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Hugo Goes
Manual de Direito
Huao Goes
teoria e questões
11a edição
Atualizado conforme o Decreto 8.499/2015; as Leis 13.161/2015, 13.169/2015,
13.183/2015, 13.189/2015; e a Medida Provisória 696/2015.
(I
Ferreira
Rio de Janeiro
2016
Copyright © Editora Ferreira Ltda., 2006-2016.
Equipe editorial
Capa e diagramação: Preparação e revisão:
Nívia Bellos Andrea Regina Oliveira Almeida
Thais Xavier Ferreira Pâmela Isabel Oliveira
abdr * 'r''',>
CIP-BrasiL Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
G543m
11. ed.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7842-339-1
Editora Ferreira
contato@ edito rafe r rei r a .com. b r
www .ed itoraferrei ra.com. br
À minha esposa, Rosana, com amor, simplesmente
por existir em minha vida.
Aos meus filhos, Joaquim e Leon, motivo de imenso
amor, alegria e felicidade.
Aos meus pais, Joaquim Goes (in memoriam) e
Maria Marta (in memoriam), que, apesar de todas as
dificuldades enfrentadas, plantaram a semente.
111
Apresentação ....................... .... ...... ..... .. .. ... ... ... ... ............ .. ........ .... ..... ... XXVII
Siglas e abreviaturas ..... .. ... .. ........... .... ... .................... ............. ...... ..... ... ... XXIX
v
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes VI
5.1.3 Competência dos órgãos governamentais ............................ 46
5.1.4 Publicidade das resoluções ................................................. 46
5.1.5 Reuniões do CNPS ............................................................ 46
5.1.6 Estabilidade no emprego dos representantes dos
trabalhadores .................................................................... 46
Conselhos de Previdência Social - CPS ........................................ 47
5.2
5.2.1 Con1posição ...................................................................... 47
5.3 Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS ..................... 47
5.3.1 Composição do CRPS ........................................................ 48
5.3.2 Juntas de Recursos ............................................................ 49
5.3.3 Câmaras de Julgamento ..................................................... 49
5.3.4 Conselho Pleno ................................................................. 50
5.3.5 Gratificação dos membros do CRPS ................................... 50
Exercícios de Fixação . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . .. . . . . . 50
VIl
Manual de Direito Previdenciário
Capítulo 5 - Prestações do Regime Geral de Previdência Social .... .... .. .. .. .. ........ 175
Conceitos introdutórios .................................................................... 177
1.1 Carência ................................................................................... 178
1.1.1 Contagem do período de carência ..................................... 178
1.1.2 Contagem da carência para o segurado especial ................. 182
1.1.3 Benefícios sujeitos a carência ............................................ 184
1.1.4 Perda da qualidade de segurado ........... ......................... .... 185
1.1.5 Regra de transição ........................................................... 186
1.2 Salário de benefício (SB) .............. .... .......... ............... ................. 189
1.2.1 Cálculo do salário de benefício ......................................... 189
1.2.2 Cálculo do salário de benefício para segurados filiados ao
RGPS até 28/11/99 ........................................................... 194
1.2.3 Salário de benefício do segurado que contribuir em razão
de atividades concomitantes ............................................. 196
1.2.4 Fator previdenciário ........................................................ 197
1.3 Limites da renda mensal do benefício ......................................... 200
1.3.1 Reajustamento do teto do RGPS ....................................... 201
1.3.2 Revisão do teto do RGPS nas Emendas Constitucionais
20/1998 e 41/2003 ............................................................ 202
1.4 Reajustamento do valor do benefício .......................................... 203
1.5 Data de pagamento dos benefícios .............................................. 205
1.6 Acidente do trabalho ................................................................. 207
1.6.1 Hipóteses equiparadas a acidente do trabalho .................... 208
1.6.2 Nexo técnico epidemiológico ............................................ 209
1.6.3 Comunicação do Acidente de Trabalho- CAT .................. 209
1.6.4 Dia do acidente ................................................................ 210
IX
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes X
Sumário
XI
Manual de Direito Previdenciário
2.6.8
Data de início do benefício ............................................... 278
Cessação do benefício ...................................................... 279
2.6.9
Prazo para recuperação da capacidade .............................. 280
2.6.10
2.6.11
Contagem do período de auxílio-doença como tempo de
contribuição .................................................................... 281
2.6.12 Situação trabalhista do empregado ................................... 282
2.7 Auxílio-acidente ....................................................................... 283
2.7.1 Situações que dão direito ao auxílio-acidente .................... 284
2.7.2 Situações que não dão direito ao auxílio-acidente .............. 287
2.7.3 Perda da audição ............................................................. 287
2. 7.4 Beneficiários . . . . . . . . . ... . . .. . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . . . . ... . . . . . . . . . . . . . 288
2.7.5 Acumulação .................................................................... 289
2.7.6 Carência ......................................................................... 290
2.7.7 Renda mensal inicial ........................................................ 290
2.7.8 Data de início do benefício ............................................... 291
2.7.9 Cessação do benefício ...................................................... 292
2.8 Salário-família .......................................................................... 292
2.8.1 Beneficiários ................................................................... 293
2.8.2 Carência ......................................................................... 294
2.8.3 Renda mensal do benefício ............................................... 294
2.8.4 Pagamento do salário-família ........................................... 295
2.8.5 Data de início do benefício ............................................... 297
2.8.6 Suspensão do benefício .................................................... 297
2.8.7 Cessação do benefício ...................................................... 298
2.9 Salário-maternidade .................................................................. 299
2.9.1 Parto .............................................................................. 299
2.9.2 Aborto não criminoso ..................................................... 300
2.9.3 Adoção de criança ........................................................... 301
2.9.4 Beneficiários ................................................................... 301
2.9.5 Situação da desempregada ................................................ 302
2.9.6 Carência ......................................................................... 303
2.9.7 Renda mensal do benefício ............................................... 303
2.9.8 Pagamento do salário-maternidade ................................... 305
2.9.9 Incidência de contribuição previdenciária ......................... 306
2.9.10 Requerimento do benefício .............................................. 307
2.9.11 Acumulação .................................................................... 307
XIII
Manual de Direito Previdenciário
XV
Manual de Direito Previdenciário
XVII
Manual de Direito Previdenciário
Capítulo 11 - Constituição do crédito previdenciário ...... ......... ..... .... ......... ..... .. 561
1 Lançamento por homologação ........................................................... 561
2 Confissão de dívida tributária ........................................................... 563
2.1 GFIP ........................................................................................ 563
2.2 Lançamento de débito confessado .............................................. 564
3 Lançamento de ofício ....... ......... ..... ............... ......... ........................... 565
3.1 Auto de Infração ....................................................................... 565
3.2 Notificação de Lançamento ....................................................... 566
Exercícios de Fixação .............................................................................. 567
XIX
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes XX
Sumário
XXI
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes XXII
Sumário
XXIII
Manual de Direito Previdenciário
XXV
Manual de Direito Previdenciário
Capítulo 27 - Competência para julgamento das ações previdenciárias .... ....... .. . 809
1 Benefícios previdenciários comuns .................................................... 809
1.1 Reconhecimento de união estável ............................................... 810
1.2 Juizados Especiais Federais ........................................................ 811
1.3 Desnecessidade de prévio requerimento administrativo como
condição da ação previdenciária ................................................. 812
2 Benefícios acidentários ...................................................................... 814
3 Benefício de prestação continuada da assistência social ....................... 817
4 Ação de execução fiscal ..................................................................... 818
5 Execução de contribuições previdenciárias na Justiça do Trabalho ....... 819
6 Mandado de Segurança ..................................................................... 820
7 Ação Civil Pública . . . . . . . ... . .. . . .. . . .. . . .. .. . . . ... . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . . . . .. . . . . ... . . . . . . . . 822
8 Benefícios da Previdência Complementar ........................................... 822
Exercícios de Fixação . . . . . .. . . . . .. .. .. . . . .. .. .. ... . . .. .. .. . . . . . .. . .. . . . . .. . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . .. 823
Capítulo 28 - Súmulas Previdenciárias ... ...... ........... ..... .... ............................ 825
1 Súmulas do Supremo Tribunal Federal .............. ..... ... . ... . . . . . .. . .. .. . . . .. . . .. 825
2 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça ............................................ 827
3 Súmulas da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais
Federais . ... .. ...... ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. .. . . . . . .. . . ... .. . . . .. . . ... ... ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 829
Exercícios de Fixação . . .. . .. .. ....... ... . . . . . .. . . ... . . ....... .... ... .. ..... ... . . . . . . . . . .. ... . .. .... 834
Gabarito dos exercícios ... .... .. .... ...... .. ... .. .. ........ ... ..... ........... ... ................... 843
Referências bibliográficas •......... .. .... .... ........ ..... ............ ...... ..... .. ...... ... ... .... 845
HugoGoes XXVI
A presente obra contempla o custeio da Seguridade Social e as prestações
(benefícios e serviços) da Previdência Social. O seu escopo principal é o estudo do
Regime Geral de Previdência Social, mas também inclui aspectos dos Regimes Pró-
prios de Previdência Social, Previdência Complementar, Assistência Social e Saúde.
Escrita em linguagem bastante simplificada, a obra tem finalidade essen-
cialmente didática. Destina-se, principalmente, à preparação para concursos
públicos, contemplando todo o assunto relativo ao Direito Previdenciário cobrado
pelas instituições organizadoras. Ao fim de cada capítulo, constam exercícios
propostos pelo autor e questões de provas de vários concursos, proporcionando
ao leitor a aferição do sea aprendizado e possibilitando uma comparação entre o
texto estudado e o raciocínio das instituições organizadoras.
As linhas mestras da obra são os textos constitucionais e legais, a jurispru-
dência do STF e do STJ e a tendência das instituições organizadoras. Nos temas
controversos, é sempre apontado o entendimento mais seguro a ser seguido em
prova de concurso. Sem se perder em lucubrações e extensas discussões doutri-
nárias, este manual busca, a um só tempo, a completude e a concisão, fornecendo
ao candidato a cargo público informação rápida, segura e direcionada.
Primamos por uma rigorosa atualização da matéria, ponto particularmente
crítico neste ramo do Direito, tendo em vista a profusão de normas previdenciá-
rias, de todos os níveis e fontes, diuturnamente produzidas.
Esperamos que o presente trabalho possa, de alguma forma, contribuir
com o sucesso de seus leitores.
Bons estudos.
Hugo Medeiros de Goes
XXVII
ADC - Ação Declaratória de Constitucionalidade
ADCT -Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
ADln - Ação Direta de Inconstitucionalidade
AI - Auto de Infração
CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho
CEI - Cadastro Específico do INSS
CF - Constituição Federal
CND - Certidão Negativa de Débito
CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais
CNPJ- Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
CNPS - Conselho Nacional da Previdência Social
COFINS- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CP - Código Penal
CPD-EN- Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa
CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira
CRPS - Conselho de Recursos da Previdência Social
CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
EAPC - Entidade Aberta de Previdência Complementar
EC - Emenda Constitucional
EFPC - Entidade Fechada de Previdência Complementar
FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador
FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional
GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social
. XXIX
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 2
Seguridade Social
3 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
Vale registrar que, ao final dos anos 50, quase a totalidade da classe traba-
lhadora (com vínculo empregatício) já estava filiada a um plano de Previdência
Social (ou seja, filiada a um dentre os vários IAPs).
Em 1954, o Decreto 35.448 aprovou o Regulamento Geral dos Institutos de
Aposentadorias e Pensões, uniformizando todos os princípios gerais aplicáveis
a todos os IAPs.
1.3 FUNRURAL
Em 1963, tem início a proteção social na área rural: a Lei 4.214/63 criou o
Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL).
Em 1971, a Lei Complementar 11 instituiu o Programa de Assistência ao
Trabalhador Rural (PRORURAL). Por meio desse programa, o trabalhador rural
tinha direito à aposentadoria por velhice, invalidez, pensão e auxílio-funeral,
todos no valor de meio salário mínimo. Não havia contribuição por parte do tra-
balhador. O FUNRURAL passou a ser uma autarquia, tendo a responsabilidade
de administrar o PRO RURAL.
Hugo Goes 4
Seguridade Social
Em 1977, por meio da Lei 6.439, foi instituído o Sistema Nacional de Pre-
vidência e Assistência Social (SINPAS), tendo como objetivo a integração elas
atividades da previdência social, da assistência médica e ela assistência social. O
SINPAS agregava as seguintes entidades:
• INPS - Instituto Nacional ele Previdência Social, que tratava ela conces-
são e manutenção dos benefícios;
lAPAS - Instituto de Administração Financeira ela Previdência e Assis-
tência Social, que cuidava da arrecadação, da fiscalização e da cobrança
das contribuições previdenciárias;
• INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência
Social, que prestava assistência médica;
• LBA- Fundação Legião Brasileira de Assistência, que prestava assistên-
cia social à população carente;
• FUNABEM- Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor, que execu-
tava a política voltada para o bem-estar do menor;
DATAPREV - Empresa de Processamento de Dados da Previdência
Social, que cuida do processamento de dados da previdência Social;
CEME - Central de Medicamentos, que distribuía medicamentos, gra-
tuitamente ou a baixo custo.
s Caoítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 6
Em 1976, por meio do Decreto 77.077, foi aprovada a Consolidação das Leis
da Previdência Social (CLPS). A CLPS tinha a função de agregar, em um mesmo
corpo normativo, todas as leis previdenciárias existentes; era algo semelhante a
um Código Previdenciário.
Em 1979, o Decreto 83.080 aprova o Regulamento dos Benefícios da Pre-
vidência Social (RBPS) e o Decreto 83.081 aprova o Regulamento de Custeio da
Previdência Social (RCPS).
Em 1984, por meio do Decreto 89.312, foi aprovada nova Consolidação das
Leis da Previdência Social (CLPS).
Em 24/07/1991, entraram em vigor as duas leis básicas da Seguridade Social
(que, nos dias atuais, ainda continuam vigorando): a Lei 8.212, que institui o plano
de custeio da Seguridade Social e a Lei 8.213, que dispõe sobre os planos de bene-
fícios da previdência social. As duas leis foram regulamentadas pelos Decretos
356/91 (custeio) e 357/91 (benefícios), ambos de 07/12/1991.
Os Decretos 611 e 612, ambos de 21/07/1992, substituíram os Decretos
357/91 e 356/91, respectivamente.
Os Decretos 2.172 e 2.173, ambos de 05/03/1997, substituíram os Decretos
611/92 e 612/92, respectivamente.
O Decreto 3.048, de 06/05/1999 (que, nos dias atuais, ainda vigora), aprova
o Regulamento da Previdência Social, revogando os Decretos 2.172/97 e 2.173/97.
7 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes 8
Seguridade Social
9 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes 10
::,egunaaae ::,ooa1
11 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
HugoGbes 12
Seguridade Social
13 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
2 Conceituação
1 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. 17• ed. São PauJ.o: Atlas, 2002, pp. 45-46.
HugoGoes 14
Seguridade Social
2.1 Saúde
Nos termos do art. 196 da Constituição Federal, "a saúde é direito de todos
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação".
Os serviços públicos de saúde serão prestados gratuitamente: para usufruir
de tais serviços, não é necessário que o paciente contribua para a Seguridade Social.
A saúde é direito de todos: assim, não pode o Poder Público se negar a
atender determinada pessoa em razão de suas condições financeiras. Qualquer
pessoa, pobre ou rica, pode dirigir-se a um hospital público e ser atendida.
O Poder Público prestará os serviços de saúde à população de forma direta
ou através de convênios ou contratos com instituições privadas. Esses contratos
e convênios serão celebrados, preferencialmente, com as entidades filantrópicas
e as sem fins lucrativos.
Nos termos do art. 203 da Constituição Federal, a assistência social será pres-
tada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à Seguridade Social.
Assim, esse ramo da Seguridade Social irá tratar de atender os hipossuficientes,
destinando pequenos benefícios a pessoas que nunca contribuíram para o sistema.
A assistência social é regulamentada pela Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da
Assistência Social- LOAS). O principal benefício da assistência social é o benefício
de prestação continuada: trata-se de uma renda mensal de um salário mínimo
concedida à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais e
que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de
tê-la provida por sua família (art. 20 da LOAS). Nos termos do §3° do art. 20 da
LOAS, "considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um
quarto) do salário mínimo".
15 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
->- Pública
Regimes de -)-
Quanto à natureza
Previdência jurídica
Regime de -> Privada
-)-
Previdência
Complementar -> Aberta
(facultativo) -+ Quanto à possibi-
!idade de acesso
-)- Fechada
HugoGoes 16
Seguridade Social
-)o Direta
-)o Autarquias
Administração
~ Fundações Públicas
Pública
-)o Indireta
~ Empresas Públicas
Não são amparadas por regime próprio as pessoas físicas que trabalham em
empresas públicas e em sociedades de economia mista. Estas são seguradas do RGPS.
Os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações
públicas podem ser:
17 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
Dentre esses, apenas os servidores ocupantes ele cargo efetivo podem ser
amparados por regime próprio. Os demais (os ocupantes de cargo em comissão,
cargo temporário ou emprego público) são segurados obrigatórios do RGPS. Nesse
sentido, confira--se o seguinte julgado do STF:
-)· Da União
Servidor ocupante
Dos Estados e do Distrito Federal .
de cargo efetivo
Hugo Goes 18
Seguridade Social
Exemplo:
}oaqúim, alé!Ude oc\lpar QCaígO efetivo de p~ocuradpr fé<J.eral, é professor
de,uma universic\~4~:Rr:iva,!ia. Nesta situa5ão,Joaquim, ~m razão.de exercer
o, cargo. de procútadqt federal;.és(!guradci o,brigatório.do Regime·Rróprip
de Rrevidêncla da União; e erora@9 â.e ~er ·professorde.u:maunitersidade
privada; é segurado obrigatóriod().RGPS:Assim, Joaqúimseiáobrigado a
pagâr co,hti::ibuiÇõe~ ptevi4epciát~aspar~os dóis regill\es;.tend<:> também
a possibilidade de vir a têhduas aposentadorias (uma.do .tégime próprio
e O\ltl'a•doRGPS);
·Exemplo:
>, .:·>., ,': .>:·,'-" >·'; , , , :·;·~·''', ";<·''"~:J;;:;:~~'';.:;(~~Yci.:,'/''•,~·;\\j /'1-_:~;.',·",{~;jy~:':'·~':"(f"c;,_~J:,'
J<>ã?,:~ . .og~}?~~~~; ~?}~tg?·ê~.f~tix~,:~f·ª~~é.&~~O,".~}\:R·c
·· atuatlriérifé~ est4/c~a~ao'~o Es.tâ&ti'p~:P~~hâm~u~o;.ôe·
. co1llfssão.de s;cre{átiO de s~~~~~ª~a p~~lic~: N~Stâ"~ Ção, 1)óão. co ri- ·.
tinu~ vincuiacío'ad J1egHne"f$t&Ptl9 ~e :~le~iaéiici? ;t\i,tr~i~Q,. vaie. dizer,
c'lihtiii\iã·etcl~íaoaoitGPS'r: .·. ··· :~·~· r; ...•.. ,., ....•; ;,, •... •
19 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
Como visto, o servidor ocupante de cargo efetivo, amparado por regime próprio,
que se afasta do cargo para exercer mandato eletivo, continua vinculado ao regime
próprio de origem e, por conseguinte, excluído do RGPS. Contudo, o exercente de
mandato de vereador, que ocupe, concomitantemente, o cargo efetivo e o mandato
filia-se ao regime próprio, pelo cargo efetivo, e ao RGPS, pelo mandato eletivo.
Exemplo:
Lucas, servidor ocupante de cargo efetivo no âmbito federal, em razão
da compatibilidade de horários, exerce, concomitantemente, ma~dato de
vereador. Nesta situação, Lucas, em razão de exercício do cargo efetivo, é
segurado obrigatório do Regime Próprio de Previdência da União; e em
razão do exercício do mandato de vereador, é segurado obrigatório do
RGPS. Assim, Lucas será obrigado a pagar contribuições previdenciárias
para os dois regimes, tendo também a possibilidade de vir a ter duas apo-
sentadorias (uma do regime próprio e outra do RGPS).
Hugo Goes 20
Seguridade Social
21 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 22
Seguridade Social
-~ Aberta·
Previdência ~ Privada (CF, art. 202)
Complementar ~ Fechada
(caráter facultativo)
-> Pública (CF, art. 40, §§14, 15 e 16) -r Fechada
5 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17' ed. São Paulo: Malheiros,
2004, pp. 841-842.
23 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
6 Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos
e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base
nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
li - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
!li -seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V- equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII- caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com partici-
pação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Hugo Goes 24
Seguridade Social
25 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
11 Esta é a posição defendida por Fábio Zambitte Ibrahim (2008, p. 58), Marcelo Leonardo Tavares (2004,
p. 5), Kerlly Huback Bragança (2006, p. 14), Ivan Kertzman (2005, p. 27), !talo Romano Eduardo e Jeane
Tavares Aragão Eduardo (2008, p. 20).
12 Esta é a posição defendida por Sérgio Pinto Martins (2002, p. 78), Carlos Alberto Pereira de Castro e João
Batista Lazzari (2008, p. 101), Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Júnior (2006, p. 40).
13 STF, AI-AgR 618777/RJ, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, 1• T., DJ 03/08/2007.
HugoGoes 26
Seguridade Social
14 STF, RE 263252/PR, Rei. Min. Moreira Alves, 1' T., DJ 23/06/2000. Vale frisar que a redação original do
§2° do art. 201 da CF corresponde à atual redação do §4• do mesmo artigo.
15 Agr. Regimental na Apelação Cível, Processo 2003.71.00.082188-8, DJ 28/09/2005, p. 1024.
16 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Op. cít., p. 90.
27 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes 28
Seguridade Social
O1. (Juiz Federal/TRF-1 "/Cespe/20 13) Com relação à seguridade social e seus princípios; assinale
a opção correta.
Gabarito: C
29 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
da Previdência Social.
Se a questão tratar, especificamente, de benefícios previdenciários, sem
fazer nenhuma referência à jurisprudência, o candidato também deve considerar
que o princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios visa à preservação do
HugoGoes 30
Seguridade Social
poder aquisitivo do benefício, ou seja, a preservação do seu valor real, pois isso é
o que estabelece a Lei 8.213/91, em seu art. 2°, V.
31 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
O §4° do art. 195 da Constituição Federal ainda prevê que "a lei poderá
instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguri-
dade social, obedecido o disposto no art. 154, I". Ou seja, além das contribuições
sociais previstas nos quatro incisos do caput do art. 195 da Constituição Federal,
outras fontes de custeio da Seguridade Social poderão ser instituídas. Trata-se,
aqui, das chamadas contribuições residuais. Para que estas contribuições sejam
instituídas, é necessário que se obedeça ao disposto no art. 154, I, da Constitui-
ção Federal, cuja redação é a seguinte: "Art. 154. A União poderá instituir: I -
mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição".
O STF entende que, em relação às novas contribuições para a Seguridade
Social, aplica-se somente a primeira parte do inciso I do artigo 154 da Carta Magna.
Ou seja, contribuição para a Seguridade Social que não esteja prevista nos quatro
incisos do art. 195 da CF só pode ser criada mediante lei complementar. Pode,
contudo, ter base de cálculo e fato gerador idênticos aos de impostos. No tocante
à não cumulatividade, o STF entende que essa exigência só pode dizer respeito à
técnica de tributação que afasta a cumulatividade em impostos polifásicos como
Hugo Goes 32
Seguridade Social
33 Capítulo 1
JURÍDICAS. Lei n<> 7.689, de 15.12.88. L Contribuições para-
fiscais: contribuições sociais, contribuições de intervenção
e contribuições corporativas. CF, art. 149. Contribuições
sociais de seguridade social. CF, arts. 149 e 195. As diversas
espécies de contribuições sociais. li. A contribuição da Lei
no 7.689, de 15.12.88, é uma contribuição social instituída
com base no art. 195, I, da Constituição. As contribuições
do art. 195, I, li, III, da Constituição, não exigem, para a
sua instituição, lei complementar. Apenas a contribuição do
parágrafo 4" do mesmo art. 195 é que exige, para a sua ins-
tituição, lei complementar, dado que essa instituição deverá
observar a técnica da competência residual da União (CF,
art. 195, § 4°; CF, art. 154, I). Posto estarem sujeitas a lei
complementar do art. 146, III, da Constituição, porque não
são impostos, não há necessidade de que a lei complementar
defina o seu fato gerador, base de cálculo e contribuintes (CF,
art. 146, III, "a"). Ill. Adicional ao imposto de renda: clas-
sificação desarrazoada. IV. Irrelevância do fato de a receita
integrar o orçamento fiscal da União. O que importa é que
ela se destina ao financiamento da seguridade social (Lei
no 7.689/88, art. 1°). V. Inconstitucionalidade do art. 8°, da
Lei no 7.689/88, por ofender o princípio da irretroatividade
(CF, art, 150, III, "a") qualificado pela inexigibilidade da
contribuição dentro no prazo de noventa dias da publicação
da lei (CF, art. 195, § 6°). Vigência e eficácia da lei: distinção.
VI. Recurso Extraordinário conhecido, mas improvido,
declarada a inconstitucionalidade apenas do artigo 8° da
Lei no 7.689, de 1988. 20
20 STF, RE 138284/CE, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 28/12/92. Na época em que esta deci-
são foi proferida, o art. 195 da CF só tinha três incisos. O inciso IV foi incluído pela EC 42/2003.
HugoGoes 34
da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalha-
dores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgão colegiados".
De acordo com este princípio, a gestão dos recursos, programas, planos,
serviços e ações, nas três áreas da Seguridade Social, em todas as esferas de poder,
deve ser realizada mediante discussão com a sociedade.
Podemos citar como exemplo da materialização desse princípio a criação
do Conselho Nacional de Previdência Social (Lei 8.213/91, art. 3°); do Conselho
Nacional de Assistência Social (Lei 8.742/93, art. 17); e do Conselho Nacional de
Saúde (Lei 8.080/90).
35 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes 36
Seguridade Social
22 STF, RE-AgR 453490/SP, Rei. Mín. Ricardo Lewandowskí, I' T, Dj 10/1112006, p. 817.
37 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
23 Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de
filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
Hugo Goes 38
Seguridade Social
Nos termos do art. 201, §2°, da CF/88, "nenhum benefício que substitua
o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor
mensal inferior ao salário mínimo".
De acordo com esse dispositivo constitucional, os benefícios que não podem
ter renda mensal inferior ao salário mínimo são somente aqueles que substituem
o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho. Assim, benefícios como
salário-família e o auxílio-acidente podem ter renda mensal inferior ao salário
mínimo, pois nestes casos, o beneficiário recebe, concomitantemente, o benefício
previdenciário (pago pelo INSS) e o rendimento do seu trabalho (pago pela
empresa). Os citados benefícios não substituem a renda mensal do trabalhador,
por isso, podem ser inferiores ao salário mínimo.
Assim, não terão valor inferior ao salário mínimo os benefícios de presta-
ção continuada pagos pela Previdência Social correspondentes a aposentadorias,
auxílio-doença, auxílio-reclusão (valor global) e pensão por morte (valor global).
39 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes 40
Seguridade Social
terá assegurada a contagem recíproca. Nesses casos, para fins de concessão dos
benefícios, os diferentes regimes de previdência se compensarão financeiramente.
O tempo de serviço rural também pode ser objeto de contagem recíproca
de tempo de contribuição, para fins de concessão de aposentadoria em regime
próprio de previdência, desde que sejam recolhidas as respectivas contribuições
previdenciárias. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STF:
24 STF, AI 735130 AgR/RS, Rei. Min. Joaquim Barbosa, 2' Turma, DJe-069, 11/04/2011.
41 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
O §12 do art. 201 da Constituição Federal (na redação dada pela EC 47)
permite a criação, mediante lei, de um sistema especial de inclusão previdenciá-
ria para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que
se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência,
desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a bene-
fícios de valor igual a um salário mínimo.
O §l3 do art. 201 da CF (acrescentado pela EC 47) dispõe que o sistema espe-
cial de inclusão previdenciária de que trata o §12 terá alíquotas e carências inferiores
às vigentes para os demais segurados do Regime Geral de Previdência Social.
Em atendimento parcial aos dispositivos constitucionais acima citados,
o §2° do art. 21 da Lei 8.212/91 estabelece o seguinte:
Hugo Goes 42
Seguridade Social
Pode-se dizer que o §2° do art. 21 da Lei 8.212/91 criou, em parte, o sistema
especial de inclusão previdenciária. De acordo com esse dispositivo legal, as alí-
quotas são reduzidas, mas não há redução na carência.
Como o RGPS possui um limite máximo para a renda mensal dos benefícios,
aqueles que desejam complementar seus rendimentos deverão, facultativamente,
aderir a alguma entidade de Previdência Complementar aberta ou fechada, cus-
teada por contribuições adicionais (CF/88, art. 202).
43 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
O CNPS, órgão superior de deliberação colegiada, criado pela Lei 8.213/91 (art.
3°), possui como objetivo precípuo o estabelecimento do caráter democrático e des-
centralizado da gestão administrativa, com a participação do governo e da sociedade.
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Hugo Goes 44
Seguridade Social
45 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
De acordo com o disposto no art. 5" ela Lei 8.213/91, compete aos órgãos
governamentais:
I - prestar toda e qualquer informação necessária ao ade-
quado cumprimento das competências do CNPS, forne-
cendo inclusive estudos técnicos;
li - encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima ele 2
(dois) meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta
orçamentária da Previdência Social, devidamente detalhada.
O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu
presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias se houver
requerimento nesse sentido ela maioria elos conselheiros (Lei 8.213/91, art. 3°, §3°).
Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu presidente ou a reque-
rimento de um terço de seus membros, conforme dispuser o regimento interno
do CNPS (Lei 8.213/91, art. 3°, §4°).
As ausências ao trabalho elos representantes dos trabalhadores em atividade,
decorrentes das atividades do Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada
efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais (Lei 8.213/91, art. 3°, §6°).
Hugo Goes 46
Seguridade Social
5.2.1 Composição
4 representantes do
gov:erno federal.
-~ 2 dos emp,regado,r~s
CPS
6 representantes da
-~ 2 dos emprega,dos
sóciedade, sendo:
47 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
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Seguridade Social
49 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
Exercícios de Fixação
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Seguridade ~ocial
51 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
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Seguridade Social
53 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
09. (Fiscal! I NSS/Cespe/ 1997) Com relação à seguridade social, julgue os itens abaixo.
I. A Lei E!oy Chaves (Decreto Legislativo 4.682/23) foi o grande marco da
Previdência Social no Brasil. No entanto, alguns institutos jurídicos secun-
dários existentes hoje, nas modernas legislações, já haviam sido concebidos
no Brasil, por instrumentos legais, muito antes.
I!. Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) resultou da fusão do INPS e do
INAMPS, competindo-lhe, entre outras atribuições, promover a arrecada-
ção, a fiscalização e a cobrança das contribuições incidentes sobre a folha de
salários e demais receitas a elas vinculadas, n2. forma da legislação em vigor.
I I J. A preexistência do custeio total em relação ao benefício ou serviço da
seguridade social é fator indispensável; sem o custeio, não há benefício ou
serviço de seguridade. Porém, esse princípio não impede que a assistência
social seja prestada independentemente de contribuição do beneficiário à
seguridade social.
Os itens que estão certos são:
a) I e II
b) li e III
c) I e IIl
d) todos
e) nenhum
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Seguridade Social
55 Caoítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
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Seguridade Social
57 Capítulo 1
Manual de Direito Previdenciário
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Seguridade Social
59 Capitulo 1
Manual de Direito Previdenciário
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Seguridade Social
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í Lei e legislação
2 Fontes
63
Manual de Direito Previdenciário
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Legislação Previdenciária
26/2005 suspendendo a execução da mesma alínea "h", inciso I, artigo 12, da Lei
8.212/91. Existem também resoluções da Câmara do Deputados e do Congresso
Nacional, mas que não apresentam relevo específico em nossa disciplina.
As fontes secundárias do Direito Previdenciário são os atos normativos ema-
nados do Poder Executivo e compreendidos na legislação previdenciária, tais como
decretos, regulamentos, portarias, ordens de serviço, instruções normativas, orien-
tações normativas, circulares, resoluções etc. Esses atos são normas complementares
à lei. Diz-se que são complementares porque se destinam a completar o texto das
leis. Como regras jurídicas de categoria inferior, limitam-se a completar, não podem
inovar ou de qualquer forma modificar os textos da norma que complementam.
65 Capítulo2
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes 66
Le<::Jl~ld<,.du nevlaencldfla
3 Autonomia
Do ponto de vista científico, não se deve falar em autonomia de nenhum
ramo do Direito, que é uno. Didaticamente, porém, é conveniente dividir-se 0
26
Direito em ramos, com o objetivo de facilitar o estudo.
A questão da autonomia deste ou daquele ramo do Direito costuma ser
colocada em torno de reais ou supostas especificidades ou propriedades de um
dado conjunto de normas jurídicas, que possam distingui-lo dos demais setores
do Direito. 27
Em relação à autonomia do Direito Previdenciário, há duas teorias: a pri-
meira afirma que a Previdência Social encontra-se no âmbito do Direito do Tra-
balho; a segunda sustenta a autonomia didática deste ramo do Direito.
Todavia, o entendimento dominante é que há autonomia do Direito Pre-
videnciário, mostrando que esse ramo do Direito não se confunde com o Direito
do Trabalho.
A Constituição de 1988 acaba com tal celeuma, ao estatuir um capítulo
próprio para a Seguridade Social, no qual constam várias disposições sobre
Seguridade Social, abrangendo a Previdência Social, assistência social e saúde,
tornando-o totalmente desvinculado do Direito do Trabalho, que teve suas dispo-
sições incluídas no Capítulo II ("Dos Direitos Sociais") do Título li ("Dos Direitos
e Garantias Fundamentais"), no art. 7°.
Conclui-se, portanto, que o Direito Previdenciário é reconhecido como
ramo autônomo do Direito, relativamente às outras áreas da ciência jurídica, em
razão de possuir um objeto próprio de estudo e princípios e conceitos particulares,
diversos dos que informam outros ramos do Direito. Possui ainda normas especí-
ficas sobre seu objeto, destacando-se as Leis 8.212/91 e 8.213/91. Nesse sentido, vale
conferir trecho do voto do Ministro do STF Luiz Fux, nos autos do RE 586.453/SE:
26 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 21' ed. São Paulo: Malhciros, 2002, p. 54.
27 AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 8' ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 6.
67 Capítulo 2
Manual de Direito Previdenciário
4 Aplicação
Havendo duas ou mais normas sobre a mesma matéria, começa a surgir o
problema de qual deve ser aplicada.
Estes conflitos são resolvidos através dos critérios da hierarquia, da espe-
cialidade e da cronologia.
De acordo com o critério da hierarquia, a norma superior prevalece sobre
a inferior. Pelo critério da especialidade, a norma específica prevalece sobre a genérica.
De acordo com o critério da cronologia, a norma posterior prevalece sobre a anterior.
A resolução do conflito segue a ordem citada: primeiro aplica-se o critério
da hierarquia, não sendo possível a resolução do conflito através deste critério,
utiliza-se o critério da especialidade, ainda não sendo possível a resolução do
conflito, utiliza-se, então, o critério da cronologia.
No Direito Previdenciário vamos encontrar a aplicação da norma mais favo-
rável ao segurado na interpretação do texto legal, que muitas vezes é disciplinada
pela própria lei. Normalmente, na legislação ordinária, principalmente quanto
aos benefícios, costuma-se encontrar a expressão o que for mais vantajoso para o
beneficiário. Trata-se, aqui, do in dubio pro misero. Observamos tal orientação no
inciso VI do art. 124 da Lei 8.213, quando menciona que não é possível a acumu-
lação de mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o
direito de opção pela mais vantajosa.
O art. 122 da Lei 8.213 menciona que "se mais vantajoso, fica assegurado o
direito à aposentadoria, nas condições legalmente previstas na data do cumpri-
mento de todos os requisitos necessários à obtenção do benefício, ao segurado que,
tendo completado 35 anos de serviço, se homem, ou 30 anos, se mulher, optou
por permanecer em atividade".
Por exemplo, a Lei 9.876/99 promoveu profundas mudanças na forma de
cálculo das aposentadorias. O segurado que já tinha direito à aposentadoria antes
da vigência da referida lei tem direito de, a qualquer momento, requerer o benefí-
cio com base nas regras de cálculo anteriores. Ou seja, a lei nova não prejudicará
o direito que foi adquirido com base nas regras anteriores à sua vigência (CF, art.
5°, XXXVI). Seguindo essa linha de raciocínio, a jurisprudência do STJ, em sin-
tonia com orientação consolidada do STF, é pacífica no sentido de que, para fins
de aposentadoria, deve ser aplicada a legislação vigente à época da implementação
dos requisitos necessários à concessão do benefício. 28
28 STJ, AR 1743/SC, Rei. Min. Laurita Vaz, 3' Seção, DJe 07/12/2009.
HugoGoes 68
Legislação Previdenciária
Nos casos em que depois de concedido o benefício entra em vigor uma lei
mais favorável ao segurado, não ocorre a retroação da lei nova para aumentar
o valor do benefício concedido com base na lei antiga. Nesse sentido, confira o
seguinte julgado do STF:
29 STF, AI 654807 AgR/SP, Rei. Min. Ellen Grade, DJe 148 06/08/2009.
30 STJ, AgRg no REsp 1107647/RS, Rei. Min. Jorge Mussi. 5' T., DJe 07/12/2009.
69 Capítulo 2
pela lei vigente à época de sua concessão. 11 - Impossibilidade
de retroação de lei nova para alcançar situações pretéritas.
IIl -Agravo regimental improvido. 31
5 Vigência
Vigência é o período que vai do momento em que a norma entra em vigor
até o momento em que é revogada, ou em que se esgota o prazo prescrito para
sua duração.
Lei vigente, ou lei em vigor, é aquela que é suscetível de aplicação, desde
que se façam presentes os fatos que correspondem à sua hipótese de incidência. 32
Se uma lei é vigente pode, por isto mesmo, incidir. Para tanto basta que se
concretize o seu suporte fático. Em outras palavras, basta que aconteça a situação
de fato nela prevista, para que a lei incida. E se incide, pode e deve ser aplicada. 33
Publicada a lei, é preciso identificar em que momento ela passa a ter vigência
e até quando vigorará, bem como o espaço em que irá viger.
Se a lei expressamente determinar, sua vigência pode iniciar na data de sua
publicação, o que é muito comum ocorrer. Todavia, o início de sua vigência pode
ser postergado. Pelo art. 1° do Decreto-Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às nor-
mas do Direito Brasileiro), uma lei começa a ter vigência em todo o país 45 dias
depois de publicada, salvo se dispuser de outro modo (o que, geralmente, acontece).
Se, publicada a lei, sua vigência só tiver início em data futura, dá-se o vaca tio
legis (período compreendido entre a data da publicação até sua entrada em vigor).
Durante o vacatio legis, a norma já é válida (já pertence ao ordenamento), mas
não é vigente. Assim, nesse período, ela convive com normas que lhe são contrá-
rias, que continuam válidas e vigentes até que ela própria comece a viger, quando,
então, as outras estarão revogadas.
Assim, validade e vigência não se confundem. Uma norma pode ser válida
sem ser vigente, embora a norma vigente seja sempre válida.
Em regra, a norma vigente é eficaz (apta a produzir efeitos), mas nem sem-
pre isso acontece. Normalmente, as leis previdenciárias entram em vigor na data
de sua publicação, com eficácia imediata, mas certos dispositivos, tanto do Plano
31 STF, AI 634246 AgR I SP, Rei. Min. Ricardo Lewandowski, D)e 191, de 09/10/2009.
32 AMARO, Luciano. Op. cit., p. 187.
33 MACHADO, Hugo de Brito. Os princípios jurídicos da tributação na Constituição de 1988. 5• ed. São
Paulo: Dialética, 2004, p. 101.
Hugo Goes 70
Legislação Previdenciária
6 Hierarquia
A hierarquia das normas é a ordem de graduação entre estas, segundo uma
escala decrescente, na qual a norma superior é substrato de validade da norma
inferior. A norma superior prevalece sobre a inferior.
A legislação previdenciária, portanto, é submetida à seguinte hierarquia:
1°) Constituição Federal;
2°) Lei complementar, lei ordinária, medida provisória, lei delegada,
decretos legislativos, resoluções do Senado e tratados internacionais;
3°) Decretos (editados pelo presidente da República);
4°) Portarias (expedidas pelo ministro da Previdência ou da Fazenda);
5°) Outras normas internas da administração (instruções normativas,
ordens de serviço etc.).
34 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 3' ed. São Paulo: Método, 2009, p. 225.
71 Capítulo 2
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes 72
Legislação Previdenciária
7 Interpretação
8 Integração
Integração é a busca de outra norma, aplicável, por adaptação, ao caso con-
creto, na ausência de noroa e.:;pecífica. Quando não existe no sistema jurídico
uma norma para o caso que se tem a resolver, a interpretação torna-se insuficiente.
:\leste caso, o aplicador da lei utiliza-se da integração.
Portanto, a interpretação pressupõe a existência de norma expressa e especí-
fica para o caso que se tem para resolver. Já a integração se cogita quando se esteja
na ausência de norma expressa e específica para o caso.
Integrar significa completar, inteirar as lacunas da lei. O intérprete fica
autorizado a suprir as lacunas existentes na norma jurídica por meio da utilização
de técnicas jurídicas.
73 Capítulo 2
Manual de Direito Previdenciário
8.1 Analogia
8.4 Equidade
Hugo Goes 74
Legislação Previdenciária
Exercícios de Fixação
75 Capítulo 2
Manual de Direito Previdenciário
34. Em regra, a lei que cuida de matéria previdenciária entra em vigor em todo País:
a) Na data de sua publicação.
b) Noventa dias após a data de sua publicação.
c) Quarenta e cinco dias depois de publicada, salvo se dispuser de outro modo.
d) Se institui contribuições para a seguridade social, entrará em vigor cento e
vinte dias após sua publicação.
e) Mesmo que a lei determine em seu texto de forma diferente, ela entrará em
vigor quarenta e cinco dias após sua publicação.
HugoGoes 76
i Introdução
35 DUARTE, Marina Vasques. Direito Previdenciário. 3• ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2004, p. 27.
77
Manual de Direito Previdenciário
->- Empregado
-+ T::-abalhador avulso
-1- E>pecial
-:> Facultativos
Cônjuge, companheiro(a) e
Beneficiários
filho(a) não emancipado(a)
do Regime
de qualquer condição, menor
Geral de
de 21 anos ou inválido ou que
. Previdência
·Classe I -+ tenha deficiência intelectual
Social.
o·;:t mental que o torne abso-
luta ou relativamente inca-
paz, assim declarado judi-
cialmente.
-:>
Classe li -1- qs pais
Irmão não emancipado, de
qualquer condição, menor
de 21 anos ou inválido ou
que tenha deficiência inte-
Çlasse!II
-1- lectual ou inerital que o
~torne absoluta ..ou :relativa-
mente incapaz, assim decla-
nado judicialmente.
Hugo Goes 78
Regime Geral de Previdência Social
· Os .seguradas àri~ê~i'<>tP:rente'<derion;flP,~~G~·,~p.px;~~~~~~·-"~lUtô
.. ;Contribuinte .nomg ~.<:N\lipa;,-ad~..·~··aJitônol\1191;a pa~t~f'.~~;~~lt!·t%~~:;l?:9·~r:força
. :individual. dá. I:ei. 9.876, forá~.i;;.()I),sidetéldos u!Úa''\it)Jçí\ categoria4;·~<J:ssa-
·. rani.a ser chamados de contribui,Qte im:l~yjdtlaL , · · · ·
79 Capítulo 3
Manual de Direitó Previdenciário
36 TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito Previdenciário. 6• ed. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2004, p. 57.
37 IBRAHIM, Fábio Zambitte. Op. cit., p. 133.
Hugo Goes 80
Regime Geral de Previdência Social
38 SUSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho. 2• ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2004, p. 412.
81 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 82
Regime Geral de Previdência Social
83 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 84
Regime Geral de Previdência Social
Exemplo:
João é empregado do Consulado dos Estados Unidos, em funcionamento na
cidade do Recife. Nessa situação, João pode ou não ser segurado empregado
do RGPS. Se João br estrangeiro, sem residência permanente no Brasil,
está excluído do RGPS; se João for brasileiro, mas esteja amparàdo por
um regime de previdência dos Estados Unidos, também está excluído do
RGPS. No entanto, se João for brasileiro e não for amparado por regime
de previdência dos Estados Unidos, então será segurado empregado do
RGPS; se João for estrangeiro, com residência permanente no Brasil, e não
for amparado por regime de previdência dos Estados Unidos, então, nessa
situação João também será segurado empregado do RGPS.
Previdência.
85 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 86
Regime Geral de Previdência Social
87 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes 88
Regime Geral de Previdência Social
43 Lei 8.935/94 - Art. 40. Os notários, oficiais de registro, escreventes e auxiliares são vinculados à previ-
dência social, de âmbito federal,.e têm assegurada a contagem recíproca de tempo de serviço em sistemas
diversos. .
Parágrafo único. Ficam assegurados, aos notários, oficiais de registro, escreventes e auxiliares os direi-
tos c vantagens previdenciários adquiridos até a data da publicação desta Lei.
89
Manual de Direito Previdenciário
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Regime Geral de PrevldénCia ~oCial
91 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
Hugo Goes 92
Regime Geral de Previdência Social
93 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 94
Regime Geral de PrevldenCia ::.oCial
95 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
O§ l" do art. 40 da Lei 12.815/2013 conceitua cada uma das atividades por-
tuárias previstas no item I da relação acima, nos seguintes termos:
• Capatazia - a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações
dentro do porto, compreendendo o recebimento, conferência, transporte
interno, abertura de volumes para conferência aduaneira, manipulação,
arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de embarca-
ções, quando efetuados por aparelhamento portuário;
• Estiva- a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos
porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo transbordo,
arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga
das mesmas, quando realizados com equipamentos de bordo;
• Conferência de carga- a contagem de volumes, anotação de suas caracte-
rísticas, procedência ou destino, verificação do estado das mercadorias,
assistência à pesagem, conferência do manifesto e demais serviços cor-
relatos, nas operações de carregamento e descarga de embarcações;
• Conserto de carga - o reparo e a restauração das embalagens de mer-
cadoria, nas operações de carregamento e descarga de embarcações,
reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem, etiquetagem, aber-
tura de volumes para vistoria e posterior recomposição;
• Vigilância de embarcações- a atividade de fiscalização da entrada e saída
de pessoas a bordo das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem
como da movimentação de mercadorias nos portalós, rampas, porões,
conveses, plataformas e em outros locais da embarcação; e
• Bloco - a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes
e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo de
pequena monta e serviços correlatos.
Hugo Goes 96
Regime Geral de Previdência Social
97 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 98
de afastamento em decorrência da percepção de auxílio-doença (Lei 8.213/91,
art. 11, §7°).
Para verificar se a quantidade de trabalhadores contratados pelo segurado
especial ultrapassa ou não o limite estabelecido em lei, multiplica-se a quantidade
de trabalhadores pela quantidade de dias trabalhados. O resultado dessa multi-
plicação não pode superar 120.
Uma das condições necessárias para que a pessoa física possa enquadrar-se
como segurado especial é que seja residente no imóvel rural ou em aglomerado
urbano ou rural próximo a ele.
Considera-se que o segurado especial reside em aglomerado urbano ou
rural próximo ao imóvel rural onde desenvolve a atividade quando resida no
mesmo município de situação do imóvel onde desenvolve a atividade rural, ou
em município contíguo ao que desenvolve a atividade rural (RPS, art. 9°, §20).
99 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
De acordo com a Lei 11.959/2009, art. lO,§ 1°, as embarcações que operam
na pesca comercial se classificam em:
Assim, para o pescador ser considerado segurado especial, ele deve, indi-
vidualmente ou em regime de economia familiar, fazer da pesca sua profissão
habitual ou meio principal de vida, desde que: (a) não utilize embarcação; ou (b)
utilize embarcação com arqueação bruta menor ou igual a 20 (vinte).
Será considerado como contribuinte individual o pescador que trabalha
em regime de parceria, meação ou arrendamento, em embarcação que possui
arqueação bruta maior que 20 (RPS, art. 9°, § 15, XI).
Arqueação bruta (AB) é a expressão do tamanho total de uma embarcação,
de parâmetro adimensional, determinada de acordo com o disposto na Convenção
Marítima Internacional sobre Arqueação de Navios (1969) e normas nacionais,
sendo função do volume de todos os espaços fechados.
Considera-se assemelhado ao pescador artesanal aquele que realiza ativi-
dade de apoio à pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e de reparos
de artes e petrechos de pesca e de reparos em embarcações de pequeno porte ou
atuando no processamento do produto da pesca artesanal (RPS, art. 9°, § 14-A).
O pescador profissional que exerça sua atividade exclusiva e ininterrupta-
mente, de forma artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar,
fará jus ao benefício de seguro-desemprego, no valor de um salário mínimo
101 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 102
Regime Geral de Previdência Social
De acordo com o art. 11, §8°, da Lei 8.213/91, não descaracteriza a condição
de segurado especial:
47 STJ, AR 2011/SP, Rei. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 3• Seção, D)e 03/02/2010.
103 Capftulo 3
Manual de Direito Previdenciário
De acordo com o art. 12, §10, da Lei 8.212/91, não é segurado especial o
membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se
decorrente de:
48 Lei 8.212/91, art. 12, §13. O disposto nos incisos III e V do §10 e no §14 deste artigo não dispensa o recolhi-
mento da contribuição devida em relação ao exercício das atividades de que tratam os referidos incisos.
49 Idem.
50 Lei 8.212/91, art. 12, §9" NLo descaracteriza a condição de segurado especial:(!) a outorga, por meio de
contrato escrito de parceri,,, meação ou comodato, de até 50% de imóvel rural cuja área total não seja
superior a 4 módulos fisca;.s, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva ativi-
dade, individualmente ou em regime de economia familiar;( ... )
51 STJ, AgRg no REsp 980782!Sf', Rei. Min. Napoleão Nunes Maia filho, 5• T., Dje 04/10/2010.
105 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
De acordo com o art. 11, §10, da Lei 8.213/91, o segurado especial fica
excluído dessa categoria:
52 STJ, AgRg no REsp 1267186/ RS, Rei. Min. Og Fernandes, 6" Turma, Dk 0·1110/2012.
107 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
53 STJ, AgRg no AREsp 47907/MG, Rei. Min. Sebastião Reis Júnior, Ofe 28/03/2012.
54 STJ, AgRg no REsp 1083346 I PB, Rei. Min. Og Fernandes, 6' T., Dje 16/11/2009.
HugoGoes 108
Regime Geral de Previdência Social
109 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 110
Regime Geral de Previdência Social
111 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
em igual número, acionistas ou não, eleitos pela Assembleia Geral (Lei 6.404/76,
art. 161, §1").
Toda sociedade anônima será obrigada a ter um conselho fiscal (Lei
6.404/76, art. 161), e todos os seus membros serão segurados obrigatórios do RGPS,
na categoria de contribuinte individual (RPS, art. 9°, §15, V).
113 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
XII. a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica
de natureza urbana, com fins lucrativos ou não.
Este é o autônomo propriamente dito. O trabalho prestado pelo trabalhador
autônomo pode ter natureza contínua, porém sem subordinação, pois ele trabalha
por conta própria, assumindo os riscos de sua atividade econômica.
O elemento fundamental que distingue o trabalhador autônomo do empre-
gado é a subordinação: empregado é trabalhador subordinado (está sujeito ao poder
de direção do empregador), ao passo que o autônomo não é subordinado.
A expressão com fins lucrativos ou não refere-se à atividade do tomador
do serviço, daquele para quem o autônomo presta o serviço, que pode ser uma
empresa ou uma família, e não a atividade em si do próprio autônomo.
São exemplos de trabalhador autônomo: o dentista, o médico, o contador, o
advogado etc. Nada impede, porém, que os profissionais aqui elencados trabalhem
como empregados, bastando, para isso, que eles prestem seus serviços de forma
não eventual e com subordinação.
115 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
Se um advogado, por exemplo, for contratado para prestar serviço para uma
empresa três vezes por semana, sempre nos mesmos dias e horários predeterminados,
será considerado empregado, e não autônomo. Diversamente, será considerado tra-
balhador autônomo, se couber ao próprio advogado definir os dias e os horários em
que prestará os serviços, conforme sua conveniência ou sua agenda.
117 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
XVIII. aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce
pequena atividade comercial em via pública ou de porta em porta,
como comerciante ambulante, nos termcs da Lei 6.586/78.
XlX. aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria,
a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, sem fins lucrativos.
A pessoa da qual cuida esse dispositivo é muito parecida com o segurado
empregado doméstico, afastando-se dessa categoria pelo fato de não haver con-
tinuidade na prestação dos seus serviços.
Aqui, os serviços também são prestados a uma pessoa física ou a uma famí-
lia, no âmbito residencial do contratante, em atividades que não visam lucro para
o contratante. Porém, não há a continuidade dos serviços prestados.
A pessoa que presta esse tipo de serviço é normalmente conhecida como
diarista.
Nos termos do art. 1° da Lei Complementar 150/2015, para que haja conti-
nuidade é necessário que o serviço doméstico seja prestado ao mesmo empregador
por mais de 2 (dois) dias por semana. Comprovando-se o labor por somente dois
dias na semana, configura-se o caráter descontínuo da prestação de serviço. Se a
prestação do serviço doméstico for descontínua (é o caso da diarista), o trabalha-
dor não será empregado doméstico, e sim contribuinte individual.
119 Capítulo3
Manual de Direito Previdenciário
121 Capítulo3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 122
Regime Geral de Prevtdencta ~ocial
123 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 124
Regime Geral de Previdência Social
Observação:
Em regra, para que o empresário individual possa optar pela sistemática
de recolhimento aplicada ao MEl, ele não pode contratar empregados
(LC 123/06, art. 18-A, §4<•, IV). Todavia, poderá se enquadrar como MEI
o empresário individual que possua um único empregado que receba
exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o piso salarial da categoria
profissional (LC 123/06, art. 18-C).
Exemplo 1:
Mateus, empregado do Banco Alfa, passou a exercer o mandato de pre-
sidente do sindicato dos bancários. Nesta situação, independentemente
de sua remuneração ser paga pelo sindicato, pelo banco on por ambos,
Mateus continua sendo segurado obrigatório do RGPS como empregado.
125 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
Exemplo 2:
Joaquim, pequeno produtor, residente no imóvel rural com área de 3 módu-
los fiscais, explora atividade agropecuária em regime de economia familiar.
Nessa condição, Joaquim é segurado obrigatório do RGPS coino segurado
especial. Passando a exercer o mandato de presidente do sindicado dos
trabalhadores rurais do seu município, ele manterá a condição de segu-
rado especial, ainda que receba alguma remuneração paga pelo sindicato.
HugoGoes 126
'''-~'"''- ..................................... ~.~-··-·- ---·-·
127 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
2.3 Dependentes
A Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, deu uma nova redação aos incisos I e
III do art. 16 da Lei 8.213/91. A nova redação é a seguinte:
Mas a Lei 13.146/2015, conforme o seu art. 127, somente entrará em vigor
após decorridos 180 dias de sua publicação oficial. A Lei 13.146/2015 foi publicada
no Diário Oficial da União no dia 7 de julho de 2015.
129 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
2.3.1 Cônjuge
HugoGoes 130
1\C:':::;~IIIIC \,JÇIOI U\;.. I 1"-VI'\,...1'--'''-''-"" .._,...,.._.,....,,
59 STJ, AgRg no REsp 1015252/RS, Rei. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 25/04/2011.
60 STJ, AgRg no AREsp 101062/ RJ, Rei. Min. Humberto Martins, 2• Turma, DJe 13/12/2012.
131 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
Diante do exposto, conclui-se que poderá ser concedida pensão por morte,
apesar do instituidor ou dependente (ou ambos) serem casados com outrem, desde
que comprovada a separação de fato ou judicial e a vida em comum.
O art. 372 da IN INSS 77/2015 regula a situação em que cônjuge e compa-
nheiro pleiteiam pensão por morte do mesmo instituidor nos seguintes termos:
til STF, RE 397762/BA, Rei. Min. Marco Aurélio, 1' T., D/12/09/2008.
62 STF, RE 545199 AgR I RJ, Rel. Min. Ellcn Gracie, 2 'T., D)c-237, 18/12/2009.
133 Capitulo 3
Manual de Direito Previdenciário
classe I). Veja que não há necessidade ele comprovação de dependência econômica,
bastando comprovar a união estável.
A Portaria MPS 513/2010, art. ] estabelece que, :10 âmbito do RGPS, os
0
,
2.3.4 Filhos
63 STF, RE 477554 AgR/MG, Rel. Min. Celso de Mello, 2" T., DJe-164, 25/·JS/2011.
HugoGoes 134
Regime Geral de Previdência Social
De acordo com o disposto no art. 5" do novo Código Civil, "a menoridade
cessa aos I 8 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os
atos da vida civil". Apesar disso, para fins previdenciários, os filhos, as pessoas a
eles equiparadas e os irmãos que não se emanciparem continuam sendo dependen-
tes do segurado até os 21 anos de idade. A redução promovida pelo novo Código
Civil da maioridade de 21 para 18 anos (aquisição da plena capacidade civil), em
nada altera a situação dos dependentes previdenciários (filhos, equiparados a filhos
e irmãos). Isto porque o art. 16 da Lei 8.213/91 não fala em capacidade, mas em
menor de 21 anos, não tendo sido revogado pelo Código Civil neste particular. 65
No caso de filho inválido, mesmo que seja maior de 21 anos, continua sendo
dependente do segurado, desde que não seja emancipado. Todavia, se a emanci-
pação ocorrer por motivo de colação de grau em curso superior, o filho inválido
não perde a condição de dependente.
A invalidez tem de existir no momento em que implementado o requisito
exigido como condição para a concessão do benefício. Assim, a pensão por morte
somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha ocorrido antes da
emancipação ou de completar a idade de vinte e um anos, desde que reconhecida
ou comprovada, pela perícia médica do INSS, a continuidade da invalidez até a
data do óbito do segurado (RPS, art. 108). Por exemplo: Joaquim, segurado do
RGPS, faleceu, deixando um filho de 22 anos de idade chamado João. Um ano
135 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
após a morte de Joaquim, João tornou-se inválido. Nessa situação, João não tem
direito à pensão por morte.
Situação diferente é a do dependente que recebe benefício de pensão por
morte na condição de menor e que, no período anterior à emancipação, ou antes
de completar 21 anos de idade, torna-se inválido. Nessa hipótese, o dependente terá
direito à manutenção do benefício, independentemente da invalidez ter ocorrido
antes ou após o óbito do segurado. Por exemplo: Madalena, segurada do RGPS,
faleceu, deixando um filho de 15 anos de idade chamado Pedro. A partir da data
do óbito de Madalena, Pedro passou a receber pensão por morte. Aos 17 anos,
Pedro tornou-se inválido. Quando Pedro tornou-se inválido, ele ainda não era
emancipado. Nessa situação, Pedro receberá a pensão por morte enquanto durar
a invalidez, mesmo depois de completar 21 anos de idade.
No caso ele filho que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne
absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, mesmo que
seja maior de 21 anos, continua sendo dependente do segurado. Caso já tenha
sido reconhecida judicialmente tal situação, para considerar este filho como bene-
ficiário na qualidade de dependente não será necessária a realização de perícia
médica. Para tal fim, a declaração judicial já é suficiente.
O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempre-
endedor individual, não impede a concessão ou manutenção da parte individual
ela pensão do dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência
grave (Lei 8.213/91, art. 77, § 6°). Ou seja, mesmo que passe a exercer atividade
remunerada, esse filho permanece com a qualidade de dependente mantida.
137 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
Já as Turmas da 3" Seção (5" e 6" Turmas), por outro lado, continuam enten-
dendo que, em face da alteração introduzida no art. 16, §2°, da Lei 8.213/91, pela Lei
9.528/97, o §3° do art. 33 da Lei 8.069/90 não se aplica aos benefícios previdenciários,
que são regidos por legislação própria. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:
66 STJ, RMS 36034 I tvn: Rel. Min. Benedito Gonçalves, I' Seção, Dje 15/04/2014.
HugoGoes 138
Regime Geral de Previdência Social
2.3.6 Os pais
2.3.7 Irmãos
67 STJ, AgRg no REsp 1141788/ RS. Ministro Rogerio Schietti Cruz, 6• Turma, Dje 24/11/2014.
68 STJ, AgRg no AREsp 136451/ MG, Rel. Min. Castro Meira, 2• Turma, Dje 03/08/2012.
139 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
3 Filiação do segurado
4 Inscrição do segurado
141 Capítulo 3
IVIUIIUOI UC LJIIt'llU í!l-!VfUeflCiano
5 Inscrição do dependente
Incumbe ao dependente promover a sua inscrição quando do requerimento
do benefício a que estiver habilitado (Lei 8.213/91, art 17, §l ").
143 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
Exemplo:
João é ocupante do cargo efetivo de delegado de Polícia Federal, mas,
atualmente, está cedido ao Estado de Pernambuco, ocupando o cargo em
comissão de secretário de Segurança Pública. Nesta situação, João con-
tinua vinculado ao Regime Próprio de Previdência da União, vale dizer,
continua excluído do RGPS.
Exemplo:
Lucas, servidor ocupante de cargo efetivo no âmbito federal, em razão
da compatibilidade de horáriq, exj.'!rce, co!lc()mita!ltewent~~Jn'\~~~t<?. de
vereador. Nesta situação, Lucas, em ra:zâ9 àe.exercício do canso,efetivo, é
segurado obrigatório do Regime Próprio de Previdência da União,.e em
razão do exercício do mandato de vereador, é segurado o~rigatÓrio do
RGPS. Assim, Lucas será obrtgido ~ pagaf;&lntiibuiÇõ~s pté<ciid~~éi.arfas
para os dois regimes, tendo também a. pos.sibilidade de vir ater duas apo-
sentadorias (uma do regime próprio e outra do RGPS).
Exercícios de Fixação
145 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
40. (Técnico da Receita federal/ESAF/2006) Não está previsto, em caso algum, como
segurado empregado obrigatório da Previdência Social do Brasil.
a) o trabalhador contratado no exterior para trabalhar no Brasil em empresa
constituída e funcionando em território nacional segundo as leis brasileiras
com salário estipulado em moeda estrangeira.
b) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar
como empregado no exterior, em sucursal ou em agência de empresa constitu-
ída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País.
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para traba-
lhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, com maioria de
capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que
tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter
permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domicilia-
das e residentes no Brasil.
HugoGoes 146
Keg1me Geral ae r-rev1aene~a :>üUdl
147 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 148
Regime Geral de Previdência Social
46. (SEGER-ES/Cespe/2013) A respeito das normas que tratam elos segurados elo
RGPS e dos regimes próprios de previdência social (RPPS) e de seus dependentes,
assinale a opção corrrla.
a) Atendidas as condições previstas na lei de regência, é possível a filiação de
estrangeiros ao RGPS. Entre os brasileiros natos, ficam excluídos desse regime
todos os servidores civis ocupantes de cargo efetivo da União, de estado, do
Distrito Federal cu de município.
b) A CF faculta a filiação ao RGPS ou ao respectivo RPPS aos servidores ela
União, de estado, do Distrito Federal ou de município que ocupem, exclusi-
vamente, cargo em comissão, cargo temporário ou emprego público.
c) O pequeno produtor rural que exerça suas atividades em regime de economia
familiar será filiado obrigatório do RGPS na condição de segurado especial,
enquanto seus filhos maiores e cônjuge que trabalhem na mesma condição
serão filiados obrigatórios do RGPS como segurados empregados.
d) É obrigatória a filiação ao RGPS de pessoa física que exerça atividade remu-
nerada, salvo se, por conta dessa atividade, já for vinculada a algum RPPS.
e) Os beneficiários do RGPS classificam-se como segurados e dependentes.
A lei, entretanto, disciplina a inscrição apenas elos segurados, ficando seus
dependentes dispensados da inscrição, mesmo no momento elo requerimento
elo benefício a que fizerem jus.
149 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 150
Regirne Geral de Previdência Social
50. Com relação às normas que regem o RGPS, assinale a opção correta.
a) A idade mínima para a filiaçiío no RGPS é dezesseis anos de idade, não pre-
vendo a lei qualquer exceçiío.
b) Considera-se presumida, não necessitando, portanto, de comprovação, a
dependência econômica do cônjuge, do companheiro, da companheira, dos
pais e dos filhos não emancipados.
c) A perda da qualidade de segurado implica a perda automática das contribui-
ções efetuadas no período anterior, para fins de carência.
d) Para efeito do cálculo do salário de benefício na aposentadoria por tempo de
contribuição, o valor do fator previdenciário será inversamente proporcional
ao tempo de contribuição.
e) É vedada a contratação de menor de !8 (dezoito) anos para desempenho de
trabalho doméstico.
151 Capítulo3
Manual de Direito Previdenciário
153 Caoítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
63. (TRT-6•/FCC/2012) Nos termos da Lei n" 8.21311991, NÃO são beneficiários do
Regime Geral de Previdência Social, na condi~~ão de dependentes elo segurado:
a) os seus pais.
b) o seu irmão inválido de 30 anos.
c) o seu irmão não emancipado menor de 21 anos.
d) o companheiro que mantém união estável.
e) o enteado menor ainda que não comprovada a dependência econômica do
segurado.
155 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 156
Regime Geral de Previdência Social
157 Capítulo 3
Manual de Direito Previdenciário
159
Manual de Direito Previdenciário
70 ST), AgRg no Ag 1407206/PR, Rei. Min. Maria Thcreza de Assis Moura, DJe 26110/2011.
HugoGoes 160
Manutenção e perda das qualidades de segurado e de dependente
71 STJ, AgRg na Pet 8694 I PR, Rei. Min. Jorge Mussi, 3' Seção, DJe 09/10/2012.
161 Capítulo4
JVIdflUdl ae u1re1ro nev1aenCJano
HugoGoes 162
Manutenção e perda das qualidades de segurado e de dependente
Exemplo:
Joaquim, segurado facultativo, recolheu suas contribuições previdenciá-
rias relativas aos meses de março de 2014 a janeiro de 2015. A partir de
fevereiro de 20J5, Joaquim não recolheu mais nenhuma contribuição.
Quando ocorrerá a perda da qualidade de segurado?
a) O segurado facultativo mantém a qualidade de segurado, indepen-
dentemente de contribuições, por até 6 meses após a cessação das
contribuições;
b) No caso em tela, esse prazo de 6 meses começa a ser contado a partir
de fevereiro de 2015 e termina em julho de 2015;
c) O mês imediatamente posterior ao término do prazo de 6 meses é o
mês de agosto de 2015;
d) A data de vencimento da contribuição relativa ao mês de agosto de
2015 é o dia 15/09/2015;
e) Assim, o dia que Joaquim perderá a qualidade de segurado será o dia
16/09/2015.
163 Capítulo4
Manual de Direito Previdenciário
Exemplo:
Sebastiana trabalhou como empregada da empresa Moda Moderna Ltda.,
durante o período de 24/03/1984 a 30/08/2000. A partir de setembro de 2000,
ela não exerceu mais nenhuma atividade remunerada, nem recolheu contri-
buições como segurada facultativa. Em 19/04/2011, Sebastiana completou 60
anos de idade. Neste caso, mesmo tendo perdido a qualidade de segurada, ela
terá direito à aposentadoria por idade, pois tem a idade mínima exigida por
lei (60 anos para mulher) e cumpriu a carência de 180 contribuições mensais.
Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado que
falecer após a perda desta qualidade, salvo se preenchidos os requisitos para
obtenção da aposentadoria (Lei 8.213/91, art. 102, §2"). No exemplo acima, caso,
após a data de aniversário de 60 anos, Sebastiana venha a falecer, antes de se apo-
sentar, os seus dependentes terão direito à pensão por morte, pois já tinham sido
preenchidos os requisitos para obtenção da aposentadoria. Se falecer após a data
165 Capítulo4
Manual de Direito Previdenciário
perder tal qualidade se deixasse de exercer a atividade por um prazo superior aos
previstos no art. 15 da Lei 8.213/91.
No entanto, a Turma Nacional de Uniformização da jurisprudência dos
Juizados Especiais Federais (TNU) também tem entendimento semelhante ao do
INSS, como se pode observar no seguinte julgado:
73 TNU, PEDILEF200563020132909, Rei. juíza Federal Simone dos Santos Lemos Fernandes, DOU 09/12/2011.
74 TNU, PEDILEF 200633007144762, Rei. Juiz Federal Vladimir Santos Vitovsky, DOU 18/05/2012.
167 Capítulo4
Manual de Direito Previdenciário
Exemplo 1:
João, filho de um segurado do RGPS, tornou-se inválido aos 19 anos de
idade. Quando ele tinha 27 anos de idade, seu pai faleceu. Nesse caso, João
terá direito à pensão por morte, pois a invalidez se deu antes de completar
21 anos.
Exemplo 2:
Francisco, filho de um segurado do RGPS, casou aos 17 anos de idade e
tornou-se inválido aos 19 anos de idade. Quando Francisco tinha 22 anos
de idade, seu pai faleceu. Nesse caso, Francisc() não terá direito à pensão
po~ morte, pois a invalidez ocorreu depois da emancipação.
Exemplo 3:
Pedro, filho de um segurado do RGPS, tem 19 an;s de idade, não é inválido e
o
nem tem deficiência mental ou intelectual, mas já é casado. Caso ocorra óbito
do seu pai, Pedro não terá direito a receber pensão por morte, poisnãótern a
qualidade de dependente, já que é emancipado emdecorrência do casamento.
Exemplo4:
Marcos, filho de segurado do RGPS, colou grau em curso de ensino supe-
rior quando tinha 19 anos de idade e ficou inválido quando tinha 20 anos
de idade. Nesse caso, ele manterá a qualidade dependente mesmo. após
completar 21 anos de idade.
De acordo com o art. 77, § 2°, li, da Lei 8.213/91, na redação dada pela Lei
13.135/2015, a emancipação não é motivo para a cessação da cota individual da
pensão por morte que o filho ou irmão esteja recebendo. Assim, para a obtenção
do benefício, no momento do óbito do segurado, o filho não poderá ser emanci-
pado. Caso haja emancipação posterior ao óbito, tal fato será irrelevante, podendo
o filho manter o benefício até os 21 anos de idade.
169 Capítulo4
Manual de UJreJto l.)revJdencíàrío
Exemplo:
Na data da óbito do segurado Paulo, o seu filho Pedrinho, que não é inválido
nem tem deficiência mental ou intelectual, tinha 17 anos de idade. Depois
da morte do seu pai, Pedrinho ficou recebendo o benefício de pensão por
morte. Se Pedrinho casar antes de completar 21 anos de idade, ele conti-
nuará recebendo o benefício até completar 21 anos, pois a emancipação
não é causa de cessação da cota individual da pensão por morte.
Exercícios de Fixação
171 Capítulo4
Manual de Direito Previdenciário
173 Capítulo4
Manual de Direito l)revidenciário
~ Aposentadoria especial
Quâ.titoao
~
tseguraclo Ap()sentaôoria da pessoa
~
com deficiência
~ Benefícios
.Prestações ~ Auxílio" doença
doRGPS
~ Au~ílio~acidente
~ Sal~.rio,família
~ Salário-maternidade
-> 9,!!~~fg.~Ç!; ..
.· -+ Pensão por morte
•d . :.·.e.··. .n.··.a. . e. :n. t.e
...·e.··r.
r:· ·
. .·•. -+ Auxíil. o:::redusão
-+ R;ê~b~Íita:ção profissional
-+ ·s~ivJÇti~'sodaf
175
Manual de Direito Previdenciário
Observação:
• Prestação é o gênero, benefício e serviço são as espécies.
• Benefícios são prestações pecuniárias, ou seja, pagas em dinheiro.
• Serviços são bens imateriais postos à disposição dos beneficiários.
• Os benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão são direitos dos
dependentes do segurado. Os demais benefícios são direitos do segurado.
• A reabilitação profissional e o serviço social são serviços prestados tanto
ao segurado como aos seus dependentes.
Aposentadoria
Sim Sim Sim Sim Não
por invalidez
Aposentadoria
Sim Sim Sim Sim Não
por idade
Aposentadoria
por tempo de Sim Sim Sim (Obs. 1) Obs. 2 Não
contribuição
Aposentadoria
Sim Não Não (Obs. 3) Não Não
especial
Aposentadoria
por tempo de
contribuição Sim Sim Sim (Obs. 1) Obs. 2 Não
da pessoa com
deficiência
Aposentadoria
por idade da
Sim Sim Sim Sim Não
pessoa com
deficiência
Salário-
Sim Sim Sim Sim Não
maternidade
Pensão por
Não Não Não Não Sim
morte
Auxílio-reclusão Não Não Não Não Sim
Observação:
1) O segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem
relação de trabalho com empresa ou equiparado, o microempreendedor
individual e o segurado facultativo que contribuam com a alíquota de 11%
ou 5% sobre um salário mínimo não farão jus à aposentadoria por tempo
de contribuição (Lei 8.213/91, art. 18, §3°), nem à aposentadoria por tempo
de contribuição da pessoa com deficiência (RPS, art. 70-B e art. 199-A).
2) O segurado especial somente terá direito à aposentadoria por tempo de
contribuição e à aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com
deficiência se contribuir, facultativamente, com a alíquota de 20% sobre o
salário de contribuição (RPS, art. 39, §2°, II e art. 70-B, parágrafo único).
3) A pessoa física filiada a cooperativa de trabalho ou de produção, mesmo
sendo considerada contribuinte individual, faz jus ao benefício da apo-
sentadoria especial.
Reabilitação
Sim Sim Sim Sim Sim
profissional
1 Conceitos introdutórios
177 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
1.1 · Carência
HugoGoes 178
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
Exemplo:
Rosa na, comprovadamente, trabalhou na condição de empregada rural no
período de 03/1971 a 03/1991, sem recolhimento de contribuições previden-
ciárias. No período de 04/2005 a 04/2015, ela trabalhou como empregada
do Banco Alfa S.A. Nesse caso, Rosana já tem 30 anos de contribuição,
mas ainda não pode aposentar-se por tempo de contribuição, pois não tem
a carência de 180 contribuições mensais.
179 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
27, II). No entanto, sendo paga a primeira contribuição sem atraso, as contribui-
ções referentes a competências posteriores, mesmo que sejam pagas com atraso,
serão consideradas para efeito de carência.
Por força de decisão judicial proferida na Ação Civil Pública - ACP
2009.71.00.004103-4, para benefícios requeridos a partir de 19 de setembro de 2011,
fica garantido o cômputo, para fins ele carência, do período em gozo de benefício
por incapacidade, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, desde que
intercalado com períodos de contribuição ou atividade:
75 ST), REsp 1414439 I RS, Rei. Min. Rogerio Schietti Cruz, 6' Turma, D)e 03/11/2014.
76 STF,RE 771577 AgR/ SC, Rei. Min. DiasToffoli, I' turma, D)e-213, Divulg 29/10/2014, Public30/10/2014.
181 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
77 ST), AgRg no REsp 706790/PR, Rei. Min. Paulo Gallotti, 6• T, D) 13/06/2005, p. 373.
78 STJ, AgRg no REsp 496686/SP, Rei. Min. Felix Fischer, S• T, D) 28/10/2003, p. 336.
183 CapítuloS
Manual de Jir"'ito Previdenciário
Carência
Aposentadoria por idade, por tempo
de contribuição, especial e da pessoa Em regra, 180 contribuições mensais.
com deficiência.
Aposentadoria por invalidez e auxí-
Em regra, 12 contribuições mensais.
1io-doença.
Para as seguradas contribuinte indivi-
Salário-maternidade. dual, especial e facultativa: lO contribui-
ções mensais.
Observação:
Joaquim inscreveu-se no RGPS como segurado facultativo e recolheu, sem
atraso, lO contribuições mensais. Em virtude de dificuldades financeiras,
passou 9 meses sem recolher suas contribuições, perdendo, assim, a quali-
dade de segurado. Passadas as dificuldades financeiras, Joaquim voltou a
contribuir, readquirindo a qualidade de segurado. Após ter recolhido mais
3 contribuições mensais, Joaquim adoeceu, ficando incapacitado para suas
atividades habituais por mais de 15 dias. A enfermidade que incapacitou o
segurado não está relacionada na lista de doenças em que a carência é dis-
pensada. Nesta situação, Joaquim não terá direito ao auxílio-doença, pois
a partir da nova filiação não recolheu, no mínimo, um terço do número
de contribuições exigidas para o cumprimento da carência do benefício.
185 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
1991 60 meses
1992 60 meses
1993 66meses
1994 72 meses
1995 78 meses
1996 90 meses
1997 96 meses
1998 102 meses
1999 108 meses
2000 114 meses
2001 120 meses
2002 126 meses
2003 132 meses
2004 138 meses
2005 144meses
2006 150 meses
2007 156 meses
HugoGoes 186
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
Observação:
Joaquim, segurado inscrito no RGPS em 20/07/1991, completou 65 anos de
idade em 05/01/2007. Em novembro de 2007, ele completou a quantidade de
156 contribuições mensais recolhidas. Em janeiro de 2008, ele protocolizou
o requerimento de sua aposentadoria por idade. Assim, no ano de 2007,
Joaquim já havia implementado todas as condições necessárias à obten-
ção da aposentadoria por idade. Embora tenha requerido a aposentadoria
somente em 2008, o período de carência exigido é de 156 contribuições
mensais (carência correspondente ao ano de 2007), em respeito ao direito
adquirido. Nessa situação, Joaquim terá direito a receber aposentadoria
por idade a partir da data do requerimento do benefício.
187 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
79 STJ, REsp 1412566/ RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2' Turma, OJc 02/04/2014.
189 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
r~!t~lil~fl-y"'
Até 30/12/2018 95 85
De 31/12/2018 a 30/l2/2020 96 86
De 31/12/2020 a 30/l2/2022 97 87
35 30
De 31/12/2022 a 30/12/2024 98 88
De 31/12/2024 a 30/l2/2026 99 89
A partir de 31/12/2026 100 90
Exemplo:
Em dezembro de 2015, Ofélia completou 55 anos de idade e 25 anos de
contribuição como professora do ensino fundamental. Nesse caso, para fins
de enquadramento na tabela, Ofélia tem 85 pontos (25 + 55 + 5). Assim,
em dezembro de 2015, ela já pode optar pela não incidência do fator pre-
videnciário no cálculo de sua aposentadoria por tempo de contribuição.
191 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
2" passo: escolher os 80% maiores salários de contribuição (ou seja, escolher
os 160 maiores salários de contribuição, pois 80% de 200 = 160);
3" passo: somar os valores dos 160 salários de contribuição que foram
escolhidos;
4" passo: dividir o resultado obtido no passo anterior por 160 (aqui, encon-
tramos o valor do salário de benefício);
5" passo: multiplicar o resultado obtido no passo anterior por 91% (aqui,
encontramos o valor da renda mensal inicial do auxílio-doença). Mas vale frisar
que o auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos
doze salários de contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se
não alcançado o número de doze, a média aritmética simples dos salários de con-
tribuição existentes (Lei 8.213/91, art. 29, § lO).
O valor do salário de benefício não será inferior ao de um salário mínimo,
nem superior ao limite máximo do salário de contribuição na data de início do
benefício.
Não será considerado, no cálculo do salário de benefício, o aumento dos
salários de contribuição que exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente
concedido nos 36 meses imediatamente anteriores ao início do benefício, salvo
se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção regulada por
normas gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho, de sentença nor-
mativa ou de reajustamento salarial obtido pela categoria respectiva (Lei 8.213/91,
art. 29, § 4").
Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefício por
incapacidade, considerar-se-á como salário de contribuição, no período, o salário
de benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas
mesmas épocas e nas mesmas bases dos benefícios em geral, não podendo ser infe-
rior ao salário mínimo nem superior ao limite máximo do salário de contribuição.
193 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Aposentadoria por idade e aposen- Média aritmética simples dos maiores salários
tadoria por tempo de contribuição. de contribuição correspondentes a 80% de todo
o período contributivo decorrido desde a com-
petência julho de 1994, multiplicada pelo fator
previdenciário.
Na aposentadoria por ida:ie, o fator previdenciá-
rio só será aplicado se resultar em renda mensal
de valor mais elevado.
Aposentadoria por invalidez, apo- Média aritmética simples dos maiores salários
sentadoria especial, auxílio-doença de contribuição correspo::1dentes a 80% de todo
e auxílio-acidente. o período contributivo decorrido desde a com-
petência julho de 1994.
80 ST), REsp 111434:> I RS, Rel. Min. Maria 1hereza de Assis Moura, 6' Turma, DJe 06/12/2012.
195 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Vale frisar que a regra do §2° do art. 3° da Lei 9.876/99 aplica-se somente
para aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e aposentadoria especial.
Ou seja, para os demais benefícios, não há a exigência de divisor mínimo no cál-
culo da média aritmética. Assim, no exemplo anterior, se em vez de aposentar-se
por tempo de contribuição, o segurado tivesse sido aposentado por invalidez, o
benefício seria calculado da seguinte forma:
1" passo: atualizar, com base no INPC, todos os salários de contribuição
compreendidos no período de julho de 1994 a fevereiro de 2011 (que nesse exem-
plo são 90 salários de contribuição);
2" passo: escolher os 80% maiores salários de contribuição compreendidos
no período de julho de 1994 a fevereiro de 2011 (ou seja, escolher os 72 maiores
salários de contribuição, pois 80% de 90 = 72);
3o passo: somar os valores dos 72 salários de contribuição que foram escol h idos;
4° passo: dividir o resultado obtido no passo anterior por 72.
HugoGoes 196
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
81 STJ, :\gRg no REsp 1060219 I RS, Rei. Min. Sebastião Reis Júnior, 6" Turma, D)e 19/10/2012.
197 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
onde:
f= fator previdenciário;
Es =expectativa de sobrevida no momento da <õ.posentadoria;
Te = tempo de contribuição até o momento da a~1csentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria; e
a= alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
199 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
cumprido em cada país. Essa parcela a cargo do RGPS pode ser inferior
ao salário mínimo.
e) O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abran-
gida pelo RGPS será devido mesmo no caso de incapacidade apenas
para o exercício de uma delas. Nessa hipótese, o valor do auxílio-doença
poderá ser inferior ao salário mínimo desde que somado às demais
remunerações recebidas resultar valor superior a este (RPS, art. 73, §4°).
Isso é possível porque, nesse caso, o auxílio-doença não está substituído
renda mensal do trabalhador, pois este ainda contará com o rendimento
da atividade para a qual não se incapacitou.
201 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Exemplo:
Tiago aposentou-se em outubro de 2.003. Se o RGPS não tivesse um teto, a
renda mensal inicial de sua aposentadoria seria R$2.000,00, mas por causa
do teto da época, esta ficou limitada a R$1.869,34. Esse segurado terá direito
à revisão do valor de sua aposentadoria. Nesse caso, será aplicado o teto
de R$2.400,00 (fixado pela EC 41/2003), e o valor da renda mensal inicial
da aposentadoria, em vez de R$1.869,34, será R$2.000,00.
Obtida a renda mensal inicial do benefício, este valor deve ser reajustado
periodicamente de modo a preservar o valor real do benefício.
De acordo com o disposto no §4° do art. 201 da Constituição Federal, "é
assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter per-
manente, o valor real, conforme critérios definidos em lei".
Em obediência a esse dispositivo constitucional, o art. 41-A da Lei 8.213/91
determina que o valor dos benefícios em manutenção seja reajustado, anualmente, na
mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas
datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços
ao Consumidor- INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística- IBGE. Para benefícios que estão sendo reajustados pela primeira vez, o
índice será aplicado de forma proporcional entre a data da concessão e a do primeiro
reajustamento. Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ:
85 STF, ARE 707813 ED I RS, Rei. Min. Cármen Lúcia, DJe-199, 10/10/2012.
203 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
86 STJ, AgRg no Ag 905050/SP, Rei. Min. Vasco Della Giustina, 6• Turma, DJe 01/07/2011.
87 STF, RE 537616 AgR I PR, Rei. Mln. Dias Toffoli, DJe-025, 06/02/2012.
88 STF, RE 376145/SC, Rei. Min. Carlos Britto, 1' T, DJ 28/11/2003, p. 15.
89 STJ, EDcl no AgRg no REsp 1146478/ RS, Rei. Min. Laurita Vaz, 5' Turma, DJe 31/10/2012.
90 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Op. cit., p. 462.
91 STF, RE 234779/RJ, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, I' T. DJ 16/04/99, p. 28.
92 STF, AI 594561 AgR/MG. Rei. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 152, de 13/08/2009.
205 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Os benefícios com renda mensal no valor de até t:m salário mínimo serão
pagos no período compreendido entre o quinto dia útil que anteceder o final
do mês de sua competência e o quinto dia útil do mês subscquente, observada a
distribuição proporcional dos beneficiários por dia de pagamento (Lei 8.213/91,
art. 41-A, §3").
Para efeito de pagamento de benefício, considera-se dia útil aquele de expe-
diente bancário com horário normal de atendimento.
O primeiro pagamento do benefício serú efetuado até 45 dias após a data
da apresentação, pelo segurado, da documentaçào necessária à sua concessào (Lei
8.213/91, art. 41-A, §5°).
O pagamento de parcelas relativas a benefícios efetuado com atraso, inde-
pendentemente de ocorrência de mora e de quem lhe deu causa, deve ser corrigido
monetariamente desde o momento em que restou devido, pelo mesmo índice
utilizado para os reajustamentos dos benefícios do RGPS, apurado no período
compreendido entre o mês que deveria ter sido pago c o mês do efetivo pagamento
(RPS, art. 175). Nesse sentido, confira o seguinte julgado do STJ:
93 STJ, AgRg no REsp 1133328/SC, Rei. Min. Napoleão Nunes Ivlaia Filho, 5' T., D}e 22/02/2010.
dos benefl.ciários (RPS, art. 169, §1°). O valor antecipado será ressarcido de forma
parcelada, mediante desconto da renda do benefício.
207 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
209 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
2 Benefícios do RGPS
211 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
95 AgRg no Ag 1370949/RJ, Rcl. Min. Adilson Vieira Macabu, 5' Turma, DJe 02/06/2011.
2.1.3 Beneficiários
213 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
2.1.4 Carência
96 STJ, AgRg no REsp 1089135/MG, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu, DJe 02/06/2011.
215 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
b) Acréscimo de 25%
O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da
assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, podendo chegar,
assim, a 125% do salário de benefício. O acréscimo será devido, ainda que o valor
da aposentadoria ultrapasse o limite máximo do salário de contribuição. Esse
acréscimo cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporado ao valor
da pensão por morte.
O anexo I do Regulamento da Previdência Social relaciona as situações em
que o aposentado por invalidez terá direito à majoração de 25% na renda mensal
de seu benefício. São as seguintes:
l. Cegueira total.
2. Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta.
3. Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores.
4. Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for
impossível.
5. Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível.
6. Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for
impossível.
7. Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgâ-
nica e social.
8. Doença que exija permanência contínua no leito.
9. Incapacidade permanente para as atividades da vida diária.
216
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
c) Salário de benefício
Para a aposentaê.oca por invalidez, o salário de benefício é a média arit-
mética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de
todo o período contributivo.
No cálculo do salário de benefício da aposentadoria por invalidez não se
aplica o fator previdenciário.
Para o segurado filiado à Previdência Social até 28/11/99, véspera da publi-
cação da Lei 9.876/99, só serão considerados para o cálculo do salário de benefício
os salários de contribuição referentes às competências de julho de 1994 em diante.
As competências anteriores a julho de 1994 são, assim, desprezadas para efeito do
cálculo do salário de benefício.
97 ST), REsp 1104004/RS, Rei. Mia. Jorge Mussi, 5·' T., DJc Ol/02/2010.
217 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
dado ser este o momento em que a autarquia previdenciaria toma efetivo conhe-
cimento da pretensão do beneficiário, autor da ação judicia!.9 8
Durante os primeiros 15 dias de afastamento da atividade por motivo de
invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário (Lei 8.213/91,
art. 43, §2°).
98 STJ, AgRg no Ag 1090820 I SI', Rei. Min. Marco Aurélio Bellizze, s• Turma, Dje 25/10/2012.
De acordo com o art. 475 da CLT, "o empregado que for aposentado por
invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas
leis de previdência social para a efetivação do benefício".
Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposenta-
doria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo
da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por
rescisão do contrato de trabalho (CLT, art. 475, §1°).
No campo do Direito do Trabalho há a seguinte discussão: se a aposenta-
doria por invalidez for cancelada após cinco anos, contados da data do início da
aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrup-
ção, o empregado terá direito a retornar ao emprego?
Nos termos do art. 475 da CLT, no caso de aposentadoria por invalidez,
o contrato de trabalho fica suspenso "durante o prazo fixado pelas leis de previ-
dência social para a efetivação do benefício". Todavia, a atual redação do art. 101
da Lei 8.213/91 não estabelece prazo para a efetivação da aposentadoria por inva-
lidez. Assim, se for verificada a recuperação da capacidade de trabalho, mesmo
após cinco anos, a aposentadoria por invalidez poderá ser cancelada. Portanto,
a efetivação da aposentadoria por invalidez nunca ocorrerá e, por conseguinte,
enquanto o benefício durar, não haverá o término do contrato de trabalho.
Todavia, há quem pense diferente. Arnaldo Süssekind entende que a Lei
8.213/91 estabeleceu o prazo máximo gerador da suspensão do contrato de tra-
balho em cinco anos. Para ele, a matéria em foco está explicitada no art. 47 da
precitada lei que faz a seguinte distinção: para o empregado que se reabilitar
antes de cinco anos, a aposentadoria cessa de imediato; já para o empregado que
219 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
221 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
anos da idade exigida para a aposentadoria por idade, desde que trabalhe em
regime de economia familiar.
Para beneficiar-se da redução de cinco anos na aposentadoria por idade,
o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda
que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento
do benefício ou, conforme o caso, ao mês em que cumpriu o requisito etário, por
tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do
benefício pretendido (RPS, art. 51, §1").
Segundo entendimento do STJ, não se deve exigir do segurado rural que
continue a trabalhar na lavoura até as vésperas do dia do requerimento do bene-
fício de aposentadoria por idade, quando ele já houver completado a idade neces-
sária e comprovado o tempo de atividade rural em número de meses idêntico ú
carência do benefício. 100
Caso o trabalhador rural não alcance o tempo mínimo de atividade rural
para fins de aposentadoria, poderá somar este tempo a outros em quaisquer ati-
vidades para fins de aposentadoria por idade pela regra geral. Nesse caso, fará )11s
ao benefício ao completar 65 anos de idade, se homem, e 60 anos, se mulher (Lei
8.213/91, art. 48, §3<>). O cálculo da renda mensal do benefício será apurado com
base no salário de benefício, considerando-se como salário de contribuição mensal
do período como segurado especial o limite mínimo de salário de contribuição
da Previdência Social (Lei 8.213/91, art. 48, §4°).
Ao interpretar os §§3<> e 4° do art. 48 da Lei 8.213/91, incluídos pela Lei
11.718/2008, o STJ tem entendido que, se o trabalhador rural, ao atingir a idade
prevista para a concessão da aposentadoria por idade rural (60 anos, se homem,
e 55 anos, se mulher), ainda não tenha alcançado o tempo mínimo de atividade
rural exigido na tabela de transição prevista no art. 142 da Lei 8.213/1991, poderá,
quando completar 65 anos, se homem, e 60 anos, se mulher, somar, para efeito de
carência, o tempo de atividade rural aos períodos de contribuição sob outras cate-
gorias de segurado, para fins de concessão de aposentadoria por idade "híbrida",
ainda que inexistam contribuições previdenciárias no período em que exerceu
suas atividades como trabalhador rural. A modalidade "híbrida" foi introduzida
pela Lei 11.718/2008 para permitir uma adequação da norma para as categorias
de trabalhadores urbanos e rurais, possibilitando ao segurado especial a soma
do tempo de atividade rural sem contribuições previdenciárias ao tempo de con-
tribuição em outra classificação de segurado, com a finalidade de implementar
100 STJ, AgRg no REsp 1302112 I SI', Rei. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 1' Turma, DJe 29/06/2012.
IOI STJ, REsp 1367479/ RS, Rei. Min. Mauro Campbell Marques, 2• turma, Dje 10/09/2014.
223 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Exemplo 1:
Maria trabalhava como empregada da empresa BetaS,A, desde Ol/03/1980.
Em 01/03/1995, foi demitida e, a partir da.data.d.ademissão,rtãoexer-çeu
mais nenhuma atividade remunerada neni:contdbuiu como segurada
facultativa para a Previdência Social. Eni 2011, Mària:éorrtpletóu 60 a:nos
de idade. Nessa situação, ela terá direito à aposentadori;:tpor idad~, mesmo
tendo perdido a qualidade de segurada, pois conta corri 180 contribuições
mensais (período de 01(03/80 a 01/03/95).
Exemplo 2:
Joaquim b:Xerceu a:üvida:de remunerada e co11friou1para li Previdência dos
16 aos 3l'anos de idade. Assim, quando co&pletar 65 arios deidade, ele
terá direito à aposentadoria por idade, mesmo que, a partir dos 31 anos
de idade, nunca mais exerça atividade remunerada:.
HugoGoes 224
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o
segurado tenha cumprido a carência, quando este completar 70 anos de idade,
se do sexo masculino, ou 65, se do sexo feminino. Nesse caso, aposentadoria por
idade será compulsória, sendo garantida ao empregado a indenização prevista na
legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho
a imediatamente anterior à do início da aposentadoria.
Na situação aqui descrita, a aposentadoria é compulsória sob o ponto de
vista do segurado. A empresa pode requerer, mas não é obrigada a requerer a apo-
sentadoria do segurado com 70 anos de idade (homem) ou 65 (mulher). Assim,
do ponto de vista da empresa, a aposentadoria não é compulsória.
102 STF, AD!n 1721/DF, Rei. Min. Carlos Britto, DJ 29/06/2007. p. i"'.
225 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
2.2.4 Beneficiários
2.2.5 Carência
Exemplo:
João começou a contribuir para a previdência, como segurado facultativo,
na data em que completou 45 anos de idade. Quando completou 65 anos
de idade, João requereu a aposentadoria por idade. Foram computadas
240 contribuições mensais recolhidas pelo segurado. Nesse caso, a renda
mensal do benefício será de 90% do salário de benefício (70% + 20%), pois
João contribuiu durante 20 anos.
103 STJ, Pet 7476/PR, Rel.lvlin. Napoleão Nunes Maia Filho, Djc 25/04/2011.
227 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Como se pode ver, para requerer aposentadoria por idade, o segurado não
precisa desligar-se do emprego.
É bastante comum o segurado ingressar com ação no Judiciário, com pedido
de benefício previdenciário, sem que antes tenha havido o prévio requerimento
administrativo. O STJ tem entendido que o termo inicial dos benefícios previden-
ciários, quando ausente prévia postulação administrativa, é a data da citação do
INSS, dado ser este o momento em que a autarquia previdenciária toma efetivo
conhecimento da pretensão do beneficiário, autor da ação judicial.104 Esse enten-
dimento também deve ser aplicado à aposentadoria por idade.
104 STJ, AgRg no REsp 698757 I SP, Rei. Min. Sebastião Reis Júnior, 6• Turma, DJe 01/08/20!2.
228
Prestações do Regime Geral de Prevídéncía Social
pode desistir do seu pedido de aposentadoria desde que manifeste esta intenção e
requeira o arquivamento definitivo do pedido antes da ocorrência do primeiro de
um dos seguintes atos: (I) - recebimento do primeiro pagamento do benefício; ou
(II)- saque do respectivo FGTS ou PIS (RPS, art. 181-B, parágrafó único).
Assim, a aposentadoria por idade tem caráter definitivo, somente cessando
com a morte do segurado. Contudo, o STJ tem admitido a renúncia à aposen-
tadoria sob regime geral para efeito de aproveitamento elo respectivo tempo de
contribuição em Regime Próprio de Previdência Social. Nesse sentido, confira o
seguinte julgado do STJ
105 STJ, REsp 663336/MG, Rei. Min. Arnaldo Esteves Lima, 5' T, DI 07/02/200H, p. I.
229 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
106 STJ, REsp 310884/RS, Rei. Min. Laurita Vaz, S• T, D) 26/09/2005, p. 433.
107 STJ, REsp 1113682/SC, Rei. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, s• T., D)e 26/04/2010.
108 STF, ADI 3772/DF, Rei. Orig. Min. Carlos Britto, Rei. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, data do
julgamento 29/10/2008.
231 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Exemplo:
Rosana trabalhou durante 20 anos como professora de uma escola de
ensino fundamental. Posteriormente, Rosana deixou de ser professora e
passou a ser empregada do Banco Alfa, onde trabalhou por um período de
4 anos e, em seguida, foi demitida. Hoje, por estar desempregada, Rosa na
inscreveu-se como segurada facultativa, mas ainda não recolheu nenhuma
contribuição. Nessa situação, para aposentar-se por tempo de contribuição,
Rosa na terá de contribuir, ainda, por mais 6 anos, completando, assim, 30
anos ele contribuição. Os 20 anos de contribuição, efetuados na condição
de professora, serão contados sem nenhum acréscimo.
2.3.2 Beneficiários
109 STF, ARE 703S51 AgR I RS, Rei. M in. Dias Toffoli, I' Turma, DJe-239, Divulg 05/12/2012, Public 06/12/2012.
2.3.3 Cat"é
Em regra, a' , '· ·,ia exigida p<;ra ,, , oncessão da aposentadoria por tempo
de contribuição é' l.' i: nmtribuiçôcs nc nsais. Todavia, para os segurados ins-
critos na Previdênc í~1 Social Urbana até 2,1 /U7/9l, bem como para os trabalhadores
e empregadores rurais antes amparados pda Previdência Social Rural, observa-se
a regra de transição pre\·ista no art. 142 da Lei 8.213/91.
De acordo com o art. 3" da Lei 10.666/2003, a perda da qualidade de segurado
não será considerada para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuiçào.
Assim, perdendo a qualidade de segurado e, posteriormente, readquirindo essa qua-
lidade, o segurado poderá aproveitar, para efeito da carência da aposentadoria por
tempo de contribuiçào, todas as suas contribuições anteriores, sem a exigência de
ter que recolher um número de contribui~~iíes equivalente a um terço dessa carência.
Por exemplo: Joaquim, após 32 anos de serviço, foi demitido da empresa
Delta S.A. Há 4 anos que Joaquim está desempregado. Assim, ele já perdeu a qua-
lidade de segurado. Hoje, Joaquim decidiu inscrever-se no RGPS como segurado
facultativo. Nessa situaçào, para ter direito à aposentadoria por tempo de contri-
buição, basta que Joaquim contribua por mais 3 anos. Os 32 anos de contribuição,
anteriores à perda da qualidade de segurado, serão considerados para fins de
carência e de tempo de contribuição.
Antes da vigência da Lei 10.666/2003, de acordo com o exemplo acima
citado, para que Joaquim aproveitasse, para efeito da carência, os 32 anos de
contribuição anteriorc~ :\ perda da qualidade de segurado, teria que, após a nova
filiaçào, recolher 60 contribuições mensais (5 anos de contribuição), o equivalente
a um terço da carência exigida para a apo~cntadoria por tempo de contribuição.
É possível o segurado efetuar 180 contribuições mensais no período de
15 anos. Assim, a exigência de uma carência de 180 contribuições mensais seria,
aparentemente, contraditória, pois o tempo de contribuição exigido é de 35 anos
de contribuição para o homem e 30 anos ck contribuição para a mulher. Mas não
há contradiçào, pois nem tudo que é considerado como tempo de contribuiçào
pode ser aproveitado para efeito de carênc:·
Por exemplo: Rosana, após exercer a medicina por um período de 20
anos, comprovou perante o INSS o exercício autônomo da atividade de médica,
inscreveu-se no RGPS como contribuinte individual e recolheu todas as suas
contribuições em atraso. Nesse caso, Rosana contará com 20 anos de tempo de
contribuição, mas para efeito de carência nenhuma contribuição será contada.
Isso ocorre porque para o contribuinte individual, o período de carência é contado
233 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 234
Prestações do Hegirne Geral de Previdência Social
Exemplo:
Em dezembro de 2015, Asdrúbal completou 60 anos de idade e 30 anos
de contribuição como professor do ensino médio. Nesse caso, para fins de
enquadramento na tabela, Asdrúbal tem 95 pontos (60 + 30 + 5). Assim, em
dezembro de 2015, ele já pode optar pela não incidência do fator previden-
ciário no cálculo de sua aposentadoria por tempo de contribuição.
235 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
239 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
110 ST), E Del na AR 2510/SP, Rei. Min. Adilson Vieira Macabu, D)e 16/06/2011.
111 ST), AgRg no REsp 1247841/ SC, Rei. Min. Maria Thcreza de Assis Moura, 6• Turma, D)e 01/10/2012.
241 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
112 STJ, REsp 524140/SP, Rei. Min. Hélio Quaglia Barbosa, 6·1~ DJ 28/05/2007, p. 404.
HugoGoes 242
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
113 A GFIP será substituída pelo eSocial, na forma a ser disciplinada no Manual de Orientação do eSocial
(Decreto 8.373/2014, art. 2•, § 3•).
243 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
/44
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
114 STJ, EREsp 314908/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Dje 12/02/2010.
115 STJ, AgRg no REsp 1128885/ PB, Rei. Min. Felix Fischer, 5' T. DJe 30/ll/2009.
245 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
No.entanto, vale frisar que o STJ entende ser impossível a utilização de sen-
tença trabalhista homologatória de acordo judicial como início de prova material,
se não fundada em outros elementos que comprovem o labor apontado. 117
Não será admitida prova exclusivamente testemunhal para efeito de com-
provação de tempo de serviço ou de contribuição, salvo na ocorrência de motivo
de força maior ou caso fortuito. Assim, será dispensado o início de prova material
quando houver ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito.
Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de
ocorrência notória, tais como incêndio, inundação ou desmoronamento, que
tenha atingido a empresa na qual o segurado alegue ter trabalhado, devendo ser
comprovada mediante registro da ocorrência policial feito em época própria ou
apresentação de documentos contemporâneos dos fatos, e verificada a correlação
entre a atividade da empresa e a profissão do segurado (RPS, art. 143, §2°).
116 ST), AgRg no Ag 1382384/SP, Rei. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, D)e 27/06/2011.
117 ST), AgRg no AREsp 25553/ PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6• Turma, DJe 13/08/2012.
critérios estabelecidos em lei ". 118 Nos termos do art. 96 da Lei 8.213/91, o tempo
de contribuição será contado de acordo com a legislação pertinente, observadas
as normas seguintes:
L não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições
especiais;
I I. é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade
privada, quando concomitantes;
III. não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para
concessão de aposentadoria pelo outro;
I V. o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação
à Previdência Social só será contado mediante indenização da con-
tribuição correspondente ao período respectivo, com acréscimo de
juros moratórios de 0,5% ao mês e multa de 10%.
118 A compensação financeira entre os regimes de previdência foi regulamentada pela Lei 9.796/99.
247 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
119 STJ, AgRg no REsp 1444003 I RS, rEL. Min. Humberto Martins, 2' Turma, Dje 15/05/2014.
120 STF, RE603581 AgR I SC, Rei. Min. Dias Toffoli, 1• turma, Dje-238, Divulg03/12/2014, Public 04/12/2014.
248
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
121 STJ, AR 2510/SP, Rei. Min. Arnaldo Estcves Lima, 3' Seção, Dje 01/02/2010.
122 STF, MS 26461/DF, Min. Ricardo Lewandowski, Dje 043, de 05/03/2009.
249 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
123 STF, AD!n 1721/DF, Rei. Min. Carlos Britto, DJ 29/06/2007, p. 84.
HugoGoes 250
Prestações do Regime Geral de PrevldenCia ~oc1a1
124 ST), Resp 692628/DF, Rei. ,\1in. Nilson Naves, 6' T. DJ 05/09/2005, p. 515.
251 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
253 Capítulo 5
Entende-se por não ocasional nem intermiten~e a jornada de trabalho na
qual não houve interrupção ou suspensão do exercício de atividades com expo-
sição aos agentes nocivos, ou seja, não foi exercida de forma alternada, atividade
comum e especial.
Vale frisar, porém, que também são considerados períodos de trabalho sob
condições especiais, para fins de concessão de aposentadoria especial, os períodos
de descanso determinados pela legislação trabalhista, inclusive férias, os de afas-
tamento decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria
por invalidez acidentários, bem como os de recebimento de salário-maternidade,
desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exercendo atividade consi-
derada especial. Mas os períodos de afastamento decc-rrentes de gozo de benefício
por incapacidade de espécie não acidentária não serão considerados como sendo
de trabalho sob condições especiais (IN INSS 77/2015, art. 291, parágrafo único).
O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, a efetiva expo-
sição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes
prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo perícdo equivalente ao exigido
para a concessão do benefício. Assim, o fato de pertencer a certa categoria pro-
fissional não é suficiente para definir o direito à aposentadoria especiaL Cada
segurado deve comprovar a efetiva exposição aos agentes nocivos.
Neste benefício, não existe distinção de tempo de trabalho entre homens
e mulheres: todos devem trabalhar durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos,
conforme o caso, sujeitos a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física.
A legislação previdenciária não faz exigência de idade mínima para a con-
cessão da aposentadoria especial.
255 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
HugoGoes 256
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
257 Capítulo 5
1V1anua1 ae U1re1to Previdenciário
125 STJ, AgRg no REsp 1277986/AL, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, D)e 09/11/2011.
126 ST), AgRg no REsp 1284267/RN, Rei. Min. Sebastião Reis Júnior, Dle 15/02/2012.
127 STJ, AgRg no AREsp 174282/ SC, Rei. Min. Humberto Martins, 2' Turma, D)e 28/06/2012.
HugoGoes 258
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
não serão considerados os períodos em que a atividade exercida não estava sujeita
a condições especiais. A mencionada conversão será feita segundo a tabela abaixo:
Exemplo:
Joaquim trabalhou, durante 3 anos, em atividade permanente no subsolo de
minerações subterrâneas em frente de produção. Após deixar essa atividade,
Joaquim trabalhou, durante 20 anos, exposto a radiações ionizantes. De
acordo com o anexo IV do RPS, a primeira atividade exercida por Joaquim
enseja aposentadoria especial aos 15 anos de trabalho, e a segunda, aos 25
anos. A atividade preponderante é a segunda. Nas duas atividades, Joaquim
trabalhava na qualidade de empregado. Nessa situação, Joaquim já tem
direito à aposentadoria especial, pois os 3 primeiros anos de trabalho serão
convertidos utilizando-se o fator 1,67 (de 15 anos para 25 anos). Assim, os 3
primeiros anos de trabalho valem 5 anos (3 x 1,67). Somados aos 20 anos de
trabalho em que o segurado esteve exposto a radiações ionizantes, atinge-se
o total de 25 anos. Dessa forma, está garantida a aposentadoria especial.
A conversão ele tempo entre atividades especiais também pode ser feita pela
utilização de simples regra de três, segundo critérios matemáticos. Aproveitando o
exemplo acima: Joaquim trabalhou 3 anos numa atividade em que a aposentadoria
especial ocorre aos 15 anos de twbalbo. Convertendo esses 3 anos para uma aposen-
tadoria especial ele 25 anos, quantos anos valem o tempo de trabalho de Joaquim?
Resposta:
259 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
128 STJ, AgRg no REsp 746102/SI'. Rei. ~I in. Og Fernandes, 6' T., DI e 07/12/2009.
Exemplo:
Helena,· após 20 anos de trabalho na produção e processamento de
benzeno, foi demitida da empresa Alfa S.A. Há 4 anos Helena está
desempregada. Hoje, Helena decidiu inscrever-se no RGPS como
segurada facultativa. De acordo com o anexo IV do RPS, segurado
exposto a benzeno e seus compostos tóxicos tem direito a aposentado-
ria especial aos 25 anos de trabalho. Nessa situação, Helena não terá
direito à aposentadoria especial, mas para ter direito à aposentadoria
por tempo de contribuição, terá de contribuir durante mais 6 anos,
pois os 20 anos de atividade especial serão convertidos em tempo
de atividade comum utilizando-se o fator 1,2 (de 25 para 30 anos).
Assim, os 20 anos de atividade especial valem 24 anos de atividade
comum. Quando somados aos 6 anos de contribuição como segu-
rada facultativa, atingirá o total de 30 anos de contribuiçfw. Desta
forma, estará garantida a aposentadoria por tempo de contribuição.
261 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
No caso ele servidor público que era celetista (contribuía para o RGPS) e que,
posteriormente, passou a ser estatutário (passando a contribuir para o RPPS), se
ficar comprovado o exercício de atividades especiais no período que ele era cele-
tista, o STF posiciona-se a favor da contagem especial (conversão de tempo especial
para comum) do respectivo período. Nesse sentido, confira o seguinte julgado:
Exemplo:
Leon trabalhou como empregado de uma empresa comercial, durante 14
anos, sem nenhuma exposição a agentes nocivos. Após ser demitido do
primeiro emprego, Leon trabalhou mais 15 anos como empregado de um
hospital, tendo contato com pacientes portadores de doenças infecto-con-
tagiosas e manuseio de materiais contaminados. Essa segunda atividade
dá direito à aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho. Nessa situa-
ção, Leon ainda não tem direito à aposentadoria especial, pois os 14 anos
de atividade comum não podem ser convertidos para atividade especial.
Todavia, Leon já tem direito à aposentadoria por tempo de contribuição,
pois os 15 anos de trabalho em atividade especial serão convertidos para
tempo comum, utilizando-se o fator 1,4. Assim, os 15 anos de atividade
especial valem 21 anos de atividade comum. Somados aos 14 anos que Leon
trabalhou na empresa comercial, atinge o total de 35 anos de contribuição.
Desta forma, estará garantida a aposentadoria por tempo de contribuição.
2.4.6 Beneficiários
263 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
2.4.7 Carência
HugoGoes 264
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
265 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
131 STJ, REsp 663.336/MG, Rei. Min. Arnaldo Esteves Lima, 5' 'I~ DJ 07/02/2008, p. I.
267 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Grave 25 20
Moderada 29 24
Leve 33 28
HugoGoes 268
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
2.5.1.1 Segurado que, após a filiação ao RGPS, torna-se pessoa com deficiência, ou
tem seu grau de deficiência alter·ado
Para o segurado que, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com defici-
ência, ou tiver seu grau de deficiência alterado, o tempo de contribuição será pro-
porcionalmente ajustado e os respectivos períodos serão somados após conversão,
conforme as tabelas abaixo, considerando o grau de deficiência preponderante:
269 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Dica:
Não precisa memorizar a tabela acima. Para calcular o multiplicador de
uma forma rápida e simples, basta dividir o "tempo para" pelo "tempo de".
Por exemplo, para encontrar o multiplicador da conversão de um tempo
de 25 anos para 33 anos, basta dividir 33 por 25, que é igual a 1,32.
Exemplo:
João trabalhou 30 anos como empregado da empresa Delta S.A., na condi-
ção de pessoa com deficiência. Durante os primeiros 8 anos de trabalho, a
deficiência tinha grau leve e nos 22 anos seguintes, grau moderado. Nesse
caso, o grau de deficiência preponderante é o moderado, cuja aposentado-
ria exige, para homem, 29 anos de contribuição. Os primeiros 8 anos serão
multiplicados por 0,88, para fins de ajuste (de 33 para 29), resultando em
7,04 anos. Depois do ajuste, o segurado passa a ter 29,04 anos de contribui-
ção (7,04 + 22 == 29,04). Como a aposentadoria do homem com deficiên-
cia moderada exige, no mínimo, 29 anos de contribuição e João já conta
com 29,04 anos, conclui-se que ele já adquiriu direito à aposentadoria.
HugoGoes 270
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
Tempo a
convertev'
De 15 anos 1,00 1,33 1,60 1,67 1,87
De 20 anos 0,75 1,00 1,20 1,25 1,40
De 24 anos 0,63 0,83 1,00 1,04 1,17
De 25 anos 0,60 0,80 0,96 1,00 1,12
De 28 anos 0,54 0,71 0,86 0,89 1,00
Dica:
Não precisa memorizar a tabela anterior. Para calcular o multiplicador de
uma forma rápida e simples, basta dividir o "tempo para" pelo "tempo de".
Por exemplo, para encontrar o multiplicador da conversão de um tempo
de 20 anos para 29 anos, basta dividir 29 por 20, que é igual a 1,45.
271 Capitulo 5
Manual de Direito Previdenciário
Exemplo:
Mateus foi, durante 10 anos, empregado do Hospital Alfa S.A., onde tra-
balhava corno operador de máquina de Raio-X, com efetiva exposição a
radiações ionizantes. Esse tipo de atividade dá direito à aposentadoria
especial aos 25 anos de contribuição. Em seguida, Mateus ficou durante 2
anos desempregado, época em que adquiriu deficiência sensorial leve. Nos
últimos 20 anos, Ma teus trabalha como empregado da empresa Beta S.A.,
sem nenhuma exposição a agentes nocivos, mas continua sendo portador
de deficiência de grau leve. Nesse caso, a aposentadoria exige, para homem,
33 anos de contribuição. Para efeito de conversão do tempo especial (de
25 para 33), os primeiros 10 anos serão multiplicados por 1,32, resultando
em 13,2 anos. Depois da conversão, o segurado passa a ter 33,2 anos de
contribuição (13,2 + 20 = 33,2). Como a aposentadoria do homem com
deficiência leve exige, no mínimo, 33 anos de contribuição e Mateus já
conta com 33,2 anos, conclui-se que ele já adquiriu direito à aposentadoria.
2.5.3 Beneficiários
273 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
2.5.4 Carência
HugoGoes 274
Prestações do Regime Geral de Previdência Social
2.6 Auxílio-doença
2.6.1 Requerimento
275 CapítuloS
Manual de Direito Previdenciário
132 STJ, AgRg no AREsp 220768/ PB, Rei. Min. Mauro Campbell Marques, 2·' Turma, DJe 12/ll/2012.
2.6.5 Beneficiários
2.6.6 Carência
277 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
O auxílio-doença cessa:
a) pela recuperação da capacidade para o trabalho;
b) pela transformação em aposentadoria por invalidez;
c) pela transformação em auxílio-acidente de qualquer natureza, neste
caso se, após a consolidação decorrente de acidente de qualquer
natureza, resultar sequela que implique redução da capacidade para o
trabalho que habitualmente exercia; ou
d) com a morte do segurado.
279 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
à atividade (Lei 8.213/91, art. 60, § 6°). Mas caso o segurado, durante o gozo do
auxílio-doença, venha a exercer atividade diversa daquela que gerou o benefício,
deverá ser verificada a incapacidade para cada uma das atividades exercidas (Lei
8.213/91, art. 60, § 7").
Exemplo:
Joaquim, empregado de uma fábrica de agrotóxicos, está recebendo auxí-
lio-doença, pois ficou incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias
consecutivos. A incapacidade foi motivada por uma "bronquite crônica
asmática". Durante o gozo do auxílio-doença, Joaquim passou a exercer
pequena atividade comercial como vendedor ambulante. Nesse caso, deverá
ser analisada a sua incapacidade em relação a cada uma das atividades por
ele exercidas. Se ficar constatado que ele já está apto a exercer ambas as
atividades, o auxílio-doença será cancelado. Mas se ficar constatado que
ele continua incapacitado para a atividade que exerce na fábrica de agrotó-
xicos, o auxílio-doença continuará serldo pago em relação a essa atividade.
De acordo com o art. 60 do RPS, até que lei específica discipline a matéria,
são contados como tempo de contribuição, entre outros:
a) o período em que o segurado esteve recebendo auxílio-doença ou apo-
sentadoria por invalidez, entre períodos de atividade;
b) o período em que o segurado esteve recebendo benefício por incapaci-
dade por acidente do trabalho, intercalado ou não;
133 STJ, REsp 1334467 I RS, Re .. !vlin. Castro Meira, 2' Turma, DJe 05/06/2013.
281 Capítulo 5
Manual de Direito Previdenciário
134 STF, RE 771577 AgR I SC, Rei. Min. Dias Toffoli, 1' turma, D)e-213, Divulg 29/l0/2014, Public 30/10/2014.
HugoGoes 282
Prestações do Regime Geral de Previdência Social