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Luana Porto
Argumentação
O texto argumentativo o tipo de texto que tem como propósito central, com
base em uma discussão com apresentação de argumentos, formar opinião,
objetivando que o outro acredite na tese defendida. É focado na persuasão do
leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto tratado e embasado
na defesa de uma tese fundamentada em argumentos.
Características da argumentação:
1. Deve apresentar um raciocínio lógico.
2. O início do texto deve apresentar o assunto para que, na sequência, possa
ser desenvolvida uma tese sobre o tema.
3. Ao decorrer do texto vão sendo apresentados os argumentos para defesa da
tese.
4. No final do texto as ideias são retomadas de forma a ser reafirmado o ponto
de vista central do autor do texto sobre o tema.
Exemplo:
No fim do artigo do mês passado, lancei aos nossos congressistas uma
sugestão: que façam uma lei determinando que toda escola pública coloque uma
placa de boa visibilidade na entrada principal com o seu Ideb. A lógica é simples.
Em primeiro lugar, todo cidadão tem o direito de saber a qualidade da escola que
seu filho frequenta. Hoje, esse dado está "escondido" em um site do Ministério
da Educação. É irrazoável achar que um pai que nem sabe o que é o Ideb vá
encontrar esse site. Já que o dado existe e é de grande relevância para a vida
do aluno e de sua família, não vejo nenhuma razão pela qual ele não seja
divulgado para valer. Em segundo lugar, acredito que essa divulgação pode
colaborar para quebrar a inércia da sociedade brasileira em relação às nossas
escolas. Essa inércia está ancorada em uma mentira: a de que elas são boas.
Os pais de nossos alunos, tanto das instituições públicas quanto das
particulares, acham (em sua maioria) que a escola de seus filhos é muito melhor
do que ela realmente é (em outra oportunidade falarei sobre as escolas
particulares). Não é possível esperar uma mobilização da sociedade em prol da
educação enquanto houver esse engano. Ninguém se indigna nem se mobiliza
para combater algo que lhe parece estar bem. E não acho que seja possível a
aprovação de qualquer reforma importante enquanto a sociedade não respaldar
projetos de mudança, que hoje são sempre enterrados pelas pressões
corporativistas. (Gustavo Ioschpe)
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/precisamos-de-educacao-
diferente-de-acordo-com-a-classe-social. Acesso em: 10 jan. 2012.
formam nações, por isso, não é admissível pensar no fim dos museus. Ao contrário,
esse repositório de memória cultural e social deve ser mantido para que as gerações
futuras possam aprender sobre o desenvolvimento das sociedades bem como revelar
um olhar crítico sobre os comportamentos, histórias e fatos registrados nas exposições,
fotografias, documentos e acervos de que se constituem os museus.
Em primeiro lugar, a defesa da persistência dos museus deve-se à possibilidade
de eles incitarem a compreensão do modus operandi das sociedades retratadas em
obras de arte ou documentos. Em vista disso, nenhum visitante do museu sai do
espaço sem conhecer algo sobre uma dada comunidade ao visitar galerias e coleções
de obras, e isso pode ser alcançado, inclusive, com prazer, já que os museus também
propiciam aprender cultura com leveza, como indicam os trabalhos dos guias de
Desenvolvimento
turismo que explicam famosos quadros muitas vezes contanto histórias engraçadas e
curiosidades sobre eles. Isso torna o aprender mais prazeroso, certamente.
Em segundo lugar, não se pode ignorar o potencial do museu como meio para
reflexão sobre situações sociais que muitas vezes são invisibilidades em contextos
tradicionais, como os de escolas, os quais nem sempre revelam as adversidades do
mundo. Prova disso é a existência, em museus, de quadros críticos sobre eventos
históricos como revela Guernica, de Pablo Picasso. Saber da violência e dos efeitos da
guerra lendo uma pintura é talvez mais relevante do que estudar a ação dos alemães
para destruir a cidade espanhola Guernica em 1937.
Esse exemplo é ilustrativo de uma das facetas mais instigantes dos museus, a de
que eles oportunizam ao seu visitante mergulhar em histórias de um tempo, tornando
o espectador mais ciente de fatos sociais e, indubitavelmente, mais atento a “detalhes”
Conclusão
dos fatos que possibilitam um pensar diferente e mais crítico. Assim, não é absurdo
dizer que os museus precisam ser revitalizados, ampliados e sua visita, estendida a
todos, pois só dessa forma a democratização da cultura, sua compreensão e o
aprendizado sobre a história social e cultural poderão ser vivenciados na prática. Nessa
linha de raciocínio, absurdo seria permitir o fim dos museus.
LUIZ RUFFATO
EXERCÍCIOS
As questões de números 1 a 5 referem-se ao texto seguinte.
Em defesa da dúvida
Numa época em que tantos parecem ter tanta certeza sobre tudo, vale a pena
pensar no prestígio que a dúvida já teve. Nos diálogos de Platão, seu amigo
Sócrates pulveriza a certeza absoluta de seus contendores abalando-a por meio
de sucessivas perguntas, que os acabam convencendo da fragilidade de suas
convicções. Séculos mais tarde, o filósofo Descartes ponderou que o maior
estímulo para se instituir um método de conhecimento é considerar a presença
desafiadora da dúvida, como um primeiro passo.
Lendo os jornais e revistas de hoje, assistindo na TV a entrevistas de
personalidades, o que não falta são especialistas infalíveis em todos os
assuntos, na política, na ciência, na economia, nas artes. Todos têm receitas
imediatas e seguras para a solução de todos os problemas. A hesitação, a
dúvida, o tempo para reflexão são interpretados como incompetência,
passividade, absenteísmo. É como se a velocidade tecnológica, que dá o ritmo
aos nossos novos hábitos, também ditasse a urgência de constituirmos nossas
certezas. A dúvida corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória
das aparências e buscar a verdade funda daquilo que não aparece. Julgar um
fato pelo que dele diz um jornal, avaliar um problema pelo ângulo estrito dos que
nele estão envolvidos é submeter-se à força de valores já estabelecidos, que
deixamos de investigar. A dúvida supõe a necessidade que tem a consciência
de se afastar dos julgamentos já produzidos, permitindo-se, assim, o tempo
necessário para o exame mais detido da matéria a ser analisada.
A dúvida pode ser o primeiro passo para o caminho das afirmações que acabam
sendo as mais seguras, porque mais refletidas e devidamente questionadas.
(Cássio da Silveira, inédito)
5. (FCC 2015) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o
texto:
a) Uma vez distanciados no tempo, Sócrates e Descartes são parceiros quanto
a compartilharem ao mesmo prestígio que costumam atribuir ao valor da dúvida.
b) Mesmo separados por séculos, os filósofos Sócrates e Descartes parecem
acordes quanto ao valor que atribuem ao papel da dúvida na constituição do
pensamento.
c) Muito embora fossem distintos filósofos, é de se constatar que tanto Descartes
quanto Sócrates alimentavam sobre as dúvidas a mesma convicção que lhes
mantinha.
d) Descartes e Sócrates, filósofos consagrados, em que pese o valor que se
atribuíam às suas dúvidas, tinham estreita relação de pensamento quanto aquilo
que lhes era comum.
e) A par de serem distantes no tempo, ainda que compartilhando suas condições
de filósofos, Descartes e Sócrates se identificavam por conta da dúvida que se
nutriam.
GABARITO:
1. C
2. B
3. D
4. A
5. B
Articulação do texto: coesão e coerência
O texto precisa estar interligado por expressões que referenciam e
relacionam palavras, orações, frases e períodos. As palavras que estabelecem
essa ligação são chamadas de elementos de coesão ou nexos, que constituem
processos de referenciação textual. Observe o texto a seguir:
Trabalhando por menos
Brasil caminha a passos de tartaruga para acabar com a disparidade salarial
entre homens e mulheres
Para chegar lá, o governo do Brasil deve criar mecanismos para transparência
sobre informações salariais, garantir que os empregadores cumpram a lei que
proíbe a discriminação de gênero no local de trabalho e fortalecer os canais
legais para que as mulheres reivindiquem seus direitos trabalhistas. Essa seria
a melhor forma de comemorar o Dia Internacional da Mulher.
Texto disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/08/politica/1520524622_754417.html.
Acesso em: 09 mar. 2018.
Anáfora e catáfora
Exemplos:
Uma boa atuação dos operadores do Direito exige muita dedicação e eles
têm ciência disso.
A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita justifica-se em
virtude de a requerente estar sem condições financeiras suficientes que lhe
permitam custear os honorários do advogado sem prejuízo de seu próprio
sustento e de sua família.
O jovem jogador de futebol atingiu sua melhor marca no campeonato;
assim muitos clubes querem tê-lo no próximo ano.
Exemplo 1:
O professor solicitou o Projeto Pedagógico da escola. Mas não
recebeu.
O professor solicitou o Projeto Pedagógico da escola. Mas (o
professor) não recebeu (o Projeto Pedagógico).
Exemplo 2:
Joelma prestou vestibular para Medicina e (Joelma) considerou
difícil (o vestibular).
A elipse pode marcar apagamento de nomes, como demonstrado
nos exemplos acima, e de verbos, como demonstrado no exemplo a seguir.
Exemplo 3:
Eu gosto de estudar. Maria, de viajar.
Eu gosto de estudar. Maria (gosta) de viajar.
Observação:
Exemplo:
Mariana foi ao supermercado. João, ao cinema. (João foi ao cinema)
Exemplo:
Um menino de 13 anos está sendo acusado pela polícia de ter furtado uma
bicicleta no Bairro Vila Velha. Em depoimento, o garoto negou as acusações.
Exemplo:
A aplicação das provas do concurso foi suspensa, porque a empresa
responsável pela seleção de pessoal não encontrou salas suficientes para
acomodar todos os candidatos.
Exemplo 2:
As escolas públicas as quais atendem ao público de periferia precisam ter maio
verba de custeio.
Exemplo 3:
A casa de madeira foi incendiada criminalmente.
b) coesão sequencial
Veja o quadro:
Para analisar emprego dos elementos coesivos, observe os conectores a
seguir e seus valores semânticos.
CONJUNÇÃO VALOR EXEMPLO
SEMÂNTICO
E, nem Adição O réu não ofereceu dificuldades
para ser preso nem ameaçou o
oficial de justiça.
Mas, contudo, no adversidade As testemunhas depuseram
entanto, entretanto, favoravelmente ao réu, todavia os
porém, todavia. depoimentos são contraditórios.
Ou (repetido ou não), alternância A ordem de prisão será cumprida
ora, nem, quer, seja, etc ou o criminoso continuará livre.
Assim, logo, portanto, conclusão As provas do crime foram
por isso, etc elencadas. Logo, pode ser julgado
o processo.
Porque, que, pois, explicação Em suas razões recursais, sustenta
porquanto. o insurgente que a determinação
judicial extrapolou os limites,
invadindo sua privacidade, pois
não está obrigado a exibir a
declaração de seus bens.
Que, do que (quando comparação O depoimento do autor da ação foi
iniciadas ou antecedidas mais brando do que o do réu.
por noções
comparativas como
menos, mais, maior,
menor, melhor, pior),
qual (quando iniciada ou
antecedida por tal),
como (também
apresentada nas formas
assim como, bem como)
Embora, mesmo que, concessão Apesar de haver provas
ainda que, posto que, contundentes sobre o crime, o réu
por mais que, conquanto foi absolvido.
que, apesar de, mesmo
quando, etc.
Se, caso, contanto que, Condição Se houver prova da inocência do
a não ser que, desde réu, que seja apresentada.
que, salvo se, etc.
Conforme, segundo, conformidade Segundo informou o promotor, o
consoante, como réu responderá por dois crimes:
(utilizada no mesmo invasão de privacidade e abuso de
sentido da conjunção poder.
conforme)
A fim de que, para que, Finalidade Esta Câmara converteu o
que julgamento em diligência para que
fosse instaurado, no juízo de
origem, o incidente de insanidade
mental do acusado
À proporção que, à proporção À medida que outros recursos
medida que, quanto forem julgados, sairá a sentença.
mais... (tanto) mais,
quanto mais... (tanto)
menos, quanto menos...
(tanto) menos, quanto
menos... (tanto) mais
etc.
Quando, enquanto, logo Tempo E ela refere a quatro fatos
que, agora que, tão logo, criminosos. O último, quando tinha
apenas (com mesmo quinze anos, não foi objeto da
sentido da conjunção denúncia.
tão logo), toda vez que,
mal (equivalente a tão
logo), sempre que, etc.
Em defesa da dúvida
Numa época em que tantos parecem ter tanta certeza sobre tudo, vale a
pena pensar no prestígio que a dúvida já teve. Nos diálogos de Platão, seu amigo
Sócrates pulveriza a certeza absoluta de seus contendores abalando-a por meio
de sucessivas perguntas, que os acabam convencendo da fragilidade de suas
convicções. Séculos mais tarde, o filósofo Descartes ponderou que o maior
estímulo para se instituir um método de conhecimento é considerar a presença
desafiadora da dúvida, como um primeiro passo.
Lendo os jornais e revistas de hoje, assistindo na TV a entrevistas de
personalidades, o que não falta são especialistas infalíveis em todos os
assuntos, na política, na ciência, na economia, nas artes. Todos têm receitas
imediatas e seguras para a solução de todos os problemas. A hesitação, a
dúvida, o tempo para reflexão são interpretados como incompetência,
passividade, absenteísmo. É como se a velocidade tecnológica, que dá o ritmo
aos nossos novos hábitos, também ditasse a urgência de constituirmos nossas
certezas. A dúvida corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória
das aparências e buscar a verdade funda daquilo que não aparece. Julgar um
fato pelo que dele diz um jornal, avaliar um problema pelo ângulo estrito dos que
nele estão envolvidos é submeter-se à força de valores já estabelecidos, que
deixamos de investigar. A dúvida supõe a necessidade que tem a consciência
de se afastar dos julgamentos já produzidos, permitindo-se, assim, o tempo
necessário para o exame mais detido da matéria a ser analisada.
A dúvida pode ser o primeiro passo para o caminho das afirmações que
acabam sendo as mais seguras, porque mais refletidas e devidamente
questionadas. (Cássio da Silveira, inédito)
1. (FCC 2015) A valorização da dúvida se deve ao fato de que ela
a) constitui o meio pelo qual se empreende uma contestação ilusória de verdades
dadas como irrefutáveis.
b) vale-se astutamente de sua fragilidade como método para poder impor
algumas verdades definitivas.
c) permite abrir um caminho para o conhecimento ao questionar verdades dadas
como absolutas.
d) contribui para a valorização de verdades pré-estabelecidas por métodos
seguros de conhecimento.
e) implica a tentativa de se chegar a um tipo de conhecimento cuja validade
dispensa qualquer comprovação.
5. (FCC 2015) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o
texto:
a) Uma vez distanciados no tempo, Sócrates e Descartes são parceiros quanto
a compartilharem ao mesmo prestígio que costumam atribuir ao valor da dúvida.
b) Mesmo separados por séculos, os filósofos Sócrates e Descartes parecem
acordes quanto ao valor que atribuem ao papel da dúvida na constituição do
pensamento.
c) Muito embora fossem distintos filósofos, é de se constatar que tanto Descartes
quanto Sócrates alimentavam sobre as dúvidas a mesma convicção que lhes
mantinha.
d) Descartes e Sócrates, filósofos consagrados, em que pese o valor que se
atribuíam às suas dúvidas, tinham estreita relação de pensamento quanto aquilo
que lhes era comum.
e) A par de serem distantes no tempo, ainda que compartilhando suas condições
de filósofos, Descartes e Sócrates se identificavam por conta da dúvida que se
nutriam.
Gabarito
1C
2B
3D
4A
5B