As imunidades são verdadeiras limitações à competência
tributária das pessoas políticas, obstando a própria atividade legislativa impositiva sobre determinados bens, pessoas e serviços. Pode-se afirmar, simplificadamente, que caracteriza a imunidade o fato de a Constituição, diretamente, excluir parcela da competência das pessoas políticas que, não fosse a regra imunizante, estariam aptas a instituir tributo sobre aquele ato, fato ou pessoa. As imunidades tratadas no art. 150 da CF/88 referem-se exclusivamente a impostos. Entretanto, a Constituição prevê também imunidade para contribuições de seguridade social (art. 195, § 7); imunidade sobre todos os tributos (exceto o IOF) nas operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (art. 153, § 5°); e até imunidade para taxas (CF, art. 5, XXXIV - “são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas...”). Cabe, ainda, registrar que, com a edição da EC 33/2001, o art. 149, § 2°, I, da Constituição passou a estabelecer uma imunidade geral, abrangendo todas as contribuições sociais e contribuições de intervenção no domínio econômico, sobre as receitas decorrentes de exportação.
CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO
(NÃO SEI O AUTOR)
É importante frisar que as principais imunidades referem-se a
impostos (art. 150, VI, CF/88). Entretanto, há exemplos pertinentes que indicam imunidades para tributos diversos de impostos. Note: a. Art. 195, § 7º, CF/8831 – contribuição previdenciária (entidades beneficentes de assistência social). Observação: a expressão “são isentas de...” indica impropriedade terminológica para o STF, que vê no dispositivo nítido exemplo de imunidade.
MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO
LUIZ FELIPE SILVEIRA DIFINI
O Art. 195, § 7º, institui imunidade (embora incorretamente a nomine
isenção) de contribuição social para a seguridade em favor das entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Há imunidade à contribuição previdenciária das aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social (Art. 195, II com a redação da E.C. 20). O art. 40, § 18, acrescentado pela E.C. 42 criou hipótese de imunidade dos proventos de aposentadoria e pensões concedidas pelo regime próprio dos servidores públicos titulares de cargo efetivo até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social (fixado pelo Art. 5º da EC. 41 em R$ 2.400,00 e atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social). Em face da decisão do STF nas medidas cautelares nas ADIns 3.128 e 3.105, tal imunidade se aplica (diante do princípio da isonomia) a todas as aposentadorias de servidores públicos e pensões de seus dependentes, independente da pessoa jurídica a que pertencem e da sua concessão antes ou depois da vigência da EC 41.
DIREITO TRIBUTÁRIO – COL. OAB NACIONAL
FERNANDO F. CASTELLANI
Imunidade de contribuições especiais (Art. 149, § 2º, I)
A CF estabelece uma importante regra de imunidade aplicável a algumas das contribuições especiais. Para as contribuições especiais sociais e para as contribuições de intervenção no domínio econômico há a previsão de imunidade sobre as receitas decorrentes de exportação de bens ou serviços, nos termos do art. 149, § 2º, I da CF. Em outras palavras, a CF distingue as receitas auferidas pelo sujeito passivo. As receitas decorrentes de operação de exportação, e apenas exportação, serão imunes. A imunidade específica prevista para as operações de exportação tem o objetivo de estimular as operações com o mercado externo. Essas operações são importantes para o mercado brasileiro e, com isso, merecem o presente estímulo. Aqui vale a seguinte máxima: o Brasil deve exportar produtos e serviços, e não tributos! Com a imunidade, o produto brasileiro fica mais barato, mais competitivo e, portanto, são maiores as operações e as vendas.
Imunidade de contribuições especiais sociais para custeio da
seguridade social (Art. 195, § 7º, da CF) Nos termos do Art. 195, § 7º da CF, não haverá incidência de contribuições sociais destinadas ao custeio da seguridade social sobre as receitas de instituições beneficentes de assistência social. É importante perceber que a CF utiliza a expressão “são isentas”. Isso, contudo, não pode gerar dificuldade. O benefício, em tal caso, é, sem dúvida, imunidade tributária.