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SOCIOLOGIA – GRUPOS SOCIAIS

Prof. Gabriel Garcia Braz

Vamos retomar os principais pensadores da Sociologia. Durkheim, tem uma linha de


pensamento em que a sociedade e seus grupos e estruturais sociais sempre influenciaram as
decisões do indivíduo. Os fatos sociais vão determinar o comportamento da indivíduo, pois
esses comandam o comportamento da sociedade. Se o indivíduo não seguir as regras, pode
ocorrer sua marginalização da sociedade.
Segundo o mesmo autor, quando a sociedade se encontra em momento de crise, pode
ocorrer a destruição das regras sociais, acarretando o que ele chamou de anomia, Ou seja, uma
sociedade sem regras. Para que essas regras não se rompessem, Durkheim afirmava a
necessidade de instituições fortes.
O segundo autor, Karl Marx, via a sociedade sob o conceito de divisão de classes.
Segundo ele, a falta de consciência de classe do indivíduo, faz com que uma classe o domine.
Portanto, a consciência não é individual, e sim coletiva.
O Marxismo histórico define duas classes, sempre em confronto, a elite (exploradora)
contra o proletariado (explorados). Essa luta é entre os donos dos meios de produção contra os
donos da força de trabalho. A elite, explorando o proletário, consegue acumular cada vez mais
capital. E é através disso que se entende a relação social e a relação de produção.
Por último mas não menos importante, Max Weber destaca a ação do indivíduo na
sociedade. Portanto Weber pensa ao contrário de Durkheim, e também não concorda com Marx.
Para Weber, o indivíduo possui uma vocação individual, e certas tarefas devem constituir a base
do capitalismo.
GRUPOS SOCIAIS
 Socialização - o processo de socialização se dá através da interação entre indivíduos.
É dessa maneira que cada indivíduo consegue adentrar à sociedade, conhecendo seus
costumes e suas regras. Essa interação ocorre por meio dos grupos em que o
indivíduo está inserido.
Allan G. Jhonson, em seu “Dicionário de Sociologia”, define grupo como “um sistema
social que envolve interação regular entre seus membros e uma identidade coletiva comum.
Isso significa que o grupo tem um senso de ‘nós’ que permite que seus membros se considerem
como pertencendo a uma entidade separada.”. O autor continua “O grupo é um conceito
sociológico valioso porque desempenha um papel relevante e complexo na vida social. A
filiação a um grupo, por exemplo, constitui parte importante da identidade social do indivíduo.
Como tal, os grupos são agentes fundamentais do controle social sobre o indivíduo, pois é neles
que podem ser aplicadas mais diretamente pressões sociais pela conformidade, em especial
quando aqueles que se desviam arriscam-se, como resultado, a perder sua qualidade de
membros.”.
Vamos analisar o grupo social. O homem nasce em um grupo social e ao longo de toda
a sua vida interage com vários outros grupos. O primeiro grupo social que o indivíduo tem
contato é a família, que lhe transmite a língua, os valores e a cultura da sociedade à qual
pertencem. Ao longo da sua vida, o indivíduo fará interação com mais grupos. É essa interação
que fará desse indivíduo, um ser único e ao mesmo tempo, integrado na sociedade.
Portanto, temos nos grupos sociais um sentimento de pertencimento do indivíduo a algo
maior. Formado por várias pessoas diferentes, mas que ao mesmo tempo se assemelham,
formando o grupo.
Um grupo social se define como sendo um conjunto de pessoas que partilham algumas
características semelhantes – normas, valores e expectativas –, que regular e conscientemente
interagem e apresentam algum sentimento de unidade.

 Conceito de agregação ou coletividade – qualquer conjunto físico de pessoas que


estão no mesmo lugar ao mesmo tempo no mesmo lugar, que interagem pouco ou
nada, e não se sentem pertencer a um grupo. Por exemplo, passageiros de uma
viagem de ônibus, as pessoas em uma fila, diversas pessoas caminhando na mesma
calçada, etc. Essas pessoas não tem consciência de interação entre si, somente estão
casualmente “juntas”.
Esses agregados podem se tornar um grupo por determinado tempo. Por exemplo,
diversas pessoas na rua, e de repente um vendedor ambulante passa, despertando a atenção dos
agregados, que passam a ser um grupo, interagindo por meio do vendedor, que demostra seu
produto. As pessoas passam a compartilham a consciência de pertencer a um grupo que estava
com a atenção voltada para um fato. Elas possuíram naquele momento, um interesse comum.
Formaram nesse instante, um grupo social, mesmo que seja transitório.
 Categoria – um conjunto de pessoas que compartilham partilham de características
comuns, mas que não interagem entre si. Por exemplo, pessoas do mesmo sexo, da
mesma faixa etária, da mesma ocupação, etc.

 Grupos pessoais e grupos externos – grupos pessoais (ou de dentro) são os grupos
aos quais as pessoas sentem que pertencem. Expressam a ideia de “meu/minha” e
“nossa/nosso”. “Meu time”, “meu clube”, “meu país”, etc.
A identificação daqueles que pertencem ao grupo de dentro (ou interno, ou pessoal),
geralmente é facilitada pelo uso de uniformes, carteiras de sócios, etc., ou ainda um sinal de
identificação como sexo, cor, religião, etc.
De membros desses grupos internos, espera-se lealdade e auxílio. Elas podem hostilizar
membros de grupos de fora de várias maneiras. Tudo é uma questão de identificação.
Os grupos de fora (ou exteriores) são os grupos os quais não pertencemos. Outras
famílias, outras religiões, outro país, etc.
De grupos de fora esperamos alguma coisa, de alguns concorrência, de outros
hostilidades e de outros indiferença. Os membros de um grupo de fora, geralmente são
estereotipados. Os grupos externos são vistos como formadores de um grupo homogêneo, e não
como indivíduos
diferenciados. Por exemplo,
se não somos políticos,
julgamos todos como
corruptos, os argentinos
como orgulhosos, etc.
Os grupos internos são fortemente etnocêntricos. Toda nação moderna possui, em maior
ou menor grau, uma concepção etnocêntrica de si mesma. Todo habitante de um país considera
o seu melhor do que o vizinho, procurando resaltar as qualidades de seu país, demonstrando tal
superioridade.
 Distância social – Consideramos distanciamento social, o grau de proximidade ou
de aceitação por um membro de um grupo em relação a membros de outros grupos
determinados.
Os membros de grupos internos, sentem-se mais próximos com pessoas que pertencem
ao mesmo grupo. Sendo assim, há uma menor distância social entre membros do mesmo grupo
pessoal, do que pessoas de grupos de fora.
 Grupos de referência e estereótipos – grupos e referência é qualquer grupo ao qual
fazemos referência quando externamos julgamento. Os grupos de referência são
comumente utilizados como padrão para que os indivíduos avaliem a si mesmos,
incluindo seu próprio comportamento.
Estereótipo é a imagem que um grupo compartilha de um outro grupo. Muitas vezes são
impressões distorcidas das características dos grupos externos. Ou seja, estereótipo é a imagem
distorcida que um grupo tem de outro grupo.
Muitas vezes, o comportamento de determinado grupo, assume o estereótipo. Assim,
uma pessoa que queira entrar no grupo, se não corresponder ao estereótipo, não é aceita.
É comum, que no primeiro contato com o indivíduo, seja baseada no estereótipo de seu
grupo social. Só conhecendo realmente a pessoa, é que desfazemos esses estereótipo.
 Grupos primários e secundários – grupos primários são aqueles que as pessoas
conhecem seus membros intimamente, ou seja, conhecem a individualidade da
pessoa, pois se relacionam muito e intimamente com ela. Os grupos são pequenos e
os relacionamentos tendem a ser informais e compartilham vários interesses. Seus
membros são insubstituíveis.
Esses grupos
são os primeiros
quais o indivíduo se
relacionará, ou seja,
a família e depois os
amigos. São esses
grupos onde o
indivíduo inicia o desenvolvimento da sua personalidade.
Os grupos primários são mais resistentes às mudanças sociais. Eles servem também
como primeiros agentes da socialização. Fornecem afeição e suporte emocional ao indivíduo,
o mantendo dentro das normas sociais.
Nos grupos secundários, os contatos sociais são impessoais, limitados, não permanentes
e suas reuniões tem um objetivo prático determinado. O tamanho do grupo é flexível e seus
membros são substituíveis.

 Comunidade e sociedade - A comunidade, é um grupo limitado de pessoas que


coexistem, se relacionam e apresentam semelhanças. É um modo de organização
social, no qual, os membros compartilham um senso de identidade relativamente
claro e definido.
Portanto, podemos definir comunidade como um modo de organização social
caracterizada pela existência de fortes laços entre seus membros, preocupações com o bem-
estar uns dos outros, cooperação e confiança mútua.
Em contraposição à comunidade, a sociedade é um modo de organização social
caracterizado pela competição entre seus membros, pelo interesse individualista, pela busca da
eficiência e da especialização e dos contatos impessoais e formais. É instituído para atender
determinados interesses; é um grupo utilitarista.
 Grupos de interesse e lobby - Grupo de interesse (persuasão) - Qualquer conjunto
de indivíduos que procura defender nos órgãos governamentais um certo interesse
ou causa comum, utilizando para tanto todos os meios legítimos ou tolerados que
estiverem a seu alcance. (Ex.: sindicatos, associações profissionais, etc.).
A persuasão pode ser utilizada por meio ameaças, dinheiro (financiando políticos),
sabotagem.

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