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Termodinâmica

Aplicada

3ª feira
19h10-20h25
Profa Dra. Simoni M. Gheno 20h45-22h00
Aula 1 simoni.gheno@docente.unip.br intervalo
20h25 as 20h45
Objetivos
O quê?
O quê?
Princípios da 2ª Lei da Termodinâmica e seu
Por que? uso em aplicações em sistemas térmicos
Como? Entropia
Exergia

Sistemas de Potência a Vapor e de Refrigeração

Por que?
Desenvolvimento do Como?
raciocínio dedutivo para Através das nossas aulas:
melhor aplicar os conceitos teoria, exemplos e
de Energia Térmica. exercícios.

Profa. Dra. Simoni M. Gheno


Conteúdo Programático

2ª Lei da Termodinâmica. Aplicação da 2ª Lei da Termodinâmica para Sistemas


Fechados e aplicada a Volume de Controle.

Entropia. Identificando irreversibilidades. Processos isentrópicos. Variação de


entropia para gases ideais. Eficiência isentrópica.

Apresentação e Conceituação de Exergia. Variação da Exergia de um Sistema.


Transferência de exergia por calor, trabalho e fluxo de massa. Balanço de
Exergia para Sistema Fechado e Volume de Controle.

Ciclo a Vapor de Carnot. Ciclo de Rankine Ideal. Ciclo de Refrigeração por


compressão ideal.

Profa. Dra. Simoni M. Gheno


Bibliografia Básica
Moran, M.J. e Shapiro, H.N., “Princípios de Termodinâmica
para Engenharia”, 6ª Ed., Editora LTC, 2009.
Borgnakke, C. e Sonntag, R.E., “Fundamentos da
Termodinâmica”, 7ª Ed., Editora Edgard Blucher, 2010.
Bibliografia Çengel, Y.A. e Boles, M.A., “Termodinâmica”, 5ª Ed., Editora
McGraw-Hill, 2007.

Bibliografia Complementar
Wylen, G.J.; Sonntag,R.E. e Borgnakke, C., “Fundamentos da
Termodinâmica Clássica”, 4ª Ed., Editora Edgard Blucher,
1997.
Luiz, A.M., “Termodinâmica – Teoria e Problemas
Resolvidos”, 1ª Ed., Editora LTC, 2007.
Potter, M.C. e Scott, E.P., “Termodinâmica” 1a Ed., Editora
Thomson Learning, 2006.
Smith, J.M.; Van Ness, H.C. e Abbott, M.M., “Introdução à
Termodinâmica da Engenharia Química”, 7ª Ed., Editora
LTC, 2007.
…vamos começar?

Profa. Dra. Simoni M. Gheno


Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC
Introdução a 2ª Lei da Termodinâmica
A 1ª lei da Termodinâmica é apenas uma expressão do princípio de conservação
de energia, e diz que a energia é uma propriedade Termodinâmica.
A 2ª Lei diz que a energia tem qualidade, assim como quantidade, e que dos
processos reais ocorrem na direção da diminuição da qualidade de energia

Exemplo: o café quente em uma xícara deixada sobre


uma mesa esfria após um certo tempo, mas o café frio
em uma xícara deixada em uma sala nunca esquenta por
conta própria

Fonte: Fig 6.1: Çengel, 5 ed.

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Introdução a 2ª Lei da Termodinâmica
Sabemos que uma xícara de café quente deixada em uma sala fria irá se esfriar.
Esse processo satisfaz plenamente a 1ª Lei, uma vez que a quantidade de energia
perdida pelo café é igual à quantidade ganha pelo ar nas vizinhanças.

Imagine agora o processo inverso....

... O café ficando mais quente ainda em uma sala


fria, como resultado da transferência de calor da
sala para o café. Esse processo jamais ocorrerá,
mesmo assim não violaria a 1ª Lei, uma vez que a
quantidade de energia perdida pelo ambiente seria
igual à quantidade ganha pelo café.
Esses argumentos mostram que os processos ocorrem em uma determinada
Fonte: Fig 6.1: Çengel, 5 ed.
direção, e não na direção oposta, mostrando que o cumprimento da 1ª Lei não
garante que o processo possa de fato ocorrer.
Para que um processo aconteça precisa satisfazer a 1ª e a 2ª Leis da Termodinâmica, simultaneamente
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Introdução a 2ª Lei da Termodinâmica
Aprenderemos ao longo da nossa aula que um processo não pode acontecer a
menos que ele atenda simultaneamente a 1ª e a 2ª Leis da termodinâmica.

Existem 2 importantes enunciados que estudaremos.

O uso da 2ª Lei não se limita apenas a direção de um processo, mas também a


qualidade da energia.

É importante que você aluno entenda que a energia é muito valiosa e ela está
disponível em diferentes formas e construções. Sob o ponto de vista econômico,
podemos dizer aqui que a energia organizada é muito mais valiosa do que a
energia desorganizada, e uma das grandes aplicações da Termodinâmica é a
conversão de energia desorganizada (calor) em energia organizada (trabalho)
através de dispositivos especiais chamados máquinas térmicas, como por
exemplo motores de automóveis e usinas de potência.

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Introdução a 2ª Lei da Termodinâmica
A 2ª Lei também é usada na determinação dos limites teóricos para o desempenho
dos sistemas de engenharia mais utilizados, como máquinas térmicas,
refrigeradores, por exemplo.

A 2ª lei também está intimamente relacionada ao conceito de perfeição. Ela pode


ser usada para quantificar o nível de perfeição de um processo e apontar a direção
para que se MINIMIZE imperfeições de forma eficaz.

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Reservatórios de Energia

Um corpo hipotético que possua capacidade


de energia térmica relativamente grande,
que possa fornecer ou remover quantidades
finitas de calor sem sofrer qualquer variação
de temperatura pode ser modelado como
reservatório de energia térmica

Fonte: Fig 6.6.: Çengel, 5 ed.

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Reservatórios de Energia
Um reservatório que fornece energia na forma de calor é chamado fonte (quente) e
um que recebe energia na forma de calor é chamado sumidouro (fria). Os
reservatórios de energia térmica são chamados de reservatórios térmicos, uma vez
que fornecem ou removem energia sob a forma de calor.

A transferência de calor para o meio ambiente a partir de


fontes industriais é uma das grandes preocupações de
ambientalistas e engenheiros. O gerenciamento
irresponsável de energia dissipada por essas instalações
contribui significativamente com a poluição térmica que
pode afetar gravemente a vida aquática de rios e lagos.
Uma fonte fornece energia na forma
de calor e um sumidouro a remove
Fonte: Fig 6.7: Çengel, 5 ed.

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A 2ª Lei da Termodinâmica
Apresentaremos agora a 2ª lei e seus enunciados que explicam a direção como os
processos ocorrem e que a energia tem quantidade e qualidade.

Máquinas Térmicas e o enunciado de Kelvin-Planck

Refrigeradores e enunciado de Clausius

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2ª Lei Máquinas Térmicas e o enunciado de Kelvin-Planck
“É impossível para qualquer dispositivo que opera em ciclo receber calor de um
único reservatório e produzir uma quantidade líquida de trabalho”

Exemplo
A máquina térmica da figura
ao lado viola o enunciado
de Kelvin-Planck da 2ª Lei
da Termodinâmica.

Ou seja, uma máquina térmica deve trocar calor com


um sumidouro a baixa temperatura e também com
uma fonte a alta temperatura para se manter em
operação.
Fonte: Fig 6.18: Çengel, 5 ed.

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2ª Lei Máquinas Térmicas e o enunciado de Kelvin-Planck
O enunciado de Kelvin-Planck também pode ser expresso como:
“nenhuma máquina térmica pode ter uma eficiência térmica de 100%”.

Para uma usina de potência funcionar, o fluido de


trabalho deve trocar calor com a fornalha e também
com o ambiente.

Isso mostra que é impossível se ter uma eficiência


100% mesmo para máquinas térmicas ideais e que
isso não se deve ao atrito ou outro efeito de natureza
dissipativa.”

Fonte: Fig 6.14: Çengel, 5 ed.

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Máquinas Térmicas
O trabalho pode ser facilmente convertido em outras forma de energia, mas a
conversão de outras formas de energia em trabalho não é tão elementar.

Exemplo - o trabalho mecânico realizado pelo eixo mostrado na


Figura ao lado é convertido primeiramente em energia interna
da água. Essa energia pode então ser retirada na forma de
calor. O processo inverso que consiste em transferir calor para
a água girar o eixo não é possível.

Fonte: Fig 6.8: Çengel, 5 ed.

O que concluímos com isso?


O trabalho pode convertido em calor de forma direta, mas a
conversão de calor em trabalho exige a utilização de dispositivos
especiais – máquinas térmicas.
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Máquinas Térmicas
1. Recebem calor de uma fonte à alta temperatura.

2. Convertem parte desse calor em trabalho.

3. Rejeitam o restante do calor para um reservatório à


baixa temperatura.

4. Operam em um ciclo.

As máquinas térmicas são utilizadas quando calor deve


ser convertido em trabalho, ou seja, para que a máquina
térmica realize trabalho a entrada necessária (exigida ou
requerida) é a transferência de calor a partir do
Fonte: Fig 6.9: Çengel, 5 ed.
reservatório quente.

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Máquinas Térmicas
A instalação que mais se ajusta a uma máquina
térmica é uma usina a vapor.
I – água Líquida em temperatura ambiente é bombeada
para o interior da caldeira convertendo-a em vapor de
água em alta temperatura na pressão da caldeira que
está a uma pressão elevada
Went=quantidade de trabalho necessário para
comprimir a água até a pressão da caldeira

II – O calor de um combustível é transferido para a água


que está no interior da caldeira convertendo-a em vapor
de água que está a alta temperatura na pressão da
caldeira.

Qent=quantidade de calor fornecido ao vapor na


caldeira a partir de uma fonte a alta temperatura
Fonte: Fig 6.10: Çengel, 5 ed.
(fornalha)
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Máquinas Térmicas
III – A energia na forma de calor do vapor é transformada
em trabalho através do eixo de uma turbina, na qual o
vapor se expande reduzindo temperatura e pressão.

Wsai=quantidade de trabalho realizado pelo vapor


à medida que se expande na turbina

IV – O vapor ao sair da turbina é condensado em baixa


pressão e temperatura em um dispositivo denominado
condensador. O processo ocorre por meio da
transferência de calor do vapor que escoa externamente
aos tubos ao fluido de resfriamento que escoa
internamente aos tubos. A água é então liquefeita e é
bombeada à caldeira, completando o ciclo.

Qsai=quantidade de calor rejeitado pelo vapor no


condensador para um sumidouro a baixa
Fonte: Fig 6.10: Çengel, 5 ed.
temperatura ( atmosfera, rio,...)
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Máquinas Térmicas
Trabalho líquido:
𝑊𝑙𝑖𝑞,𝑠𝑎𝑖 = 𝑊𝑠𝑎𝑖 − 𝑊𝑒𝑛𝑡

𝑊𝑙𝑖𝑞,𝑠𝑎𝑖 = 𝑊𝑇 − 𝑊𝐵
𝑊𝑇 : 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎
𝑊𝐵 : trabalho necessário para comprimir a água

𝑊𝑙𝑖𝑞,𝑠𝑎𝑖 = 𝑄𝑒𝑛𝑡 − 𝑄𝑠𝑎𝑖


𝑊𝑙𝑖𝑞,𝑠𝑎𝑖 = 𝑄𝐶 − 𝑄𝐶𝑑
𝑄𝐶 : 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 à 𝑐𝑎𝑙𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎
Fonte: Fig 6.10: Çengel, 5 ed. 𝑄𝐶𝑑 : calor removido através do condensador

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Ciclo de Potência
Os ciclos de potência são aqueles que fornecem uma transferência líquida de
energia sob a forma de trabalho.

Nesse modelo de ciclo o trabalho a conversão de calor em trabalho exige a


utilização de dispositivos especiais chamados de máquinas térmicas.
Eficiência Térmica
O Qsai representa a magnitude da energia rejeitada
necessária para completar o ciclo e NUNCA será zero.

O trabalho líquido de uma máquina térmica sempre será


menor do que a energia fornecida ao sistema, ou seja,
apenas parte do calor transferido para a máquina térmica é
convertida em trabalho.

Essa fração de calor convertida em trabalho é uma medida


de desempenho de uma máquina e é conhecida como
eficiência térmica.
𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝜂=
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟
𝑊𝑙𝑖𝑞,𝑠𝑎𝑖 𝑄𝑠𝑎𝑖
𝜂= 𝜂 =1−
Fonte: Fig 6.12: Çengel, 5 ed. 𝑄𝑒𝑛𝑡 𝑄𝑒𝑛𝑡

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Podemos economizar Qsai?
Em usinas a vapor o condensador é o dispositivo que rejeita
grandes quantidades de calor em rios, lagos ou mesmo na
atmosfera.

Podemos remover o
condensador da usina
e utilizar toda essa
energia rejeitada?
NÃO
Por que? Sem o processo de rejeição de calor o ciclo
não poderia acontecer.

Fonte: Fig 6.14: Çengel, 5 ed.

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Exemplo 1
Em regime permanente, um novo ciclo de potência desenvolve 6HP para uma taxa de
adição de calor de 400BTU/min, segundo seu inventor. Determine a eficiência do ciclo.
Dado: 1HP=2545BTU/h
Solução: A potência desenvolvida e a taxa de adição de calor são fornecidas.
As perdas de calor nas tubulações não são objetos de estudo da Termodinâmica.

𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜
𝜂=
Por onde 𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎
começamos? BTU
2545 𝟏𝐡
6𝐻𝑃 h
1HP 𝟔𝟎𝐦𝐢𝐧
𝜂=
400𝐵𝑇𝑈
𝑚𝑖𝑛

𝜂 = 0,636 (63,6%ሻ
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Exemplo 2
Calor é transferido de uma fornalha para uma máquina térmica a
uma taxa de 80 MW. Se a taxa com a qual calor é rejeitado para
um rio próximo for de 50 MW, determine: (a) potência líquida
produzida, (b) eficiência térmica da máquina térmica.
Solução: As taxas de transferência de calor fornecidas e
removidas são informadas no enunciado. As perdas de calor nas
tubulações não são objetos de estudo da Termodinâmica.

Por onde começamos?

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… continuação do exemplo 2
Vamos iniciar determinando a potência líquida
𝑊𝑙𝑖𝑞 = 𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝑄𝑠𝑎𝑖

𝑊𝑙𝑖𝑞 = 80𝑀𝑊 − 50𝑀𝑊

𝑊𝑙𝑖𝑞 = 30𝑀𝑊 (a)

A próxima etapa é a determinação da eficiência térmica da


máquina
𝑊𝑙𝑖𝑞
𝜂=
𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎
30𝑀𝑊
𝜂=
80𝑀𝑊
𝜂 = 0,375 ou 37,5% (b)

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A 2ª Lei da Termodinâmica
Há 2 enunciados clássicos da 2ª Lei da Termodinâmica:

• Enunciado de Kelvin-Planck que está relacionado às máquinas térmicas


(acabamos de estudar)

• Enunciado de Clausius que está relacionado a refrigeradores e bombas de


calor

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A 2ª Lei da Termodinâmica
Podemos transferir calor de uma fonte QUENTE para uma fonte FRIA? SIM

Podemos transferir calor de uma fonte FRIA para uma fonte QUENTE? SIM

Como isso poderia ser possível? Naturalmente, o calor não flui de uma
região mais fria para uma região mais
quente. Para que isto ocorra, existe a
necessidade de forçar o calor a fluir no
sentido contrário ao natural, através de uma
fonte externa de energia – princípio de
funcionamento dos refrigeradores.
“É impossível admitir-se uma máquina térmica que transfere calor de uma fonte fria
para uma fonte quente sem que ela se movimente à custa de trabalho externo”

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2ª Lei Refrigeradores e enunciado de Clausius

“É impossível construir um dispositivo que funcione em um ciclo e não produza qualquer outro efeito
que não seja a transferência de calor de um corpo de temperatura mais baixa para outro de
temperatura mais alta”

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Ciclos de Refrigeração
Nesse momento, você aluno aprendeu que é impossível espontaneamente que o
calor flua de uma região de menor temperatura para uma região de maior
temperatura.

Isso exige dispositivos chamados refrigeradores, que são compostos


basicamente de:
• compressor,
• condensador,
• válvula de expansão,
• evaporador.

O fluido de trabalho neste caso é chamado de refrigerante - Fluido percorre o


sistema fechado composto pelas 4 partes do sistema de refrigeração produzindo
as trocas de calor e trabalho com o meio que o envolve.

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Ciclos de Refrigeração

Condensador
3
Compressor
VE
Evaporador
T reduz
bruscamente

1 Fluido parcialmente gasoso entra nos


4
TUBOS do congelador, extraindo
calor do interior da geladeira.

Fonte: Fig 6.19: Çengel, 5 ed.

VE – válvula de expansão
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Ciclos de Refrigeração

Em um refrigerador
doméstico, o
evaporador se encontra
no compartimento do
congelador
Ciclos de Refrigeração

2
Elevar
Condensador novamente a
3 PRESSÃO
VE
Evaporador

4 1

Fonte: Fig 6.19: Çengel, 5 ed. Processo 1-2: ELEVA a temperatura

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Ciclos de Refrigeração
Calor é retirado do interior da
geladeira - Transferido para o ambiente

Condensador
3
Compressor
VE
Evaporador

4 1

Fonte: Fig 6.19: Çengel, 5 ed.

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Ciclos de Refrigeração

O condensador, no
qual o calor do
refrigerante é
dissipado para o ar
da cozinha, se
encontra
posicionado na parte
traseira do
refrigerador
Coeficiente de Performance
O objetivo de um refrigerador é remover calor do espaço refrigerado (ambiente
interno). Para atingir esse objetivo é necessário trabalho externo, ou seja, para
verificar a capacidade do refrigerador converter trabalho em energia térmica, deve-
se analisar o coeficiente de performance (COP),
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎ú𝑡𝑖𝑙
𝐶𝑂P𝑅 =
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎
𝑄𝑟𝑒𝑚𝑜𝑣𝑖𝑑𝑜 (𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑓𝑟𝑖𝑎ሻ
𝐶𝑂P𝑅 =
𝑊𝑙𝑖𝑞

O coeficiente de performance não apresenta limite superior e, por isso, não é


definido como eficiência.

Um 𝐶𝑂𝑃 < 1 é um indicativo de um ciclo de refrigeração com fraco desempenho.


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Refrigeradores Domésticos
• Os refrigeradores domésticos são usados
para preservação de alimentos perecíveis.
• Um refrigerador doméstico é na realidade a
combinação de um refrigerador e congelador
• Atualmente os refrigeradores precisam de
muito menos energia devido ao uso de
motores e compressores menores e de
alta eficiência, além de melhores materiais
de isolamento, trocadores de calor mais
eficientes e melhores sistemas de
vedação das portas.
• Apesar das inúmeras melhorais nos
materiais o ciclo básico de refrigeração por
compressão do vapor permaneceu o
inalterado.
Fonte: Fig 6.54: Çengel, 5 ed.
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Bomba de Calor

Outro dispositivo que


transfere calor de um
ambiente mais frio para
outro mais quente é a
bomba de calor.

Fonte: Fig 6.22: Çengel, 5 ed.


Bomba de Calor
Refrigeradores e bombas de calor funcionam com um mesmo ciclo, mas com
objetivos diferentes.
Refrigerador – manter um espaço refrigerado à uma temperatura baixa;
para isso é necessário remover calor desse espaço. Para descarregar
calor em um ambiente que está a uma temperatura mais alta é a parte
necessária da operação, e não uma finalidade.
Bomba de calor – manter um espaço aquecido a uma temperatura mais
alta. Para esse fim, a bomba de calor remove calor de uma fonte a baixa
temperatura (águas subterrâneas, ar frio do inverno,...) e fornece esse
calor a um ambiente a alta temperatura, como uma casa, por exemplo.

Sistemas de condicionamento de ar equipados com controles apropriados em uma válvula


inversora funcionam como condicionadores de ar no verão e, no inverno, como bombas de calor.

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Coeficiente de Performance
A medição do desempenho de uma bomba de calor também é expressa em termos
de coeficiente de performance - COPBC
𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑗𝑎𝑑𝑜
𝐶𝑂P𝐵𝐶 =
𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑎

𝑄𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 (𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒ሻ


𝐶𝑂P𝐵𝐶 =
𝑊𝑙𝑖𝑞

O coeficiente de performance não apresenta limite superior e, por isso, não é


definido como eficiência.

Atualmente as bombas de calor tem COP médio sazonal de 2 a 3.


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Exemplo 3
O compartimento de alimentos de um refrigerador é mantido a 4°C por
meio de remoção de calor a uma taxa de 360 kJ/min. Se a energia
necessária for fornecida ao refrigerador a uma taxa de 2 kW,
determine:
(a) coeficiente de desempenho do refrigerador,
(b) A taxa com o qual o calor é rejeitado na sala em está instalado o
refrigerador.
Solução:
O consumo de potência do refrigerador foi fornecido – 2kW
O COP e a taxa de rejeição de calor devem ser determinados

Por onde começamos?

Fonte: Fig 6.24: Çengel, 5 ed.

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… continuação do exemplo 3
Vamos iniciar determinando o coeficiente de performance - COP
𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎
𝐶𝑂𝑃 =
𝑊𝑙𝑖𝑞
𝑘𝐽 𝑘𝐽 1𝑚𝑖𝑛
360 360 6𝑘𝑊
𝐶𝑂𝑃 = 𝑚𝑖𝑛 𝑚𝑖𝑛 60𝑠 =
2𝑘𝑊 = 2𝑘𝑊
2𝑘𝑊
𝐶𝑂𝑃 = 3,0 (a)
A próxima etapa é a determinação da quantidade de calor que será
removida
𝑊𝑙𝑖𝑞 = 𝑄𝑠𝑎𝑖 − 𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎
2𝑘𝑊 = 𝑄𝑠𝑎𝑖 − 6𝑘𝑊
𝑄𝑠𝑎𝑖 = 8𝑘𝑊 (b)

Fonte: Fig 6.24: Çengel, 5 ed.

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Exemplo 4
Em um sistema de ar condicionado, um compressor necessita de 7ℎ𝑝 para rejeitar 12𝑘𝑊
de calor para o ambiente. Determine a taxa de resfriamento e o desempenho do
compressor.

Solução:
Observe o exemplo trabalha com duas unidades diferentes: kW e hp. Ambas são unidades de
potência e precisaremos utilizar que um fator de conversão para transformar hp no sistema
internacional (1ℎ𝑝 = 0,746𝑘𝑊ሻ.

Para a determinação da taxa de resfriamento, ou seja, da quantidade de calor que precisa ser
removida da fonte fria utilizaremos a 1ª Lei da Termodinâmica, mas considerando as taxas de calor
e trabalho,
𝑊ሶ = 𝑄ሶ 𝑠𝑎𝑖 − 𝑄ሶ 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎
𝑄ሶ 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = 𝑄ሶ 𝑠𝑎𝑖 − 𝑊ሶ
𝑄ሶ 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = 12 − 7 ⋅ 0,746
𝑄ሶ 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = 6,78𝑘𝑊

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… continuação do exemplo 4

O desempenho do compressor será avaliado pelo coeficiente de performance,


𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎
𝐶𝑂𝑃 =
𝑊

6,78𝑘𝑊
𝐶𝑂𝑃 =
7 ⋅ 0,746 𝑘𝑊

𝐶𝑂𝑃 = 1,29

Portanto, para cada unidade de trabalho aplicado, 1,29 vezes de energia térmica é criada.

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Exemplo 5
Uma bomba de calor é utilizada para atender às
necessidades de aquecimento de uma casa mantendo-a
a 20ºC. Nos dias em que a temperatura externa cai para -
2ºC, estima-se uma perda de calor da casa a uma taxa
de 80.000kJ/h. Considerando que nessas condições o
COP da bomba de calor é 2,5 determine:
a) Potência consumida pela bomba de calor
b) Taxa com que o calor é removido do ar frio externo.

Solução:
O COP é fornecido e a potencia consumida bem como a taxa de
remoção de calor devem ser determinadas

Por onde começamos?

Fonte: Fig 6.25: Çengel, 5 ed.

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… continuação do exemplo 5
Vamos iniciar determinando a potência consumida
𝑄𝑠𝑎𝑖
𝐶𝑂P𝐵𝐶 =
𝑊𝑙𝑖𝑞
𝑄𝑠𝑎𝑖 80.000 𝑘𝐽/ℎ
𝑊𝑙𝑖𝑞 = = = 32.000𝑘𝐽/ℎ
𝐶𝑂P𝐵𝐶 2,5

𝑊𝑙𝑖𝑞 = 8,9kW (a)

Fonte: Fig 6.25: Çengel, 5 ed.

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… continuação do exemplo 5

A casa está perdendo calor a uma taxa de 80.000kJ/h.


A casa precisa ser mantida a temperatura constante de 20ºC, logo,
a bomba deverá entregar à casa calor à mesma taxa, ou seja,
80.000kJ/kg.
Logo, aplicando a 1ª Lei da Termodinâmica:

𝑊𝑙𝑖𝑞 + 𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 = 𝑄𝑠𝑎𝑖

𝑊𝑙𝑖𝑞 + 𝑄𝐿 = 𝑄𝐻
𝑄𝐿 = 𝑄𝐻 − 𝑊𝑙𝑖𝑞

𝑄𝐿 = 80.000𝑘𝐽/ℎ − 32.000𝑘𝐽/ℎ

𝑄𝐿 = 48.000𝑘𝐽/ℎ (b)
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑚𝑜çã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 (𝑓𝑟𝑖𝑜ሻ
Fonte: Fig 6.25: Çengel, 5 ed.
Desafio Termodinâmico
Pela circulação em regime permanente de um
refrigerante a uma baixa temperatura através
de passagem nas paredes do compartimento
do congelador, um refrigerador mantém o
compartimento do congelador a temperatura
-5°C quando a temperatura do ar que
circunda o refrigerador é de 22°C. A taxa de
transferência de calor entre o compartimento
do congelador e o fluido refrigerante é de
8000 kJ/h e a potência de entrada necessária
para operar o refrigerador é de 3200 kJ/h.
Determine o coeficiente de performance
(COP) do refrigerador.

Resposta: COP=2,5

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QUIZ !
Vamos testar o aprendizado
através de um quiz?

https://forms.office.com/r/hZDgACrj77

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