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INFORMAÇÃO E ITINERÁRIOS TURÍSTICOS

(Transcrição dos PowerPoint)

PPT 1

Rotas turísticas ou itinerários são fundamentais para a garantia da


sustentabilidade do turismo (Lourens, 2007).
Conjunto de atividades e atrações organizadas em torno de um determinado
tema que lhes confere unidade e que estimulam a atividade económica de uma
determinada região.
Podemos afirmar que as Rotas ou Itinerários constituem uma abordagem
orientada para o mercado e promovem o desenvolvimento dos destinos turísticos
porque:
a) São uma boa oportunidade para desenvolver áreas menos exploradas e
de baixa densidade que possuem, muitas vezes, recursos culturais e naturais
valiosos;
b) Permitem atrair e fixar os turistas por mais tempo porque vão ao encontro
dos seus interesses particulares;
c) Apoiam-se no que existe de singular em cada região, contribuindo para a
autenticidade da experiência turística e para a promoção do turismo e negócios
locais;
d) Fomentam as parcerias e a cooperação na partilha de recursos entre as
entidades locais.
Rotas locais - Por terras verdes (Vinhas e golfe); Por terras de colonos,
ferroviários e antigas devoções (Horizontes de ruralidade); Por terras do Sado
(Salinas e natureza); Por terras da baía dos golfinhos (Sol e mar).
Rotas Nacionais – Rota do Sal (salinas de Aveiro, Figueira da Foz, do Tejo
(Alcochete), do Sado (Setúbal) e do Algarve (Olhão, Tavira e Castro Marim).
Rotas Internacionais – Caminho de Santiago, Rota das vias Romanas.
PPT 2- Definições Gerais

O conceito de itinerário confunde-se muitas vezes com outros termos que


podem ter diferentes leituras.
Itinerário – Descrição de um caminho ou rota em que estão especificados os
lugares de passagem e onde são propostos um conjunto de atividades e serviços
durante a sua duração. Esta definição inclui circuito, rota e visita.
Forfait – Nome Técnico utilizado para um tipo de itinerário organizado cujo
preço inclui todos os serviços. Dentro deste podemos distinguir:
Forfait para a Oferta – viagens programadas para serem vendidas
posteriormente a retalhistas.
Forfait para a procura – Viagens organizadas à medida do cliente.
Circuitos – viagem combinada em que intervêm vários serviços (transportes,
alojamento, guia, entre outros, e que se realiza de acordo com um itinerário
programado organizado segundo a técnica do desenho circular, sempre que
possível (o ponto de partida e de chegada serão coincidentes), garantindo que não
passa por um caminho anteriormente percorrido.
Podem, ainda, utilizar-se outros termos como é o caso de Rota e Roteiro. No
domínio do turismo, o conceito de Rota e Itinerário podem ser considerados
sinónimos, embora seja de realçar o facto de Rota estar associada a uma direção,
a um percurso dirigido.
O conceito de Rota tem sido usado, preferencialmente, em termos
institucionais e promocionais. Relativamente ao Roteiro este está quase sempre
associado a uma descrição, mais ou menos exaustiva, dos aspetos mais relevantes
da viagem e, dos principais locais de interesse.
Circuito Turístico – Transporte de excursionistas em autocarro, dentro ou fora
das localidades, realizado periódica e regularmente, segundo horários, itinerários e
tarifas aprovadas pelos serviços de turismo.
(da atividade das Agências de Viagem / Artº 10-1 - Decreto-Lei nº 41248, de
31 de agosto de 1957).
Viagem Organizada – Combinação prévia, por um preço tudo incluído, de
transporte, alojamento ou outros serviços turísticos não subsidiários daqueles que
sejam uma parte significativa da viagem organizada.
(termo “viagem organizada” substitui “circuitos turísticos” e “excursões” –
Preâmbulo, Decreto-Lei nº 198/93, de 27 de maio).
Viagens Turísticas – as que combinam dois dos seguintes serviços:
transporte, alojamento e serviços turísticos não subsidiários do transporte (das
viagens turísticas: noções e espécies, capítulo IV, Artº 17-1, Decreto-Lei nº 12/99,
de 11 de janeiro).
São viagens organizadas as viagens turísticas que, combinando previamente
dois dos seguintes serviços, transporte, alojamento ou serviços turísticos não
subsidiários do transporte (Artº 17-2), sejam vendidas ou propostas para venda por
um preço com tudo incluído e quando excedam vinte e quatro horas ou incluam uma
dormida.
São viagens por medida as viagens turísticas preparadas a pedido do cliente
para satisfação das solicitações por este definidas
(das viagens turísticas: noções e espécies, capítulo IV, Artº 17-3, Decreto-Lei
nº 12/99, de 11 de janeiro).
Consideram-se circuitos turísticos todos os percursos regularmente
realizados cujos itinerários, meio de transporte, horários e visitas de pontos de
interesse turístico sejam determinados e anunciados previamente.
(da realização de circuitos turísticos pelos órgãos regionais de turismo, Seção
II, Artº 12, Decreto-Regulamentar nº 24/93, de 19 de julho).
Percurso Interpretativo – Caminho ou trilho devidamente sinalizado que tem
como finalidade proporcionar ao visitante, através do contacto com a natureza, o
conhecimento dos valores naturais e culturais da área protegida (AP).

(definições, Artº 2-e), Decreto-Regulamentar nº18/99, de 27 de agosto).


Os percursos interpretativos devem indicar:
o teor,
a extensão,
a duração,
o número máximo de participantes por grupo e por dia
os meios de transporte permitidos ou aconselháveis,
sendo obrigatoriamente acompanhados por guias da natureza ou, em
alternativa, por pessoal com formação adequada (requisitos específicos, Artº 5-2-d).
Rotas Temáticas – devem privilegiar a divulgação e promoção dos contextos
mais representativos da economia, cultura e natureza de cada AP, devendo
promover a utilização e a recuperação de meios de transportes tradicionais (Artº 5-
f).
Características das Rotas Turísticas:
ROTAS TURÍSTICAS

- Atividade que integra o setor da Animação Turística.


- Promovidas pelos setor público e privado.
- Exemplo da natureza compósita do produto (mais eficaz e eficiente se resultar do
estabelecimento de redes e parcerias).
- Organização da oferta em torno de um tema principal.
- Promove e facilita o acesso aos recursos de um destino turístico.
- Um itinerário ou rota pode originar outros rotas secundárias e complementares.

INTEGRAÇÃO ORGANIZAÇÃO DINAMIZAÇÃO ACESSO

PÚBLICO-ALVO OU SEGMENTO DE MERCADO OU NICHO DE MERCADO

Objetivos das Rotas Turísticas:

Tipos de Rotas Turísticas

Objetivo
Objetivo
Comercialização
Promover/Facilitar o Acesso
Orientadoras/Comercializáveis
Indicativas/Orientadoras
São as rotas que divulgam, facilitam e
São as rotas que indicam e orientam
são mesmo geradoras de acesso aos
o acesso aos recursos em torno de um
recursos em torno de um determinado
determinado tema, disponibilizando um
tema, disponibilizando um conjunto de
conjunto de informação.
informação.

Informação/Divulgação Distribuição/Venda

PPT 3 – Tipos de Itinerários Turísticos

As tipologias e classificações de itinerários variam conforme o critério utilizado.


Podemos classificar os itinerários segundo a motivação subjacente e, nesse sentido
segundo o tipo de produto turístico, ou segundo o tipo de transporte utilizado.
Outro tipo de classificações podem ser baseados na forma de organização.
1.- Desportivos – Este é um tipo de itinerário cada vez mais procurado.
Aqui podemos incluir o turista passivo, isto é, o turista espetador de eventos
desportivos, por exemplo os Jogos Olímpicos, ou o turista ativo que é sem dúvida o
segmento mais importante neste tipo de itinerário.
Ex: praticantes (ou aprendizes) de ski, windsurf, golfe, ténis, vela, caça, pesca,
parapente, paraquedismo, etc.
2.- Culturais – A motivação cultural é, sem dúvida, das mais importantes motivações
associadas ao turismo e que tem originado itinerários temáticos muito interessantes
baseados nas especificidades de cada região. De facto, a elaboração destes
itinerários (e de uma maneira geral de todos os outros) deve ter em conta a
autenticidade das regiões, aquilo que as torna únicas e diferentes.
Ex: Históricos, Literários, Artísticos, Folclore, Artesanato, Gastronómicos,
Arquitetura popular, Educacionais, etc.
3.- Ecológicos ou da Natureza – Este tipo de itinerários vem suscitando um interesse
crescente motivado, em parte, pelo ritmo da vida moderna das grandes cidades. O
objetivo é proporcionar aos participantes o usufruto e o contacto com a natureza e
valores do património natural (e cultural) que estes espaços encerram. As Áreas
Protegidas são, pelas suas características, locais privilegiados para a realização
deste tipo de itinerários, pelo que devem ter em conta critérios de conservação e
salvaguarda dos recursos naturais.
4.- Religiosos – A religião foi uma das primeiras motivações de viagem da
humanidade e que, nos dias de hoje, continua a motivar um grande número de
pessoas a viajar para locais relacionados com as manifestações religiosas e locais
de culto religioso. O Caminho de Santiago de Compostela é, ainda hoje, um exemplo
célebre, apresentando-se como um dos itinerários mais importantes de origem
religiosa, tendo sido declarado pelo Conselho da Europa como o primeiro itinerário
cultural europeu, dada a sua importância na contribuição do desenvolvimento da
cultura europeia
5.- Turismo de Saúde – Os itinerários relacionados com esta temática incluem, não
só as termas e os equipamentos associado, como também os locais relacionados
com o climatismo e a talassoterapia, entre outros (SPAS). Estes são, de facto,
produtos com um grande crescimento e que podem ser conjugados com programas
de atividades de recuperação da forma, de combate ao stress através, por exemplo
da hidroterapia, desporto, dietética e higiene, entre outros.
6.- Aventura – Associado a uma tendência crescente face a um turismo ativo em que
se procura cada vez mais emoções e novas experiências, os itinerários baseados
na aventura procuram ser alternativas em que a tónica está nas atividades propostas
e na respetiva “intensidade de emoções”. Estão normalmente associados a
desportos radicais e incluem uma grande variedade de modalidades possíveis dos
quais se destacam: parapente, trekking (caminhadas), paraquedismo, rafting,
escalada, rotas todo o terreno, etc.
7.- Turismo Social – O turismo social pretende criar as condições necessárias para
que os setores da população, que por razões económicas ou por falta de hábito,
educação ou informação, têm permanecido até ao momento fora do movimento
turístico tenham, assim, acesso ao turismo.
Ex: Rotas de Portugal – Turismo sénior.
8.- Férias ou lazer – Trata-se de uma designação genérica em que a motivação
principal não está relacionada com nenhum interesse específico dos participantes.
O objetivo é simplesmente sair do ambiente habitual, descansar e recuperar as
forças durante o período de férias.
Baseiam-se normalmente em estâncias de praia ou no interior em que se combina
alojamento fixo com excursões e atividades nos arredores.
Cada meio de transporte utilizado imprime um caráter e um estilo de viagem
diferente.
Atualmente, o autocarro e o avião são os meios mais utilizados, sendo a flexibilidade
e a mobilidade as vantagens do primeiro e a velocidade e o conforto as do segundo.
O comboio e o barco têm conotações mais românticas, dado que são os meios de
transporte mais antigos e, por isso, também, quando utilizados, imprimem alguma
originalidade e autenticidade na experiência turística.
1. Autocarro – Há várias formas de utilização do autocarro:
Circuitos fechados (Round Trip) – aqueles que realizam a viagem completa de
autocarro, isto é, de ida e volta;
Serviços de lançadeira (Back to Back) – quando são utilizados vários serviços.
Quando um autocarro leva um grupo de clientes que iniciam as suas férias,
podendo regressar com outro grupo que as está a terminar, permitindo que o
autocarro tenha uma utilização mais eficaz reduzindo por isso os custos. Neste
serviço existem várias modalidades que passamos a descrever:
Ida e volta no mesmo dia – serve para distâncias relativamente curtas, de modo que
o primeiro grupo que parte, por exemplo, às 8.00h da manhã chegue ao local de
destino às duas da tarde, enquanto outro grupo parte do mesmo hotel às 15.30h e
chega ao local de destino às 21.30h.
Ida num dia e regresso no dia seguinte – mais utilizado para viagens superiores a 6
horas de duração. Comporta um maior custo, pois inclui a alimentação e alojamento
de um condutor. Por outro lado, para o hotel não é tão vantajoso pois não
rentabilizam tanto o espaço.
Mudança de autocarro a meio do caminho – esta é uma solução pouco utilizada, já
que é incómoda para os turistas e para a própria organização.
2. Comboio – Podemos considerar, por um lado as linhas regulares utilizadas
em situações muito específicas, e, por outro, os comboios turísticos que
permitem uma utilização muito diferente. Estes comboios funcionam
normalmente apenas na época alta e oferecem diferentes serviços,
dependendo do itinerário: gastronomia típica, visitas, folclore, produtos
regionais, etc. São frequentemente utilizados, em conjunto com outro tipo de
transporte, como o barco e o autocarro. Um bom exemplo de utilização deste
meio de transporte é feito na região do Douro.
3. Barco - Podemos considerar diferentes serviços: cruzeiros, onde são
oferecidos pacotes com tudo incluído; aluguer de embarcações de todo o
tipo, passeios recreativos de um dia de barco, excursões marítimas e fluviais
com vários serviços complementares.
4. Avião - É um dos meios mais utilizados para as longas distâncias pela sua
segurança e rapidez. Podem ser utilizados as linhas regulares e os serviços
charter, muito utilizado pelos operadores turísticos na realização de
programas para grandes grupos.
5. Mistos - Como é obvio, os meios de transportes referidos podem ser
combinados num mesmo itinerário de forma a garantir, por um lado, maior
conforto, rapidez e flexibilidade e, por outro permitindo um aproveitamento
dos recursos turísticos tendo em conta o tipo de itinerário oferecido.
6. Alternativos - Dado que cada vez mais se procuram novas experiências e
novas emoções, os meios de transporte alternativos estão a ser também
muito utilizados por parte da oferta no sentido de cativar novos públicos,
oferecendo produtos inovadores que têm tido grande aceitação por parte da
procura turística, cada vez mais experiente. Estamos a falar, por exemplo de
itinerários realizados em bicicletas, em veículos todo o terreno, em cavalos,
balão, submarinos, a pé, etc.
Segundo o tipo de atrações e atividades propostas:
Itinerários Gerais: apresentam grande variedade de atrações;
Itinerários especializados ou temáticos: destinados a grupos de turistas com
interesses e motivações específicas, propõem tipos de atrações também
específicas.
segundo a forma de organização:
Itinerários Lineares: quando se pernoita em meios de alojamento diferentes, isto é,
o ponto de partida e de chegada é diferente.
Itinerários Nodais: quando o ponto de partida e de chegada coincidem.
Segundo o âmbito geográfico
Itinerários Locais; Itinerários Regionais; Itinerários Nacionais e Itinerários
Internacionais
PPT 4 – Recursos afetos à conceção de itinerários

Recursos Turísticos
O Recurso Turístico foi definido no Plano Nacional de Turismo de 1986-1989 como
“todo o elemento natural, atividade humana ou seu produto, capaz de motivar a
deslocação de pessoas ou de ocupar os seus tempos livres”.
Tipos de Recursos

Recursos Recursos
Primários Secundários

Património Atividades

Atividades Equipamentos

Equipamentos

Assim, um recurso turístico poderá ser considerado como um determinado atributo


de um país ou de uma região, de natureza visual ou física, tangível ou não, quer se
encontre já em plena atividade no mercado turístico quer seja considerado como
simples detentor de potencialidades turísticas a explorar a curto ou médio prazo.
(Livro Branco Turismo, 1991).
Qualquer um dos itinerários definidos poderá contemplar um ou mais recursos,
sejam eles primários ou secundários. Dependendo do tipo de itinerário em causa,
assim se podem identificar os recursos que apresentem maior potencial para a sua
valorização.
Identifica-se, pois, uma dupla vantagem:
1. os itinerários servem para promover / divulgar recursos e, até mesmo,
despertar o interesse por aqueles que ainda não são devidamente
(re)conhecidos;
2. os recursos, deste que adequadamente selecionados e utilizados, valorizam
os itinerários e podem torná-lo num serviço diferenciado.
Na definição de um itinerário turístico, o reconhecimento e identificação dos recursos
com maior potencial de interesse pressupõe a avaliação dos gostos e interesses da
clientela e, por outro lado, um correto conhecimento sobre a posse, possibilidades e
condicionalismos de utilização do(s) recurso(s), sob pena de pôr em causa o
equilíbrio de interesses entre os agentes da oferta e da procura deste serviço.
Outros Recursos
A utilização dos recursos turísticos não é, por si só, suficiente para dar corpo a um
itinerário.
É necessário também que a organização conte com outros recursos,
nomeadamente os recursos humanos, financeiros, técnico-materiais, informação,
entre outros.
Recursos Humanos
a) Coordenador(es) da atividade;
b) Guias-intérpretes;
c) Monitores;
d) Animadores;
e) Motoristas.
Recursos Financeiros
a) Fundo da própria empresa;
b) Venda de bilhetes (gerais ou por atividade);
c) Comparticipação de entidades locais, regionais ou nacionais;
d) Comparticipação dos participantes;
e) Patrocínios.
Recursos Técnico-Materiais
a) Material audiovisual;
b) Material para a prática de desporto;
c) Cartas topográficas;
d) Fotografias;
e) Bússola;
f) Kits.
Recursos de Informação
A construção dos percursos deve entender-se como um estudo que deverá
compreender reflexão e investigação sobre os fatores que interatuam no espaço:
clima, relevo, fauna, flora, monumentos, etnografia, artes, …
Um dos pilares fundamentais da organização de itinerários /circuitos é a informação.
De preferência os locais a incluir devem ser bem conhecidos pela entidade
organizadora sendo mesmo assim necessários vários recursos de informação.
o Exemplos de Recursos de informação:
o mapas;
o Guias de alojamento e dos locais a visitar;
o Tarifas dos meios de transporte;
o Manuais de transporte, tarifas, horários, entre outros;
o Tarifas de museus, monumentos, espetáculos, entre outros;
o Guias / roteiros turísticos dos locais a visitar,
o CD Rom’s, vídeos ou outro material audiovisual,
o Visitas ao local;
Como é evidente, para além destes recursos de informação, o manancial de
informação disponível na Internet é cada vez mais utilizado e constitui uma
ferramenta de trabalho essencial para os promotores de itinerários.
Por outro lado, as agências de viagens dispõem de complexos sistemas de
documentação informáticos que permitem também ter acesso a uma ampla rede de
informação permitindo também realizar reservas de quase todos os serviços (ex.
Galileu, Amadeus, Sabre).
Para selecionar a área de implementação de um percurso de interpretação é
necessário analisar algumas características que poderão constituir fatores limitantes
ou valorizadores do mesmo.

A elaboração e realização de um itinerário turístico é o resultado de um longo


processo de estudo e análise de possibilidades e de um conhecimento prévio de
dados.
A metodologia utilizada vai depender obviamente do público-alvo já que é isso que
deverá determinar as várias opções bem como os serviços e atividades incluídas.
Interessa pois distinguir a metodologia utilizada quer se trate de um forfait para a
procura (viagem por medida) ou de forfait para a oferta (viagem organizada).
A diferença fundamental é que no primeiro caso é possível saber com algum rigor
as necessidades do cliente e, por isso, todos os serviços são direcionados nesse
sentido.
No caso da viagem organizada trata-se de conceber e desenvolver um produto que
será posteriormente comercializado pelos canais de distribuição habituais e que será
dirigido a um público mais ou menos alargado.
A organização da viagem exige profissionais especializados.
Embora a metodologia de conceção seja genericamente a mesma, importa salientar
que, em termos logísticos, uma viagem organizada (ou forfait para a oferta) é
bastante mais complexa pela necessidade de planeamento e estudos prévios que
exige uma vez que não se conhece de antemão as necessidades do público-alvo.
Importa ainda referir a importância da realização de itinerários no aproveitamento
dos recursos duma região no sentido de operacionalizar um conjunto de percursos
culturais e turísticos que, em conjunto, constituam uma apresentação razoável do
património e recursos da região.
A apresentação do património e recursos da região é um dos objetivos da realização
de itinerários/circuitos/rotas feitas em parceria com instituições do sector público e
privado do turismo.
A metodologia é orientada por objetivos muito específicos e por isso deve envolver
as seguintes etapas:
1. Identificação dos objetivos de elaboração do circuito;
2. Identificação do mercado-alvo;
3. Determinação das vantagens para o desenvolvimento da região,
nomeadamente do sector turístico;
4. Caracterização da região a vários níveis (económico, social físico, turístico,
etc.);
Caracterização e análise da oferta e procura turística da região (cruzamento de
dados previamente levantados e análise SWOT);
Seleção dos elementos/atrativos que irão integrar o circuito e definição da temática,
de acordo com o mercado-alvo;
Elaboração das várias cartas de infraestruturas (representação a cores dos vários
recursos);
Análise da carta de oferta (quantidade, qualidade, diversidade de recursos e
respetiva distribuição espacial);
Pesquisa no local (acessibilidade, disponibilidade, segurança, interesse, pedagogia,
etc.);
Definição e determinação das necessidades de intervenção ao nível das
infraestruturas e atividades (animação, etc.);
Determinação do circuito principal e, eventualmente, de outros complementares
(dependendo do interesse da oferta e do mercado);
Concretização do itinerário;
Monitorização.
Definição da estratégia de marketing:
Produto: desenho e descrição do circuito principal e circuitos complementares
(fontes documentais, lendas e tradições, meios de transporte, acessibilidades, etc.);
Preço: Circuito, transporte, alojamento e restauração);
Distribuição: locais e mercados a atingir;
Promoção: operadores, logotipo, sinalização, etc.
a) Evitar etapas quilométricas demasiado longas e seguidas;
b) Não introduzir excessivo número de pontos de paragem com interesse, que
podem sobrecarregar a etapa. Cada paragem exige normalmente um mínimo de 15
a 20 minutos, entre descida, subida e atividade, havendo sempre o risco de falta de
pontualidade;
c) Não ajustar excessivamente o tempo deixando margens para imprevistos;
d) Ter em conta os horários dos monumentos e museus, bem como de outros locais
a visitar;
e) Os almoços em rota para grupo devem ser programados entre as 12 e as 14
horas;
f) Ter em conta o dia da semana que corresponde a cada dia da viagem e prever as
atividades de acordo com isso;
g) Confirmar os horários dos diferentes serviços utilizados, os trâmites assim como
o tempo necessário.
h) Ter em atenção os tempos médios das distâncias a percorrer.
A título indicativo sugere-se a seguinte tabela:

PPT 5 – Planeamento de atividades

Nos pontos seguintes iremos detalhar as peculiaridades de cada uma destas formas
de organização de itinerários para mais fácil sistematização.
Viagens Organizadas - Caracterização
- Estas viagens são organizadas normalmente pelos operadores turísticos ou
agências de viagens, sendo comercializadas depois por uma rede de pontos
de venda, que faturam uma comissão.
- São promovidas através de um folheto distribuído pelas agências de viagem
e onde estão detalhados as características do itinerário.
- A programação destas viagens é feita com muita antecedência e envolve
normalmente estudos de mercados rigorosos.
- A contratação dos melhores fornecedores de bens e serviços é a base para
se conseguir um produto final competitivo. Por isso, a sua seleção e
negociação é muito importante.
- A determinação do preço de venda é um fator chave de sucesso devendo ser
feito para um número médio de participantes e tendo sempre presente o
ponto de equilíbrio ou o “break even point” abaixo do qual há prejuízo.
Etapas na realização
1. Estudo exaustivo de mercado que permite identificar: procura potencial,
oportunidades, características diferenciadoras, concorrência e possíveis
destinos.
2. Definição do produto.
3. Criação e desenvolvimento do produto.
4. Publicação do folheto
5. Comercialização. Distribuição a agências de viagens retalhistas.
6. Comercialização. Venda do produto ao público.
7. Entrega de documentação ao guia.
8. Realização da viagem.
9. Liquidação das contas a fornecedores
10. Controle sistemático de custos e de pesquisas. Avaliação final do produto e
garantia da sua melhoria contínua, às exigências da procura.
Viagens por medida - Caracterização
Não é necessário estudar a possibilidade de difusão da viagem, pois é o cliente que
a solicita.
Não se trata de uma viagem para incluir nas ofertas de um folheto promocional de
uma agência, mas de um itinerário sugerido por um cliente de acordo com as suas
necessidades e gostos particulares.
Também é importante observar os parâmetros em que se move a concorrência ao
nível de preços, qualidade dos serviços e aconselhamento ao cliente.
Etapas na realização:
1. Atender o cliente e compreender as suas necessidades.
2. Preparar o orçamento de acordo com as suas necessidades e motivações,
aplicando tarifas as mais ajustadas possíveis.
3. Apresentar o orçamento ao cliente e sempre que possível explicar
detalhadamente todas as suas características, fazendo alterações se necessário.
4. Aceitação do orçamento por parte do cliente. Pagamento de um adiantamento por
parte do cliente.
5. Abertura de um expediente no qual vai sendo incluída toda a documentação
relativa à viagem.
6. Reservas dos serviços (transporte, hotéis, etc.).
7. Preparar a folha definitiva de itinerário para o cliente, com todos os detalhes,
horários, serviços incluídos, relação dos meios de transporte e de alojamento,
explicação detalhada da rota, etc.
8. Cobrança total da viagem antes da saída da mesma e entrega da documentação
necessária.
9. Entrega da documentação ao guia.
10. Concretização da viagem.
11. Finalizada a viagem, os fornecedores remeterão a fatura juntamente com a
respetiva cópia do voucher à agência.
12. Liquidação final da viagem. Elaboração de um pequeno relatório que deverá
refletir o lucro obtido, bem como outros aspetos relevantes. Encerramento do
expediente.
Um dos aspetos essenciais na conceção de um itinerário é a seleção dos
fornecedores dos serviços, tendo em conta que são eles que, em grande parte,
determinam o êxito de um produto.
Esta seleção requer, sempre que possível, a deslocação do promotor da viagem
para conhecer, in loco, a qualidade da oferta.
É necessário adequar a oferta à procura, pelo que se deve tentar encontrar a melhor
relação qualidade-preço que cubra as aspirações do cliente.
A identificação do traçado propriamente dito requer a consulta de mapas de estradas
atualizados que permitam definir com rigor os pontos de passagem bem como o
cálculo do tempo gasto. Sempre que possível, o itinerário deve ser testado, de
preferência nos mesmos dias e às mesmas horas identificadas no projeto de
itinerário.
Análise de custos
A elaboração do orçamento da viagem proporciona dois resultados distintos:
i) o custo para o(s) cliente (s),
ii) ii) a avaliação económica para a agência/promotor em todos os domínios:
- o que se tem que cobrar ao cliente,
- o que tem que se pagar aos fornecedores,
- e o que fica como lucro da agência/promotor.
A metodologia de análise de custos varia de acordo com a agência/promotor,
havendo diversas considerações gerais que devem ter-se em conta:
- Lembrar que o valor obtido ou o preço da viagem devem ser adequados e
competitivos tendo em conta o que é oferecido no mercado;
- As taxas serão fixadas por cada serviço em preços líquidos por dia e por
pessoa;
- Os impostos sobre estes serviços devem estar incluídos no preço do
fornecedor;
- Considerar as diferentes épocas de realização da viagem.
Determinação do preço de venda. Devem ser analisados todos os custos que vão
determinar o preço final e que passamos a descrever:
- O meio de transporte que se vai utilizar, assim como a classe em que se viaja,
sem esquecer, nos casos necessários, os impostos e taxas aeroportuárias.
- O alojamento previsto, tendo em conta as variáveis a considerar conforme o
meio de alojamento escolhido. Por exemplo, quando se trata de hotéis, o
preço é estabelecido por pessoa em quarto duplo, com suplemento se o
quarto é individual e com desconto se se trata de quarto triplo. No caso de
apartamentos, o preço fixa-se, igualmente, por pessoa, mas tendo em conta
a capacidade do mesmo.
Sempre que for possível deve-se prever os suplementos por serviços não incluídos
no preço base (ex: quartos com vista para o mar, com jacuzi, …).
- O regime alimentar, que pode variar, entre as várias modalidades: só alojamento,
alojamento e pequeno-almoço, meia-pensão, pensão completa e tudo incluído.
- Os transfers em autocarro, miniautocarro, carro privado, etc.
- As visitas/excursões previstas aos arredores.
- Os guias, tanto acompanhantes como locais, e transferistas.
- Os serviços complementares, como espetáculos, programas de animação, ….
- Os seguros de viagem.
- Outros custos que podem ou não estar incluídos no orçamento (ex. entradas em
museus, monumentos, …).
Além destes serviços, que são os componentes básicos de uma viagem, devem
incluir-se no preço os seguintes custos:
- Custos de marketing e publicidade do produto, que se calculam
proporcionalmente ao dinheiro gasto em campanhas de promoção, na
elaboração do folheto…
- Gastos gerais da empresa, distinguindo a parte promocional de gastos fixos
da empresa e os custos variáveis da elaboração do produto.
- Comissão dos retalhistas (no caso de viagens para a oferta vendidas através
destes, tendo em conta que essa comissão se concede sobre o preço de
venda ao público e não sobre o preço líquido da viagem).
A soma de todos estes custos dão como resultado o preço da viagem, tendo que se
acrescentar a percentagem de lucro para a agência organizadora, que varia
segundo a empresa e o produto, que, naturalmente, deve estar dentro das margens
estabelecidas pelo mercado para que seja competitivo.
Por último, tem que se acrescentar o valor do IVA sobre o benefício que se obtém
com a venda da viagem.
Uma vez elaborado o orçamento final, é necessário determinar o número mínimo de
lugares que correspondem ao break even point, isto é, o número de lugares que
corresponde à situação de equilíbrio em que não há prejuízos nem lucros.
Este cálculo obtém-se dividindo o total de custos fixos (independentemente do n.º
de pessoas que viajam) e a quantidade resultante da diminuição do preço de venda
ao público e os custos variáveis (isto é os que variam em relação ao número de
pessoas que viajam), ambos em termos unitários.
O coeficiente de ocupação, ou número mínimo de participantes, indica a partir de
que número de lugares vendidos se rentabiliza a viagem e pode ser calculado a
partir da seguinte fórmula:

PPT 6 – Planeamento de atividades

Logística:
- Com os dados anteriores, itinerário e orçamento, o produto está pronto para
ser vendido e, a partir daqui, começa outra fase muito importante: a
elaboração do projeto de viagem que se vai apresentar ao cliente.
- Esta é também uma fase crucial, uma vez que o que se pretende vender é
um produto intangível que vai chegar ao cliente através desse programa ou
folheto.
No caso das viagens à medida, deve ser apresentado ao cliente um programa do
itinerário, isto é, uma relação detalhada e ordenada do projeto da viagem, em que
devem constar os seguintes dados:
- itinerário exato por cada dia (onde são indicados os locais de passagem e os
de paragem), bem como os serviços incluídos no preço. Importa aqui referir
que a indicação dos timings não deve ser demasiado rigorosa já que poderia
dar azo a eventuais reclamações pois surgem frequentemente imprevistos
que contrariam o tempo previsto.
- o plano de transporte (indicando horários de saída e chegada e meios
utilizados);
- o plano de alojamento (indicando os hotéis selecionados e sua categoria);
- o regime alimentar e serviços adicionais (transfers, visitas à cidade, etc.).

A apresentação deste documento deve ser muito cuidadosa e atrativa.


Sempre que possível, deve ser apresentado e explicado pessoalmente ao cliente
para que se possam esclarecer todas as dúvidas e eventualmente fazer alguma
pequena alteração.
No que se refere às viagens organizadas, isto é para a oferta, têm as mesmas
características básicas de elaboração, com a diferença de que nestas os dados
anteriores aparecem num folheto publicitário que tenta chegar a uma procura
potencial, não real, e que tem formas de distribuição específicas, como já foi referido.
Por isso, a apresentação obedece a critérios específicos devendo conter, além dos
distintos itinerários, fotografias e informação geral sobre o destino em causa.

É fundamental motivar primeiro o vendedor da viagem e posteriormente o comprador


da mesma.
Para motivar o agente utilizam-se vários procedimentos, desde os pequenos -
almoços de trabalho até às viagens promocionais, passando pelos coktails ou a
visita do próprio promotor à agência.
Ao comprador, além de oferecer um atrativo folheto de viagens, realizam-se outro
tipo de ações publicitárias (ex. anúncios na imprensa ou TV, descontos oferecidos
por antecipar a data da reserva, etc.)
O guia turístico e o seu papel no sucesso de itinerário

O guia turístico é, por definição, o profissional cuja função fundamental consiste em


acompanhar os turistas nas suas visitas a determinados locais.
Na realidade, o guia é muito mais que um mero acompanhante ou orientador e, por
isso, além dos conhecimentos específicos sobre os locais a visitar, deve ser acima
de todo um bom profissional de relações públicas.
O papel do guia é pois fundamental em qualquer itinerário estando nas suas mãos,
por vezes, o sucesso ou o fracasso de uma determinado programa, já que vai ter
uma influência decisiva na imagem/impressão geral da viagem.
Importa realçar que o surgimento de imprevistos durante a viagem é frequente e por
isso a capacidade e habilidade de os contornar é sem dúvida um dos aspetos críticos
que se coloca a um destes profissionais.
Assim, o guia não deve apenas uma “enciclopédia” de conhecimentos mas antes
alguém que, possuindo a necessária formação cultural, é capaz de transmiti-la de
forma clara e agradável baseando-se nas técnicas de comunicação, harmonizando-
a com uma correta coordenação a nível prático dos elementos do serviço turístico e
utilizando a dinâmica mais adequada ao grupo em questão.
Podemos distinguir entre o guia acompanhante e o guia local.

Guia acompanhante: é o profissional que acompanha o grupo durante toda a


viagem, assistindo-o a todo o momento. Embora estes guias possam exercer sem
limites no âmbito geográfico, deve-se recorrer, sempre que necessário, ao serviço
de guias locais para que sejam dados esclarecimentos mais detalhados.
No entanto, o guia acompanhante deve estar preparado para substituir um guia local,
caso seja necessário.
Funções do guia acompanhante:
- Dirigir o grupo durante todo o percurso, informando-o sobre os locais que a
viagem integra relativamente aos aspetos considerados de interesse
(história, arte, costumes, geografia, folclore, aspetos pitorescos, etc.);
- Administrar e combinar o itinerário com todos os serviços e atividades
planeadas (distribuição de quartos, horários, restaurantes, etc.);
- Controlar as partidas do grupo assim como as bagagens;
- Improvisar alternativas perante situações imprevistas;
- Coordenar os guias locais;
- Assistir o cliente no caso de roubo, acidente, doença, etc.;
- Contratar alguns serviços (excursões facultativas, refeições não incluídas,
etc.);
- Criar ambiente de grupo, atenuar eventuais conflitos entre o grupo;
- Etc.
O guia local tem como função guiar a visita em certos locais onde seja necessário
um conhecimento mais detalhado sobre os mesmos.
Tem um âmbito de atuação mais restrito atendendo grupos em curtos espaços de
tempo.
Deve, também, saber combinar os conhecimentos histórico-artísticos com os
socioeconómicos, intercalando com aspetos pitorescos e curiosidades e tendo em
atenção as características do grupo.
Avaliação:
Para assegurar a continuidade de negócio e a confiança dos clientes, é essencial
avaliar/comprovar a qualidade do produto vendido, em todas as suas vertentes. Este
processo pode ser levado a cabo pelos guias acompanhantes da viagem e pelos
próprios utilizadores, pelo que se deve aplicar um instrumento de pesquisa (um
questionário, por exemplo) para que exponham a sua opinião sobre a viagem em
geral e os serviços em particular.
Os resultados servirão para construir uma base de dados sobre os clientes que
permite avaliar o grau de satisfação destes face ao produto e à qualidade do mesmo,
bem como eventuais serviços que devam ser melhorados ou alterados.
Outra prática habitual é contactar a posterior o cliente, para agradecer e ficar a
conhecer a sua impressão sobre a viagem e, eventualmente, dar a conhecer outro
produto ou serviço particular.

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