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EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA______ VARA CÍVEL

DA COMARCA DE RIO VERDE – GOIAS

HELLEN SILVA SANTOS, brasileira, união estável,

merendeira, CI/RG 321654 2ªVIA SSP/GO, CPF 988.561.231-24, residente

e domiciliada nesta cidade de Rio Verde, Goiás, na Avenida Bem Te Vi,

Qd. 22, Lt. 07, Residencial Jardim Maria, CEP: 75.912-264. Neste ato,

devidamente representada pelo seu advogado e procurador Marcos Adriano

Candido de Oliveira, inscrito na OAB sobº 59.445, com escritório

profissional junto à Rua U5, QD.17, LT 1, ST. Universitário, endereço

eletrônico marcos88798862@gmail.com, telefone (64) 9.9623-0331, à


presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 528 e seus

parágrafos, 786 e 911, do Código de Processo Civil, propor o presente

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – PEDIDO DE

TUTELA ANTECIPADA

Com base nos artigos 539 e seguintes do Código

de Processo Civil, pelo rito especial, em face de HEBER DE ALMEIDA

COELHO, CPF: 881.590.781-53, data de nascimento 23/10/1981, endereço

eletrônico desconhecido, domicilio e residência não sabidos e incertos,

pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

DOS FATOS

No dia 14 de maio de 2019 a senhora HELLEN

consertou seu veículo na oficina mecânica do senhor HEBER, totalizando o

conserto em R$ 1.311,00 (um mil trezentos e onze reais).

O pagamento foi feito mediante entrada de R$ 437,00

(quatrocentos e trinta e sete reais) em dinheiro. E, o restante parcelado

através de 02 (dois) cheques, também de iguais valores, sendo estipuladas

as datas de apresentação dos mesmos junto ao banco para os dias

14/06/2019 e 14/07/2019.

O pagamento aconteceu através dos cheques números

900045/900046, da Agência nº 0014, Conta 000546-11, do Banco Caixa


Econômica Federal, emitidos pela Requerente HELLEN SILVA SANTOS,

que foram pós-datado para serem depositados em 30/60.

Ocorre a senhora HELLEN, por desemprego posterior

ao acordado, se viu sem poder adimplir sua obrigação para com o senhor

HEBER, passando por graves problemas financeiros à época, não

conseguindo honrar o compromisso assumido, e os cheques voltaram sem

previsão de fundos; acarretando posteriormente a negativação dela.

Assim, quando viu sua situação financeira organizada

novamente, a senhora HELLEN procurou o senhor HEBER para quitar seu

débito, bem como resgatar os cheques que estavam em poder deste, no

intuito também de regularizar seu nome junto aos órgãos de proteção ao

consumidor e banco, já que hoje consta no Cadastro de Emitentes de

Cheques sem Fundos e SERASA.

Entretanto, o senhor HEBER não mais possui a oficina

mecânica onde a senhora HELLEN levou o carro para conserto, bem como

se mudou de cidade, estando hoje em LOCAL INCERTO E NÃO

SABIDO.

Ressalta-se que há tempos vem a senhora HELLEN

tentando localizar o senhor HEBER para que possa quitar os cheques,

tendo recorrido a diversos meios, mas não obteve êxito, sendo que até

mesmo o contador da empresa do senhor HEBER, disse que também


desconhece seu paradeiro, e que também estaria à sua procura e que ele

simplesmente “sumiu do mapa”.

Por este motivo, não tendo como adimplir diretamente

a divida ao réu, interpõe a presente ação.

DO DIREITO

A) DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE AUTOR

E RÉU – A DÍVIDA EXISTENTE E O INTERESSE DE QUITAÇÃO

A relação jurídica entre autor e réu está demonstrada

através das fotos espelhos dos cheques, fornecidas e anexadas a este

processo pelo banco, onde é possível se identificar à indicação nominal do

Sr. HEBER.

E ainda, também anexa, o recibo nº 004/2019 onde

descreve as peças e o serviços prestados para manutenção e concerto do

automóvel da requerente.

Ocorre que conforme relatado, à ré precisa e pretende

quitar seu débito, mas está impedida de realizar seu dever uma vez que

desconhece o paradeiro atual da parte ré. Desta fora, tal desconhecimento

não pode impossibilitar a desobrigação da dívida, tendo em vista possuir a

autora condições financeiras e interesse de quitar.

Neste sentido, o ordenamento jurídico contém

dispositivo que protege o credor na situação aqui posta, permitindo desde

que efetuado o pagamento, que se desonere da dívida existente.


Dispõe os artigos 334 e 335 do Código Civil:

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito


judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e
forma legais.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o
pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo
e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado
ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o
objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

De fato, restou demonstrado que o credor está

residindo em local incerto e não sabido, se adequando à situação concreta

aqui tratada no dispositivo acima transcrito.

Buscando adimplir seu débito, ciente de seu atraso e da

morosidade em regularizar à pendência financeira, sem prejuízo financeiro

ao credor, é que se propõe nesta ação o pagamento atualizado através do

IGP-M - Índ. Geral de Preços do Mercado em R$ 1.074,36 conforme

demonstra o cálculo abaixo:


Visando não prejudicar o credor, é perfeitamente

possível que o mesmo extinga a divida existente, desde que respeitados os

pressupostos legais. Neste sentido, o Código de Processo Civil determina:

Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro


requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da
coisa devida. ... Você pode requerer, com efeito de pagamento, a
consignação da quantia ou da coisa devida.
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a
obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários
advocatícios.
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber
e der quitação.

As normas acima dispostas corroboram tudo o que foi

exposto, devendo a presente ação ser julgada procedente com a extinção da

obrigação.

B) DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Conforme explanado ao longo dessa peça, o nome da

autora se encontra incluso em cadastro de restrição, no Cadastro de

Emitentes de Cheques sem Fundos e SERASA.

A manutenção de tal situação acarreta prejuízos graves

à autora, que fica impossibilitada de realizar operações no mercado,

enquanto mantido o status de devedora inadimplente.


Neste sentido, vem a parte autora requerer que Vossa

Excelência se digne a antecipar a tutela pretendida, no sentido de excluir

imediatamente o nome da autora nos cadastros de proteção.

É sabido que o Código de Processo Civil, ao regular o

instituo da tutela antecipada dispõe:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§1oPara a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o
caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os
danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.
§2oA tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após
justificação prévia.
§3oA tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
.

Logo, para que possa ser deferido o pedido, necessário

que haja demonstrada a probabilidade do direito, o que já se faz no tópico

anterior, pois demonstrada a impossibilidade de pagamento e o deseja da

credora em satisfazê-lo.

Também incorre o perigo de dano, pois a manutenção

do nome da autora no cadastro de restrição, a cada dia, a priva de manter

relacionamento junto a instituições financeiras bem como outros tipos de

relacionamento com empresas comerciais.

Por tais motivos é que se pugna pela antecipação de

tutela para determinar a imediata retirada do nome do autor dos cadastros

de restrição ao crédito.
DOS PEDIDOS

Por todo exposto, requer:

1) A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita,

nos termos do artigo 98 do CPC, por ser pobre na forma da lei;

2) Que seja deferido o depósito judicial da quantia

devida, em conformidade com o art. 542, I do CPC no valor de R$ xxxxxx;

já devidamente atualizados, conforme planilha anexada;

3) Que sejam realizadas pesquisas via BACENJUD,

RENAJUD e INFOJUD no intuito de se localizar o paradeiro do

Requerido, e se frustradas tais pesquisas seja o mesmo CITADO POR

EDITAL, em conformidade com o art. 256, II do CPC, para levantar o

depósito ou oferecer resposta;

4) Que seja concedida tutela antecipada com

determinação da exclusão do nome da Requerente HELLEN dos cadastros

de restrição ao crédito, especificamente do Cadastro de Emitentes de

Cheques sem Fundos e SERASA;

5) A procedência da ação, para confirmar a

antecipação de tutela e declarar extinta a obrigação pelo pagamento, em

conformidade com o art. 546 do CPC;

6) A condenação do Requerido em custas e os honorários advocatícios;


Pretende-se provar o alegado com todas as formas de

provas admitidas em direito.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.074,36 (hum mil e

setenta e quatro reais e trinta e seis centavos).

Nestes termos pede deferimento.

Rio Verde, 15 de novembro de 2020.

Marcos Adriano Candido de Oliveira


OAB sobº 59.445

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