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Ipea lança publicação sobre tendências mundiais para os próximos

15 anos (Jornal do Commercio, Rio de janeiro, 24/03/2016)

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou nesta quarta-feira (14) o


livro Megatendências Mundiais 2030: o que as entidades e personalidades
internacionais pensam sobre o futuro do mundo? A obra trata de assuntos que
devem moldar o contexto mundial nos próximos anos nas áreas de população,
geopolítica, ciência e tecnologia, economia, meio ambiente e foi organizada pela
coordenadora da Assessoria de Gestão Estratégica, Informação e Documentação do
Ipea, Elaine Coutinho Marcial.

Entre as referências do estudo estão o ex-senador e ex-vice-presidente dos Estados


Unidos e ativista ecológico Al Gore e o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, cuja
obra aborda a transição das sociedades do mundo moderno para o mundo pós-
moderno.

“Muitos dos problemas que enfrentamos hoje é porque no passado não olhamos
para o futuro no longo prazo. Ou não nos preparemos para evitar que ocorressem
ou para que estivéssemos mais bem preparados para essa ocorrência”, disse Elaine.
[...] A obra está disponível no site do Ipea
(http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=26450&catid=345
&Itemid=383).

Na questão ambiental, por exemplo, o livro destaca que o modelo econômico


vigente, associado ao comportamento de cidadãos e de países, é agressivo ao meio
ambiente, provoca poluição do ar, desmatamento, perdas ecossistêmicas nos meios
marinho e de costa, enfim, degradação, de forma geral. Para os autores, se não
houver rupturas nos padrões de consumo e diminuição na geração de resíduos, esse
modelo continuará conduzindo à escassez de recursos naturais nos próximos anos.

O estudo mostra ainda que, em decorrência da taxa de natalidade decrescente e do


aumento da expectativa de vida, observa-se a tendência de envelhecimento
populacional, sobretudo na Ásia, nos países do Leste Europeu e nos países do Sul da
Europa, com efeito potencialmente negativo sobre o crescimento econômico, em
virtude da diminuição da população em idade ativa. Esse envelhecimento pressiona
os serviços de saúde e previdência social.

“Estamos em um momento de grandes mudanças. E as grandes mudanças, às vezes,


nos deixam um pouco incomodados e inseguros em relação a esse processo. É, na
verdade, um momento de grandes oportunidades, mas, com boas informações,
conseguimos fazer boas escolhas e, com isso, construir o país que tanto
almejamos”, afirmou Elaine Marcial.

Durante o lançamento da obra, foi anunciada também a criação da Plataforma


Brasil 2100, um espaço de diálogo permanente entre a sociedade civil e o Estado,
para construção de cenários levando em consideração quatro dimensões: social,
econômica, territorial e político-institucional. A plataforma deve ser lançada em
2016.

“Ainda esperamos muito por governos, que são fundamentais. O Estado também é
fundamental, mas a sociedade precisa tomar a dianteira de algumas discussões, e
não esperar que os dirigentes, que estão sendo cobrados para gerar resultado de
curto prazo, tomem a inciativa de mais longo prazo”, disse o presidente da
Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento
(Assecor), Marcio Gimene.

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