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Resumo: Os primeiros relatos, que mais tarde viriam a contribuir para a sua definição atual, descrevem a
Dislexia como uma distorção dos símbolos com origem neurológica, que afeta a aprendizagem da linguagem
(oral e escrita), não obstante o fato do nível de inteligência de um indivíduo que apresente esta problemática
situar-se na média ou acima desta. Por conseguinte, o conhecimento pormenorizado das suas possíveis causas
reveste-se de especial interesse na medida em que reforça a necessidade de uma avaliação e intervenção que
sirvam de facto e por direito aos interesses educativos de milhares de jovens estudantes em Portugal. O presente
estudo tem como objetivo uma revisão da literatura sobre as quatros teorias explicativas da Dislexia mais
estudadas pela comunidade científica, nomeadamente a Teoria Fonológica, a Teoria do Transtorno do
Processamento Auditivo, a Teoria Magnocelular e a Teoria Cerebelar. A assunção de qualquer uma destas como
mais credível e aceitável face às demais carece de precaução, sob pena de descartarmos o potencial contributo de
todas para uma compreensão global deste tema. Serão, portanto, necessários mais trabalhos de investigação que
descubram ou reforcem os indícios já encontrados, possibilitando aprofundar conhecimentos que contribuam
para melhorar a qualidade (de vida) dos nossos leitores.
Introdução
Os primeiros relatos, que mais tarde viriam a contribuir para a sua definição atual, descrevem
a dislexia como uma distorção dos símbolos com origem neurológica, e que afeta a
aprendizagem da linguagem (oral e escrita), não obstante o fato do nível de inteligência de um
indivíduo que apresente esta problemática situar-se na média ou acima desta (Orton, 1937).
Desde então, muito se tem discutido sobre os métodos de diagnóstico que permitissem aferir
com fiabilidade a condição – ou não – de disléxico de um indivíduo. Um dos métodos mais
utilizados, inclusive na prática clínica, remete-nos para o conceito de discrepância entre a
capacidade cognitiva reconhecida e comprovada através de instrumentos objetivos (QI) e a
realização na aprendizagem da leitura e da escrita (Snowling e Stackhouse, 2004; Stanovich,
1994).
Atualmente o conceito de Dislexia aplica-se aos indivíduos que apresentam problemas de
precisão e eficiência na descodificação de palavras isoladas ou associadas, assim com
dificuldades de processamento dos sons (fonologia) e estrutura da linguagem (Lyon, Shaywitz
e Shaywitz, 2003). Por conseguinte, no contexto das Necessidades Educativas Especiais, o
obstáculo causado pela Dislexia na aquisição de competências escolares básicas, como a
leitura e a escrita, fez com que esta problemática fosse inserida nas Dificuldades de
Aprendizagem Específicas.
Na população portuguesa, a escassez de estudos de prevalência compromete sobremaneira a
caracterização desta problemática, bem como a correspondente estruturação de programas de
prevenção e intervenção educativa. No entanto, o recente estudo de Vale, Sucena e Viana
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(2011), realizado com crianças em idade e contexto escolar da região norte de Portugal,
constatou que a taxa de prevalência da Dislexia rondava os 5,44%.
Por conseguinte, o conhecimento pormenorizado das possíveis causas desta problemática,
possibilitando a sua compreensão numa perspetiva holística, reveste-se de especial interesse
na medida em que reforça a necessidade de uma avaliação e intervenção que sirvam de facto e
por direito aos interesses educativos de milhões de jovens estudantes.
Na pesquisa dos estudos publicados recorremos à Biblioteca do Conhecimento Online (B-on),
base bibliográfica online que congrega diversos recursos de pesquisa (PubMed, Science
Direct, Web of Science, Scielo, Academic Search, SpringerLink, etc.). Os critérios de procura
seleccionados permitiram a consulta de trabalhos publicados na última década (2000 a2009)
através do cruzamento de palavras-chave especificamente relacionadas com o nosso objectivo
(learning disabilities, dyslexia, explanatory theories). Outros estudos anteriores a esta década
foram também consultados através da referenciação feita nos artigos consultados.
Teoria fonológica
Esta teoria assenta a suas bases na dificuldade de representação, armazenamento e
recuperação dos fonemas, ou seja, da capacidade em estabelecer uma correspondência entre
as letras e os sons específicos que as representam. Assim as crianças com dislexia apresentam
dificuldades em detetar e processar os sons das letras, limitando a sua capacidade para ler, isto
é, adquirir a competência para decifrar, decodificar palavras escritas. Consequentemente, a
compreensão do sistema alfabético e a correspondente aquisição e desenvolvimento da leitura
estão comprometidas (Bradley e Bryant, 1978; Brady e Shankweiler, 1991; Snowling, 1981;
Vellutino, 1979). O facto de crianças com dislexia apresentarem um nível de consciência
fonológica abaixo do que é esperado em função das suas idades suporta o postulado por esta
teoria. A nível neurológico, esta dificuldade terá origem numa lesão ou disfunção congénita
na região perisilviana no hemisfério esquerdo do cérebro, responsável pelas representações
fonológicas ou a relação entre estas e as representações ortográficas.
Estudos realizados com recurso a técnicas de imagiologia (Brunswick, Mccrory, Price; Frith e
Frith, 1999; Shaywitz et al, 1998) e anatomia após a morte (Galaburda, Sherman, Rosen,
Aboitiz e Geschwind, 1985; Geschwind e Galaburda, 1985, citados por Ramus et al, 2003)
suportam a relação causal daquela região do cérebro com o défice fonológico.
Na Faculdade de Medicina de Harvard o Dr. Albert Galaburda realizou testes em cadáveres
que permitiram apurar que os cérebros de pessoas com dislexia, comparados com cérebros
normais, tinham uma organização diferente das células nervosas. A distribuição das células
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nervosas era caracterizada por uma organização pouco usual e deslocadas, particularmente
nas áreas corticais da linguagem. O tecido nervoso da região temporal do córtex cerebral, de
pessoas com dislexia, e responsável pela leitura, encontra-se no hemisfério direito, quando na
população normal se encontra no hemisfério esquerdo. ( Flowers, 1993, citado por Hennigh,
2003).
Nos anos 80, Sally Shaywitz realizou estudos com recurso a FMRI ( Functional Magnetic
Ressonance Imaging), tornando esta teoria uma das mais fundamentadas para explicar a
dislexia. Este estudo, realizado em adloescentes e adultos sem e com dislexia, localizou as
áreas cerebrais ativadas durante a leitura. Assim, os sistemas neurais responsáveis pela leitura
ativadas para pessoas normais não eram os mesmos para pessoas com dislexia. A FMRI
permitiu identificar pelo menos dois percursos neurais na leitura. As crianças e adultos com
dislexia demonstraram a existência de uma falha num destes percursos neurais, e estudos
efetuados provam que na leitura as pessoas com dislexia usam circuitos diferentes dos bons
leitores Shaywitz, 1998).
A imagiologia funcional permitiu esclarecer os cientistas no âmbito do funcionamento do
cérebro no ato da leitura. Permitiu obter provas neurobiológicas para a problemática das
crianças e adultos com dislexia: converter as palavras escritas em palavras pronunciadas, isto
é, ler (Shaywitz, 2003).
Contudo, apesar de aceitarem a sua existência, e o seu contributo para o atraso na
aprendizagem da leitura e da escrita, críticos desta teoria afirmam que o problema estende-se
também às questões sensoriais e motoras, e que o défice fonológico constitui apenas um
aspeto ou consequência de uma problemática mais abrangente.
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a estímulos sonoros mais longos no grupo com deficiência de leitura em comparação com o
grupo de controlo.
Na Península Ibérica, por exemplo, Peñaloza-López et al (2009), num estudo sobre a
capacidade de crianças espanholas com dislexia em discriminar palavras, constataram a
relação entre um processamento auditivo inferior normal e o surgimento e/ou o agravamento
das dificuldades na aprendizagem da leitura.
No Reino Unido, Witton et al (1998) mediram a sensibilidade de indivíduos adultos com
dislexia no controle de estímulos auditivos dinâmicos, tendo observado que estes são menos
sensíveis às taxas de frequência e modulação específicas, que podem explicar eventuais
fracassos na aprendizagem da leitura. Resultados similares foram encontrados por Dawes et al
(2009) em crianças inglesas com dislexia, que obtiveram um pobre desempenho em testes
auditivos, tendo concluído que o deficit no processamento auditivo deve ser entendido como
parte de uma interpretação multifatorial dos problemas de aprendizagem na leitura.
Nos Estados Unidos, Nagarajan et al (1999), num estudo projetado para determinar se existem
diferenças entre indivíduos adultos com e sem dificuldades na leitura ao nível do
processamento de estímulos acústicos breves, observaram que o primeiro grupo apresentava
um deficit permanente de processamento, com consequências na representação e subsequente
utilização dos símbolos fonológico e ortográficos.
Na América Latina, Frota e Pereira (2004), num estudo sobre a relação entre o processamento
auditivo e a consciência fonológica em crianças, observaram “alterações da ordenação
temporal de sons de diferentes frequências (alta/baixa) e duração (longo/curto) em crianças
com déficit de consciência fonológica” (p. 6). Na prática, estas alterações traduzem-se em
distúrbios na perceção dos sons e na sensibilidade à curva melódica das palavras,
nomeadamente ao nível dos graves, agudos, sequências, durações, intervalos, entre outros
(Fitch, Miller e Tallal, 1997; Habib, 2000; Carter, 2000). Posteriormente, Neve e Schochat
(2005), num estudo com o objetivo de verificar a maturação de habilidades do processamento
auditivo em crianças com e sem dificuldades escolares, verificaram que as primeiras podem
apresentar atraso na maturação de competências auditivas, importantes e necessárias para o
processo de aprendizagem da leitura-escrita. Quatro anos depois, Murphy e Schochat (2009),
ao analisar por meio de testes de processamento temporal auditivo o efeito de variáveis
auditivas como intervalo, duração do estímulo e tipo de tarefa sobre as crianças com dislexia
em comparação com o grupo controle, observaram nas primeiras dificuldades com tarefas que
envolviam o processamento temporal auditivo, sendo influenciadas pela duração dos
estímulos utilizados nos testes aplicados. Em termos clínicos, estes distúrbios (dificuldades ou
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Teoria magnocelular
A teoria Magnocelular fundamenta-se num défice a nível visual que origina dificuldades no
processamento das letras e palavras num texto, através de uma fixação binocular instável,
problemas de convergência ou de aglomeração do campo visual. Estes pressupostos surgem
no seguimento de observações em indivíduos com dislexia que apresentam sintomas muito
específicos, queixando-se que as letras pequenas parecem enevoadas e, quando tentam ler,
parecem mexer-se. Desta forma, estudos anatómicos, eletrofísicos, psicológicos, psicofísicos
e de imagiologia funcional têm sido efetuados de forma a elucidar a organização funcional do
processamento da visão e outras confusões visuais (Stein e Walsh, 1997; Silani et al, 2005).
Segundo Stein (2001) , existem evidências que a maioria dos problemas de leitura têm uma
causa sensório-motora, relacionada com a falha no desenvolvimento correto do sistema
magnocelular. Assim, o autor refere que existe uma base genética para o comprometimento
das células da camada magnocelular por todo o cérebro, hipotizando que o desenvolvimento
destas células pode ser prejudicado por auto-anticorpos, codificados em genes no braço curto
do cromossoma 6, que afetam o desenvolvimento do cérebro.
O foco desta teoria centra-se, assim, a nível biológico, ao sugerir que o sistema visual divide-
se em duas camadas distintas de processamento da informação ocular, com diferentes funções
e propriedades: as magnocelulares e as parvocelulares. A camada magnocelular é
especializada em detetar o movimento visual, controla os movimentos dos olhos, transporta a
informação visual rápida e de baixo contraste espacial desde os olhos até às áreas primárias do
córtex. A camada parvovelular é especializada em identificar as formas e alvos visuais, e é
responsável pela transferência de informação lenta e alto contraste visual até ao córtex
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Teoria cerebelar
A base desta teoria assenta no argumento de que, em termos biológicos, o cerebelo de pessoas
com dislexia apresenta uma disfunção ligeira, da qual decorrem um conjunto de dificuldades
cognitivas. O cerebelo assume um papel preponderante no processo de automatização de
diversas tarefas motoras, como escrever, ler, conduzir, etc. Um funcionamento atípico do
cerebelo baixaria a capacidade de automatização o que afetaria entre outras coisas a
aprendizagem da correspondência fonema-grafema (Eckert et al, 2003; Pernet, Poline,
Demonet, e Rousselet, 2009;). O cerebelo ajuda no estabelecimento da representação
fonológica durante o desenvolvimento, devido à sua participação motora no sistema
articulatório (Chen e Desmond, 2005). Por isso, um retardamento ou uma disfunção do
cerebelo teria consequências negativas nas representações fonológicas.
É sabido também que para a compreensão da leitura é necessário que o reconhecimento da
palavra se processe de uma forma automática (Rice, 2004). Se a capacidade de automatização
estiver afectada, essa compreensão não acontecerá da forma como deveria acontecer.
A teoria cerebelar poderá também explicar as dificuldades na escrita, apresentadas por
crianças com dislexia, sendo a escrita uma tarefa que requer precisão temporal e coordenação
motora (Fletcher-Flinn; Elmes; Stugnell, 1997).
Assim, esta teoria propõe que o padrão de dificuldades apresentado pelas pessoas com
dislexia, pode ser caracterizado pela dificuldade em automatizar ambas as competências,
cognitivas e motoras, sendo este padrão consistente com uma disfunção no funcionamento do
cerebelo (Nicolson; Fawcett, 1990).
Servem como suporte cientifico desta teoria estudos realizados com pessoas com dislexia,
onde foram observados maus desempenhos num grande número de tarefas motoras e na
estimativa do tempo (Fawcett e Nicolson, 1996, citados por Ramus et al, 2003) e também em
tarefas duplas demonstrando um défice na automatização do equilíbrio (Nicolson e Fawcett,
1990, citados por Ramus et al, 2003). Com recurso a técnicas de imagiologia, os estudos têm
revelado também, diferenças metabólicas, anatómicas e de ativação no cerebelo de pessoas
com dislexia (Hoeft et al, 2007). Para além disso, foram descobertas disfunções estruturais e
funcionais no cerebelo de pessoas com dislexia. Mas mesmo assim, segundo Nicolson e
Fawcett (2007), o aspeto neurobiológico da dislexia mostra a necessidade do progresso e
aperfeiçoamento de testes neurocognitivos, que revelem a função dos componentes do sistema
neurológico, ou seja, testes e observações mais específicos que revelem a disfunção e os
componentes afetados por essa disfunção. De qualquer modo Nicolson e Fawcett (1999);
Vicari (2003); Ramus (2003) entre outros acreditam que a teoria cerebelar seja uma
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explicação capaz de unificar as teorias divergentes atuais, ao explicar que uma disfunção no
cerebelo pode dar origem a dificuldades articulatórias, conduzindo a dificuldades na
fonologia, à diminuição de capacidades motoras e, assim a problemas de escrita e ao
prejuízo da capacidade de automatização levando a dificuldades na leitura (Fawcett et al.,
2001).
Mas tal como todas as outras teorias teem limitações, a teoria cerebelar também as tem.
Mantém-se a questão se o cerebelo reflete a disfunção noutras partes do cérebro ou se faz uma
contribuição única para o funcionamento cognitivo (Desmond e Fiez 1998; Zeffiro,
Eden,2001). Mesmo recentemente não houve nenhuma sugestão de que ao corrigir esta
disfunção do cerebelo ter-se-ia um efeito positivo sobre as dificuldades causadas pela
dislexia, continuando a incerteza de que estas dificuldades possam ser variáveis de algo ainda
desconhecido (Nicolson e Fawcett, 1999).
Conclusões
Foram aqui apresentadas um conjunto de teorias explicativas da Dislexia, com o objetivo de a
entendermos como uma problemática complexa e multidimensional, na medida em que foram
exploradas diferentes perspetivas etiológicas. Muitos autores têm argumentado que a dislexia
é um problema linguístico específico devido a um fraco entendimento fonológico das
estruturas das palavras mas não descartam uma possível ligação entre o processamento
percetual e as capacidades fonológicas. Independentemente das especulações que têm sido
feitas em relação à etiologia da dislexia, os estudos recentes convergem para uma origem
genética e neurobiológica. Contudo, a assunção de qualquer uma delas como mais credível e
aceitável face às demais carece de precaução, sob pena de descartarmos o potencial contributo
de todas para uma compreensão global deste tema. Tendo em conta que os indivíduos com
Dislexia apresentam um fraco processamento fonológico, uma instável perceção visual, um
soletrar estranho, uma escrita pouco legível , esquecimentos, distração e uma fraca
organização espacial, é possível que a Dislexia resulte de vários impedimentos. Os indivíduos
com dislexia revelam uma heterogeneidade de sintomas que variam de individuo para
individuo e, desta forma, torna-se fundamental colocar a hipótese de não uma mas várias
teorias explicarem a etiologia da Dislexia. A consequência desta heterogeneidade é a
impossibilidade de generalizar para todos e cada individuo. Serão, portanto, necessários mais
trabalhos de investigação que descubram ou reforcem os indícios já encontrados,
possibilitando aprofundar conhecimentos e a partir destes desenvolver programas de
intervenção que contribuam para melhorar a qualidade (de vida) dos nossos leitores.
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