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Instituto Superior de contabilidade e Auditoria de Moçambique

MATEMÁTICA FINANCEIRA

TEMA: EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS)


Conceitos genéricos

A relação devedor e credor em muitos casos não se resumem a uma única divida, pode ser
estendida a varias dividas que o devedor tem para com o seu credor e pode haver interesse em
substituir essas dívidas por um pagamento único ou por vários pagamentos. Tanto num como
noutro, os capitais a substituir como os capitais substitutos deverão ser financeiramente
equivalentes.

Dois ou mais capitais diz-se equivalentes quando reportados (Capitalização ou


actualização) ao mesmo momento (data focal), à mesma taxa de juro, produzirem valores
iguais.

A data focal é o momento utilizado como referencia para a comparação dos títulos que
possuem datas diferentes (Vencimento diferentes).

Por tanto, utiliza-se a equivalência de capitais para se ter a ideia de quanto o capital irá valer
em determinado período de tempo.

Diz se que dois ou mais capitais são financeiramente equivalentes quando, para um
determinado momento (data focal), os seus valores actuais são iguais.

Para estabelecer a equivalência de capitais e necessário considerar dois passos:

1. Actualizar todos os capitais para um determinado momento, data focal, (para facilitar,
consideremos o momento presente), o que pressupõe a existência de um processo
implícito de capitalização que vai decorrer entre o vencimento de cada capital e o
referido momento, pelo que énecessário a adopção de uma taxa de juro, neste caso,
designada de taxa de avaliação. A actualização pode efectuar se recorrendo ao regime de

Ficha compilada por: Msc. Euclides Manuel Pepane


capitalização simples ou ao regime composto, dai resulta a equivalência simples e
composta.

2. Adicionar os valores actuais dos capitais a substituir e igualar aos valores actuais dos
capitais substitutos. No caso de substituição de vários capitais por um único pagamento a
esse pagamento único é designado por capital comum (CC) e o vencimento desse capital
designa se por vencimento comum (t).

Equivalência Simples

Toma como base o regime dito simples e actualização dos capitais é feita nos moldes do
desconto por fora ou por dentro, dai desdobra se em equivalência por fora e por dentro.

Equivalência por dentro

Neste caso toma se a formula do valor actual por dentro para a actualização dos capitais.

Seja os capitais C x eC yvencíveis em t x e t y para que esses capitais sejam equivalentes é


necessário que os seus valores actuais sejam iguais. Sabendo que o valor actual no desconto

Cn
por dentro é dado pela formula: C n−t= e considerando os passos necessários para
1+t∗r
estabelecer a equivalência:

A equivalência de capitais pode ser feita sob três análises diferentes:

 Equivalência Comercial (Por fora)


 Equivalência Racional (Por dentro) β
 Equivalência Composta

Passos para estabelecer a equivalência


 Actualizar os capitais substitutos e os capitais a substituir para a data focal;
 Somar os seus valores actuais (dos capitais substitutos e dos capitais a substituir)
Fórmulas de Equivalência no Regime Simples
 Desconto por fora (Comercial)
Cn-t= Cn(1-t*i)
 Desconto por Dentro (Racional)

Ficha compilada por: Msc. Euclides Manuel Pepane


Cn
Cn−t=
1+t∗i
 Caso de Substituição de n1 por n2 dividas no Desconto por Fora
n n

∑ Cα −t=∑ Cβ−tβ
k =1 k=1

Cα1 (1-tα1*i) + Cα2(1-tα2*i) + …. Cnα (1-tnα*i) = Cβ1 (1-tβ1*i) + Cβ2(1-tβ2*i) +….. Cnβ (1-tnβ*i)

 Caso de Substituição de n1 por n2 Dividas no Desconto por Dentro


n n
Cα Cβ
∑ 1+tα∗i =∑
1+tβ∗i
k =1 k=1

Cα 1 Cα 2 Cαn Cβ 1 Cβ 2 Cβn
+ +… = + +…
1+ tα 1∗i 1+tα 2∗i 1+tαn∗i 1+tβ 1∗i 1+tβ 2∗i 1+tβn∗i

 Caso de Substituição de n dividas por Uma (CC) Divida no Desconto por Fora
n

∑ Cα ( 1−tα∗i )=Cc(t)(1−tc∗i)
k =1

 Caso de Substituição de n dividas por Uma (CC) Divida no Desconto por Dentro
n
Cα Cc ( t )
∑ 1+tα∗i =
1+ tc∗i
k =1

tc- Tempo/vencimento comum (momento em que vence o Capital Comum-Cc)

Fórmulas de Equivalência no Regime Composto

Cn-t= Cn (1+i)-t Abordagem Racional


Cn= Cn-t (1+i)t
Cn-t= Cn (1-i)t Abordagem Comercial

Passos para casos de Vencimento Médio


 Acha-se o Valor Comum dos Capitais em questão (actualizar)
 Somam-se os Capitais em questão não actualizados;
 Igualar a soma dos capitais não actualizados acrescidos ao valor comum actualizado
( 1+i )−t ¿

Ficha compilada por: Msc. Euclides Manuel Pepane


Determinação do vencimento comum
n
−t −tα
Cc ( 1+i ) =∑ [Cα ( 1+i ) ]
k=1

Exemplo 1:

Uma empresa tem a pagar uma divida composta por 4 títulos de crédito de 15.000,00Mt,
27.500,00 Mt, 15.000,00Mt e 20.000,00Mt com vencimentos a 6,18,15 e 24 meses
respectivamente, as quais incluem juros calculados a uma taxa de juro anual efectiva de 10%.
Determine:

a) O vencimento médio
b) O vencimento comum considerando um pagamento único de 80.000,00 Mt
c) O pagamento único que teria de fazer de imediato, para liquidar aquelas dívidas

Exemplo 2:

Três dívidas, de 50, 100 e 80 contos cada com vencimentos dentro de 1 ano, 4 anos e 6 meses
respectivamente. Adoptando uma taxa de avaliação de 4% ao ano, pergunta-se:
Se o devedor pretender amortizar as três dívidas por meio de dois pagamentos X e Y, o
primeiro duplo do segundo, e vencíveis respectivamente dentro de 3 e 5 anos, quais deverão
ser os montantes de X e Y? Considere para o efeito o seguinte:

a) Regime simples – Equivalência por fora;


b) Regime simples – Equivalência por dentro.
c) Regime composto.
d) Determine as alíneas acima considerando o segundo ano como a data focal.

Ficha compilada por: Msc. Euclides Manuel Pepane

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