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em face de atos praticados pelo Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO, brasileiro, casado,
Presidente da República, inscrito no CPF sob o nº 453.178.287-91, com domicílio legal em
Brasília/DF, na Praça dos Três Poderes, Palácio do Planalto, Gabinete da Presidência, e sua
equipe, pelos fatos e fundamentos que passam a expor.
I. DO OBJETO DA PRESENTE ADPF
Leonardo: “Oi, presidente, por que o senhor não foi de manhã nos eventos
do G20?”
1
Notícia G1:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/10/31/bolsonaro-hostiliza-repoteres-em-roma-e-seguranca-a
gride-jornalistas.ghtml?fbclid=IwAR2gKNLwoPnQTmfW6ltOfuYKgYE5g8TagbPi3I27AuWaERUpGlRS
4c8OrpA
O repórter Jamil Chade, do UOL, filmou a violência contra os colegas para
tentar identificar o agressor, mas o segurança o empurrou, o agarrou pelo
braço para torcê-lo, e levou o celular. Instantes depois, o segurança jogou o
aparelho num canto da rua. A imagem congela apontando para o céu, com
o celular no chão.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou nota em que diz que “repudia com
veemência e indignação as agressões sofridas por jornalistas brasileiros na cobertura das
atividades do presidente Jair Bolsonaro em Roma. A violência contra os jornalistas, na
tentativa de impedir seu trabalho, é consequência direta da postura do próprio presidente,
que estimula com atos e palavras a intolerância diante da atividade jornalística. É lamentável
e inadmissível que o presidente e seus agentes de segurança se voltem contra o trabalho dos
jornalistas, cuja missão é informar aos cidadãos. A agressão verbal e a truculência física não
impedirão o jornalismo brasileiro de prosseguir no seu trabalho. A ANJ espera que os atos de
violência cometidos contra os jornalistas sejam apurados e os culpados, punidos. A
impunidade nesse e em outros episódios é sinal de escalada autoritária”.
2
Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/10/4959584-jornalistas-relatam-agressoes-durant
e-passeio-de-bolsonaro-por-roma.html
Já a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) disse, em nota, que
“repudia mais esse ataque à imprensa envolvendo a maior autoridade do país. Ao não
condenar atos violentos de seus seguranças e apoiadores a jornalistas que tão somente
estão cumprindo seu dever de informar, o presidente da República incentiva mais ataques
do gênero, em uma escalada perigosa e que pode se revelar fatal. Atacar o mensageiro é
uma prática recorrente do governo Bolsonaro que, assim como qualquer outra
administração, está sujeito ao escrutínio público. É dever da imprensa informar à sociedade
atos do poder público, incluindo viagens do presidente no exercício do mandato. E a
sociedade, por meio do art 5º da Constituição, inciso XIV, tem o direito do acesso à
informação garantido”.
3
Disponível em:
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/10/30/bolsonaro-ofende-a-tv-globo-em-transmissao-
nas-redes-sociais.ghtml. Acesso em 01/11/2021.
4
Disponível em:
https://www.poder360.com.br/governo/voce-tem-uma-cara-de-homossexual-terrivel-diz-bolsonaro-a-jo
rnalista/. Acesso em 01/11/2021.
5
Disponível em:
https://oglobo.globo.com/politica/bolsonaro-insulta-jornalista-com-insinuacao-sexual-entidades-reage
m-24255450. Acesso em 01/11/2021.
6
Disponível em:
https://www.clickpb.com.br/brasil/bolsonaro-critica-maria-julia-coutinho-e-apoiadores-reagem-maju-m
entirosa-290324.html. Acesso em 01/11/2021.
7
Disponível em:
https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2020/08/23/bolsonaro-ameaca-jornalista-minha-vontade-e-enc
her-tua-boca-na-porrada.ghtml. Acesso em 01/11/2021.
● 21/06/2021: “Bolsonaro tira a máscara e grita com jornalista da Globo:
‘Canalhas!’”8;
● 25/06/2021: “Sem máscara, Bolsonaro dá novo chilique e volta a atacar
jornalista mulher”9.
8
Disponível em:
https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/bolsonaro-tira-mascara-e-intimida-jornalista-da-globo-
canalhas-59873. Acesso em 01/11/2021.
9
Disponível em:
https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/sem-mascara-bolsonaro-da-novo-chilique-e-volta-atac
ar-jornalista-mulher-60179. Acesso em 01/11/2021;
10
Disponível em: https://fenaj.org.br/nove-meses-bolsonaro-299-ataques/. Acesso em 01/11/2021.
11
Disponível em:
https://exame.com/brasil/jornalistas-sao-agredidos-com-chutes-e-murros-por-apoiadores-de-bolsonar
o/. Acesso em 01/11/2021.
12
Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/05/03/fas-de-bolsonaro-celebram-dia-da-l
iberdade-da-imprensa-socando-jornalistas.htm. Acesso em 01/11/2021.
13
Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/05/17/apoiadora-de-bolsonaro-da-bandeirada
-na-cabeca-de-reporter-em-ato.htm. Acesso em 01/11/2021;
14
Disponível em:
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/fotojornalista-do-correio-e-agredida-verbalmente-em-m
anifestacao-bolsonarista/. Acesso em 01/11/2021.
● 13/05/2021: “Bolsonaro volta a atacar ‘Estadão’, chama jornalistas de
‘jumentos’ e nega orçamento secreto”15
● 24/05/2021: “Uma equipe de reportagem da CNN foi alvo de hostilização
durante ato realizado no Rio de Janeiro neste domingo (23) em apoio ao
presidente Jair Bolsonaro”16;
● 02/08/2021: “Bolsonaristas atacam repórter por usar celular vermelho”17;
● 07/09/2021: “Bolsonaristas agridem e expulsam jornalistas no fim da
manifestação”18;
● 09/10/2021: “Homem agride e ofende jornalistas que cobriam chegada de
Bolsonaro a SP. Homem proferiu diversos xingamentos e ameaçou ‘tacar tiro’
em equipe da TV Tribuna”19.
15
Disponível em:
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,bolsonaro-volta-a-atacar-o-estadao-chama-jornalistas-de
-jumentos-e-nega-orcamento-secreto,70003714638. Acesso em 01/11/2021.
16
Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/equipe-da-cnn-e-hostilizada-em-manifestacao-no-rj/. Acesso
em 01/11/2021.
17
Disponível em:
https://www.terra.com.br/noticias/bolsonaristas-atacam-reporter-por-usar-celular-vermelho,a4ee5966e
1e0de4c496c078848f84defduk2ys4y.html. Acesso em 01/11/2021.
18
Disponível em:
https://www.metropoles.com/brasil/videos-bolsonaristas-agridem-e-expulsam-jornalistas-no-fim-da-ma
nifestacao. Acesso em 01/11/2021.
19
Disponível em:
https://www.poder360.com.br/brasil/homem-agride-e-ofende-jornalistas-que-cobriam-chegada-de-bols
onaro-a-sp/. Acesso em 01/11/2021.
2. Ademais, nos termos da jurisprudência do STF, o partido político com representação
no Congresso Nacional possui legitimidade universal para o ajuizamento de ações do
controle concentrado de constitucionalidade, não havendo necessidade de se avaliar a
pertinência temática.
4. Embora a Constituição e a Lei 9.882/99 não definam o que se entende por preceito
fundamental, o Supremo Tribunal Federal já assentou a “qualidade de preceitos
fundamentais da ordem constitucional dos direitos e garantias fundamentais (art. 5º, dentre
outros), dos princípios protegidos por cláusula pétrea (art. 60, § 4º, da CF) e dos ‘princípios
sensíveis’ (art. 34, VII)” (ADPF 388, Relator Ministro Gilmar Mendes, DJe 1º.8.2016).
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...] XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena
liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação
social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
9. Tal conclusão foi recentemente reafirmada por essa Corte no bojo da ADPF nº 673.
Veja-se:
10. Dessa forma, permite-se ao STF a decisão célere sobre questões eminentemente
constitucionais, impedindo a extensão dos danos aos preceitos fundamentais, isso,
sobretudo, em ações que têm por objetivo resguardar os direitos e garantias constitucionais
mais basilares.
11. É sabido que a censura e a repressão aos meios de imprensa são instrumentos de
preferência dos governos autoritários. Por meio do cerceamento de ideias e da limitação do
dissenso, os autocratas pretendem monopolizar o mercado de ideias e fazer prevalecer a
noção de que seu governo é imune a críticas.
---
Art. 19
--
Art. 13
20
CANOTILHO, J. J. Gomes; MACHADO, Jónatas E. M. “Constituição e código civil brasileiro: âmbito de
proteção de biografias não autorizadas”. In JÚNIOR, Antônio Pereira Gaio; SANTOS, Márcio Gil Tostes.
Constituição Brasileira de 1988. Reflexões em comemoração ao seu 25º aniversário. Curitiba: Juruá, 2014, p.
132
16. Em paralelo e de forma complementar à liberdade de expressão, a liberdade de
imprensa é reconhecidamente um dos pilares dos Estados Democráticos de Direito, e a
plenitude de seu exercício já foi objeto de manifestação pelo Poder Judiciário por diversas
ocasiões. Relativamente à atividade jornalística, assentou-se entendimento no sentido de
impossibilidade de separação entre a liberdade de imprensa e a de expressão: “O jornalismo
e a liberdade de expressão, portanto, são atividades que estão imbricadas por sua própria
natureza e não podem ser pensadas e tratadas de forma separada” (RE 511.961, rel. min.
Gilmar Mendes)
19. Ou seja, com a continuidade da prática dos atos inconstitucionais pelo Presidente
da República, o risco é que os discursos jornalísticos sempre sejam recortados por um
mínimo comum que não ensejaria ataques de quem é contrário à imprensa livre. O chilling
effect seria enorme, a ponto de impossibilitar a construção de discursos livres, em prejuízo
a toda a sociedade. Afinal, sabe-se que a liberdade de imprensa é um dos verdadeiros
pilares da Democracia. Sem liberdade de se expressar para o conhecimento público, não
há evolução democrática e republicana, mas um passo em direção à autocracia.
20. A jurisprudência das democracias livres caminha no mesmo sentido. No caso New
York Times Co. v. United States (1971), julgado pela Suprema Corte dos Estados Unidos, a
liberdade de imprensa foi sopesada frente ao interesse do Estado. Na ocasião, a Suprema
Corte Norte-Americana estabeleceu que a liberdade de imprensa deveria se sobrepor ao
interesse do Estado, pois a regra deve ser o direito do detentor do poder, o povo, à
informação, só podendo ser limitado em casos que assim exigem a segurança nacional.
21. Desse julgamento pela Suprema Corte do Estados Unidos, podemos colher lições
valiosas que se aplicam em mesma medida ao caso apresentado nos autos, sob pena de
estabelecermos um precedente, deveras, perigoso à liberdade pessoal de todos os
jornalistas e da liberdade de imprensa como um todo.
22. Também no julgamento do caso Sullivan v. New York Times, a Suprema Corte
Americana assentou que as pessoas públicas, mesmo em vista da publicação de fato
inverídico ofensivo sobre a sua reputação, só serão indenizadas se provarem que o
responsável agiu com dolo real ou eventual. Essa decisão tinha como objetivo preservar as
manifestações públicas sobre temas importantes, fomentando os debates sociais e o direito
à informação21.
23. No caso mais recente envolvendo agressões a repórteres por parte do Presidente da
República, tem-se clara a intenção do jornalista em questionar o presidente sobre tema de
relevante interesse social: qual foi o motivo de o presidente não ter participado de alguns
eventos do G20 com outros líderes?
21
Disponível em
<https://www.uscourts.gov/about-federal-courts/educational-resources/supreme-court-landmarks/new-york-ti
mes-v-sullivan-podcast>. Acesso em: 08/07/2019.
25. E aqui se deve ter em mente que tal fato não foi estranho ao exercício das funções da
Presidência da República. Afinal, o Sr. Jair Bolsonaro participou da reunião do G20 na
condição de Chefe de Estado e, perguntado sobre fatos relacionados ao seu exercício do
múnus público, agrediu verbalmente a imprensa e incitou os seus seguranças a agredirem
fisicamente os repórteres com empurrões, socos e destruição dos seus equipamentos, na
tentativa clara e absurda de tolher a ampla liberdade de informação e expressão.
26. A esse respeito, deve-se sempre lembrar das palavras do Min. Carlos Ayres Britto no
julgamento da ADI 4451: “abrir mão da liberdade de imprensa é renunciar ao
conhecimento geral das coisas do Poder, seja ele político, econômico, militar ou religioso”.
27. Lembre-se que a revista The Economist22 calcula, anualmente, um ranking de “índice
democrático” e que a posição do Brasil não é animadora: nossa democracia é classificada
como “falha”, com uma nota de 6.92 em uma escala de 0.00 a 10.00 (em 2020). O que
esperar do nosso índice democrático após essas constantes ameaças e ilegais
constrangimentos por parte do Presidente da República? Qual imagem, interna e externa,
queremos passar?
28. Acrescente-se que, desde a redemocratização – cujo ápice se deu com a Constituição
de 1988 –, não mais se cogitou de qualquer ímpeto antidemocrático, por mais que sempre
houvesse vozes defendendo o autoritarismo. Contudo, o atual Presidente da República tem,
em diversas ocasiões antes e depois de assumir o cargo, atacado a imprensa livre sempre
que lhe faltam palavras ou argumentos para responder aos questionamentos
democráticos de repórteres, dentro do mais legítimo exercício do controle social.
29. Não se deve ignorar o fato de que, dada a sua posição, o Presidente da República
tem um potencial de incentivo muito grande. Isso é, qualquer cidadão que apóie
pretensões autoritárias pode se sentir convidado a externalizar, inclusive de modo violento,
como vem ocorrendo em diversas ocasiões, o seu ímpeto antidemocrático, conforme já
22
Disponível em: <https://www.eiu.com/topic/democracy-index>. Acesso em: 01/11/2021.
relatado anteriormente. O abominável caso mais recente em tela agrava-se pelas condutas
dos seguranças subordinados diretamente ao Presidente da República, que, após as
agressões de Jair Bolsonaro, executam a ordem de afastar e agredir fisicamente os
jornalistas.
30. Note-se que o constrangimento ilegal, via gravíssima ameaça, foi repetido duas
vezes, ao ponto de os jornalistas questionarem o Presidente acerca de sua conduta.
Considerado o comportamento pregresso do Sr. Jair Bolsonaro, fica patente a
intencionalidade em suas palavras.
33. Por um lado, o fumus boni juris está amplamente configurado, diante de todas as
razões acima expostas, as quais evidenciam que a violência contra a imprensa e seus
integrantes está em vertiginoso aumento, proporcional aos atos de ataques do Senhor
Presidente da República.
34. O periculum in mora, por seu turno, consubstancia-se nas graves consequências
advindas de cada um dos ataques promovidos pelo Senhor Presidente da República e a
iminência de situações cada vez mais graves. A violência verbal já evoluiu para violência
física. Quanto tempo mais para ocorrer a morte de um profissional da imprensa em
decorrência das atitudes de Jair Bolsonaro?
35. É preciso, então, agir com rapidez, para impedir que se consume tamanha afronta à
Constituição e ao ordenamento jurídico brasileiro. E, no caso, há evidentes reflexos dos atos
individuais de violência, dentro de um contexto claro de ataque sistematizado, nos direitos
de liberdade de imprensa e de liberdade do cidadão de se informar.
36. Nesse cenário de extrema urgência e perigo de gravíssima lesão, a Arguente postula
a concessão da medida liminar pelo Relator, ad referendum do Tribunal Pleno, como faculta
o art. 5º, § 1º, da Lei 9.882/99, para que a Presidência da República seja obrigada a adotar,
em caráter imediato, todos os meios necessários para assegurar o livre exercício da
imprensa, bem como a integridade física de jornalistas e demais profissionais da mídia,
durante a cobertura dos atos do Presidente.
37. Requer-se, ainda, em caráter liminar, que, entre os meios necessários mencionados
anteriormente, seja determinado à Presidência da República que apresente, em 48
(quarenta e oito) horas, plano de segurança para garantir a integridade física dos
profissionais da imprensa que acompanham a rotina do Presidente, incluindo o destaque de
profissionais do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a coordenação e a
responsabilidade pela execução do referido plano.
38. Por fim, pede-se, também liminarmente, que o Presidente da República, em suas
manifestações públicas oficiais ou não oficiais, seja impedido de realizar ou de incentivar a
realização de ataques verbais ou físicos à imprensa e aos seus profissionais, sob pena de
responsabilização pessoal, mediante o pagamento de multa pessoal de R$ 100.000,00 (cem
mil reais) por ocorrência.
VI. DOS PEDIDOS
39. Com base nas razões que se vem de expor, que evidenciam a relevância do interesse
público a ser tutelado na presente ação e os fartos elementos de risco concretamente
presentes para o exercício de fundamentais, pede-se:
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Brasília, 01 de novembro de 2021.
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