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Módulo 2

Leis e teoremas fundamentais


Este capítulo estabelece uma série de leis e teoremas fundamentais para a análise de circuitos complexos.
Os teoremas expostos constituem assim um conjunto de regras que permitem sistematizar e simplificar a
análise de tais circuitos.

 Leis de Kirchoff
o Lei dos nós
o Lei das malhas

 Princípio de sobreposição
 Teorema de Thevenin
 Teorema de Norton
 Aplicações
o Divisor de tensão e divisor de corrente
o Circuitos fechados, abertos e em carga
o Potência
o Exemplos

Leis de Kirchoff

Lei dos nós

A lei dos nós estabelece que: a soma algébrica das correntes que entram num nó é nula, i.e., que

(3-
1.01)

Como regra geral admite-se que a corrente em qualquer porção do circuito pode ser indicada à priori sem
necessidade de saber se a corrente circula verdadeiramente no sentido indicado. Como convenção, uma corrente
indicada como entrando num nó será contada positivamente e negativamente no caso contrário.
Lei das malhas

A lei das malhas estabelece que: a soma algébrica das tensões ao longo de uma malha fechada é nula,
i.e., que

(3-
1.02)

da mesma forma que para o caso das correntes deve-se começar por estabelecer a priori as tensões aos terminais
de cada dipolo e o sentido do percurso do cálculo em cada malha. Por convenção as tensões definidas de tal
modo que o sentido do percurso entre pelo polo positivo e saia pelo polo negativo serão contadas positivamente
e negativamente no caso contrário. Na prática uma inversão do percurso corresponderia a inverter o sinal da
equação.

Princípio de sobreposição

O princípio de sobreposição enuncia-se do seguinte modo:

a corrente (ou tensão) gerada numa determinada porção dum circuito é a soma algébrica das correntes
(ou tensões) provocadas por cada uma das fontes do circuito consideradas isoladamente

por outras palavras, a corrente num determinado elemento dum circuito pode-se calcular somando a
corrente provocada nesse elemento por cada uma das fontes do circuito isoladamente desligando todas as
outras.

Exemplo: dado o circuito da figura 3.4, determine a tensão , por aplicação do teorema de
sobreposição

Figura 3.4: circuito com duas fontes independentes.

Vamos então considerar primeiro somente a fonte de tensão, i.e., vamos desligar a fonte de corrente, o
que equivale a substitui-la por um circuito aberto. Nesse caso obtemos apenas uma malha fechada com
uma fonte de tensão de 3 V e duas resistências. A corrente que circula na malha é dada por
A. Então podemos escrever a tensão V. Agora vamos
desligar a fonte de tensão o que corresponde a substitui-la por um curto-circuito, ficando apenas a fonte
de corrente debitando em duas resistências em paralelo. Podemos então escrever a tensão devida à fonte

de corrente que é V. Então a tensão total

V.

Teorema de Thevenin

Este teorema muito útil em análise de circuitos enuncia-se da seguinte forma:

qualquer circuito ``visto'' entre dois terminais A e B é equivalente a uma fonte de tensão de valor

igual à tensão em aberto entre A e B em série com uma resistência interna igual à resistência
medida entre A e B quando todas as fontes independentes existente no circuito forem desligadas

Teorema de Norton

Este teorema é o análogo de Thevenin para as correntes e enuncia-se

qualquer circuito ``visto'' entre dois terminais A e B é equivalente a uma fonte de corrente de valor

igual à corrente em curto circuito entre A e B em paralelo com uma resistência interna

igual à resistência medida entre A e B quando todas as fontes independentes existentes no


circuito forem desligadas

Exemplo: considere de novo a figura 3.4. Calcule o gerador de Thevenin equivalente à fonte de tensão e
às duas resistências visto aos terminais da fonte de corrente

Por aplicação da definição, obtemos o circuito da figura 3.5 abaixo

Figura 3.5: cicuito visto aos terminais da fonte de corrente.


de onde podemos calcular a tensão do gerador de Thevenin , onde é a corrente na malha
fechada. Esta corrente é dada pela fonte de tensão a dividir pela somas das resistências que estão em série

e então V. A resistência equivalente de Thevenin é então obtida desligando a


fonte de tensão na figura acima, i.e., substituindo-a por um curto-circuito, e então a resistência vista entre os
pontos A e B é

portanto o circuito de Thevenin equivalente é o da figura 3.6.

Figura 3.6: circuito de Thevenin equivalente.

No que diz respeito a Norton, seria fácil a partir do circuito inicial da figura 3.5 fazer um curto-circuito à
saída obtendo
Figura 3.7: circuito para a aplicação de Norton.

Onde a corrente de Norton A, já que a resistência de se encontra curto


circuitada. A resistência de Norton equivalente é igual à de Thevenin e igual a 2.4 . Assim o gerador de
Norton equivalente será

Figura 3.8: circuito de Norton equivalente.


Aplicações
Divisor de tensão e divisor de corrente

Considere o circuito simples da figura 3.9.

Figura 3.9: divisor de tensão.

Podemos escrever as seguintes relações:


portanto, e . Mas

e assim

resolvendo em relação a obtemos que

(3-
5.01)

que é chamada a equação do divisor de tensão.

Considere agora o circuito da figura 3.10. Podemos neste caso escrever as seguintes relações:
a partir da terceira equação acima determinar a tensão e substituir nas duas primeiras obtendo

(3-
5.02)

esta é chamada a equação do divisor de corrente e é também muito utilizada na prática em análise de circuitos.

Figura 3.10: divisor de corrente.

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