição espiritual de quem a
examina, sendo loucura para uns e sabedoria para outros (1 Co 2:12-16).

Elas são necessárias para a salvação. As Escrituras constituem a única fonte


segura para a conversão do incrédulo, bússola para que o crente viva e cresça
na compreensão e na obediência da vontade de Deus (Rm 10:14-17).
Portanto, a leitura bíblica não é apenas desejável, mas necessária. A vida
cristã começa com ela, cresce nela, frutifica por causa dela e sobrevive por
ela. Negligenciá-la é negligenciar a sua relação com Deus (Sl 119:1 e 1 Jo
5:3-5). Portanto, as Escrituras são fundamentais, razão pela qual devem estar
no centro das nossas reflexões, convicções e ações.

PARA DISCUSSÃO:

• Quais são as principais características da Bíblia?

• Por que devemos crer que ela é a verdade de Deus?

• Considerando a sua importância, como podemos valorizar o seu ensino?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: João 15:1-8

• Prática da semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

As Características e a Importância da Bíblia

JOÃO 15:1-8

• Qual é o ensino central do texto lido?


• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 2

NOVA CRIATURA

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já


passaram; eis que se fizeram novas. 2 Coríntios 5:17

ESTUDO

Os dois primeiros capítulos do livro de Gênesis narram como Deus criou a


natureza e o homem. No fim da criação, “viu Deus tudo quanto fizera, e eis
que era muito bom” (Gn 1:31). No capítulo três, entretanto, lemos que o
homem, criado à imagem de Deus, pecou pela desobediência ao mandamento
divino. Tal pecado degenerou a retidão original do homem (Ec 7:29), e o
tornou indigno diante de Deus. Do mesmo modo, quando Adão pecou,
todos os seus descendentes se tornaram culpados e herdaram a mesma a
condenação prevista pela justiça de Deus (Gn 3:20 cf. Rm 3:23, 5:12 e 19).

O texto de 2 Coríntios 5:17 descreve o princípio da conversão do pecador à


condição de “nova criatura”. O Espírito Santo recria o homem que está
em Cristo, em resgate da imagem de Deus, por uma abrangente e profunda
mudança. O contraste é claro: as coisas antigas se passam e a nova criatura
inicia uma nova vida (Rm 6:4). Ressaltamos que a conversão é uma mudança
radical da condição espiritual do homem, enquanto que a sua santificação
envolve mudanças progressivas no curso da vida cristã.

O novo nascimento, ou regeneração, é a mudança da morte espiritual para a


vida em Cristo, portanto, sem ele, é impossível entrar no reino de Deus (Jo
3:5).

A palavra “regeneração” significa “nascer de novo” (Jo 3:7). Refere-se a um


novo princípio de vida, dado pelo Espírito Santo, mediante a Palavra de Deus
(1 Pd 1:23). O Espírito Santo vivifica aquele que está espiritualmente morto,
dando-lhe tanto a disposição e alegria para atender à vontade de Deus, quanto
a indisposição e tristeza para com o pecado. A nova criatura é aquela que
deixa as coisas antigas (interesses e condutas pecaminosas) no passado para
viver de acordo com a vida de Cristo. Onde antes havia desinteresse pela
oração e pelo conhecimento de Deus, desamor, traições, mentiras, fraudes,
rebeldias, desonras, fofocas, inimizades, etc, há um persistente esforço para
fazer estas coisas passarem e ficarem no passado, em busca daquelas que, em
Cristo se fazem novas.

Assim como no nascimento de uma criança, o novo nascimento é o princípio


da vida. É um ato exclusivo de Deus no homem. A partir dele, inicia-se uma
nova vida que é gradativa. Abaixo, algumas características desta nova vida
que se faz em Cristo:

- Nova compreensão espiritual:

2 Coríntios 4:6; Efésios 1:18


- Novo coração:

Ezequiel 11:19, 18:31, 36:26; Efésios 4:20-24

- Nova vontade:

Efésios 6:6; 1 Pedro 2:11-17; 1 João 2:17

- Nova atitude para com o pecado:

Romanos 6:1-23; Tiago 4:4; 1 João 2:15-17

- Nova disposição para obedecer a Deus:

João 14:21; 1 João 2:6

PARA DISCUSSÃO:

• Você é nova criatura? Justifique sua resposta.

• Se somos “nova criatura”, por que ainda pecamos?

• Como o novo nascimento afeta a sua relação com as coisas do antigo modo
de vida?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Efésios 5:8-17

• Prática da semana:
MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Nova Criatura

EFÉSIOS 5:8-17

• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 3

TEMOR DO SENHOR

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do


Santo é prudência. Provérbios 9:10

ESTUDO

Na Bíblia há 304 ocorrências para a palavra temor, cujos significados mais


comuns são: “medo de um perigo ou punição”, “respeito”, “insegurança
por falta de fé”, “pavor”, “senso de incapacidade” e “reverência cuidadosa”.

O “temor”, no contexto deste estudo, se refere à “reverência” ou “respeito por


Deus”, quem ele é, o que tem feito e o que fará. Esse temor, biblicamente,
está relacionada ao conhecimento do Santo, e a submissão a ele (Gn 22:2).
Em Eclesiastes 12:13-14, Salomão resume o dever de todo homem em: temer
a Deus e observar os seus mandamentos para cumpri-los. Sabemos que Deus
é amor e cheio de misericórdia, mas também devemos reconhecer que Deus é
santo e justo, e por sua própria natureza, deve julgar o pecado. Salomão
escreveu: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento
do Santo é prudência” (Pv 9:10).

O temor reverente a Deus deve orientar a vida quanto às suas diversas


necessidades e exigências, não apenas pelo mero medo da retribuição
divina, mas especialmente pelo medo de desagradá-lo. As palavras temor e
tremor em Filipenses 2:12 referem-se à atitude com a qual o crente deve
prosseguir na sua santificação. Trata-se de um medo saudável de ofender a
Deus, o medo de violar a sua vontade e das consequências que poderão ser
sofridas (Mt 3:10, 7:19-27; Jo 15:1-8; 1 Co 10:1-13; 2 Co 13:5, Ef 6:5-8; Hb
10:26-27; 2 Pd 1:10-11). O “temor do Senhor” influencia a disposição e
atitude de todos aqueles que são guiados pela confiança em Deus, através do
Espírito Santo (At 9:31, 2 Co 7:1, Ef 5:18-21). Do mesmo modo, ele inspira o
cuidado que cada um deve ter uns com os outros (1 Pd 2:17-21).

O temor do Senhor, portanto, pode ser entendido como:

1. Reverência, respeito: (a) Por Deus e pelo o que ele con sidera sagrado
(Êx 3:5; Lv 19:30; 2 Cr 19:7; Ec 5:1; Hc 2:20); (b) Pelos idosos ou pessoas
mais velhas (Lv 19:32; Pv 23:22-23; 1 Tm 5:1-2); (c) Por homens
consagrados e autoridades (Êx 33:8; Rm 13:1-5; Fl 2:29-30; Cl 3:22-25; 1 Pd
2:18-19; 1 Ts 5:12-13).

2. Ordenança (Dt 13:4; Ec 12:13; Sl 33:8-9; 1 Pd 2:17).

3. Sabedoria (Jó 28:28; Sl 111:10) e

4. Apartar-se do mal (Pv 3:5-8, 8:13, 19:23, 22:3).

A pessoa que conhece e teme ao Senhor, vive a vida em obediência, em


consideração e respeito por ele. Como o autor de Hebreus diz: “Por
isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual
sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o
nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12:28-29).

PARA DISCUSSÃO:

• Por que devemos temer o Senhor?

• Como, em nosso contexto, a falta de temor ao Senhor, pode comprometer os


relacionamentos?

• A Bíblia diz que a vingança pertence ao Senhor (Rm 12:19 cf. Dt 32:35).
Como um Deus de amor pode ser, ao mesmo tempo, um Deus vingativo?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Salmo 111

• Prática da semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Temor do Senhor

SALMO 111

• Qual é o ensino central do texto lido?


• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 4

ORAÇÃO

Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, po rém, sejam


conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela
súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo
Jesus. Filipenses 4:6-7

ESTUDO

O texto bíblico como referência deste estudo, relata que Evódia e Síntique
foram auxiliares do apóstolo Paulo no trabalho missionário e estavam
enfrentando um conflito interpessoal quando a Epístola foi escrita. Nesse
contexto, Paulo recomendou apresentarem seus pedidos a Deus, pela oração e
pelas súplicas, com ações de graças. Ele sabia que assim Deus faria reprimir a
discórdia e pacificaria os corações e as mentes dos envolvidos.

Conflitos quase sempre saem do nosso controle. Conflitos com o


entendimento da vontade de Deus, conflitos conjugais, familiares,
financeiros, profissionais, acadêmicos, etc e, especialmente, os que envolvem
nosso próprio coração e mente em Cristo Jesus (comunhão, consciência).
Eles podem chegar ao ponto de furtar a paz e a lucidez necessárias na busca
de soluções, levando-nos a uma vida imersa na ansiedade, na impaciência, na
intranquilidade de interesses não satisfeitos.

(1) Em tudo, porém sejam conhecidas diante de Deus, as vossas petições.

Este texto nos ensina como viver uma vida de paz. É através da relação de
confiança em Deus, estabelecida pela oração. O verso anterior diz: “Seja
a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor” (Fl
4:5 cf. Mt 6:31-33). Deus é presente em todas as situações da nossa vida.
Sofremos por não confiarmos nele e a ele as nossas necessidades. Sofremos,
também, por não priorizarmos esta busca. Devemos recorrer a ele. Podemos
até solucionar alguns conflitos externos, mas somente Deus pode dar a paz
que necessitamos no coração e mente. Quando Paulo diz em tudo, significa
que todas as nossas necessidades devem ser apresentadas a Deus. Das
pequenas ou insignificantes às mais urgentes e importantes, pois tudo recebe
o amoroso cuidado e atenção de Deus.

(2) Pela oração e pela súplica, com ações de graças.

A “oração” é uma palavra que envolve diversos princípios na Bíblia. Ela


possui um conceito geral, mas o significado simples é “dirigir-se para
falar”. Em Mateus 6:9-13, Jesus ensinou que antes de dirigir-se ao Pai para
apresentar necessidades (vv. 11-13), deve-se adorá-lo (vv. 9-10). O princípio
da oração aqui revela que devemos primeiro contemplar a Deus antes de
apresentar nossas necessidades, pois ele é o foco central da nossa fé, e não as
circunstâncias a nossa volta. Reconheça as suas virtudes, o seu poder, a sua
glória. Adore-o, louve-o, invoque-o, curve-se diante de Deus em humildade e
submissão. Só depois, pela súplica, apresente suas necessidades mais
específicas, mais particulares. Esse é um dos princípios essenciais da oração,
segundo o ensino de Jesus (Mt 6:6-8). Paulo submete a oração e súplica à
ações de graças, que é a atitude sincera daqueles que verdadeiramente
confiam em Deus e na sua resposta, não têm dúvidas sobre a sua bondade.
Esses são agradecidos sempre, independente das dificuldades e incertezas que
os cercam porque estão confiados, alicerçados em quem Deus é.

PARA DISCUSSÃO:

• O que é a oração?

• Por que e quando devemos orar?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Mateus 6:5-15

• Prática da semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Oração

MATEUS 6:5-15
• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


2 SEGUNDO MÊS

Semana 1

O DEUS TRINO

A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do


Espírito Santo sejam com todos vós. 2 Coríntios 13:13

ESTUDO

Estamos diante de uma das mais fundamentais verdades cristãs porque ela se
concentra em quem Deus é. Contudo, essa verdade é difícil para a
nossa mente compreender plenamente, porque envolve mistérios divinos
profundos e porque não podemos alcançar tal profundidade pelos limites
reais da nossa capacidade de reflexão. Nossa lógica é matemática (1+1+1=3)
e, por isso, finita para abranger e entender essa verdade totalmente.

Embora não seja possível alcançarmos toda a profundidade dessa verdade, o


que a Bíblia nos revela é suficiente para crermos, de que Deus é um (Rm
3:30) e, ao mesmo tempo, divinamente três Pessoas: Pai, Filho e Espírito
Santo. Portanto, é correto afirmar que há um só Deus (Mc 12:29 cf. Dt 6:4),
mas incorreto dizer que há três deuses distintos (politeísmo), ou que a soma
deles constitui um único Deus (triteísmo). A Bíblia não descreve o ser de
Deus como três Deuses, mas um único Deus que é, ao mesmo tempo, três
Pessoas.

a) Deus é um (1 Co 8:4-6; 1 Tm 1:17, 2:5-6; Tg 2:19) e sua unidade não é


contraditória para o fato de ser, ao mesmo tempo, três Pessoas divinamente
iguais (Pai: Lv 19:3; Filho: Jo 1:1, 14 e Cl 1:15; Espírito Santo: At 5:3-4).
“Quando falamos da Trindade de Deus, nos referimos a uma trindade em
unidade, e a uma unidade que é trina” (BERKHOF, p.80).

b) Essa unidade é composta pelo Pai, Filho e o Espírito Santo (Gn 1:26, 11:7,
35:7; Js 24:18; Mt 3:16-17, 28:19; Jo 14:16-17; Ef 1:3 e 13; Hb 9:14; 1 Pd
1:2). Os três possuem a mesma divindade e cooperam unidos num mesmo
propósito, de modo que o real sentido da palavra “um” se evidencia quanto
ao Ser e ao realizar de Deus (Mt 3:17; Jo 5:19, 14:26).

Se não aceitarmos o ensino bíblico quanto ao Deus trino, seremos seduzidos


pela idolatria e pelas heresias. Por exemplo, as Testemunhas de Jeová
reduzem Jesus a um ser menor e descrevem o Espírito Santo como uma força
impessoal, quando a Bíblia é clara ao descrever Jesus como Deus, da mesma
essência do Pai (Mc 1:1; Jo 14:8-11, 20:31), por meio de ninguém mais o
homem pode ser salvo (Jo 11:27, 14:6; At 4:10-12); e o Espírito Santo um ser
pessoal (Jo 16:13).

A Trindade, no que toca a sua mais profunda compreensão, ainda é um


mistério, embora sua constatação na Bíblia seja revelada e é suficiente para
crermos, mesmo que não seja suficiente para entendermos a sua plenitude,
pois é preciso fé mais do que entendimento (Jó 38:2-4).

PARA DISCUSSÃO:

• Como essa verdade sobre o Deus trino afeta a nossa vida de oração?

• Quando adoramos a Deus, adoramos uma só Pessoa, ou três?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Efésios 1:3-14

• Prática da semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

O Deus Trino

EFÉSIOS 1:3-14

• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 2

SANTIDADE ESPIRITUAL E MORAL

Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai
como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e
justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao
Senhor. Efésios 5:8-10

ESTUDO

O apóstolo Paulo, exortou: “andai como filhos da luz”. Ora, os filhos da


desobediência andam como se estivessem em meio a escuridão, sem a luz
do conhecimento de Deus e da sua vontade. Estimulam e praticam “a
impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça”2 (v.3), bem como
conversações torpes, palavras vãs ou chocarrices (v.4) que não convém a
santos (v.3).

O apóstolo não disse que, antes, os efésios estavam nas trevas, mas que eles
eram a própria personificação das trevas, por tamanha esterilidade espiritual
das suas vidas. Porém, Deus é luz, e todos os que são unidos a Ele são luz.
Isso significa que essa nova condição espiritual deve ser traduzida numa
conduta moral coerente (andai como filhos da luz), baseada na bondade, na
justiça e na verdade.
a) Bondade: significa uma excelência moral que afeta o modo de se
relacionar com as pessoas, com cortesia e amor, e pertences pessoais a favor
do bem-estar delas (v.2).

b) Justiça: significa o estado daquele que é como deve ser, de acordo com a
retidão da lei moral de Deus. Isso inclui a coerência entre o que deve ser feito
e o que se faz (Tg 4:17), assim como a imparcialidade de julgar e dar a cada
um o que é devido (vv.5-6).

c) Verdade: significa aqui uma honestidade pessoal que é livre do


fingimento, da simulação, da falsidade, do engano. “Porque o que eles fazem
em oculto, o só referir é vergonha” (v.12).

A combinação dessas três virtudes é fruto da luz que brilha nas mais densas
trevas da moralidade deste mundo. Portanto, a exortação continua: “E não
sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as”
(v.11). Cumplicidade aqui tem implicações de participação, ou tolerância, ou
omissão para as quais a exortação é enfática: “reprovai-as”, “não sejais
participantes” (v.7), “não vos torneis insensatos” (v.17), pois essas obras são
infrutíferas para Deus e para o bem das pessoas: “Naquele tempo, que
resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos
envergonhais; porque o fim delas é morte. Agora, porém, libertados do
pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a
santificação e, por fim, a vida eterna” (Rm 6:21-22).
Os filhos da luz põem à prova da luz de Deus cada área das suas vidas,
descobrem o que é agradável a Ele e, assim, definem suas prioridades e
a conduta moral das suas vidas no mundo.

PARA DISCUSSÃO:

• Por que deveríamos praticar a bondade, a justiça e a verdade para com


aqueles que não conhecemos ou que, conhecemos, mas que só nos fazem o
mal?

• Se a ética aprovável é fruto da união com Cristo, porque pessoas que não
possuem um genuíno relacionamento com Deus são capazes de fazerem boas
e exemplares obras?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Efésios 4:25-32

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Santidade Espiritual e Moral

EFÉSIOS 4:25-32

• Qual é o ensino central do texto lido?


• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 3

AMOR A DEUS

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua
alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. Marcos
12:30

ESTUDO

Antes de estudarmos o tema em questão, pre cisamos compreender o


significado da palavra “amor” na Bíblia. É inicialmente necessária
essa compreensão, pois os pressupostos da sociedade atual definem o amor
diferentemente do modo como a Bíblia o define.

A sociedade atual define o amor como um sentimento de satisfação pessoal e


o eleva acima das leis espirituais, morais e sociais reveladas na Palavra
de Deus. Uns, por exemplo, matam outros por amor a uma crença religiosa.
Outros, por sua vez, aceitam se submeter a relações promíscuas e
humilhantes em nome do amor. Há ainda aqueles que abandonam seus
compromissos matrimoniais, pais e filhos para abraçarem uma nova
experiência amorosa. Nesse cenário, o “amor” é definido pelo radicalismo
religioso, pela ignorância moral e, especialmente, pelo egoísmo.

A definição do amor na Bíblia se resume na “centralidade de Deus”, porque


Ele é a fonte do amor (1 Jo 4:8). Qualquer pessoa, coisa ou interesse
pessoal que atribuirmos importância acima de Deus e da sua vontade, torna-
se idolatria. O adjetivo “todo”, que enfaticamente está presente em Marcos
12:30 (cf Mt 22:37 e Lc 12:27), compromete nossas motivações centrais,
emoções, inteligência e condutas para com Deus e sua vontade. Nesse
sentido, “amor” não é apenas uma experiência subjetiva das emoções, é a
suficiente razão do homem ouvir e a obedecer a Deus.

O texto de referência deste estudo resume os

quatro primeiros mandamentos (Êx 20:1-8): (1) Não terás outros deuses
diante de mim; (2) Não farás para ti imagem de escultura; (3) Não tomarás
o nome do Senhor, teu Deus, em vão; (4) Lembra-te do dia de sábado, para o
santificar.

O amor a Deus demonstra a obediência aos seus mandamentos. Para a Bíblia,


não se trata apenas de um sentimento de admiração ou respeito por
Deus, mas, sobretudo, de submissão e obediência da sua Palavra. Em
Deuteronômio 6:4-6 lemos que amar a Deus implica em ouvi-lo e obedecê-lo.
Em Deuteronômio 11:1 essa definição é clara: “Amarás, pois, o Senhor, teu
Deus, e todos os dias guardarás os seus preceitos, os seus estatutos, os seus
juízos e os seus mandamentos”. E Jesus confirma esse ensino no Novo
Testamento, dizendo: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda,
esse é o que me ama” (Jo 14:21). A Bíblia nos ensina que nada deve
substituir ou comprometer o nosso relacionamento com Deus. Porque Ele é o
único Deus, o nosso criador. Ele nos amou sobremaneira ao enviar o seu
único Filho para providenciar a nossa salvação. Amá-lo deve ser a resposta
sincera do reconhecimento e da aceitação de quem Ele é e fez a nosso favor
(1 Jo 4:19).

Amá-lo exige o compromisso de priorizar e atender os seus interesses acima


dos nossos interesses. Por esse motivo, em muitas ocasiões, nossas
obstinações mais pessoais são confrontadas porque Ele sempre deve ter a
primazia em nossas vidas. Deus é digno do nosso mais sincero e persistente
amor!

PARA DISCUSSÃO:

• O egocentrismo é pecado? Justifique sua resposta.

• Como posso saber se verdadeiramente amo a Deus?

• Se não amo a mim mesmo, como poderei amar o meu próximo (Mc 12:31)?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: 1 João 4:7-16

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Amor a Deus
1 JOÃO 4:7-16

• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 4

JEJUM BÍBLICO
Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por
alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos
céus. Neemias 1:4

ESTUDO

O jejum é um dos assuntos menos ensinado atualmente em nossas igrejas e,


consequentemente, uma das verdades bíblicas menos praticadas. Diversos
motivos poderiam ser listados para justificar tal situação; entretanto,
consideramos como sendo principais a falta de entendimento e a
incredulidade quanto aos reais resultados do jejum. É importante ressaltar que
o princípio do jejum foi ensinado por Jesus (Mt 6:16-17, 9:15) e praticado
pela igreja primitiva (At 13:2-3). Do mesmo modo, foi uma regular disciplina
de piedade adotada por importantes personagens na história da Igreja como
Lutero, Calvino, John Knox e Jonathan Edwards (FALWELL, 1983, p. 8).

A palavra “jejum” na Bíblia é a tradução da pala-vra hebraica tsowm e da


palavra grega nestis. Ambas significa: “sem alimento” ou “fome”. Por isso, o
jejum na Bíblia está associado a abstinência de alimentação. Assim como a
nossa condição física necessita do alimento físico, nossa condição espiritual
necessita do alimento espiritual. Deus é a fonte de toda a vitalidade espiritual
do homem e o jejum tem como propósito primário a abstenção voluntária
do alimento ou de prazeres físicos (1 Co 7:5) para a dedicação intensa à
oração e à meditação da Palavra de Deus, meios pelos quais Deus
responde nossas súplicas, nos alimenta e nos fortalece espiritualmente (1 Sm
7:5-6; 2 Cr 20:3-5; Sl 35:13; Ne 1:4; Lc 2:36-37; At 13:2-3, 14:23).

Diante do exposto, entendemos que o jejum não é apenas uma simples


abstenção de alimento, já que é sobretudo, uma intensa busca da presença de
Deus, exigindo do corpo a privação do atendimento a certas necessidades e
prazeres para que experimentemos, mais especificamente, a graça divina.
Pelo jejum, nos tornamos mais sensíveis à santificação e obtemos respostas
de Deus para situações que, sem essa busca, não poderíamos ter. Assim
sendo, o jejum é uma atividade da fé bíblica que nos ensina a confiar e a
depender de Deus.

Enquanto o impacto do jejum seja fisicamente difícil, os benefícios


espirituais são notavelmente inegáveis, pois o Espírito Santo nos assiste em
nossas mais profundas necessidades.

Cuidados e propósitos do jejum bíblico:

(1) Deve recusar qualquer motivação pelo reconhecimento público (Mt 6:16-
18);

(2) Deve ser conduzido pela humilhação e oração diante de Deus (Ed 8:21-
23; Ne 9:1-3; Dn 9:3-8; Sl 35:13);

(3) Deve almejar o fortalecimento espiritual (Sl 109:21-26; Jl 2:12-19);

(4) Deve produzir a contrição pelo pecado (Jn 3:6-10; Zc 8:19).

Como jejuar: (1) Quanto tempo jejuar? Uma refeição, um dia, uma semana ou
várias semanas. (2)

Que tipo de jejum fazer? De refeição completa ou parcial, de qualquer


líquido, de relações sexuais ou de qualquer atividade física que exija esforço?

Se nos humilharmos e orarmos com sinceridade diante do Senhor enquanto


jejuarmos, certamente nossa confiança e dependência dele serão reforçadas.
O jejum nos fará sentir espiritualmente revigorados para cultuarmos ao
Senhor, vencermos as tentações e as opressões que nos cercam.

PARA DISCUSSÃO:

• Jejum é deixar de se alimentar? Justifique a sua resposta.

• Qual foi a última vez que você jejuou?

• Por que devemos jejuar?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Isaías 58:1-14


• Prática da semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Jejum Bíblico

ISAÍAS 58:1-14

• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


3 TERCEIRO MÊS

Semana 1

QUEM É DEUS

No princípio, criou Deus os céus e a terra. Gênesis 1:1

ESTUDO

No primeiro verso da Bíblia encontramos a primeira menção da palavra


“Deus” ( Elohym). Sua existência é simplesmente declarada antes mesmo
que seja explicada quanto ao seu ser e a sua origem. A explicação do ser e da
origem de Deus se apreende somente no desenvolvimento dos registros
bíblicos (Rm 1:20; Hb 1:1-2). Por exemplo, (a) quanto ao ser de Deus,
somente em Gênesis 2:4 é que encontramos a primeira resposta: Deus é
“Senhor”3. (b) E quanto a origem de Deus, somente em Gênesis 21:33 é
que encontramos a primeira res-posta: “Deus eterno”.

Em geral, a designação para “Deus” na Bíblia, é ‘ Elohym. Essa palavra é


construída pela raiz do substantivo hebraico ‘El ou ‘Eloh. A terminação ym
adicionada a um substantivo hebraico, masculino, singular, o torna plural.
Embora a forma do substantivo esteja no plural, sua referência é singular, ou
seja, traduz “Deus” e não “Deuses”. Nesse sentido, tanto o Antigo como
o Novo Testamento enfatizam que há um só Deus e sempre condenam a
idolatria do politeísmo (Êx 32:1, 9-10; Is 45:6, 21).

A doutrina bíblica ensina que Deus é ao mesmo tempo três Pessoas: Deus
Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, e que a sua unidade revela um só Deus
( ‘Eloh-ym = Dt 6:4).

Além da revelação geral pela criação (Rm 1:19-20), a Bíblia é a autoridade


final para convencer o homem a crer e ser salvo por Deus. Entretanto,
a existência de Deus pode ser rejeitada ou submetida à dúvida quando a
Bíblia não é reconhecida como única fonte qualificada para tal testemunho.
As pessoas que rejeitam crer na existência de Deus são conhecidas como
ateus (“contra Deus”). Porém, aqueles que confiam (Hb 11:6) no testemunho
da Bíblia, creem em Deus, são abençoados em Cristo (Ef 1:3-12) e selados
com o Espírito Santo da promessa (Ef 1:13-14).

A seguir, algumas descrições bíblicas que revelam quem é Deus: Deus é


único (Mc 12:29; Jd 1:25); é verdadeiro (Jr 10:10); é infinito e perfeito (Jó
11:7-9, 26:14); é espírito (Jo 4:24); tem vida em si mesmo e de si mesmo doa
a vida (Jo 5:26); é eterno (Sl 90:2); é a origem e a finalidade de todas as
coisas (Rm 11:36); é imortal e invisível (1 Tm 1:17); é imutável (Ml 3:6; Tg
1:17); é soberano (Dn 4:25, 35; Rm 9:14-21; 1 Tm 6:15-16); sua sabedoria é
infinita e infalível (Rm 11:33-35); é imensuravelmente poderoso (Gn 17:1;
Ap 4:8); é auto-suficiente (At 17:24-25); seu ser, palavras e obras são
perfeitamente santos (Jó 34:10; Is 6:3; Sl 99:1-3; Hc 1:13); é o amor (1 Jo
4:8); é compassivo, clemente, longânimo, grande em misericórdia, fidelidade
e perdoador de pecados (Êx 34:6-7); é temível e justo (Ne 9:32-33; Sl
145:17); odeia o pecado (Sl 5:5-6); é o único digno de todo culto, de
toda adoração (Ap 5:13-14), etc.

PARA DISCUSSÃO:

• Quais evidências possuímos da existência de Deus?

• Que relação há entre o amor e a ira de Deus pelo pecado?

• Deus se arrepende como o homem (Êx 32:14 e 1 Sm 15:29)? Justifique

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Salmo 90:1-17

• Prática da semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Quem é Deus

SALMO 90:1-17

• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?


• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 2

VIDA DEVOCIONAL

Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma;


atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os
olhos. Deuteronômio 11:18

ESTUDO

É frustrante testemunharmos o avanço numérico das igrejas evangélicas no


Brasil e ao mesmo tempo constatarmos o avanço paralelo da
superficialidade quanto à fé bíblica. Grande parte dos crentes conhecem
muito pouco a Bíblia, e por falta de dedicação à sua leitura e à sua
compreensão, não sabem como aplicar seus ensinos à vida diária.

A rotina do homem contemporâneo é basicamente centralizada nele mesmo.


Sua busca é fazer com que todo êxito das realizações dependa apenas do seu
esforço, e não de Deus. Desse modo, infelizmente a dedicação à leitura da e a
prática da oraçãojá se tornara uma prioridade perdida em meio à rotina diária.
Nos tornamos tão utilitaristas, focados nas finanças e na segurança material,
que a relação mais fundamental com a família e, especialmente, com Deus,
está colocada , para a maioria, em segundo plano. A falta de aproximação
íntima com Deus e de uma vida devocional disciplinada é semelhante à
decomposição de um material orgânico, o qual é lento, discreto e ao mesmo
tempo, terrível. Com o passar do tempo, começamos a experimentar os sinais
da decadência espiritual e moral.

Observando o texto de referência do assunto em pauta, nos perguntamos:


como tornar prático esse conselho de Deuteronômio 11:18? A seguir,
algumas respostas que auxiliarão sua vida devocional:

REPETIÇÃO. A repetição é uma forma de disciplinar a mente, de modo


regular, para formar o hábito de pensar “biblicamente”. O hábito de pensar
nos conselhos da Palavra de Deus afeta nossas decisões e condutas, pois
sempre nos lembramos deles. Não só as crianças aprendem mais
eficazmente pelas repetições, mas os adultos também têm essa necessidade.
Selecione um texto da Palavra de Deus e leia-o repetidamente, até que ele se
fixe em seu coração e alma.

REFLEXÃO. A palavra “meditação” é tradução das palavras hebraicas


hagah e siychah (Sl 1:2, 63:6, 119:15, 27, 48 e 99), e significam: “pensar
sobre” e “refletir”. Além de induzir seu coração pela leitura repetitiva,
concentra-se no ensino do texto bíblico. A reflexão te dará disciplina, atenção
às palavras, mas, sobretudo, o discernimento do ensino. Definitivamente, a
leitura repetitiva e sem direção é infrutífera para a vida cristã.

HUMILDADE. Embora a concentração nos ajude a ter disciplina, atenção à


Palavra e ao seu ensino, necessitamos humildade para: (a) interpretarmos o
texto com base no texto e não em nossa intuição ou interesses
obstinadamente pecaminosos. A devocional bíblica nos faz compreender a
perspectiva de Deus, além da nossa. (b) Logo se torna óbvia a necessidade de
sujeitar-nos ao ensino da Palavra de Deus, abordando-a como alunos e não
como professores.

A intimidade com Deus é essencial para a vida cristã. Pela Palavra de Deus
Ele fala conosco e, pela oração, nós falamos com Ele e Ele conosco. Isso
é relacionamento e, sem relacionamento, isolados por uma agenda
egocêntrica e materialista, sofreremos a triste decadência espiritual e moral,
que apesar de silenciosa, é fatal para a saúde da nossa fé e do nosso
testemunho ao mundo.

PARA DISCUSSÃO:

• Qual é o seu compromisso, a partir de hoje, com a devocional bíblica em


sua rotina?

• Se negligenciarmos a devocional bíblica e a oração, que consequências


sofreremos?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Lucas 10:38-42

• Prática para a semana:


MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Vida Devocional

LUCAS 10:38-42

• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 3

COMPAIXÃO

Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada


esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo;
porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois,
misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Lucas 6:35-
36

ESTUDO

Em nossos dias a malevolência dos homens tem chegado a níveis tão


surpreendentes que um genuíno ato de bondade pode ser tratado pela
incerteza das suas reais intenções. Contudo, temos a necessidade cristã de,
biblicamente, compreender e nutrir em nossos relacionamentos a bondade.

As palavras hebraicas racham (Mq 7:19) e chamal (Êx 2:6), e a palavra


grega splagchnizomai (Mt 9:36) são traduzidas no Antigo e Novo
Testamentos por: “compaixão”4, “piedade” e “misericórdia”, sempre com
implicações práticas de tal sentimento. O Dicionário Houaiss define
“compaixão” assim: “sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia
pessoal de outrem, acompanhado do desejo de minorá-la; participação
espiritual na infelicidade alheia que suscita um impulso altruísta de
ternura para com o sofredor”.

A compaixão é uma expressão do amor, despertado dentro de nós, quando


confrontados pelo sofrimento ou fraquezas dos outros. A compaixão, no
sentido bíblico, produz ações dedicadas a libertação ou ao alívio do
sofrimento dos outros (Lc 10:33). Além do sentimento de dor experimentado
a favor daqueles que sofrem, é necessário ir além do sentimento e fazer algo
para ajudá-los. A palavra, como dito, tem implicações práticas (Mc
9:22). Mais que um sentimento de pena, a compaixão afeta toda a nossa vida,
a nossa economia, o nosso tempo, os nossos bens, a nossa agenda, etc.
Pelo sentimento, somos desafiados a entrar na realidade da tristeza e da dor
de uma pessoa, e sofrer com ela (1 Pd 2:21).

Todos nós deveríamos aprender e, por atos de compaixão, demonstrar o amor


de Deus por aqueles que sofrem: (a) porque Jesus agiu com compaixão (Rm
15:7; 2 Co 5:21, 8:9; Ef 2:4-5) pelas multidões indefesas (Mt 9:36), pelos
doentes (Mt 14:14), pelos famintos (Mc 8:2) e pelos cegos (Mt 20:34). O pai,
na Parábola do Filho Pródigo esperava, cheio de compaixão, o seu filho
rebelde (Lc 15:20), assim como Deus tem compaixão e recebe nos
seus braços aqueles que voltam arrependidos do pecado cometido. (b)
Também, porque as Escrituras nos exortam para sermos sempre compassivos
(Pv 14:21; Zc 7:9; Ef 4:32; Cl 3:12; 1 Pd 3:8-9). Leia Provérbios 21:13: “O
que tapa o ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido”.

Todo cristão verdadeiro deve cultivar a compaixão nos seus relacionamentos,


seja com pessoas conhecidas ou não. O Cristianismo é fundamentado na
Pessoa e na obra de Jesus, por isso, todo cristão deveria se identificar com
ele, no ser e no fazer.

PARA DISCUSSÃO:

• O que é um ato de compaixão?

• O que pode tornar uma pessoa cheia de compaixão?

• Como você age quando toma conhecimento ou encontra alguém em


sofrimento?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Lucas 10:25-37

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Compaixão

LUCAS 10:25-37

• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?


• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 4

A NECESSIDADE DO TESTEMUNHO

(e a vida se manifestou [1], e nós a temos visto [2], e dela damos


testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e
nos foi manifestada). 1 João 1:2

ESTUDO

João, no seu Evangelho, disse: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós
[1] , cheio de graça e de verdade, e vimos [2] a sua glória, glória como do
unigênito do Pai” (1:14). O testemunho que João dá não é de si, mas é de
Jesus Cristo (Jo 1:15, 34, 21:24), por quem “a graça e a verdade” foram
reveladas, manifestadas, por intermédio das palavras da Lei (Jo 1:17),
conforme lemos: “... importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos... Ainda está escrito que o
Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que
em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas
as nações, começando de Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas”
(Lc 24:44b, 46-48).

O testemunho daquele que crê nessa verdade é a firme confirmação de fé em


Jesus Cristo, a uma ou a várias pessoas. Portanto, ele se fundamenta na
pessoa de Jesus (Mt 16:15-16) e naquilo que fez para a salvação do homem
que crer (Mc 16:15-16; Jo 1:12). A palavra “testemunho”, no Novo
Testemunho, é uma tradução da palavra grega martureo (“atestar”,
“comprovar por relato”, “testificar”). Muitos discípulos, como Estêvão (At
7:51-60), foram “mártires”5 por darem testemunho de Jesus ou se recusarem
negar suas convicções nele.

O testemunho foi e ainda é necessário: (1) Porque Deus é quem confirma o


testemunho do seu Filho (Jo 5:37, 15:26; 1 Jo 5:9-11); (2) Porque o crente
verdadeiro é portador do testemunho de Cristo (Is 44:8; At 15:8); (3) Porque
é o dever de todo crente verdadeiro (Lc 21:12-13; At 5:30-32); (4) Porque por
ele Deus estabeleceu a missão da Igreja no mundo (Jo 15:26-27; At 1:8); (5)
Porque ele é um meio legal para se testificar a verdade (Nm 35:30; Dt 17:6;
Is 43:9; Mt 18:6; 2 Co 13:1; 1 Tm 5:19); (6) Porque ele confirma a nossa
filiação divina (1 Co 1:5-6; Gl 3:26-27); (7) Porque é ele uma eficaz arma de
combate contra o falso testemunho de Cristo (Mt 26:59-64; Tt 1:10-13).

Além disso, o testemunho também serve como uma autêntica e particular


história sobre como Deus, em Cristo, nos deu nova vida. Temos razões
suficientes que justificam o nosso compromisso pessoal com o Senhor. Como
o texto de referência citado (1 Jo 1:2) demonstra, o testemunho de Cristo não
se baseia em especulações filosóficas ou ideias teológicas abstratas, mas em
fatos concretos, vistos e comunicados com atenção pelos apóstolos, e por
milhares de testemunhas ao longo de séculos (1 Co 15:3-8), tendo sido
registrados por diversos historiadores e testificados pela arqueologia. A
experiência cristã pessoal pode ser uma importante maneira de
compartilhar com outros a salvação em Cristo Jesus, assim como o apóstolo
Paulo fez (At 22:1-21). Portanto, todos os discípulos de Cristo devem deixar
a timidez ou o medo e comunicar o seu testemunho ao próximo com
verdadeira esperança na sua salvação.

PARA DISCUSSÃO:

• Se o testemunho é tão necessário, porque muitos não testemunham Cristo?

• Se o testemunho de Cristo é fundamental, porque eu deveria dar o meu


testemunho?

• Que reações as pessoas podem ter ao ouvirem o testemunho de Cristo? O


que fazer?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Atos 4:5-22

• Prática da semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

A Necessidade do Testemunho

ATOS 4:5-22
• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


4 QUARTO MÊS

Semana 1

CRISTO: HOMEM E DEUS

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era


Deus. João 1:1

ESTUDO

João, autor do Evangelho, não se dirigiu diretamente ao pensamento judeu,


mas para o grego. Os gregos eram conhecidos pelos estudos
científicos, literaturas e filosofias. Eles buscavam razão em tudo e por isso
possuíam atenção perspicaz. Curiosamente, João inicia o Evangelho
identificando Jesus Cristo como “o Verbo”. Esta palavra é traduzida
de Logos. Na língua grega logos é um verbo, e não significa apenas “palavra”
como um texto (At 1:1), mas uma “declaração” de conteúdo (Mt 15:12; 1 Co
15:2), “afirmação” (Mt 12:32), “ensino” (Lc 4:32, 10:39) e “razão” como
princípio, origem, motivo, causa (At 10:29). E é justamente este último
significado que tem equivalência com a palavra hebraica ’āmar no Antigo
Testamento. A palavra ’āmar é o verbo que emprega a ação de Deus na
criação do mundo e dos seres viventes (Gn 1:3, 6, 9, 11, 14, 20, 22, 24,
26, 28). Ele denota, portanto, a atividade reveladora de Deus e do seu poder
(Sl 33:6, 9), sua soberania (Sl 147:15-18), a luz para os perdidos (Sl 119:19),
a revelação e o juízo (Os 6:5; Am 3:8).

Quando João registrou: “No princípio” , indubitavelmente se referiu à


criação em Gênesis 1:1 (cf Jo 1:3), demonstrando que Jesus, muito antes
do seu nascimento virginal, “era6 o Verbo”, ou seja, ele já existia. Essa
introdução toca um aspecto importante de Jesus, porque a eternidade é uma
condição existencialmente divina (Sl 90:2). Sua intenção, portanto, foi
afirmar que Jesus é eterno e é a “origem” de todas as coisas (Jo 1:10 cf Cl
1:15-17), inclusive da nova criação (Jo 1:10-13). Também, ele é o Verbo, a
“Palavra” que revela o próprio Deus (Jo 14:9; Hb 1:3).

Em João 1:14 lemos, também, que “o Verbo se fez carne”. Jesus não tomou
para si um corpo alheio, como algumas seitas e suas heresias afirmam, mas
assumiu a fragilidade da natureza humana em um corpo fisicamente mortal
(Fl 2:6-8; Hb 4:15), através do seu nascimento virginal de Maria (Lc 1:30-
35), “e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,
glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14). Jesus é como Deus e Deus é
como Jesus, porque Jesus é “a imagem do Deus invisível” (Cl 1:5). Sua
encarnação foi necessária por ser o único legalmente capaz de representar a
raça humana e eleita (1 Pd 2:9) no sacrifício da cruz (Hb 9:15-17).

O texto ainda diz: “o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. João, ao
relatar que o Verbo estava com Deus e ao mesmo tempo era Deus, confirma-
nos a doutrina da humanidade e divindade perfeitas de Jesus. Ao dizer que o
Verbo estava com Deus, João distinguiu a pessoa de Jesus dentro
da divindade, e ao dizer que ele era Deus, ele o incluiu na qualidade divina,
de modo que o Filho não é o Pai, e o Pai não é o Filho, pois são pessoas
distintas, mesmo sendo indistintas quanto a divindade. É indispensável crer
em Jesus, como Homem e Deus. Essa é uma doutrina bíblica essencial e
inegociável da fé cristã!

PARA DISCUSSÃO:

• Como a descrença na humanidade e/ou a divindade de Cristo afeta a nossa


fé?

• O que quer dizer a frase: o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Colossenses 1:13-20

• Prática da semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Cristo: Homem e Deus

COLOSSENSES 1:13-20

• Qual é o ensino central do texto lido?


• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 2
INTEGRIDADE

Quem anda em integridade anda seguro, mas o que perverte os seus


caminhos será conhecido. Provérbios 10:9

ESTUDO

O caráter confiável é uma qualidade essencial na vida de qualquer pessoa,


porque ele é o guardião da boa reputação social, e é a maior exigência para a
sustentabilidade dos relacionamentos em todas as esferas da vida. Sem ele,
nações, empresas, igrejas e famílias se desintegram numa completa desordem
moral. Porém, a nossa atenção aqui será quanto ao aspecto espiritual do
caráter.

A palavra “integridade” é de origem Latim ( integritas) e significa: “inteiro”,


literalmente “intocado”, “inalterado”. Figuradamente, aplica-se a
“retidão moral, honradez”7. Quase sempre definimos a integridade como a
qualidade que faz do caráter confiável, mas seu significado é mais
abrangente, porque há uma diferença entre caráter e integridade.

O caráter está associado a comportamentos aprovados. Nesse sentido, o “bom


caráter” pode ser uma resposta natural de agir ou reagir em acordo com
os padrões de comportamento exigidos por determinados grupos sociais. Já a
integridade é uma profunda qualidade do caráter, porque está relacionada
com a conduta do coração, não apenas a um comportamento aparente. Nesse
sentido, a integridade é a qualidade intocada, inalterada que forma o
caráter. Podemos encontrar pessoas que não têm muito caráter, mas se têm
integridade são capazes de agirem em coerência com os padrões divinos.
Podemos citar, como exemplo, até um rei pagão: Abimeleque (Gn 20:1-6),
além de Adão (Ec 7:29), Noé (Gn 6:9), Jó (Jó 1:1, 2:9), Davi (1 Rs 9:4), e
muitos outros.

De acordo com o exposto, integridade é mais do que o caráter ou o


comportamento. Apesar deles, ainda podemos cair em frustrações e
escândalos. Por quê? Porque muitas vezes nos falta a integridade para
embasá-los e apoiá-los. Integridade é a determinação inabalável, que parte do
coração para fazer aquilo que é o certo, não importando para
as circunstâncias ou as consequências.

A Bíblia diz que todos nós pecamos (Rm 5:12) e por isso somos, por
natureza, corruptos. Portanto, não podemos assegurar que não temos
pecado (1 Jo 1:8), ou que não somos corruptíveis em nossa espiritualidade,
em nossa conduta nos relacionamentos. Ninguém é naturalmente perfeito;
não estamos defendendo isto aqui. Entretanto, a Bíblia nos ensina que a
integridade é uma qualidade do caráter possível de ser adquirida e vivida,
apesar da nossa pecaminosidade (2 Sm 22:26; 1 Cr 29:18-19; Sl 7:10, 18:25,
37:37; Pv 11:5). Ela ensina: (a) a tratar os outros com justiça e honestidade
(Lv 19:35-36; Dt 25:15; Pv 16:11-13); (b) a manter a palavra (Ec 5:2-5; Mt
5:37); (c) que o Senhor protege os íntegros (Sl 25:21; Pv 2:7-8, 10:9, 11:3,
13:6); (d) que a integridade é mais valiosa do que as riquezas (Pv 28:6); (e)
que o Senhor testa a nossa integridade (1 Cr 29:17; Sl 7:8); (f) que o Senhor
detesta as mentiras e a falta de integridade (Zc 8:16-17); (f) que é difícil
mesmo ser íntegro (Jó 2:3 e 9; Pv 29:10); (g) e que a nossa integridade deve
ser testemunho a outros (Tt 2:7).

PARA DISCUSSÃO:

• O que define uma pessoa como íntegra?

• Se as pessoas que convivem com você tivessem que definí-lo, como te


definiriam?

• Como você poderia melhorar a sua integridade?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Lucas 16:1-13

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Integridade

LUCAS 16:1-13
• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 3
ENFRENTANDO A IRA

Deixa a ira, abandona o furor; não te impacientes; certamente, isso


acabará mal. Salmo 37:8

ESTUDO

Antes de avaliarmos a perspectiva bíblica sobre a “ira”, precisamos


compreender a sua definição. A palavra “ira” no Latim significa “raiva”,
“indignação”, “cólera”. Tal significado é similar ao que encontramos na
Bíblia.

Em Salmo 4:4 lemos: “Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o


coração e sossegai.” (cf. Ef 4:26). Fica claro, portanto, ao admitir a
possibilidade da ira com a advertência sobre o pecado, que a ira em si não é
pecado, mas que pode conduzir ao pecado. Partindo desse esclarecimento,
podemos nos irar (a) com a injustiça, quando nossos direitos são violados; (b)
por causa do estresse em meio às rotinas que consomem, muitas vezes, a
nossa lucidez; (c) e quando somos confrontados por pessoas, seja em palavras
ou ações, em nosso sentido de valor próprio.

Contudo, nosso enfoque aqui não é a ocorrência da ira, mas a advertência


bíblica sobre sermos induzidos por ela a pecarmos contra Deus e contra os
que provocam este sentimento em nossos corações. Salmo 37:8 diz: “deixa a
ira, abandona o furor”. Diversas passagens bíblicas, por exemplo, enfatizam
essa mesma advertência: Provérbios 19:19, 29:11; Eclesiastes 7:9; Efésios
4:31-32; Colossenses 3:8 e Tiago 1:19-21. Lidos esses textos, nos
convenceremos que a ira facilmente pode nos levar ao pecado e, por isso, não
é compatível com a disposição cristã. Na ira encontramos as consequências
inde-sejáveis da frustração, da ofensa, da agressão, da vingança e até da
morte. A ira é como uma pequena chama que consome a injustiça, o estresse
e a malícia dos homens, mas por falta de cuidado, pode facilmente sair do
nosso controle, se tornar uma grande fogueira e consumir, não somente a
alegria, a paz e a bondade que devem permanecer no cristão, mas também a
oportunidade de testemunhar Cristo em situações de conflito.

Quando o homem é salvo e convertido por Deus, uma das mais maiores
evidências dessa transformação se refere ao modo com que ele passa a tratar
o pecado. Antes de ser salvo, o homem age de acordo com as suas
inclinações pecaminosas (Gl 5:19-21) - entre elas, a ira; mas quando
transformado à imagem de Cristo, ele inicia uma luta contra esses mesmas
inclinações, na força do Espírito Santo que agora atua em seu coração (Gl
5:22-23). E pela presença atuante do Espírito Santo na sua vida, ele aprende
agir com mansidão e com domínio próprio.

Queremos agora dar algumas sugestões práticas: (1) encontre a fonte da sua
constante ira (pessoas, assuntos ou situações); (2) reduza sua exposição a
estes estímulos negativos, depois de ter se esforçado longamente pela
solução; (3) se estiver sofrendo uma indignação momentânea, evite filmes,
jogos e literaturas que enfatizam a violência, pois podem alimentar a ira em
seu coração e incitá-lo à precipitação e à vingança; (4) procure alguém que
seja comprometido com a Bíblia e emocionalmente maduro para expor suas
aflições, ser orientado, acompanhado e orarem juntos, porque somente Deus
pode garantir o eficaz êxito contra a ira.

PARA DISCUSSÃO:

• Como um pequeno incômodo pode se transformar em uma explosão de


raiva?

• Por que nos iramos?

• O que mais provoca a ira em seu coração?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Tiago 1:19-21

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Enfrentando a Ira

TIAGO 1:19-21
• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 4
MÚTUO ACONSELHAMENTO

E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que


estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para
vos admoestardes uns aos outros. Romanos 15:14

ESTUDO

A palavra grega (noutheteō) para “admoestar”, a qual aparece apenas nos


escritos do apóstolo Paulo e em Atos 20:31, deriva da palavra nous (mente) e
tithēmi (colocar), e tem sentido de “colocar na mente”. Em contraste com a
palavra didaskō que enfatiza a instrução do intelecto, noutheteō enfatiza a
instrução das vontades e sentimentos do homem (Cl 1:28, 3:16). A ideia é
que a admoestação bíblica influencia os desejos e os propósitos mais íntimos
de uma pessoa, a ponto de ser convencida e dirigida para longe da prática do
pecado. Muitas vezes damos uma conotação negativa à
palavra “admoestação”, relacionando-a com a censura, a reprovação, a
confrontação. Porém, além desse aspecto, o termo grego abrange também
uma fraterna repreensão (1 Co 4:14-17), um incentivo ou uma insistência
amigável (1 Ts 5:14; 2 Ts 3:15).

O apóstolo Paulo em Colossenses 3:16, disse: “Habite, ricamente, em vós a


palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda
a sabedoria, ...”. A mútua admoestação aqui compreende um fundamento e
três ações: (a) o crente deve ter sua vida ricamente influenciada pela palavra
de Cristo, e é esta a experiência que o habilita ajudar outros na fé; (b)
baseando-se na “palavra de Cristo”, deve instruir do ponto de vista
intelectual, doutrinário; (c) e aconselhar quanto aos deveres cristãos (cf. Hb
10:24). Essa prática de ensino e ajuda deve ser “mútua”, (d) com toda a
sabedoria, de modo que a palavra seja aceita e atendida com boa vontade.

O aconselhamento bíblico não é tarefa apenas dos líderes da igreja, mas de


cada crente verdadeiro, assim como a igreja em Roma estava apta. F.F.
Bruce diz que “essa é uma aplicação específica do sacerdócio de todos os
crentes, em que todo o trabalho cristão é considerado um sacrifício”8. E
nesse trabalho “bondade” é essencial para nos importarmos com o “outro”, a
ponto de interferirmos na sua vida com os conselhos da palavra de Cristo.
Semelhantemente, é vital sermos “cheios de todo o conhecimento”, porque a
Bíblia é o único e suficiente instrumento para a edificação da fé e para
santificação moral do homem, não necessitando de qualquer
sabedoria humana com todas as suas esterilidades espirituais.

Diante disso, é importante ressaltarmos algumas finalidades do mútuo


aconselhamento em Romanos 15: (1) promover a santificação do caráter e do
relacionamento, tendo Cristo como o centro (vv.1-3); (2) consolar pelas
Escrituras (vv.4-6); (3) acolher a todos, indistintamente (vv.7-13); (4)
conduzir à obediência, por palavra e por obras (vv.15-20).
Esse é o dever e o propósito de todo crente verdadeiro: aconselhar e ajudar
uns aos outros, pela Palavra de Deus, na luta contra a pecado, na comunhão e
na glorificação de Deus, pela a Igreja.

PARA DISCUSSÃO:

• Se a Bíblia é suficiente para o aconselhamento, então há um conflito com a


Psicologia?

• O que pode impedir o mútuo aconselhamento na vida da igreja?

• Por que devemos aconselhar uns aos outros e não apenas a liderança da
igreja?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO:

• Devocional para a semana: Tito 3:4-11

• Prática da semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Mútuo Aconselhamento

TITO 3:4-11

• Qual é o ensino central do texto lido?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?


• Que compromisso pessoal você deve fazer diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


5 QUINTO MÊS

Semana 1

O ESPÍRITO SANTO E EU

... mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu


nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o
que vos tenho dito. João 14:26

ESTUDO

A doutrina do Espírito Santo é uma das doutrinas mais negligenciadas em


nossa época. Por um lado, o rigoroso formalismo religioso e o medo do
fanatismo, resultam o ceticismo e a indiferença quanto a Pessoa e a obra do
Espírito Santo. Por outro lado, encontramos a forte ênfase na experiência
sentimentalista e personalista que despreza as verdades bíblicas julgadoras e
reguladoras dessa experiência, resultando heresias, altivez espiritual e
rebeliões eclesiásticas. Esses dois extremos revelam uma profunda
decadência espiritual, manifesta tanto pelo desprezo ou desconfiança na ação
sobrenatural do Espírito Santo, quanto pela vaidade de ser guiado pelas
emoções e não pelo ensino bíblico.
É fundamental compreendermos a Pessoa e obra do Espírito Santo e
estabelecermos com ele uma relação pessoal de adoração, honra e submissão.
No entanto, este estudo se limitará aos aspectos bíblicos gerais:

A Pessoa do Espírito Santo.

(1) O Espírito Santo é revelado na Bíblia como a terceira Pessoa da Trindade


(At 5:3-4; Jo 15:26). (2) Ele é colocado em igualdade com o Pai e com o
Filho, além de outras ocasiões (1 Co 12:4-6; Ap 1:4-5), na grande
comissão (Mt 28:19) e na bênção apostólica (2 Co 13:13). (3) Ele não é uma
manifestação do Pai, ele é uma Pessoa distinta na Trindade, possui a mesma
natureza divina e virtudes do Pai e do Filho: eternidade, oni-presença,
onipotência e onisciência (Sl 139:7-10; Lc 1:35; 1 Co 2:10-11 e Hb 9:14),
porque ele é Deus.

A obra do Espírito Santo. Sua obra é vastíssima, mas em síntese ela está
relacionada principalmente com: (1) A criação: do mundo e do homem
(Gn 1:2, 26-27; Jó 33:4). (2) Jesus Cristo: sua concepção natural - encarnação
(Mt 1:18), sua unção (Mt 3:16; Lc 4:1, 18; At 10:38), sua ressurreição (Rm
8:11) e seu testemunho (Jo 16:26). (3) Às Escrituras: sua inspiração (2 Tm
3:16) e a revelação da verdade (Hb 3:7 e 10:15-17; 2 Pd 1:20-21). (4) O
homem: sua regeneração (Jo 3:3-8, Rm 8:2), conforto na fé (Jo 14:16-
17), ensino e consciência do que Jesus ensinou (Lc 12:12; Jo 14:26),
convencimento do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8-11), condução cristã
na vida (Jo 16:13), chamamento de pessoas para uma específica tarefa
missionária (At 13:2), adoção espiritual (Rm 8:15) e a sua confirmação (Rm
8:16), santificação (1 Pd 1:2), intercessão pelos santos (Rm 8:26)
e distribuição de dons na Igreja (1 Co 12:7-11).

Uma das marcas notáveis dos crentes no início da igreja cristã, era o
enchimento do Espírito Santo. Eles eram cheios para testemunharem a Cristo
(At 1:8), pregarem (At 4:8), servirem (At 6:3), suportarem a hostilidade
contra a fé (At 7:54-56) e crescerem numericamente (At 9:31). Nenhum
crente em Jesus pode ser santo e amadurecer na fé sem o Espírito Santo. É
impossível viver sem ele, porque ele não é o objetivo da vida cristã, ele é o
recurso da vida cristã. Por isso, devemos buscar uma vida cheia do
Espírito Santo (Gl 5:16-26), como Jesus (Lc 4:1), Pedro (At 4:8), Estêvão (At
7:55), Barnabé (At 11:24), Paulo (At 13:9), assim como os crentes mais
comuns (At 4:31).

PARA DISCUSSÃO

• O que significa “apagar o Espírito” (1 Ts 5:19) em nossas vidas?

• É correto orar ao Espírito Santo, ou devemos orar apenas a Deus, o Pai?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: João 16:5-14

• Prática para a semana:


MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

O Espírito Santo e Eu

JOÃO 16:5-14

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 2

A CONFISSÃO DE PECADOS

O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as


confessa e deixa alcançará misericórdia. Provérbios 28:13

ESTUDO

Com base em princípios bíblicos, a maioria das igrejas cristãs compreende


que a confissão de fé em Jesus Cristo é um princípio da conversão espiritual
(Mt 10:32; 1 Jo 4:15). Contudo, há outra confissão apresentada pela Bíblia
que deve caracterizar a vida cristã: a confissão de pecados, a qual é o foco
principal deste estudo.

No Antigo Testamento a palavra “confissão” é uma tradução de yadah e tem


o sentido de “proferir honra” ou “concordar com uma declaração”. O
cenário que esta palavra constrói é de um tribunal, onde o réu reconhece a sua
transgressão e concorda com a acusação, e desse modo, honra aquele diz a
verdade e a justiça. A palavra yadah significa também “atirar”. O povo de
Israel tinha o costume de punir com apedrejamento aquele que desonrava ou
violava gravemente a Lei (Lv 20:2 e 27, 24:16 e 23). Um dos
exemplos encontra-se em João 8:1-11, sobre a mulher adúltera diante dos
seus acusadores que, de acordo com a Lei (Dt 22:22-24), estavam prontos
para apedrejá-la por causa do seu pecado. A ideia é que o nosso pecado acusa
a nossa consciência e nos faz padecer (Sl 32:3-4, 38:18). E, ao confessá-lo
(concordando com a acusação), “atiramos pedras” contra nós mesmos com
palavras, como percebemos, por exemplo, na experiência de Davi (Sl 32:5 e
51:3-4), Daniel (Dn 9:4-10, 15) e na Parábola do Filho Pródigo (Lc 15:18-
19).

O mesmo sentido compreendido pela palavra hebraica yadah é o mesmo que


encontramos no Novo Testamento para a palavra grega homologeo, com uma
particularidade: aquele que faz a admissão enfrenta o fato, não nega ou
esconde partes da falta cometida (1 Jo 1:8-9). Esse que admite honestamente
toda a sua falta é liberto da consequente condenação e experimenta a
misericórdia divina pelo perdão; porém, aquele que encobre jamais
prosperará. Infelizmente, muitos escolhem esconder seus pecados, culpando
as circunstâncias da tentação, as pessoas ou o Diabo. Enquanto nos
desviamos da nossa culpa pelo pecado não crescemos espiritualmente, visto
que tal crescimento ocorre na mesma medida que nos libertamos do pecado,
pela confissão e pelo arrependimento. Nunca deveríamos culpar
as circunstâncias, o esposo ou esposa, o namorado ou namorada, o patrão ou
empregados, o pastor ou a igreja e nem mesmo deveríamos culpar o diabo
que já está condenado por cairmos em tentação. O pecado, em última análise,
é um ato da nossa vontade e, por isso, somos responsáveis por ele diante
de Deus e diante daqueles que ofendemos.
A transgressão é a consciente violação das leis (Rm 4:15) e, ao ultrapassar os
limites estabelecidos por uma ordem superior, o transgressor sofre a privação
de todos os benefícios que antes estavam à sua disposição. Somente o perdão
pode devolver ao transgressor a oportunidade de continuar desfrutando dos
benefícios reservados pela misericórdia de Deus (2 Cr 7:14). Portanto, a
confissão é o único meio de extrairmos do coração a culpa do pecado
e sermos curados. Confesse seus pecados a Deus (Ne 13:22) e uns aos outros
(Tg 5:16).

PARA DISCUSSÃO

• Como Davi descreve a extensão do pecado? (Sl 51:3-6)

• Por que Deus permitiu que a culpa fizesse parte da vida de uma pessoa?

• Se Deus já nos perdoou por Cristo, por que deveríamos confessar os


pecados ainda?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Salmo 51:1-19

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

A Confissão de Pecados
SALMO 51:1-19

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 3

MISERICÓRDIA

Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai. Lucas


6:36

ESTUDO

A misericórdia é um sentimento que se revela quando entramos em contato


com o sofrimento de alguém, e se manifesta em uma ação concreta.
Ela ultrapassa os limites daquilo que a pessoa merece e opera com base na
mais genuína e incondicional benevolência, sem a qual ninguém poderia ser
salvo por Deus (Dt 4:31; Sl 78:38; Ef 2:4-5; Tt 3:5). De acordo com o nosso
texto introdutório (Lc 6:36), a misericórdia de Deus foi o princípio da nossa
salvação, e é o meio pelo qual devemos nos relacionar uns com os outros.
Sabendo que Deus, sendo rico em misericórdia (Ef 2:4), nos salvou da
condenação merecida, deveríamos agir com misericórdia para com os outros,
porque esta conduta reflete a aliança de Deus conosco. Portanto, a Bíblia
exige dos que receberam a misericórdia, que sejam misericordiosos (Rm
15:7; Cl 3:12).

(1) O conceito bíblico. A palavra “misericórdia” no Antigo Testamento é a


tradução de checed (“bondade”) e rachuwm (“compaixão”). Ambas as
palavras “baseiam-se em conceitos legais”9, ou seja, um acordo que prevê a
misericórdia e o perdão (Êx 34:8-9; Nm 14:19; Jr 3:12). No Novo
Testamento a palavra mais usada é eleos (“sentimento de compaixão”),
principalmente usada para demonstrar a intervenção de Jesus que cessa o
sofrimento humano (Mt 9:36, 17:15-18; Mc 10:47-48; Lc 1:76-79), mas
também para a misericórdia entre os homens (At 9:36 e 10:1-2).

(2) O juízo e a condenação. A Bíblia nos permite julgar, em determinada


instância, outras pessoas, senão nunca poderíamos reconhecer o jugo desigual
(2 Co 6:14), identificar falsos mestres (Mt 7:15-20; Mc 13:21-23; 1 Jo 4:1-3)
e tratar com disciplina o pecado (Mt 18:15-17). Contudo, não é
autorizado julgar os motivos do coração ou o destino eterno de alguém (Mt
7:1-5, 13:28-30; Lc 6:36-37; Tg 2:12-13, 4:11-12). Sendo assim, deveríamos
ser misericordiosos no juízo que fazemos dos outros, pois estamos sob o juízo
de Deus. Também, porque muitas vezes julgamos por preconceitos injustos,
com base em relativas aparências ou preferências culturais, já que
não discernirmos o coração de ninguém. Somente Deus pode ver e julgar
nessa instância (1 Sm 16:7).

(3) As ações. Na Parábola do Servo Incompassivo (Mt 18:23-35) lemos que a


exigência da misericórdia sobre o servo se baseou na ilimitada
misericórdia do seu Senhor (vv.32-35). Como Deus foi misericordioso
conosco, devemos ser misericordiosos, (a) cuidando dos pobres e dos
miseráveis (Pv 21:13; Is 58:6-7; Lc 12:33; 1 Jo 3:17-18), (b) suprindo os
missionários (2 Tm 1:15-18; Fl 4:10-16), (c) atendendo as necessidades dos
crentes na igreja (At 2:44-46, 4:34-35, Rm 12:13), (d) anunciando ao mundo
a salvação e a libertação das opressões (Jn 4:9-11; Mt 9:36-10:1), (e)
perdoando e sendo tolerantes (Mt 5:38-42, 6:14-15; Lc 17:3-4; Gl 5:22) e etc.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”


(Mt 5:7).

PARA DISCUSSÃO

• Somos merecedores da misericórdia de Deus?

• Por que Deus tem misericórdia de nós?

• Que diferença há entre a assistência e o assistencialismo?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Mateus 18:21-35

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Misericórdia

MATEUS 18:21-35

• Qual é o ensino central desta passagem?


• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 4

VOCAÇÕES

Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno


da vocação a que fostes chamados. Efésios 4:1

ESTUDO

Deus é Deus de toda a graça (1 Pd 5:10), razão pela qual Ele oferece
imerecidos favores ao homem que perdeu o direito a eles por estarem
sob sentença de morte. A Bíblia nos ensina que existem duas vocações da
parte de Deus. Ambas estão relacionadas com dois modos de Deus manifestar
a sua graça:

1. Graça comum. Deus, de modo geral, estendeu a sua graça sobre a


humanidade caída no pecado (Mt 5:43-48). Essa graça restringe a
devastadora influência do pecado e preserva as condições mínimas para a
manutenção da ordem no mundo, visto que a consciência do mal e do dever
social são acompanhadas por ela. Por ela o homem é vocacionado às boas
obras, obras que promovem a paz e a justiça social. Nela o homem também
pode ser exposto ao Evangelho e até ser chamado ao arrependimento (Mc
16:15), entretanto, ela não é eficaz para a salvação.

2. Graça especial. A Bíblia nos ensina também que Deus, de modo


particular, estende uma graça especial sobre certos indivíduos. Esta graça é
eficaz para a salvação, pois remove a culpa e a penalidade do pecado, muda a
vida interior do homem e gradativamente purifica-o da corrupção, pela obra
do Espírito Santo (Mc 16:15-16; Jo 6:44, 16:8; Ef 2:4-10). Esta graça
específica de Deus é dada especialmente pela pregação do Evangelho (Rm
10:17).

Podemos afirmar que pela graça comum o homem é abençoado por Deus em
diversas dimensões da sua vida, mesmo não sendo salvo por ela; enquanto
que, pela graça especial, o homem, além de abençoado por Deus em
diversas dimensões da sua vida, é salvo em Jesus Cristo.

Uma vez salvo pela graça especial, o homem vo-

cacionado das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pd 2:9), descobre outra
vocação: a vocação para o serviço obediente a Deus. Ele pode ser
vocacionado exclusivamente para o serviço religioso (At 20:28; 1 Co 12:28 e
CFW, XXX-1; Confissão Belga, Art. 30-31), como para o serviço comum (Ef
6:5-9; Cl 3:17 a 4:1; Tt 2:9-10; 1 Pd 2:18-19), não sendo isento do dever
de glorificar a Deus pelo serviço (1 Pd 4:7-11).

Por influência da filosofia grega, que remonta aos tempos do nascimento da


igreja primitiva, a vida cristã tem sofrido prejuízos por causa do dualismo
(distinção irreconciliável entre o o estado espiritual e o material, entre o
sagrado e o profano, entre o religioso e o secular). Esse conflito está na mente
de muitos crentes, quando não reconhecem o seu dever social ou
profissão “secular” como expressão do seu dever para com Deus. Raramente
esses deveres são aceitos como desdobramentos da vocação eficaz, por
admitirem que somente o serviço religioso é o que agrada a Deus. A Bíblia,
pelo contrário, insere todas as atividades do homem, sejam
conjugais, paternas, domésticas, eclesiais, civis, educacionais, profissionais...
à responsabilidade que o crente tem por ter sido eficazmente vocacionado por
Deus.

PARA DISCUSSÃO

• Como você compreende os efeitos da salvação nas rotinas diárias?

• Qual é a distinção entre a graça comum e a graça especial?

• Que diferença há entre as boas obras de um crente e de um incrédulo para


Deus?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Colossenses 2:6-7

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Vocações
COLOSSENSES 2:6-7

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


6 SEXTO MÊS
Semana 1

RELAÇÃO PACTUAL DE DEUS

Estabelecerei a minha aliança contigo, e saberás que eu sou o


Senhor. Ezequiel 16:62

ESTUDO

A relação pactual de Deus é um dos temas centrais da Bíblia, pois trata-se


primordialmente do ser de Deus. É admirável o fato de Deus, sendo
santo, onisciente e onipotente, entrar em aliança com o homem pecador,
imperfeito e fraco, a fim de estabelecer uma relação de amor com ele.

No Antigo Testamento a palavra “pacto” ou “aliança” é tradução de berith


(Gn 6:18), cujo significado mais provável é “cortar”. Isso explicaria o antigo
ritual de duas pessoas passando entre órgãos de animais, cortados ao meio,
depois de fazerem um acordo (Jr. 34:18), devendo-se destacar que tal
ritual foi usado por Deus para estabelecer a sua aliança com Abrão (Gn 15:7-
10, 17-18). A compreensão bíblica desse episódio nos ajuda entender que
Deus não se nivelou com Abrão no pacto, condicionando seus propósitos à
obediência do patriarca, porque o pacto é de Deus e ele é a própria garantia
do seu cumprimento (Hb 6:17). O pacto de Deus estabelece uma “relação”
soberanamente administrada por ele, mediante o derramamento de sangue.
Note que Abrão não passou entre as partes daqueles animais, somente Deus.
Do mesmo modo, tal ritual reivindicava a morte daquele que violasse o pacto,
assim como lemos nas primeiras narrativas do livro de Gênesis: Deus
estabeleceu as duas árvores (2:9), as tarefas (2:15), o mandamento e a
punição prevista para violação do mandamento (2:16-17). Ao violar o pacto
com Deus pela desobediência, o homem recebeu a pena prevista: morte (Rm
5:12). Contudo, Deus é fiel (Sl 89:34; Is 54:10) e satisfez as exigências do
seu próprio pacto, por meio do seu único Filho, Jesus Cristo, conforme
veremos em seguida.

No Novo Testamento a palavra “pacto” é tradução de diatheke (Mt 26:28), e


o seu significado é “aliança” (Hb 9:15) ou “testamento” (Hb 9:16)
sancionado pela morte do testador (Hb 9:16-17). Apesar dos pactos de Deus
com Adão (Gn 2:8-17), Noé (Gn 9:1-17), Abrão (Gn 12:1-3), Isaque (Gn
17:19), Jacó (Gn 28:13-22), Moisés (Êx 19:3-8, 20:1-17) e com Davi
(Jr 33:21 cf. 2 Sm 7:12-16), todos combinam-se numa só promessa de Deus
no Antigo Testamento, pela lei (Gl 4:26), a qual se cumpre plenamente com a
morte substitutiva de Jesus Cristo. Ela inaugurou o novo pacto de Deus, por
meio do qual o homem é salvo pela graça e perdoado por sua transgressão da
lei. O próprio Jesus é o mediador desse novo e eterno pacto (Hb 12:24 cf. 1
Tm 2:5) e sua morte selou a nova aliança (Lc 22:20), tornando-nos herdeiros
das promessas de Deus (Rm 8:17; Tt 3:7).

O conceito básico desse novo pacto tem origem na promessa dada por meio
do profeta Jeremias, a qual previa dias em que Deus firmaria “nova
aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá” (Jr 31:31-34; Hb 11:7-
13). Nessa nova aliança, Deus imprime as suas leis na mente e no coração do
seu povo, que então se torna propriedade exclusiva dEle. O Senhor tem uma
relação conosco mediante uma aliança perpetuamente estabelecida pelo
sangue de Jesus (Hb 9:11-22 cf. 8:6) e essa verdade produz em
nossos corações a fé verdadeira e a viva esperança da vida eterna com Deus!

PARA DISCUSSÃO

• Deus requer o cumprimento do seu dever para com ele?

• Em que sentido a compreensão deste tema mudará a sua relação com Deus?

• Qual é o significado do Batismo e da Ceia nesta relação com Deus?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Hebreus 10:19-25

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Relação Pactual de Deus

HEBREUS 10:19-25
• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 2

PERDÃO

Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-


vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. Efésios
4:32

ESTUDO

Um dos temas mais profundos da fé cristã é o perdão. Para libertar o homem


da eterna condenação do seu pecado, Deus pagou a sua dívida por um alto
preço, o sacrifício do seu Filho, e lhe ofereceu o perdão (Ef 1:3 e 7). Com
base nessa misericórdia divina, é exigida do homem a prática do perdão em
seus relacionamentos interpessoais (Mt 6:14-15, 18:23-35).

A palavra “perdão” no Antigo Testamento significa “livrar” da culpa, pelo


resgate ou expiação do pecado (Lv 4:20, 26; Nm 14:19; Jó 33:24; Sl 25:18,
32:1, 85:2). No mesmo sentido, a Septuaginta e o Novo Testamento usam a
palavra grega aphiemi, (“deixar ir”). No meio jurídico esta palavra aplicava-
se àquele que tinha um direito legal sobre outro e “abria mão” desse direito
para libertá-lo. Já no contexto religioso, aplica-se ao cancelamento da dívida
do pecado (At 3:19), a libertação (Cl 1:13-14) e a aceitação do pecador (Lc
15:20 cf. Rm 5:10-11).
Enquanto o pecado separa as pessoas, o perdão as reconcilia. Através do
perdão o relacionamento com Deus, antes arruinado pelo pecado, é
reconstruído (Gn 50:16-21) e, do mesmo modo, o perdão afeta o
relacionamento quebrado entre as pessoas. Apesar de termos sido perdoados
por Deus, muitas vezes negamos perdoar aqueles que nos ofendem. Pelo
menos duas razões são apresentadas e para cada uma a Bíblia reafirma o
nosso dever de perdoar:

(1) Resistimos pelo demérito. O perdão é uma valiosa oferta a quem perdeu
o direito a ela, ficando esse condicionado a bondade do ofendido para ser
liberto da culpa. O perdão é sempre resultado da bondade e nunca do
merecimento. A nossa dívida por causa do pecado nos tornou indignos
dos favores divinos, porém, Deus bondosamente nos perdoou. Diz a Bíblia
que estava Jesus entre dois malfeitores na cruz, enquanto os soldados
disputavam as suas vestes e escarneciam, as autoridades zombavam dele e o
povo assistia a tudo, sem nada fazer para se opor a tamanha crueldade. Nessa
ocasião Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes” (Lc 23:33-38). Ele sofreu por nossos
pecados para sermos libertos, do mesmo modo, somos chamados a assumir as
ofensas dos outros, estendendo bondosamente o perdão para testemunharmos
o que Deus, em um nível muito maior, fez por nós.

(2) Resistimos pela injustiça. Aquele que ofende ou prejudica merece a


punição e não o livramento dela. E isso é justo. Por isso, Deus puniu o seu
Filho em nosso lugar (2 Co 5:19-21), porque o perdão sempre exige a
aplicação da justiça. Ao perdoar, “abrimos mão” da dívida moral, física e
material (de acordo com o caso) que é gerada por nossos ofensores. Isso só é
possível mediante a mesma misericórdia divina que um dia nos alcançou. O
perdão não se baseia naquilo que o ofensor fez, mas naquilo que Deus fez a
nosso favor e essa é a justiça que necessitamos recorrer para praticarmos o
perdão. A única possibilidade do perdão, portanto, é perdoar como Deus, em
Cristo, nos perdoou, uma vez que a nossa justiça é falha (Is 64:6).

PARA DISCUSSÃO

• Como ser perdoado por Deus afeta a sua relação com aqueles que te
ofendem?

• Por que muitas vezes evitamos o processo do confronto e da reconciliação?

• Pense em alguém que lhe ofendeu ou pecou contra você. Que passos precisa
tomar para estender perdão a essa pessoa?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Mateus 18:21-35

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Perdão
MATEUS 18:21-35

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 3

ARREPENDIMENTO BÍBLICO

Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Mateus 4:17

ESTUDO

O arrependimento evidencia a salvação. Há duas palavras no Antigo e no


Novo Testamento que sustentam esta afirmação: a primeira é
shuwb10 (hebraica) e significa um retorno radical de direção (Gn 28:21; 2 Cr
11:14; Sl 119:59; Os 14:2). A segunda é metanoéo (grega) e significa uma
mudança de propósitos como resultado da tristeza pelo pecado (Mt 3:2; Lc
17:4; 2 Co 12:21). Enquanto uma enfatiza a mudança externa a outra enfatiza
a mudança interna, e ambas apontam para o afastamento do pecado em
obediência a Deus.

Nesse contexto bíblico, o arrependimento (a) reconhece que o pecado é uma


ofensa contra Deus e (b) exige uma mudança imediata contra ela. Se antes a
pessoa era governada pelo prazer no pecado, arrependida ela passa ser
governada pelo prazer de obedecer a Deus.

O arrependimento é uma parte essencial da salvação. Ele não resulta a


salvação, mas é resultado dela. Sem a regeneração, o homem não tem
consciência da necessidade de se arrepender dos seus pecados. A Bíblia diz
que a salvação é resultado da graça divina, recebida pela fé (Ef 2:8-9). Diz
também que essa fé é um dom de Deus que vem pela pregação do Evangelho
(Rm 10:9-17). Por isso, não pode haver arrependimento sem fé. Os dois são
inseparáveis, porque o arrependimento é o verdadeiro testemunho da
salvação.

O arrependimento sempre produz uma genuína tristeza, ou vergonha pessoal


pelo pecado cometido. Porém, apenas a tristeza não é arrependimento, uma
vez que ele exige ações (At 26:20), como a confissão e o abandono do
pecado. Alguns teólogos entendem que o arrependimento é uma
vida convertida pelo Espírito Santo. Mas lendo os textos de Atos 3:19 e
26:20, descobrimos que o arrependimento e a conversão são duas realidades
distintas. Os registros bíblicos demonstram que primeiramente sentimos uma
tristeza conosco por causa do pecado, diante de Deus (2 Co 7:9-10). Essa
tristeza inicial, é um sentimento de frustração pessoal por não ter atendido a
orientação de Deus, acompanhada pelo desejo de superá-la (Sl 51:2-12). Por
isto produz decisões e ações radicais contra o pecado em questão. E tudo isso
é obra de Deus em nós (Rm 2:4).

Concluímos que o arrependimento é uma decisão de nos afastar do pecado


cometido para honrar a Deus. Para aquele que ainda não foi convertido,
o arrependimento é motivado pela fé em Jesus Cristo (At 2:36-37) e
confirmado pelo batismo (At 2:38). E, uma vez salvo, o arrependimento
ainda será necessário para tornar-nos cada vez mais dispostos ao serviço a
Deus, também, deve ser sempre relacionado com a oração e a confissão do
pecado cometido (At 8:22-23; 1 Jo 1:9).

PARA DISCUSSÃO

• O que caracteriza o verdadeiro arrependimento?

• Qual é a consequência da falta de arrependimento? Leia Romanos 2:1-5.

• Qual o benefício do arrependimento de acordo com Lucas 24:47?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Lucas 15:11-24

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Arrependimento Bíblico

LUCAS 15:11-24

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 4

ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade,


para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como
também amaste a mim. João 17:23

ESTUDO

Infelizmente, nossos dias têm sido palco de um dramático declínio da


espiritualidade bíblica por parte de crentes, de líderes eclesiásticos e até de
igrejas inteiras. Embora haja tantas igrejas no Brasil, a distância das doutrinas
bíblicas fundamentais e do bom testemunho aumenta. Toda essa experiência
revela a fragilidade da espiritualidade na igreja evangélica brasileira.

O que significa espiritualidade? Definir “espiritualidade” não é fácil, visto


que o seu significado é amplo e complexo. Por este motivo, uma grande
variedade de práticas religiosas surgiu na história reivindicando, cada uma, o
significado da espiritualidade. Porém, ao atribuirmos a palavra “cristã” como
qualificador da espiri t ualidade, limitamos o seu significado a partir
de Cristo.

A obra de Cristo justifica o pecador e o une a Deus que é perfeitamente santo.


Esta obra é essencialmente espiritual. A espiritualidade cristã, é a
comunicação desta fé em Cristo através de um estilo de vida, que envolve
comprometimentos públicos. Trata-se, portanto, da vivência na sincera
relação com Deus, pela qual todas as relações humanas são afetadas,
como: familiares, comunitárias e missionárias (1 Jo 1:3, 7, 3:16-19, 4:20-21).

- Espiritualidade na família. A família é a estrutura social mais


fundamental, visto que ela é responsável pela formação básica do homem.
Aquele que é indi-ferente com a sua família é moralmente
questionável, porque ainda não conseguiu atender aquilo que lhe é básico. A
Palavra de Deus proíbe a qualquer homem negligente com a sua família
assumir funções oficiais na igreja (1 Tm 3:2-5, 12; Tt 1:5-6), e instrui o
tratamento para com a sua mulher e filhos (Ef 5:25; Cl 3:19 e 21; 1 Pd 3:7),
também o testemunho das mulheres (Ef 5:22-24; Cl 3:18; 1 Pd 3:1-6; Tt 2:3-
5) e o dever dos filhos (Ef 6:1-3; Cl 3:20). A família é o primeiro lugar onde
a espiritualidade cristã deve ser cultivada; inverter esta ordem compromete a
nossa fé e a nossa obediência a Deus.

- Espiritualidade na comunidade. Deus é um Deus cuja natureza é


relacional, de modo que aquele que por ele é regenerado, torna-se também
relacional. A espiritualidade, neste caso, se qualifica como cristã na relação
com a comunidade, tanto de não crentes pelo testemunho da fé, quanto de
crentes pela comunhão em Cristo. A igreja é a comunidade na qual esta
espiritualidade cresce e floresce (Rm 12:5; 1 Co 12:24-26; Hb 10:19-25).
Esta é a lei de Cristo, que nos disponhamos a conviver e a cuidar uns dos
outros pelo amor (Gl 6:1-2).

- Espiritualidade nas missões. A salvação espiritual exige a conversão das


nossas relações com o mundo, expressando o amor de Deus àqueles que
estão ao nosso alcance (Mc 12:30-31). Cristo nos une a Deus e esta união nos
torna, por natureza, comunicadores da graça divina e da glória de Cristo ao
mundo. Este é um dos efeitos diretos da nossa relação com Deus (Jo 17:18 e
23).

A espiritualidade cristã é a vida de Cristo em nós produzindo condutas santas


e testemunho eficaz. Cristo é a base das nossas motivações e ações e a
sua glória é o propósito da nossa relação com Deus!

PARA DISCUSSÃO

• Qual é a diferença entre a religiosidade e a espiritualidade?

• Como a nossa espiritualidade pode ser avaliada?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: João 17:1-26

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Espiritualidade Cristã
JOÃO 17:1-26

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


7 SÉTIMO MÊS

Semana 1

O MAL CHAMADO PECADO

Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse
faço. Romanos 7:19

ESTUDO

O apóstolo Paulo, autor da Epístola aos Romanos, confessa: (Rm 7:18). Só


podemos crescer em nosso relacionamento com Deus quando reconhecemos
o pecado e os seus efeitos, quão pecadores somos e o quanto carecemos
da palavra de Deus para a nossa santificação (Jo 17:17).

Ao mencionar a palavra “carne” (Rm 7:18), Paulo se referiu à natureza


pecaminosa que nos é inata, herdada de Adão (Jó 14:4; Sl 51:5; Jo 3:6; Rm
5:12; Ef 2:3). Ela é a fonte de todas as transgressões, perversidades e malícias
praticadas pelo homem, não havendo nela “bem nenhum”. Alguém poderia
usar esse verso para se desculpar de algum pecado, atribuindo-o à sua
natureza; porém, a nossa responsabilidade moral é inseparável das nossas
motivações (Tg 1:14-15). Reconhecer a nossa culpa, desvia-nos do esforço de
encontrar algum bem espiritual em nós e guia-nos para Deus que pode
libertar-nos da nossa total corrupção, mediante a fé e o arrependimento.

A Bíblia descreve o pecado como: (a) transgressão da lei de Deus (1 Jo 3:4),


pois ele é uma ação contra o Legislador; (b) violação da santidade requerida
por Deus, porque ele é santo (Lv 11:44-45); (c) a prática da maldade contra o
dever e a consciência do bem (Tg 4:17 cf. Rm 7:18) e (d) ações que não
provêm da fé (Rm 14:23).

Diante disso, faz-se necessário Deus punir o pecado (Êx 20:5). Tal punição
baseia-se na sua reta justiça, pela qual ele revela a sua santidade. A
Bíblia descreve a gravidade do pecado como sendo universal: “todos
pecaram” (Rm 3:23). E, como um aspecto da punição de Deus, todos
morreram (Gn 2:17 cf. 2 Co 5:14), porque “o salário do pecado é a
morte” (Rm 6:23). Na Bíblia, a morte é uma separação, assim como a morte
física é a separação do corpo e do espírito (Tg 2:26). O pecado gera a “morte
espiritual”, ou seja, a separação de Deus, porque o homem só pode viver se
estiver unido com o Deus vivo. Também, como outro aspecto da punição de
Deus, calamidades de toda sorte afligem o homem em sua existência terrena
(Lv 26:21; Sl 11:5-7), mas plenamente na vida por vir, no sentido mais
terrível da ira de Deus contra o pecado (2 Pd 3:7; Ap 21:8).

Estas punições revelam a justiça de Deus, mas também o seu amor e o seu
propósito redentor para o seu exclusivo povo. Por seu amor, ele disciplina
o pecador a fim de convencê-lo a abandonar o pecado e a voltar aos seus
caminhos (Jó 5:17-18; Pv 3:11-12; Hb 12:4-13) e, por seu propósito redentor,
libertá-lo da pena do pecado. Esta pena só pode ser removida pela obra
redentora de Jesus: “... todo o que comete pecado é escravo do pecado... Se,
pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:34-36).

Portanto, arrependa-se e seja batizado em nome de Jesus para a remissão dos


seus pecados, e receberá o dom do Espírito Santo (At 2:38), se esta é a sua
necessidade. Confesse seus pecados a Deus e arrependa-se deles, se esta é a
sua necessidade.

PARA DISCUSSÃO

• Existe alguma distinção entre “pecado” e “pecadinho”? Justifique a sua


resposta.

• Qual é a necessidade da disciplina eclesiástica?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Lucas 5:29-32

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

O Mal Chamado Pecado

LUCAS 5:29-32
• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 2

LIDANDO COM AS TENTAÇÕES

Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai
e seduz. Tiago 1:14

ESTUDO

O verbo “tentar” em hebraico é nacah (AT) e em grego é peirazo (NT),


ambos significam: “testar, examinar, descobrir, provar”. Neste sentido, eles
têm quatro usos: (1) seduzir para o pecado (Mt 26:41; Lc 11:4; Gl 6:1; 1 Tm
6:9), (2) revelar o caráter, provar as motivações e estimular a fé nas
tribulações (Êx 20:20; Dt 8:2; 1 Co 10:13; 2 Co 13:5; Gl 4:14; 1 Ts 2:4), (3)
testar impiamente a justiça e a paciência de Deus (Êx 17:7; Sl 78:17-22; Mt
16:1; At 5:9; 1 Co 10:9) e (4) comprovar a divindade de Jesus como
autoridade sacerdotal (Mt 4:1; Lc 10:25; Hb 2:18 e 4:14-16).

A provação da fé nas tribulações é benéfica (Tg 1:2-4 e 12). No entanto,


como já vimos, ela é maléfica quando envolve a sedução do pecado (Tg 1:12-
15). É justamente nesse último contexto que a palavra “tentação” é mais
usada na Bíblia, e é esse o significado utilizado neste estudo sobre como lidar
com a tentação.

1. Não responsabilizemos a Deus pela tentação. A noção de que Deus nos


tenta, é um engano terrível, porque ele é perfeitamente santo e jamais pode
ser induzido ao pecado, por isso, jamais induz alguém a ele ou estimula
interesses pecaminosos. Deus testa a fé com o fim de fortalecê-la e desperta,
assim, uma vida de maior compromisso, mas nunca nos conduz ao pecado,
porque ele não tem relação com o pecado (1 Jo 1:5). Se buscarmos a
sabedoria de Deus faremos escolhas que lhe agrada, a despeito dos
nossos interesses pecaminosos e das circunstâncias que os provocam, e
cresceremos na fé (Tg 1:1-8). Deus é a fonte da vida e não da morte pelo
pecado.

2. Não culpemos o diabo, as pessoas ou o mundo. É claro que o diabo nos


tenta. Ele é descrito na Bíblia como “tentador” (Mt 4:3; 1 Ts 3:5) e
“adversário” (1 Pd 5:8). No entanto, o diabo não pode nos obrigar a fazer o
que nós não queremos fazer. A história de Jó revela que Deus coloca limites
para o diabo (Jó 2:5-6). Isso se aplica às pessoas com as quais convivemos
neste mundo. O fato delas fazerem escolhas erradas não nos obriga a fazê-las
também. Neste caso pecamos, não porque fomos obrigados, mas
porque escolhemos ser aprovados por elas, mesmo quando isso nos faz
reprovados por Deus. Culpar o diabo, as pessoas ou o mundo, que realmente
nos provocam ao pecado, é uma tentativa ineficaz de reduzir ou transferir a
culpa que nos pertence.

3. Admitamos a nossa fraqueza. A tentação é uma disposição interna para


transgredir a lei moral de Deus. Tal disposição interna define o que, de
fora, nas circunstâncias ao nosso derredor, potencialmente pode nos guiar ao
pecado: dinheiro (1 Tm 6:9-10), promiscuidade, poder de controle,
entorpecentes, roubo, etc. A origem desses pecados está na nossa natureza
(Mt 15:19), porque estamos em estado de queda no pecado. As tentações
externas apenas se ajustam aos nossos desejos impuros, porém
somos encorajados a resisti-los em obediência a Deus (Rm 8:13; Cl 3:5-8).
Admitir a nossa fraqueza nos previne da falsa segurança de que não
cometeremos esse ou aquele pecado (Pv 16:18), nos ajuda a aceitar o auxílio
de pessoas mais maduras na fé para resistirmos as tentações e para
mantermos a nossa mente a cada dia mais cheia da palavra de Deus.

PARA DISCUSSÃO

• Qual é a fonte da tentação?

• O que você deve fazer ao ser tentado? Leia Provérbios 1:10. E se você
ceder?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: 1 Coríntios 10:1-13

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Lidando com as Tentações


1 CORÍNTIOS 10:1-13

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 3

COBIÇA

Não adulterarás. Não furtarás. [...] Não cobiçarás a casa do teu


próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem
a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma
que pertença ao teu próximo. Êxodo 20:14-15 e 17

ESTUDO

Os Dez Mandamentos revelam que a lei de Deus afeta não somente as ações
do homem, mas sobretudo, as intenções e os sentimentos do seu coração. E o
décimo mandamento (Êx 20:17) é uma advertência contra a cobiça. Enquanto
o sétimo mandamento (Êx 20:14) condena possuir a mulher do próximo, o
décimo condena cobiçar isso (cf. Mt 5:27-28). Enquanto o oitavo condena o
furto (Êx 20:15), o décimo condena a cobiça por qualquer bem material do
próximo (cf. Mt 5:42).

Na Bíblia, a palavra “cobiça” é tradução da palavra hebraica ta’avah, que


significa um “forte anseio ou desejo por algo”. Sua primeira ocorrência no
Antigo Testamento diz: “Por não haver limites à sua cobiça, não chegará a
salvar as coisas por ele desejadas” (Jó 20:20). No Novo Testamento
as principais palavras são: epithumeo e pleonexia, e traduzem, além de
“cobiça”, a “avareza”, indicando “desejo de ter mais, além do que já possui”.
Essa foi a primeira evidência do pecado (Gn 3:6): descontentamento.
Enquanto o contentamento produz gratidão e satisfação (Fl 4:10-13), a cobiça
ingratidão e rebelião (1 Co 10:3-6). Tanto a cobiça quanto o contentamento
não depende do que se tem.

Antes de consumar o ato Eva desejou o fruto, só depois tomou da árvore que
Deus havia proibido (Gn 3:6). O desejo é bom e fora dado por Deus. Ele
fornece objetivos e prazeres na vida. Essencialmente o desejo não é um
pecado. Pecado é desejar aquilo que é proibido, possuir o que não deve ser
possuído. Tal pecado se manifesta sob diversos pensamentos: considerar os
bens materiais mais valiosos que a vida (Lc 12:15), desprezar os conselhos de
Deus pela avareza (Rm 1:28-29, 32), usar posições de poder para explorar o
bem dos outros (1 Ts 2:5; 2 Pd 2:2-3) e viver em função de desejos malignos,
que é idolatria (Cl 3:5-7).

1. A cobiça é maligna (Rm 7:7). A cobiça é um desejo tão forte que o


cobiçoso se torna capaz de fazer qualquer coisa para satisfazê-lo, mesmo que
isso envolva o mal. Por isso, tal desejo também é egoísta. Ele não se contenta
com o que tem e procura sempre mais para si (Ec 4:8). A cobiça não quer
apenas o que não se tem, mas o que não se pode ter, o que pertence ao outro e
que não pode ser obtido. Por exemplo: é possível desejar e comprar um bem
material de uma pessoa, mas não desejar a sua esposa, como o rei Davi fez e
pecou diante de Deus (2 Sm 11:1-5, 12:9 e 13).
2. A cobiça resiste à generosidade (Pv 21:26). Uma das razões pelas quais a
cobiça é condenada é porque ela resiste a generosidade que Deus requer
de seu povo (Dt 15:7-11; 2 Co 9:5). A cobiça é o inimigo número um de
generosidade. O cobiçoso pensa que a generosidade é uma ameaça para o
acúmulo de coisas fortemente desejadas.

3. A cobiça não isenta o pecado (1 Tm 6:10). A cobiça é um desejo


deliberado e consciente a favor do pecado (Tg 1:14-15). Com efeito, o
décimo mandamento responsabiliza o cobiçoso, tanto pelo desejo do
seu coração, quanto pela busca de satisfazê-lo.

PARA DISCUSSÃO

• Quais são as principais evidências da cobiça?

• Como podemos combater a cobiça em nossos corações?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Tiago 4:1-10

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Cobiça

TIAGO 4:1-10
• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 4

ESPIRITUALIDADE NO COTIDIANO

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei
tudo para a glória de Deus. 1 Coríntios 10:31

ESTUDO

A palavra “espiritualidade” origina-se da palavra hebraica ruach e significa:


espírito, respiração, fôlego, vento, aquilo que dá a vida ou move algo. Ela é a
experiência de aprofundamento no conhecimento da fé e dos valores morais,
bem como nos seus comprometimentos no cotidiano. Sendo assim, a
verdadeira espiritualidade não é uma abstenção dos prazeres da carne e do
conforto material em busca de perfeição moral e espiritual (ascetismo), mas é
o reconhecimento do pecado que habita em nós e a disposição para resisti -lo,
pela graça divina, a fim de vivermos por um novo estilo de vida no mundo
(Cl 3:5-11).

A nossa espiritualidade, portanto, começa com a nossa redenção em Cristo (2


Co 5:17). Por isso, a verdadeira espiritualidade no cotidiano, não é um
programa de auto-ajuda ou um meio de nos justificar (Gl 2:15-21), porque ela
começa com o chamado divino (At 2:38-39), uma vez que somos impotentes
para nos libertar da escravidão do pecado e da inimizade contra Deus (Rm
5:6-11).

Assim, a espiritualidade tem a ver com a santidade, que é a progressiva


restauração do homem no pecado, tendo Jesus como modelo (1 Pd 2:21). Ela
combina a graça divina (primeira e sempre) e a cooperação humana,
conforme sintetizada por Paulo em 1 Coríntios 15:10. Não podemos omitir a
responsabilidade que temos no relacionamento com Deus, a qual exige
certas disciplinas, como: a leitura da Bíblia e a sua meditação, a oração com
jejum, a confissão de pecados e o perdão, a frequência à igreja, a comunhão,
doações e serviços em socorro dos necessitados.

O propósito dessa espiritualidade é levar-nos a um maior amadurecimento da


fé, em seu aspecto intelectual, relacional e volitivo.

Aspecto intelectual. A fé significa crer que determinadas informações são


verdadeiras (Jo 20:31; 1 Ts 4:14). Ela tem Deus como foco central e a sua
Palavra como revelação do seu conhecimento, e este conhecimento é também
intelectual. É impossível amadurecer na fé sendo ignorante sobre as verdades
da Palavra de Deus, pois a maturidade espiritual depende do conhecimento de
quem é Deus e daquilo que ele disse.

Aspecto relacional. Tiago nos adverte do perigo de se ter fé apenas como


conteúdo intelectual, omitindo-se das responsabilidades práticas que ela
exige nos relacionamentos (Tg 2:17). A fé viva para com Deus não é
intelectualmente desinteressada da obediência aos seus ensinos. A verdadeira
fé não apenas nos guia à verdade de Deus, como somos capturados por
ela, pois a fé envolve um notório comprometimento de se praticar o que a
Palavra de Deus ensina.

Aspecto volitivo. A fé verdadeira traduz em estilo de vida. Ela nos guia a


vivermos fundamentados naquilo na Palavra de Deus, combinando não
somente conhecimento e prática, mas também a vontade própria, o prazer, a
alegria, a disposição voluntária (1 Pd 5:2). A maturidade da fé nos guia ao
compromisso ativo com Deus pelo desejo de agradá-lo (Hb 11:6).

PARA DISCUSSÃO

• A vida cristã é compatível com o mundo? O que você pensa sobre isso?

• Como você define o seu relacionamento com Deus? O que necessita para
crescer mais?

• O que significa ser um crente carnal?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: 1 Pedro 4:1-6

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Espiritualidade no Cotidiano
1 PEDRO 4:1-6

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


8 OITAVO MÊS

Semana 1

GRAÇA DIVINA

E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos a


que não recebais em vão a graça de Deus. 2 Coríntios 6:1

ESTUDO

A palavra “graça” na Bíblia é amplamente descrita co mo uma virtude do


caráter de Deus e também toda a sua ação na relação com homem. Outra
definição alter nativa a descreve como o favor de Deus oferecido ao homem
que se tornou indigno dele por causa do pecado.

No Antigo Testamento, a palavra hebraica que mais é traduzida por “graça” é


khane e no Novo Testamento é karis, ambas significando “favor”. A
primeira menção desta palavra na Bíblia encontra-se em Gênesis 6:8.
Num contexto de extensa maldade entre os homens, Deus decidiu condenar
severamente a raça humana através de um dilúvio global; entretanto, Noé
achou graça aos olhos do Senhor e fora preservado com a sua família. Assim,
os conceitos de eleição, misericórdia e salvação são combinados nesta
primeira ilustração de graça no Antigo Testamento.

A graça e a obra salvífica de Deus. A graça é a bon-

dosa ação divina, em virtude da qual Deus remove eficaz-

mente a culpa do pecado sobre o homem, libertando-o

eternamente dos seus efeitos condenatórios. O texto de

Romanos 3:23-24 afirma claramente que todos pecaram

e se tornaram afastados da glória de Deus, contudo, fo-

ram justificados “gratuitamente, por sua graça, mediante

a redenção que há em Cristo Jesus”. A linguagem do autor cria um cenário


jurídico no qual o réu é absolvido da culpa (sem pagamento) pelos atos de um
homem: Cristo Jesus. Daí o favor imerecido de Deus que
providenciou legalmente a redenção, pagando o alto preço do pecado pela
morte do seu único Filho “tendo em vista a manifestação da sua justiça no
tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem
fé em Jesus” (v.26). Em Efésios 2:8-9 Paulo também afirmou que a salvação
é “pela graça, mediante a fé”. A graça é tratada neste texto como o meio pelo
qual o homem é salvo, numa ação completa e gratuita de Deus, enquanto a
fé é o modo pelo qual a salvação é apropriada. Por isso, a salvação é uma
dádiva divina (graça) e não uma recompensa do esforço ou das virtudes do
homem (v. 9).

A graça e a responsabilidade de quem é salvo. Isso não significa que a


graça de Deus isenta o homem da sua responsabilidade espiritual e moral,
como salvo. Paulo não separa a graça das obras de santificação (Ef 2:10). Em
Romanos 5:2 ele falou de ganhar acesso, pela fé, a esta graça (perceba que ele
inverteu o argumento anterior para destacar agora a responsabilidade
humana. Tudo está no contexto da graça divina, no entanto, em Romanos
5:21 ela é descrita como o reino de Deus sobre o homem, no lugar do pecado,
“pela justiça para a vida eterna”. Por isso, a exortação de Romanos 6:1-2,
quanto a graça, é para não pecarmos mais, considerando-nos mortos para o
pecado, não obedecendo as paixões, nem usando o corpo como instrumento
de iniquidade (v.11-13); mas oferecer-nos a Deus, como libertos do pecado
para uma vida de obediência a ele (v.16-18). Paulo ainda advertiu contra o
perigo de se receber a graça de Deus em vão (2 Co 6:1). Receber a graça de
Deus em vão é negligenciar a responsabilidade de servi-lo através das obras
de santificação, em obediência ao seu chamamento (1 Co 15:10). Ela exige a
nossa responsabilidade!

PARA DISCUSSÃO

• A virtude da graça de Deus é superior às suas demais virtudes?

• Como a graça de Deus opera a favor da salvação e da santificação do


homem?
APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Efésios 2:1-10

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Graça Divina

EFÉSIOS 2:1-10

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 2

ORGULHO

Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes


orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos
vossos próprios olhos. Romanos 12:16

ESTUDO

No Antigo Testamento encontramos seis diferentes palavras que traduzem


“orgulho”. Todas elas descrevem a exaltação de si mesmo, a presunção ou a
rebeldia. No Novo Testamento há pelo menos duas palavras que traduzem
“orgulho”: (a) a primeira ( huperephanos) significa “esticar o pescoço”,
“ampliar” (huper: “acima” + phaino: “aparecer”), sugerindo que o orgulhoso
é aquele que busca posição de destaque sobre os outros, apresentando-se
como mais importante que os demais. (b) A segunda (alazoneia) significa
uma garantia insolente, que confia em seu poder ou recursos pessoais,
a ponto de desprezar (ou violar) as leis divinas e os direitos das pessoas. É
uma presunção cegamente guiada pelas experiências imprevisíveis; aliás, o
orgulho cega o indivíduo para não reconhecer o seu pecado e a sua
incapacidade para determinadas tarefas, por isso ele é descrito como uma
visão elevada, irreal de si mesmo (Rm 12:3).
O orgulho é a base do pecado da rebelião, a fonte primária de todos os
pecados, porque ele constrói a falsa segurança do individualismo, da
autonomia e da independência. Essa foi a primeira manifestação de pecado no
princípio, quando Adão e Eva, seduzidos por sua própria cobiça e orientados
por Satanás, decidiram violar a sua dependência de Deus para serem
soberanos como ele, o resultado dessa busca foi devastador, por isso o
orgulho sempre precede a queda (Pv 16:18).

Em Tiago 4:6 e em 1 Pedro 5:5 lemos que Deus resiste aos soberbos,
contudo, aos humildes concede a sua graça. Deus odeia o orgulho e resiste
os orgulhosos e, até que se humilhem, permanecerá distante (Sl 138:6),
permitindo que sejam entregues aos seus abismos espirituais, a fim de
sofrerem, por causa desse afastamento, a ira divina no dia do juízo (Ml 4:1;
Rm 2:5).

Todos nós precisamos ser cautelosos com as motivações do nosso coração! O


orgulho é pecaminoso (Pv 21:4), nos afasta de Deus e nos faz exaltar em
nós mesmos aqueles sentimentos que mais necessitam ser humilhados na
relação com Deus e com as pessoas.

Aplicações: (a) Ore, peça a Deus para lhe dar discernimento e perceber os
frutos do orgulho em sua própria vida, a fim de tratá-los. Peça também
amor pelo anonimato, prazer de incentivar e servir os outros todos os dias.
Associe-se com os humildes. (b) Confesse cada fruto do orgulho em sua
vida, pedindo perdão a Deus por cada um. Faça o mesmo com aqueles que
foram feridos por seus atos orgulhosos. A humilhação do nosso pecado
produz exaltação, enquanto a exaltação do nosso pecado, a humilhação. (c)
Portanto, humilhe-se porque Deus ama e beneficia a humildade, e tem
intimidade com o humilde (Sl 10:17; Pv 11:2, 15:33, 29:23; Mq 6:8; Mt 5:3;
Lc 14:11; 1 Pd 5:6). A humildade não é apenas um estado da emoção, é uma
decisão de pensar e agir contra todas as formas do orgulho em honra e
submissão de outrem, e de servi-lo alegremente!

PARA DISCUSSÃO

• Você é orgulhoso(a)?

• Como a humilhação contribui para o quebrantamento do coração


orgulhoso?

• Porque Deus resiste ao soberbo?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Provérbios 16:17-22

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Orgulho

PROVÉRBIOS 16:17-22
• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 3

ALEGRIA

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longani-midade,


benignidade, bondade, fidelidade... Gálatas 5:22

ESTUDO

Todos necessitam e buscam a alegria; contudo, nem todos a compreendem.

O entendimento bíblico da alegria é nitidamente um contraste com o


entendimento da nossa cultura social. A alegria definida por ela depende
basicamente de determinadas circunstâncias, como: controle da ordem,
prosperidade material, segurança financeira, retribuição afetiva, ascensão
profissional, etc. A Bíblia não despreza essas experiências como
experiências alegres, mas ensina que a alegria oferecida por Deus é mais
excelente e independe das circunstâncias que criamos.

No Antigo Testamento a palavra “alegria” é traduzida basicamente de


simchah que significa: “regozijo”, “gozo”, “júbilo”, “satisfação”. No Novo
Testamento, a principal palavra é chara, cujo significado é o mesmo
encontrado no Antigo Testamento. No entanto, os romanos e os gregos não
acreditavam em uma alegria permanente, apenas naquela que era
momentânea, certamente por isso os autores do Novo Testamento preferiram
usar, por muitas vezes, a palavra grega makarios, que carrega o sentido de
alguém ter recebido o favor divino (Mt 11:6, 13:16; Lc 11:27, 23:29; Jo
13:17; Tg 1:25; 1 Pd 3:14: “bem-aventurado”, “abençoado”, “fazer alguém
feliz”). O radical desta palavra ( makar), ori-ginalmente significava: “livre
dos cuidados e preocupações de todos os dias” (DITNT, p.2017) e
descrevia a participação do homem na plena felicidade divina.

A Bíblia ensina que a verdadeira alegria não pode ser experimentada a parte
da comunhão com Jesus (Ef 1:3). Neste sentido, ela é uma satisfação que
vem de um fator interno: a fé nele. Quais são, portanto, as principais
características desta alegria?

1. Ela suporta as pressões deste mundo pelo testemunho de Jesus. Com


respeito a Jesus João testemunhou e disse: “Estas coisas, pois, vos
escrevemos para que a nossa alegria seja completa” (1 Jo 1:4). Note que a
verdadeira alegria vem do testemunho de Cristo, visto que ele suportou o
sofrimento e a morte na cruz, em nosso lugar. Somente a alegria que
vem deste tes-temunho é capaz de nos fazer suportar as pressões do mundo
“olhando firmemente para o Autor e Con-sumador da fé, Jesus, o qual, em
troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz...” (Hb 12:2). Ele
a suportou não pelo prazer nela, mas pela perfeita ale-gria que lhe estava
proposta além da cruz. Somente nele poderemos afirmar: “tudo posso
naquele que me fortalece” (Fl 4:13).

2. Ela é o princípio do contentamento nesta vida. Quando experimentamos


a alegria que vem de Deus, pelo testemunho de Jesus, não faz diferença se
estamos em meio às adversidades ou em meio à prosperidade, porque ela nos
fornece lucidez e estabilidade para qualquer situação nesta vida. Não se trata
de indiferença ou irresponsabilidade, mas da confiança e dependência de
Deus que produz alegria (Ne 8:10; Tg 1:2-4). É esse contentamento que nos
sustenta em Cristo (Jo 16:33; Cl 1:10-12; 1 Ts 1:6-7).

A alegria deste mundo é fugaz, porque depende de circunstâncias externas,


mas a verdadeira é eterna, porque se baseia na relação com Jesus Cristo, que
é em si uma fonte eterna de alegria.

PARA DISCUSSÃO

• O que as pessoas são capazes de fazer para se satisfazerem de alegria?

• O que falta para que elas encontrem a alegria que vem de Deus?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: João 16:16-24

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Alegria

JOÃO 16:16-24
• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Semana 4

CHAMADOS PARA AS BOAS OBRAS


Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as
quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. Efésios
2:10

ESTUDO

A compreensão popular das “boas obras” frequentemente é limitada pela


interpretação sociológica, pois são associadas ao combate das injustiças
e assistências que reduzirem os sofrimentos humanos na sociedade. Contudo,
o exame bíblico deste tema indica que tais obras, quando qualificadas pelo
adjetivo “boas” (gr. kalos) são bem mais abrangentes por suas implicações
espirituais, e significam: “excelentes em sua natureza e características, em
razão da pureza do coração e da vida” (BW9). Não sendo o
homem essencialmente bom e puro (Mt 7:11; Rm 7:18), como ele poderia
praticar as “boas obras”?

Em João 15:4-5 lemos: “permanecei em mim, e eu permanecerei em vós.


Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na
videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu
sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá
muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. Compreendemos que
Cristo é quem produz o fruto na vida do cristão e que por si só, não é capaz
disso. Portanto, o plano de Deus é recriar o homem ( criados em Cristo
Jesus) para andar em conformidade com a sua nova vida ( para as
boas obras... para que andássemos nelas). Sendo assim, as “boas obras” do
crente são evidências da sua salvação. Elas testemunham a vida e o caráter de
Cristo nele. Não são a causa da salvação, mas o resultado dela.

1. As boas obras são obras de obediência (Rm 6:22; 1 Co 10:31; Cl 3:23-


24). Essas obras só podem ser “boas” para Deus se forem obras de
obediência, de santificação, de adoração a ele. A natureza dessas obras não é
agradar a nós mesmos, não visa a glória e o prestígio humanos, mas a
exclusiva motivação de glorificar a Deus por tudo o que envolve a vida
do crente.

2. Elas dão testemunho para os descrentes (Mt 5:16; 1 Pd 2:11-12). Elas


fazem parte do plano missio-nário de Deus pela Igreja. Os crentes são
chamados a viver no mundo de modo que o mundo, testemunhando as suas
boas obras, glorifique a Deus. Suas vidas devem ser semelhantes a um farol
nas trevas, servindo de guias àqueles que se encontram perdidos em relação a
Deus.

3. Servem de exemplo inspirador aos crentes (Tt 2:7; Hb 10:24). Elas são
exigências básicas para aqueles que aspiram o oficialato na igreja local
(presbíteros e diáconos), pois eles devem ser exemplos de uma vida piedosa,
cheia de misericórdia da parte de Deus. Também as mulheres são chamadas a
essa responsabilidade (1 Tm 2:9-10).

4. São necessárias por causa dos necessitados (At 9:36; Tt 3:14). Há uma
diferença bíblica entre “boas ações” e “boas obras”. As “boas ações” fazem
parte da graça comum de Deus, por meio da qual todo homem é instruído a
cuidar dos outros, entretanto, as “boas obras” fazem parte da graça especial,
pois estão relacionadas com a salvação e, portanto, não só cuidam dos pobres,
mas evidenciam o comportando piedoso que é o resultado da vida de Cristo
na Igreja.

PARA DISCUSSÃO

• Qual é diferença que encontramos entre as “boas ações” e as “boas obras”?

• Que relação as “boas obras” têm com a nossa salvação?

• É possível ser um crente verdadeiro sem as “boas obras”?

APLICAÇÕES DESTE ESTUDO

• Devocional para a semana: Tito 3:1-8

• Prática para a semana:

MINHA DEVOCIONAL SEMANAL

Chamados para as boas obras


TITO 3:1-8

• Qual é o ensino central desta passagem?

• Que relação há entre o ensino do texto e a pessoa de Jesus?

• Qual é o seu compromisso diante deste ensino?

• Escreva uma pequena oração, considerando a devocional desta semana.


Considerações Finais

Lendo Mateus 28:18-20, percebemos que a grande comissão possui duas


orientações sobre o que envolve fazer discípulos. A primeira é alcançar
pessoas com a pregação do Evangelho, batizando as que crêem. A segunda é
ensinar as alcançadas a obedecerem os ensinos de Jesus. Notemos que
ninguém pode ser um discípulo de Cristo sem a verdadeira conversão e a
formação dessa nova vida através do ensino bíblico.

O objetivo primordial do crente, portanto, é ser um leal discípulo de Cristo. O


discipulado, de acordo com o seu melhor entendimento bíblico, deve ser a
vanguarda de todos os esforços da Igreja frente a esse objetivo.

Jesus disse: “Segue-me” (Mt 9:9; Mc 10:21; Jo 1:43). Ele não quis dizer que
os que ouvissem esse chamado deveriam segui-lo literal e fisicamente nas
suas andanças pela Palestina. Seu chamado foi mais profundo que a
compreensão superficial de ir atrás dele naqueles dias, foi um chamado para
seguir o seu exemplo. A palavra “discípulo” significa, literalmente, alguém
que se compromete a ser um “aprendiz” dos ensinamentos de outro.

Percebemos que aprender sobre o nosso Salvador e Senhor Jesus, através do


estudo da Bíblia, é incrivelmente importante e essencial nesse caminho! Tal
estudo orienta o crescimento da maturidade observando o paradigma daquele
que disse: “segue-me”.
Os estudos apresentados neste livro colocaram ênfase nesse crescimento da
maturidade cristã, investigando e encontrando na Bíblia a firme confiança do
seu ensino, a fim de que sirvam ao verdadeiro propósito de “fazer
discípulos”. Eles servem como valiosas oportunidades para a evangelização e
fundamentação da fé de todos os que crêem no Senhor Jesus.

Qualquer um desses estudos pode ser usado no discipulado de pequenos


grupos (coletivo), ou mesmo de uma pessoa (individual). Também, atende a
valiosa necessidade de devocão pessoal. Nosso desejo é que sejam usados na
obediente missão de “fazer discípulos”, conforme Jesus nos ensinou com a
sua sabedoria e com a sua vida!
Referências

ALAND, Kurt; BLACK, Carlo M. Martini; METZGER, Bruce M.; and


WIKGREN, Allen. The Greek New Testament. Stuttgart-GER: C. H. Beck,
2001 (4th Rev. Ed.).

BEEKE, Joel R.; & FERGUNSON, Sinclair B.. Harmonia das Confissões
Reformadas. São Paulo-SP:Editora Cultura Cristã, 2006.

BELLAN, Zezina Soares. Andragogia em Ação. Santa Bárbara d’Oeste-SP:


SOCEP, 2005.

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo-SP: Cultura Cristã,


2007.

BibleWorks - Focus on the Text ( software) v.8.0.013z.1: 2009.

BRUCE, F.F.. Comentário Bíblico NVI - Antigo e Novo Testamento. São


Paulo-SP: Editora Vida: 2009.

COENEN, Lothar; & BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia


do Novo Testamento. São Paulo-SP: Vida Nova, 2007.

Copyright (C): Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa


(software). Editora Objetiva Ltda., v.1.0: 2001.

DOWNS, Perry G.. Introdução à Educação Cristã. São Paulo-SP: Cultura


Cristã, 2001.

FIEL. Concordância Fiel do Novo Testamento - Volumes 1 e 2 - Grego-


Português. São José dos Campos-SP: FIEL, 1994.

GRUDEM, Wayne. Entenda a Fé Cristã. São Paulo-SP: Vida Nova, 201

GUTHRIE, Donald. Teologia do Novo Testamento. São Paulo-SP: Cultura


Cristã, 2011.

HARRIS, R. Laird; JR., Gleason L. Archer; WALTKE, Bruce K.. Dicionário


Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo-SP: Vida
Nova, 2005.

HENDRICKS, Howard. Ensinando para Transformar Vidas. Belo


Horizonte-MG: Editora Betânia, 1991.

MACDONALD, William. Comentário Bíblico Popular - Novo Testamento.


São Paulo-SP: Editora Mundo Cristão, 2008.

NELSON, Thomas. Manual Bíblico de Mapas e Gráficos. São Paulo-SP:


Cultura Cristã, 2003.
LISTA DE ABREVIAÇÕES DOS LIVROS DA
BÍBLIA

ANTIGO TESTAMENTO

Gênesis, Gn

Êxodo, Êx

Levítico, Lv

Números, Nm

Deuteronômio, Dt

Josué, Js

Juízes, Jz

Rute, Rt

1 Samuel, 1 Sm

2 Samuel, 2 Sm

1 Reis, 1 Rs

2 Reis, 2 Rs
1 Crônicas, 1 Cr

2 Crônicas, 2 Cr

Esdras, Ed

Neemias, Ne

Ester, Et

Jó, Jó

Salmos, Sl

Provérbios, Pv

Eclesiastes, Ec

Cântico dos Cânticos, Ct

Isaías, Is

Jeremias, Jr

Lamentações de Jeremias, Lm

Ezequiel, Ez

Daniel, Dn
Oséias, Os

Joel, Jl

Amós, Am

Obadias, Ob

Jonas, Jn

Miquéias, Mq

Naúm, Na

Habacuque, Hc

Sofonias, Sf

Ageu, Ag

Zacarias, Zc

Malaquias, Ml

NOVO TESTAMENTO

Mateus, Mt

Marcos, Mc
Lucas, Lc

João, Jo

Atos dos Apóstolos, At

Romanos, Rm

1 Coríntios, 1 Co

2 Coríntios, 2 Co

Gálatas, Gl

Efésios, Ef

Filipenses, Fp

Colossenses, Cl

1 Tessalonicenses, 1 Ts

2 Tessalonicenses, 2 Ts

1 Timóteo, 1 Tm

2 Timóteo, 2 Tm

Tito, Tt
Filemom, Fm

Hebreus, Hb

Tiago, Tg

1 Pedro, 1 Pd

2 Pedro, 2 Pd

1 João, 1 Jo

2 João, 2 Jo

3 João, 3 Jo

Judas, Jd

Apocalipse, Ap

Você também pode gostar