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Caro(a) aluno(a),
Antes de responder as questões, observe as seguintes instruções:
• discuta suas dúvidas com os tutores;
• preste atenção ao que é solicitado no enunciado das questões;
• responda com calma e atenção;
• procure não deixar nenhuma questão em branco;
• apresente respostas com consistência teórica e busque apoio e referências no seu
material didático e nas obras citadas nele;
• utilize a modalidade padrão da língua, reconhecidamente a mais adequada a textos
científicos, em textos claros, coerentes e coesos.
IMPORTANTE
ATENTE PARA A ALTERAÇÃO DOS PESOS DAS PROVAS: AS ADs TERÃO PESO 4,
ENQUANTO AS APs TERÃO PESO 6.
Para esta prova, você deve assistir ao Programa Salto para o Futuro, intitulado Um mundo de letras: atividades de
leitura e escrita. Nele, três professores discutem o trabalho cm gêneros, pontuando a diferença entre trabalhar com
tema e gênero. Cada gênero textual possui características específicas que precisam ser objeto de ensino na escola.
O programa está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=rSvZW9puRx8
Após assistir ao programa, faça as questões abaixo:
Questão 1 (4 pontos)
Escreva uma resenha do programa, apontando os principais assuntos e analisando como as discussões propostas
contribuem para o ensino de LP nas séries iniciais.
Leve em conta que uma resenha:
é uma produção textual, por meio da qual o autor faz uma breve apreciação, e uma
descrição a respeito de acontecimentos culturais (como uma feira de livros, por exemplo) ou
de obras (cinematográficas, musicais, teatrais ou literárias), com o objetivo de apresentar o
objeto (acontecimento ou obras), de forma sintetizada, apontando, guiando e convidando o
leitor (ou espectador) a conhecer tal objeto na integra, ou não (resenha crítica).
Uma resenha deve conter uma análise e um julgamento (de verdade ou de valor).
(https://www.infoescola.com/redacao/resenha/)
RESPOSTA:
Esse episódio do programa “Salto para o futuro” trata de como o ensino da linguagem – ou língua portuguesa
– pode ser trabalhado através da variedade de gêneros apresentados aos alunos, certificando-se de que esses gêneros
façam parte não apenas do ambiente escolar, mas também de seu cotidiano fora da escola. A participação no debate
dos professores Sandoval Santos (UFPA), Antonio Xavier (UFPE) e Anna Cristina Bentes (UNICAMP), aponta como o
texto deve ser objeto de ensino, pois nos comunicamos por meio de texto escrito ou falado, visando sempre trazer
textos adequados às séries, idades e o contexto disciplinar que está em foco, ou seja, o assunto a ser abordado.
Durante o programa, é exibido um breve episódio da série “Um Mundo de Letras”, quando a teoria de Paulo
Freire, “a leitura de mundo antecede a leitura da palavra”, é dita pelo escritor Bartolomeu Campos de Queiroz, que
afirma que “o mundo não deixa ninguém analfabeto”. A citação de decorre da expectativa de que todos estamos
sempre cercados de palavras, seja no contar de uma história, no roteiro de um filme ou informações pelas ruas. Ainda
no episódio, a psicóloga e pedagoga Silvana Barbato afirma que o acervo de qualidade é aquele que pode despertar o
interesse de leitura do aluno com sua diversidade de gêneros e como exemplo, vemos uma aula onde é trabalhada
uma reportagem de produção e a diversidade musical no Brasil. Tendo esse exemplo, é indicado como podemos
relacionar os textos trabalhados mais o tema que está sendo abordado, podendo ou não ser tornar uma atividade
interdisciplinar ao trazer permitir a leitura dialógica e responsiva. Portanto, a discussão fica acerca das perguntas: “O
que é ensinar o gênero textual na escola? O que o ensino de gênero traz de novo principalmente para aula de
português?”
Anna Cristina Bentes relata de como os anos 1980 houve uma ruptura do ensino de português com foco na
língua propriamente dita e passou a se concentrar no estudo do texto e suas temáticas, articulando seus gêneros e a
linguagem, buscando um domínio discursivo. Eis que se deve a busca pelo entendimento do texto por parte do aluno,
não apenas como a interpretação escrita, respondendo perguntas previamente formuladas; mas com algo a mais que
estimule a conexão de seu conhecimento de mundo com o que está lendo. Assim, debates devem ser incentivados,
tal como a produção escrita de resenhas e resumos. O texto precisa obter movimento para que os alunos percebam
que sua própria língua é flexível, tornando até mesmo a ortografia textual com a mudança do interlocutor e até mesmo
com a mudança de gênero. É um modo de problematizar toda estrutura gramatical (ortografia, semântica, sintaxe) e
retextualizar o ensino da língua.
Outro ponto interessante abordado é o conflito entre o trabalho das temáticas e os gêneros textual. O
professor precisa compreender que, apesar de se complementarem, são duas dois distintas. Por exemplo, um tema
pode ser tratado em mais de um gênero textual. O foco é sempre a produção discursiva do aluno e o que ele pode
trazer de novo para o ambiente educacional. Não sendo apenas grandes matérias ou texto obrigatórios, mas os
assuntos que despertam interesse aos alunos. Para auxiliar nesse trabalho, Prof. Sandoval propõe de uma sequência
de trabalho, pois não basta apresentar uma gama grande de textos aos alunos sem que o trabalho esteja vinculado ao
programa e a sequência de ensino. O gênero é divertido em 3 partes: tema, estrutura composicional (maior trabalho
do ensino do gênero, onde se trabalha o vocabulário, sintaxe, utilizar as semânticas e os efeitos práticos que o gênero
provoca no interlocutor) e o estilo. Todo o tipo do texto é válido, mas o professor deve delimitar muito bem o que ele
quer abordar na problemática da linguagem: que tipo de tema se apresenta no texto? O que devo trabalhar, a
ortografia ou oralidade? As variações do mesmo tema em diferentes gêneros (ex.: a mesma história em quadrinhos,
em um filme e na literatura clássica). Como trabalhar a oralidade? Toda sequência de atividades envolvendo o texto
tem que ter seu objetivo cuidadosamente traçado.
Portanto, considerações valiosas devem ser levantadas e articulas nos ambientes compartilhados pelo
professor e os alunos, principalmente, não excluindo todo o espaço escolar, pois ela ajudará no acesso aos diversos
gêneros textuais. Afinal os gêneros nascem de práticas sociais, do diálogo, do discurso, dos hábitos do cotidiano do
indivíduo. É preciso combater o preconceito sobre os gêneros que não se “encaixam” na gramática normativa e, assim,
dinamizar o ensino, visando o aluno leitor e autor.
Questão 2 (4 pontos)
A) “Estudar a linguagem tal como ela é” no texto escolhido para o trabalho de ensino é uma das propostas que
aparecem no programa, a partir da fala da professora Anna Christina Bentes. Na primeira prática
apresentada, a professora propõe a leitura de um texto (começa em 3:17). Defina o tema estudado, o gênero
escolhido e duas propostas de análise textual feita pela professora. (3pontos)
B) Transcreva, das aulas 3, 4 ou 5 de nossa coletânea, uma citação que sustente, teoricamente, qual a
perspectiva utilizada pela professora, se dialógica ou estruturalista. Justifique sua escolha (1 ponto)
A professora utiliza a perspectiva dialógica, pois ao trabalhar com um gênero diferente com os alunos,
ela tenta manter um diálogo entre o que os alunos estavam a ler naquele momento, a reportagem, e o que
eles já têm de conhecimento de outros temas ou de seu cotidiano. O objetivo é que os alunos possam ler,
absorver, refletir e quebrar o texto para a problematização.
Para sustentar minha resposta transcrevo um trecho da aula 4, p. 40, 1§:
A linguagem deve ser entendida, pois, nessa perspectiva, como uma atividade dialógica que
funda a interação verbal. Nela, um locutor, a partir de um sistema de signos ideológicos, vai
dialogar com os signos de um outro locutor por meio de um processo dinâmico que envolve
aspectos verbais (modos de apropriação de língua) e não-verbais.
Questão 3 (2 pontos)
“ É importante termos sempre claro que a efetivação da comunicação só ocorre na medida em que há entendimento do
que se diz. Portanto, o fato de emitirmos uma mensagem não garante, por si só, que estamos nos comunicando. Isso só
ocorrerá, de fato, se o interlocutor a quem nos dirigimos for capaz de compreender o que estamos dizendo – ou
escrevendo” (Aula 6, volume 1).
Com base no que estudamos nas aulas 6 e 7 de nossa coletânea e no vídeo que embasa esta prova,
analise a situação de ensino que a tirinha abaixo apresenta, discutindo os seguintes pontos:
a) a qualidade e a pertinência do texto utilizado pela professora (1 ponto);
A linguagem não foi bem trabalhada pelo professor (emissor), apesar de serem usados os meios
orais e escritos para transmitir a mensagem. Ao que parece, não houve a ênfase correta ao
objetivo, que provavelmente seria mostrar a “família do M”, ao enunciar um exemplo de modo
tão pessoal. Os interlocutores não entenderam como relevante fatos pessoais do professor e
assim houve o breve conflito conceitual entre o emissor e os interlocutores. Segundo as funções
da linguagem elaboradas por Karl Bühler, houve uso da função expressiva, que dá ênfase ao
emissor da mensagem e não ao conteúdo, ou como mais tarde foi denominada pelo linguista
Roman Jakobson, função emotiva, o que dificultou a atribuição de sentido à mensagem da
professora.
A mensagem e o contexto.
A professora não conseguiu garantir a comunicação com a mensagem que escreveu no texto, pois
Mafalda claramente não compreendeu seu objetivo da mensagem. O interlocutor em questão não
está ciente da referência que a professora busca. A mensagem inicial também não ficou clara para o
interlocutor, pois faltou a adequação entre o que pretendia se dizer e o contexto em que o discurso
aconteceu.