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LIVROS
ROBERTO CHUST CARVALHO / ANTÔNIO DE FARIA

CORTE 22 (plano / CORTE 11 (plano a)


b

y/////////////////////.
/////////////////////////////////yy/////////.

Laje do fundo Laje do fundo


Figura 3.21- Consideração das condições de contorno das placas das paredes laterais
da piscina.
A laje de fundo trabalha apoiada no solo assim, funciona como uma placa (ou viga
dependendo da relação entre os lados) sobre base elástica. Na figura 3.22 mostra-se o
esquema que é usado para considerar tal placa com o solo sendo substituído por molas.
CORTE22 (plano(?)
Terreno natural

laje sobre base elástica

Laje do fundo Laje do fundo .

^ffwWrffnTrffp
/

Molas

Figura 3.22- Consideração do esquema estrutural da laje do fundo como uma laje
sobre base elástica.

3.4.3. Ações atuantes nos elementos da estrutura

As ações a considerar na piscina são basicamente decorrentes das ações


gravitacionais da água, da própria estrutura, dos empuxos horizontais da água e da terra e
da reação do solo.
Nas paredes atuam os empuxos d'água e de terra como mostra a figura 3.23. Neste
caso convém considerar cada um deles atuando separadamente, ou seja, calcula-se a
armadura necessária para o equilíbrio com a ação só da água e depois o mesmo para a ação
só do solo. Isto se justifica porque na construção é comum antes de aterrar os lados da
piscina executar um prova de carga enchendo-a com água (como será visto na etapas
construtivas)e posteriormente é comum depois de pronta, para efetuar limpeza da mesma
deixá-la vazia (não por muito tempo como é justificado posteriormente). Neste momento
Só haverá a atuação do empuxo horizontal da terra.
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CORTE 11 (plano a)
l

E=p._H E=P-íi
2 \ 2

__

Laje do fundo
Figura 3.23- Ações nas paredes laterais. Ação do solo e da água.

Em relação a laje do fundo como já foi escrito o funcionamento é de uma placa ou


viga sobre base elástica e portanto as ações do peso próprio da água e da laje do fundo são
anuladas praticamente pela reação do solo. Restam assim as ações devido aos momentos
transmitidos pelas paredes laterais e a ação do peso da parede como pode ser visto na figura
3.24 em que o peso da parede foi considerado como uma reação uniforme no solo. É bom
notar que para efeito de verificação da tensão no solo todos os efeitos devem ser
considerados, mas para efeito de solicitação da laje apenas os momentos e o peso da parede
Conforme indicado na figura 3.24.

CORTE 11 (plano a) CORTE 11 (plano a)

Pparede ,r n Pparede Pparede


Ppesodalaje

f m * rrrmfT*•-
M

F
agua ^ P^Pparede/a

H H M MM!
M M M M M *P-
a

Figura 3.24- Ações na laje do fundo. Ação da água, do peso próprio da laje, do peso da
parede e do momento dos empuxos de água e de terra e reação do solo.
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CORTE 22 (plano p)
Terreno natural PLANTA
i
1 1
1 a
b
í
Laje do fundo 1
J

m mm 1 |

1 l
1 1

Figura 3.25- Consideração da laje de fundo. Modelo de laje sobre base elástica ou
grelha equivalente com apoios de mola.
Para calcular os eforços internos da laje do fundo pode-se imaginar um trecho de
um metro de largura apoiada sobre base elástica. Outro tipo de solução é empregar uma
grelha equivalente (como indicado na figura 3.25) e considerar em cada nó uma mola na
direção vertical com constante igual ao produto do coeficiente de recalque multiplicado
pela área contida entre as barras da grela, ou seja axb

4 Exemplo l

Calcular a piscina cujos elementos geométricos são dados na figura 3.26 Considerar
ainda como dados os seguintes valores:
Concreto:
fck= 20 MPa
cobrimento= 2,5 cm

Aço
CA50

Revestimento 5 kN/m2

Solo
Ys=18kN/m 3

K.=l/3
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LIVRO 3
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FACE 4
(lateral esquerda)

CORTEI! (plano a)
c/v\
5UO T .ate da tampa
400

y*

H h
p /_ W %
fN

/~7 _ 1

p= K H7
—_

a s
j.
\ •= Laje do fii
Laj« Jo fundo

PLANTA 500

Figura 3.26- Elementos geométricos da piscina do exemplo 1.


• Cálculo das ações nas paredes
Como a relação entre os lados das paredes ( 5/1,5 e 4/1,5) são maiores que dois a parede
pode ser calculada como uma viga em balanço como pode ser visto nafigura 3.27
Os momentos devido a cada ação isolada são dados por:

3
H H H H3 10xl,5
Água M= Era x — = fa
vxHx— x — = 10x =— —= 5,625 kN.m/m
° 3 2 3 6 6

Solo M=E5sx — =y xk xHx — x — -18x ~ x — = -^-^-=3,375kN.m/m


3 /s " 2 3 3 6 18
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Parede

/ \

/
ac E=p.H K —\ i '2

/ :
2 i/ —
-n.
\

\

\
—«=T -1

Figura 3.27- Esquema estrutural para o cálculo das paredes.

Para detalhar a parede determina-se o valor de h (espessura da parede) de maneira que


se tenha, por exemplo, na seção mais solicitada uma armadura de <j>6,3 a cada 15 cm.
Como se tem uma flexão simples (o esforço normal é pequeno e pode ser desprezado)
isto é feito determinando a força na armadura tracionada, calculando a posição da linha
neutra, determinando o valor do braço de alavanca e finalmente o valor de h.
Expressões empregadas:
rs ^s X lyd
F
"s = rFc
Fc = bxO,8xxO,85xfcd
\A í~í?
_LV_l^
y f
i g .A. £4

z=d-0,4x
d=h-cobrimento-<|>/2

Usando então <|>=6,3 mm a cada 15 cm chega-se a A,=2,13 cm2/m


Assim:
Fs = 2,13 x (50/1,15)= 92,75 kN/m
92,75 -l x 0,8xx 0,85 x -J x =0,0095 m

l,4x 5,625 =92,75 x z z =0,0849

0,0849=d-0,4 x 0,0095 d=0,0887 m

0,0887= h -0,025-0,003 h=0,011 m

Assim, adota-se h=12 cm e a armadura a ser usada para combater o efeito da água é de
(|>=6,3 a cada 15 cm.
Armadura para combater o efeito do solo
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LIVRO 3
ROBERTO CHUST CARVALHO / ANTÔNIO DE FARIA

1,4x3,375
=0,042 =^KZ=0,9697
1x0,089' x 2°
1,4
1,4x3,375
As= ^!— -= 1,26 cm2/m <|>=6,3 cada 25 cm adotado
KZxdxf
0,9697 x0,089 x -
1,15
<|>=6,3 cada 20.

Laje do fundo
A laje do fundo recebe a mesma armação que as paredes, pelo menos na
extremidade. Se for considerada muito rígida haverá ainda o efeito do peso das paredes que
o solo resistirá considerando uma tensão uniforme.

Peso das paredes- 2x0,12x1,50x35 =9 kN/m


na direção menor =>
Peso l2 Peso x £ 9x4
-x — = = 4,5 kN.m/m
t 8 8 8
na direção maior =>
Peso x t 9x5
= 5,625 kN.m/m
8 8
TABELA l
Vão Momento KMD KZ A, Espaçamento considerando
(j>=6,3 mm
4m 4,5 kN.m/m 0,055 0,966 1,68 cnVVm cada 17, 5 cm
5m 5,63 kN.m/m 0,070 0,957 2,12 cm2/m cada 1 5 cm

488
28N206.3-485-C/17.5 2x2SN506,3 C/20
PLANTA 2xl7N306,3 C/30 PLANTA
armadura negativa 2xl7N406,3C/30 armadura positiva

o
|26N 1 06,3 -485- C/1"
5 §|§|g| N506.3 C/20 g NS06.3 C/20

j. °° -
"l1
O
z
06,
N306,3_C/30
"

Figura 3.28- Armação da laje do fundo.


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CANTO ENTRE PAREDES (PLANTA)


ARAMADURA DAS PAREDES - CORTE 4X
o
o

2;
Z
•§ 7 125
7
7c
1 t- 125
r» 125

j 125
v~>

ê
<r. /3 ^605-corrid

CJ U
125 (TI cA

ARAMADURA DAS PAREDES -ELEVAÇÃO


o
Ia." /q
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/ Q ^ O *a / |
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// Sj l z z
«^1
/ 1
-/:?N605-comdo/

Figura 3.29- Armação das paredes.

3.4.4. Execução
Para as piscinas (ou reservatórios enterrados) executadas em solo colapsivo deve-se
seguir o esquema indicado na figura 3.30 com os seguintes procedimentos: escava-se o
terreno, recoloca-se um trecho do solo no fundo compactado-o adequadamente, concreta-se
um piso de concreto magro de regularização, coloca-se uma manta impermeável (pode ser
apenas um plástico) e executa-se uma calha ao redor da escavação com poços para permitir
o bombeamento da eventual água de chuva. E de suma importância que não haja saturação
do solo colapsivo e do solo compactado caso contrário poderão ocorrer recalques
diferenciais ou absolutos que prejudicam a estrutura.Assim, havendo chuva durante a
execução é preciso bombear a água acumulada na escavação.
Para a situação de solos normais (não colapsíveis) o uso do piso de regularização
também é recomendado assim como a colocação da manta impermeável que, antes de ser
executada a lajes do fundo, poderá receber uma película de desmoldante de forma que a laje
após a concretagem ao sofrer retração e o sofrer encurtamento correspondente tenha um
atrito menor, (ver figura 3.30).
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CORTE LONGITUDINAL CORTE LONGITUDINAL


Terreno natural
Terreno natural

CORTE LONGITUDINAL
Terreno natural DETALHE l
parede-laje da piscina
piscina
DETALHEI imoermeável
piso de concreto magro

i
recompactado

Figura 330- Execução de piscina enterrada apoiada no solo (primeira figura).

A laje do fundo é executada junto com um pequeno pedaço da parede vertical como
mostra o detalhe 2 da figura 3.31. Isto é feito para dificultar a percolação da água no
encontro da parede vertical com a horizontal. Para que a transferência de percolação da
água não se dê entre a superfície entre a parede e a laje do fundo para a superfície deixada é
necessário que se faça um tratamento adequado na superfície do concreto indicada no
detalhe 2 da figura 3.31.. Esta superfície (da junta de concretagem) deverá ser lavada com
jato de água com pressão de maneira que toda a nata de cimento que exista seja retirada e a
superfície fique o mais áspera e irregular possível. Desta forma se garante uma melhor
união entre o concreto "velho" da primeira concretagem com o "novo" da concretagem a
ser feita na parede vertical.
CORTE LONGITUDINAL DETALHE l
Terreno natural
Lajedo fundo rjesmoldante

P1so de concretomao

li
DETALHE 2 DETALHE encurtamento — ^- - encurtamento
i i atrito
DETALHE 2
parede da piscina

armadura junta de concretagem


superfície
laje da piscina a ser tratadà~> DETALHE 2

Figura 331- Uso de manta com desmoldante para diminuir atrito no fundo da piscina
(detalhe 1). Tratamento da superfície da junta de concretagem parede-laje da piscina
(detalhe 2).
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3.5. Piscinas com paredes de alvenaria


As piscinas mistas, em que a parede é feita com pilares vigas e alvenaria são
similares ao muros de arrimo mistos. Um esquema deste tipo de piscina pode ser visto na
figura 3.32.
400 FACES
(posterior)

FACE 4
(lateral esquerda) /

Jf- ]| P FACE 2
(lateral direita)

[) »

FACE l
(frontal)

< »RTE 11 (piai 1C o) CORTE22 (plano |S)


500 ,ajc
I da tampa
40 0

/.
"
/
l . i . i i i i i 1 ... l ! t
1 I I I ii i ii i 1 i
1 I I I i i ii i i ' !
1
1 i 1

1 1 11 11
1 1 1 1
1 1 1 l
O |t^=« 1 1

x 1 h. 1 i 1 1 1 1 1 1
1 1 1 h
i ' i' i' .
'h4^
1 I I I ! 1 1 1 1
1 1 1 1
1 1 1 1 I
i ' i ' i *-r i ii r i -H ' 1 ' 1-^--

L^-L^J
i
i 1 1 1 i
1 1 1 1 l 1 l 1 1 1 I
I l i . 1 ! ' i
1 1 1 1

\z
1 1 1 1

p=
Laje douindo
Laje Io fundo

PLANTA SOO

Figura 332- Esquema de piscina mista em que se utiliza alvenaria para executar a
parede.
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EXEMPLO NUMÉRICO 2 -
Calcular os pilares da piscina do exemplo considerando a utilização de dois pilares
intermediários na parede de 5 m e um na parede de 4m. Usar os mesmo dado que o
problema anterior.

Resolução
A situação mais desfavorável passa a ser a da parede de 4m pois a contribuição da pressão
do solo ou da água será da largura de dois metros. Assim o esquema de forcas é dado na
figura 17 com e=2m.
Pilar

Laje do fundo p =h7 e


a a

Figura 3.33- Esquema estrutural para o cálculo das paredes.


Assim os esforços de flexão no pilar são dados por

3
H H H H 20xl,53
Água M= hr x — x e = /fl
y x / / x — x — xe = 20x = = ll,25kN.m/m
° 3 2 3 6 6

18xl,53
bolo M= h x — xe = v/s x k xHx —x — x e = 18 x — x - =6,75 kN.m/m
Cl 1 » * - ¥ - • ti ti 2 ti
"

3 2 3 3 6 18
Para detalhar a parede determina-se o valor de h (altura do pilar considerando b=25cm)
de maneira que se tenha, por exemplo, na seção mais solicitada uma armadura de
2<j>12,5 em cada pilar. Como se tem uma flexão simples (o esforço normal é pequeno e
pode ser desprezado) isto é feito determinando a força na armadura tracionada,
calculando a posição da linha neutra, determinando o valor do braço de alavanca e
finalmente o valor de h.
Expressões empregadas:
F s = A s X Í yd

is =F
F rc
Fc = bxO,8xxO,85xf cd
Md=Fs x z
z=d-0,4x
d=h-cobrimento-<j>i/2-<|>e
-<{>i- diâmetro da barra longitudinal e $e- diâmetro da barra transversal

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